Gelo da Antártida pode dar pistas sobre aquecimento global


Por Pauline Askin

 

Cientistas produziram o primeiro mapa em três dimensões da superfície abaixo o gelo do mar da Antártida, o que vai ajudá-los a entender melhor o impacto das mudanças climáticas na região.

 

Uma equipe de cientistas de oito países usou um robô submarino para traçar o mundo congelado e invertido de montanhas e vales, permitindo medições precisas da crucial espessura do gelo do mar da Antártida.

 

Ao combinar os dados com medições feitas a partir do ar da superfície de gelo e neve, os cientistas podem agora medir com precisão as alterações na espessura do gelo e entender melhor os efeitos do aquecimento global.

 

"A espessura do gelo é considerada entre cientistas do clima um santo graal para a determinação das mudanças no sistema", disse o glaciologista marinho da Antártida Jan Lieser à Reuters.

 

"Se pudermos determinar a alteração na espessura do gelo, pode-se estimar a taxa de mudança que se atribui ao aquecimento global."

 

Os cientistas têm dados da espessura do gelo para a região do Ártico que remonta à década de 1950, permitindo a análise das mudanças no Oceano Ártico, mas dados similares não estão disponíveis para o gelo em torno do continente no pólo sul.

 

Lieser, que está a bordo de um navio quebra-gelo australiano em águas antárticas, faz parte do projeto Experimento de Ecossistemas e Física do Mar de Gelo, envolvendo cientistas da Austrália, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos.

 

Eles estão usando um rôbo submarino que se desloca cerca de 20 metros abaixo do gelo e viaja num padrão de linhas em grade, utilizando sonares multifeixe para medir o lado de baixo do gelo.

 

"Nós podemos realmente obter uma imagem 3D completa do que estamos medindo. Isso nunca foi feito antes e é realmente emocionante", acrescentou Lieser.

 

Os resultados vão ajudar a definir uma linha de base para estabelecer como a mudança climática afeta o mar congelado da Antártida. Os cientistas também serão capazes de examinar como as mudanças do gelo do mar afetam o ecossistema.

Fonte: Reuters