Animais abissais, primatas e fungos estão ameaçados pela atividade humana, diz UICN


Uma fêmea e seu filhote da família dos ‘cercopitecos’, em risco de extinção. (AFP/Arquivos)

Animais abissais, primatas, plantas e fungos estão ameaçados de extinção devido aos humanos, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), atualizada ontem, quinta-feira (18).

Um total de 105.732 espécies estão catalogadas nesta lista, das quais 28.338 estão ameaçadas, segundo um comunicado, ou seja, 7.000 a mais que na última versão.

“Esta atualização mostra claramente até que ponto os humanos superexploram a fauna e a flora selvagens pelo mundo”, declara Grethel Aguilar, diretora-geral do UICN, citada no comunicado.

“Devemos perceber que é de nosso interesse conservar a diversidade da natureza”, aponta.

“Esta atualização da lista vermelha confirma as conclusões do informe recente do IBPES”, o grupo de especialistas da ONU sobre a biodiversidade. “A natureza se debilita a uma velocidade sem precedentes na história humana”, completa Jane Smart, da UICN.

Este informe, apresentado em maio, revelou que um milhão de espécies estão em perigo de extinção devido às atividades humanas.

Sete espécies de primatas estão a ponto de desaparecer, seis delas na África Ocidental, vítimas do desmatamento e da caça, segundo o comunicado.

O ‘cercopiteco Roloway’, um primata que vive na Costa do Marfim e em Gana, passou de estar “em perigo” a estar “em perigo crítico”, a última categoria antes da extinção.

Os peixes de água doce vivem um “declínio silencioso”, alerta a UICN, que dá o exemplo de Japão e México, onde respectivamente “mais da metade” e “mais de um terço” dos peixes de água doce estão ameaçados.

Na França, uma de cada cinco espécies está ameaçada devido à mudança climática e às atividades humanas.

Cerca de 500 espécies de peixes abissais foram incluídas na Lista Vermelha, assim como o molusco ‘chrysomallon squamiferum’, que vive nas profundezas, a até 2.900 metros no oceano Índico.

Árvores e fungos também estão em risco.

AFP