Avanço das manchas de petróleo no Nordeste gera frustração crescente


Manchas de petróleo em Camacari, Bahia, em 17 de outubro de 2019 (AFP)

Manchas de petróleo de origem desconhecida se espalham há quase dois meses ao longo dos mais de 2 mil km de litoral do nordeste brasileiro, sem que ninguém saiba como deter o fluxo, nem quais serão seis impactos ecológicos, sanitários e econômicos.

“É desolador, desesperador especialmente quando se tem conhecimento da área, e se sabe que o impacto será enorme. É muito revoltante não poder proteger os manguezais e os estuários”, disse a oceanógrafa Mariana Thevenin.

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A cientista começou a ver as manchas em meados de outubro em Salvador (BA) e fundou com amigos o grupo “Guardiões do Litoral”, que mobilizou centenas de pessoas para limpar os balneários. Milhares de voluntários tiveram a mesma iniciativa, muitos com as próprias mãos.

Em Carneiros (PE), considerada uma das praias mais belas do país, Lula Terra, ator e dono de pousada, achou petróleo há uma semana. “Vi a praia e comecei a chorar”, disse. A Marinha informou que já foram recolhidas mais de mil toneladas de óleo cru.

Imagens de pessoas retirando óleo das areias das praias afetadas ou do mar, trazido pelas ondas, circularam nas redes sociais, mas sem causar o mesmo impacto que os incêndios na Amazônia semanas atrás. Mas a gravidade da situação não é menor, alertam especialistas.

“É uma situação muito crítica”, diz Anna Carolina Lobo, gerente do programa marinho do Fundo Mundial para a Natureza-Brasil (WWF-Brasil). “Ainda não é possível medir o estrago. O que a gente sabe é que as praias vão levar pelo menos 20 anos para se recuperar, e o impacto econômico, para a pesca e o turismo é enorme”, acrescenta.

Negligência?

Segundo reportagem do jornal O Globo, as autoridades demoraram 41 dias para executar o Plano Nacional de Contingência para essas situações. Cinco mil militares foram enviados na semana passada como reforço para ações de limpeza 51 dias depois da detecção das primeiras manchas.

“É absolutamente inacreditável, e de fato isso mostra um extremo despreparo em lidar com esse tipo de coisas”, disse Lobo.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assegura, no entanto, que o governo agiu desde o princípio. O governo afirma, ainda, que o petróleo é venezuelano, mas há divergências sobre a origem e diferentes hipóteses sobre as causas do vazamento.

A Petrobras informou na sexta-feira (25) que o petróleo se move sob a superfície do mar, e por isso é impossível mantê-lo distante das praias com barreiras de contenção. “É como procurar agulha em um palheiro”, afirmou um porta-voz da empresa.

“Nenhum radar consegue ver o petróleo no fundo”, reforça o diretor de proteção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Olivaldi Azevedo. Mas estes argumentos não convencem especialistas ou voluntários.

“É demolidora a omissão do governo federal”, disse Thevenin.

Impacto por anos

Autoridades locais e regionais informam sobre os riscos de tomar banho nestas praias e consumir peixe, mas o governo federal não decretou emergência, nem centralizou orientações.

Segundo informações publicadas na imprensa, 17 pessoas foram aos hospitais com mal-estar após tocar no petróleo.

“Trata-se de um material tóxico”, que entra na cadeia alimentar, ao se depositar na microfauna consumida pelos peixes, que são consumidos por mamíferos maiores e por seres humanos, disse Luciana Salgueiro, coordenadora de políticas públicas do Instituto Biota de Conservação, em Alagoas.

Em termos ambientais, ela afirma que “a situação configura um desastre sem precedentes, cujos efeitos ainda irão permanecer na natureza por anos”.

Tartarugas, golfinhos e aves morreram ou foram resgatados quase asfixiados pelo petróleo. As manchas se aproximam de locais de migração de baleias e muitos crustáceos foram encontrados com vestígios de petróleo, segundo veículos locais.

Apesar de que as manchas continuam aparecendo diariamente, com a chegada do verão, o turismo ainda não sente o impacto. A CVC, uma das maiores operadoras de turismo do país, informou através de sua assessoria de comunicação que “curiosamente os clientes estão tranquilos”. A empresa recebeu alguns pedidos para alterar viagens, mas a grande maioria manteve até o momento suas reservas.

