Novas análises indicam que os esquemas de comércio de emissões devem ganhar dois terços em valor neste ano, subindo para € 64 bilhões, impulsionados pela União Europeia e por iniciativas norte-americanas.
O mercado também deve ganhar 3% em volume, alcançando 9,6 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (Gt CO2e), estima a Thomson Reuters Point Carbon.
Grande parte do crescimento de 70% no valor total do mercado é atribuída ao potencial de transação de 8,3 Gt de permissões de emissão da União Europeia (EUAs), 3% a mais do que no ano passado.
Emil Dimantchev, analista da TRPC, avalia que a expansão se dará devido à expectativa de aumento no valor das EUAs para € 7,5/t, por causa da retenção de parte dessas unidades, medida para lidar com o excesso de créditos no mercado europeu.
Ele explicou que mesmo com um crescimento mínimo no volume transacionado, a confiança no mercado deve melhorar a ponto de elevar em 35% o preço das EUAs, o suficiente para impulsionar o valor total.
A TRPC também prevê que os dois esquemas norte-americanos, a Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa (RGGI) e a Iniciativa Regional Ocidental (WCI), criarão o segundo maior mercado de carbono do mundo em valor (€ 2,7 bilhões, 22% maior que em 2013) pelo segundo ano consecutivo. A WCI, que engloba Califórnia e Quebec, será responsável por dois terços (272 milhões de toneladas) do volume total nos Estados Unidos.
A TRPC atribui ao mercado de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) a segunda posição no mercado global de carbono em se tratando de volume para 2014.
“Esperamos que o mercado primário e secundário de RCEs continue forte, segurando a posição de segundo maior mercado em volume com 703 milhões de toneladas, apesar do baixo valor de € 236 milhões”, comentou Maria Kolos, analista da TRPC.
Já em 2015, as projeções indicam que o mercado norte-americano superará o de RCEs e se tornará o segundo maior tanto em valor quanto em volume. Isso porque a WCI será ampliada, incluindo também o setor de transportes e outros combustíveis.
Os mercados chineses de carbono também devem experimentar um crescimento expressivo. A estimativa é de que 24 milhões de toneladas sejam negociadas neste ano, saltando mais de dez vezes para cerca de 227 milhões de toneladas em 2015 com o remanejamento de RCEs do mercado externo para o uso doméstico.
A TRPC também espera que o volume total dos mercados de carbono continue a crescer nos próximos anos para 10,3 Gt CO2e em 2015 e 10,9 Gt CO2e em 2016.
Fonte: Instituto Carbono Brasil