Quase dois meses depois do aparecimento das primeiras manchas, Lobo afirma que uma das poucas certezas é que “não sabemos quando o petróleo vai acabar”.

AFP

Estabilidade do clima da Terra depende da Amazônia


A bacia amazônica sustenta a maior floresta tropical do mundo e desempenha um papel essencial na regulação de climas regionais e até globais (AFP)

A bacia amazônica sustenta a maior floresta tropical do mundo e desempenha um papel essencial na regulação de climas regionais e até globais. Veja abaixo alguns fatos sobre a região:

Desmatamento

A destruição contínua de suas florestas tropicais – medida em dezenas de milhares de quilômetros quadrados por ano – poderia transformar grande parte da Amazônia em savana árida, com impactos maciços no clima e na biodiversidade em todo o mundo, alertam especialistas.

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Em uma área de mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, a densa cobertura tropical da Amazônia armazena uma enorme quantidade de carbono, equivalente a 10 vezes a quantidade que a humanidade libera na atmosfera a cada ano.

Cerca de 20% da floresta amazônica desapareceu nos últimos 50 anos. Vastas extensões de cobertura de árvores foram desmatadas, principalmente para a produção de madeira, soja, óleo de palma, biocombustíveis ou carne bovina.

Sumidouro de carbono

Quando uma árvore é cortada, seu carbono armazenado vazará para a atmosfera gradualmente; quando é queimada, o CO2 escapa de uma só vez. De qualquer forma, contribui para o aquecimento global.

Ao mesmo tempo, as florestas do mundo – e especialmente dos trópicos – absorvem 25 a 30% do dióxido de carbono que a humanidade lança na atmosfera. Os oceanos absorvem outros 20%.

Sem esses “sumidouros” de CO2, a temperatura da superfície da Terra já estaria mais alta, e o risco de aquecimento global descontrolado seria muito maior.

Dos cerca de 160 mil km2 de cobertura de árvores tropicais perdidos em todo o mundo em 2017, 35% foram na Amazônia e mais de um quarto no Brasil, segundo o World Resources Institute (WRI), um centro de estudos de política ambiental.

“As florestas tropicais do mundo estão agora no pronto-socorro”, disse à AFP no início deste ano Frances Seymour, membro sênior do WRI.

“A saúde do planeta está em jogo. A cada hectare perdido, estamos muito mais perto do cenário assustador de mudança climática desenfreada”.

“Pulmão do planeta”?

Além do Brasil, sete nações situam-se na bacia amazônica: Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e o território ultramarino da Guiana Francesa.

Além de capturar e armazenar carbono, as florestas também afetam a velocidade do vento, os padrões de chuvas e a mistura de substâncias químicas na atmosfera.

A Amazônia é frequentemente descrita como o “pulmão do planeta” e como produtora de uma porcentagem significativa do oxigênio do mundo, mas essas afirmações são imprecisas.

Segundo o cientista ambiental Jonathan Foley, diretor executivo do Project Drawdown, esta floresta produz cerca “de 6% [do nosso oxigênio], talvez menos”.

“Há muitas razões para se preocupar com os recentes aumentos no desmatamento da Amazônia – carbono, clima, água, biodiversidade e populações. Mas o oxigênio, graças a Deus, não é uma delas”, acrescentou.

Temporada de incêndios

O grande número de incêndios em todo o sudeste do Brasil que uniu os líderes mundiais em torno a uma resposta de emergência tornou-se, na verdade, típico nessa época do ano nas últimas décadas.

O total de quase 150 mil incêndios no Brasil até agora em 2019 é menor do que em 2016. De 2002 a 2010, houve cinco anos em que o número de incêndios em agosto chegou a 200 mil.

O auge da “temporada de incêndios” é setembro, quando o número aumenta ainda mais.

“Parece que muitos dos incêndios na Amazônia estão acontecendo em terras que já haviam sido desmatadas”, disseram Mikaela Weisse e Sarah Ruiz, do Global Forest Watch, com sede em Washington, DC, em um post em um blog esta semana.

Na Amazônia, quando se capina uma floresta, retiram-se os troncos, mas o resto da vegetação queima no lugar durante a temporada seca, que vai de julho a novembro. Nas terras agrícolas, ou de pastagem, a vegetação e as ervas daninhas também se acumulam, esperando a chegada da seca. Isto é o que está queimando neste momento, explicam os especialistas.

A Amazônia também abriga uma das coleções de diversidade biológica mais concentradas e extensas da Terra, incluindo centenas de plantas usadas nas medicinas tradicional e moderna.

AFP

Ecos assina novos contratos de bolsas e define ações do semestre


Com equipe montada, o Movimento ECOS realizou na tarde desta quinta-feira (10) reunião para a assinatura de contrato de bolsas de estudos e para estabelecer o tema de trabalho deste ano. O encontro foi orientado pelos professores Francisco Haas, coordenador do ECOS, José Cláudio Junqueira e Elmo Júlio de Miranda, colaboradores do projeto. Participaram da reunião alunos da Dom Helder, da EMGE e graduandos da Instituição que entraram na faculdade por meio do projeto socioambiental.

“O projeto Ecos, enquanto instituição, iniciou seu trabalho em 2011. Aos poucos, as escolas de Belo Horizonte e região adeririam ao projeto. Caminhamos devagar, começando com algumas atividades e disputas com gincanas. Atualmente o Ecos tomou uma configuração consistente e estruturada”, ressaltou o professor Elmo.

Neste ano, os alunos que participam do Movimento ECOS estão desenvolvendo trabalhos de cunho social e ambiental com 29 escolas de Belo Horizonte e região.

Projeto 2017

O Ecos promove a sustentabilidade nas escolas, desenvolvendo ações para o consumo consciente. Pensando nisso, o professor José Cláudio Junqueira , que coordena o grupo de iniciação científica do ECOS junto à Dom Helder, apresentou para os alunos o projeto 2017.

Estão programadas ações que visam redução do consumo de água, energia, geração de papel, geração de resíduos, realizar o reaproveitamento e reciclagem, alimentação saudável e melhoria do trânsito.

“Cada escola pode desenvolver um projeto que deve contemplar pelo menos três ações. Evidente que para o desenvolvimento desses projetos os alunos devem entender que cada ação de educação ambiental será avaliada no âmbito de cada uma delas”, disse Junqueira.

Caminhada Ecológica

O professor Haas alertou os alunos sobre a importância do envolvimento com o projeto e falou sobre a caminhada ecológica. “No dia 21 de outubro faremos a grande caminhada ecológica. Vamos sair da Praça da Liberdade até a Praça da Assembleia Legislativa. Neste ano, temos a expectativa de um grande evento, com a participação estimada entre sete a oito mil pessoas”, ressaltou.

Movimento ECOS

O ECOS Movimento Socioambiental Dom Helder Câmara é um instituto sem fins lucrativos e sem qualquer vinculação político-partidária.

O Instituto tem por fundamentos informar, educar, difundir os temas que envolvam os interesses difusos e coletivos, ou seja, os interesses da sociedade humana, abrangendo todas as áreas que permitam identificar o papel do homem no seu meio ambiente cultural, em suas relações sociais, ambientais, interpessoais e de trabalho transformando esse meio em um lugar que a pessoa humana possa se desenvolver de forma segura e equilibrada.

Clique aqui e confira o álbum de fotos!

Texto e fotos: Patrícia Almada / DomTotal

Publicado em: ECOS

MP vai investigar queimadas criminosas na Amazônia, diz Dodge


Bombeiros do estado de Mato Grosso Combatem incêndios florestais (Juliana Carvalho)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta segunda-feira (26) que o Ministério Público vai investigar a realização de queimadas criminosas na região da Amazônia Legal. Segundo a procuradora, inquéritos serão abertos para investigar ações em terras federais, como unidades de conservação, e terras estaduais, apurações que ficarão a cargo dos MPs locais.

Reportagem do Globo Rural revelou como foi organizado o ‘dia do fogo’ no Pará, onde grileiros, garimpeiros, comerciantes, sindicalistas e fazendeiros da região organizaram série de queimadas.

A estratégia de combate aos incêndios criminosos na Amazônia foi definida nesta tarde em reunião extraordinária da Força-Tarefa Amazônia, que atua desde o ano passado no combate aos crimes de grilagem, desmatamento e mineração ilegal.

Segundo a procuradora, há indícios de que atuações criminosas combinadas provocaram diversos focos de incêndio na região.

“Há suspeita de ação orquestrada, há suspeita de uma atuação que foi longamente cultivada para chegar a esse resultado. O que nós percebemos na conversa de hoje é que há sinais disso, há elementos que justificam abertura de inquérito para investigar e punir esses infratores”, afirmou.

Mais cedo, a procuradora defendeu no Supremo Tribunal Federal que R$ 1,2 bilhão do valor pago pela Petrobras em um acordo com autoridades dos Estados Unidos no âmbito da Operação Lava Jato seja destinado para o combate ao fogo na Amazônia.

Na semana passada, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, por iniciativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez o mesmo pedido em manifestação enviada ao STF.

Agência Brasil

Pepsico, Danone e Nestlé se unem para fabricar garrafas ecológicas


A americana Pepsico se uniu às europeias Danone e Nestlé Waters em seu projeto para desenvolver garrafas de plástico 100% biodegradável totalmente a partir de material vegetal sustentável. (GETTY/ AFP)

A americana Pepsico se uniu às europeias Danone e Nestlé Waters em seu projeto para desenvolver garrafas de plástico 100% biodegradável totalmente a partir de material vegetal sustentável, anunciaram nesta segunda-feira os três grupos.

A Danone e a Nestlé Waters uniram-se no ano passado à empresa americana Origin Materials para criar garrafas plásticas (PET) com fibras de celulose (papelão usado, serragem, etc.).

O PET (polietileno tereftalato), um material reciclável, é um dos plásticos mais difundidos, amplamente utilizado para embalagens de alimentos e principalmente garrafas. Dos 20 milhões de toneladas produzidos a cada ano no mundo, menos de 1% não vem da indústria petroquímica.

A chegada da Pepsico “é mais uma prova da importância da tecnologia de ponta” criada graças a esta associação chamada Naturall Garrafa Alliance, declarou com satisfação Massimo Casella, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé Waters, em um comunicado.

Após ter conseguido produzir amostras de PET com 80% de base biológica no ano passado, os parceiros esperam produzir garrafas de 75% de base biológica até 2020 e aumentar rapidamente esse percentual para pelo menos 95%, disseram eles.

As empresas esperam produzir 18.000 toneladas de PET a partir de 2020 em uma fábrica construída para esta finalidade no Canadá.

AFP

Equipe Ecos visita escolas parceiras


Escola Estadual Pedro II; Escola Estadual Henriqueta Lisboa; Escola Estadual Mendes Pimentel; Escola Municipal Professora Luiza Maria de Souza.

Prosseguindo o acompanhamento e desenvolvimento das atividades do Movimento Sócio Ambiental e jurídico – Movimento Ecos, as escolas em referência foram visitadas pelos representantes monitores responsáveis, no intuito de dinamizar e oferecer auxílio no desenvolvimento das atividades propostas pelos projetos das escolas.

O Movimento Ecos vem despertando e criando excelentes expectativas a essas instituições de ensino, devido a grandiosidade de sua estrutura e propostas que proporcionam incentivos que a educação básica necessita, principalmente relacionadas à pesquisa e enriquecimento de conteúdos e assuntos transversais das quais compactuam para uma formação plena desses estudantes.

Entre os dias 2 a 5 de maio, o professor Elmo Júlio e as monitoras Júlia e Larissa retornaram às escolas para averiguar o andamento das atividades dos alunos que compõem as equipes, e observar o interesse desses jovens, juntamente com o corpo docente e direção, que recebeu os representantes do Movimento com muito interesse e disposição.

Os assuntos mais específicos dos encontros foram à questão do envio das tarefas propostas e a contextualização do projeto elaborado. Mesmo que os alunos passassem por um período de ausência, devido às paralisações da categoria da educação, os jovens mostraram não terem esquecidos de seus compromissos, firmando-se com falas e questionamentos aos representantes do Movimento Ecos.

Uma observação que o professor e a monitora Júlia reportaram foi que sempre há uma vontade, quando há alguém que propõe o início do fazer, mesmo com o regresso de um período de paralisações, houve uma voz presente nessas equipes que tornou importante para impulsionar e continuar o projeto na escola. “Apesar de críticas, ainda é o espaço escolar o mais propício e solo rico para o dimensionamento de ideias”, diz o professor Elmo Júlio.

Publicado em: ECOS

Pensar, agir e transformar!


Por Lívia Maria Cruz Gonçalves De Souza

Você já parou para pensar o quanto suas ações podem impactar o meio ambiente em que você está inserido? Se não, preste atenção!

A Constituição Brasileira de 1988 determina que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito de todos, cabe ao Estado e à sociedade sua proteção e preservação para as gerações atuais e vindouras. Tal premissa traz consigo a perspectiva do desenvolvimento sustentável.

O inciso VI do § 1º do artigo 225 da Carta Fundamental, impõe ao Poder Público a promoção da educação ambiental e conscientização para a preservação do meio ambiente. Assim sendo, quando o Estado permite que um projeto, como o Movimento EcoDom, adentre as escolas, um caminho promissor se abre para educação ambiental.

Nessa perspectiva, as ações das equipes EcoDom vêm transformando o ambiente escolar. Como exemplos, pode-se citar os mutirões de limpeza contínuos, as palestras sobre economia de água, de energia, reciclagem, descarte correto de resíduos, empreendedorismo sustentável, a importância do saneamento básico, comportamentos saudáveis no ambiente escolar, entre outras ações. As atividades incluem ainda oficinas sobre preparação de hortas, customização de caixas e outras embalagens, reaproveitamento de materiais etc. Enfim, são muitas as ações dentro do espaço escolar.

O desenvolvimento do projeto Ecodom depende das ações de sensibilização e de sua implantação no ambiente escolar. Essas ações são propostas pelos alunos das equipes Ecodom com a orientação do professor orientador. É aí que tudo acontece e a mudança se inicia.

A consciência ambiental começa a fazer parte do debate acadêmico, a percepção dos impactos negativos e positivos das ações dos alunos, professores e funcionários se torna mais presente, o que, de pronto, já estimula a própria equipe a pensar soluções para comportamentos indesejáveis.

A partir de então, o corpo acadêmico passa a ter nova visão da escola, com sentimento de pertencimento àquele espaço, por isso a necessidade de valorá-lo se faz presente nos debates e atitudes.

O Movimento EcoDom 2019 está mexendo com as emoções do corpo acadêmico das escolas estaduais da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com as redes sociais em alta, não é para menos: aqui não está em jogo apenas a premiação, mas o resultado que cada equipe alcançou nesse processo transformador da consciência ambiental. Além disso, o prazo da quarta tarefa, que são os resultados parciais, está se esgotando; o Concurso de Fotografia Garota e Garoto EcoDom; e o Festival de Dança EcoDom estão chegando. E falta ainda terminar a coleta de dados do Pegada Ambiental. Coração a mil!

Não é fácil modificar hábitos e comportamentos, mas é possível! E com esperança, as ideias e ações das equipes EcoDom vão contaminando todo o corpo acadêmico, seja por cooperação ou por insistência pela modificação de maus hábitos.

Certo é que resultados positivos são coletados e isso só é possível pela força da união da equipe.

Juntos somos mais fortes,

Juntos conseguimos alcançar os objetivos propostos,

Juntos com Ecodom, faremos das escolas estaduais da Região Metropolitana de Belo Horizonte exemplos de sustentabilidade,

Juntos podemos!

Edição – Equipe EcoDom

Equipe Ecos visita a Escola Estadual Ana de Carvalho


A Escola Estadual Ana de Carvalho recebeu a visita da equipe Ecos, representados pelos estudantes do curso de Direito, Júlia Reis e Tales Natan, ambos da Faculdade de Ensino Superior Dom Helder Câmara, apoiadora do Movimento. O acolhimento na escola foi de responsabilidade do professor Adriano Maurício, professor orientador e da estudante Nicolle Vasconcelos, aluna coordenadora.

A visita foi com o intuito de reorientar e dinamizar toda equipe da escola, que tem como objetivo a melhoria do espaço escolar com referência na conscientização ambiental que inclui a reciclagem de resíduos, reaproveitamento do papel dispensado no interior da escola e que possam ser reaproveitados. Além dessas preocupações, a escola ainda irá trabalhar questões vinculadas à utilização da água, que ainda a escola julga poder fazer algo mais, inclusive com a diminuição dos gastos e valores das contas.

Essas categorias são importantíssimas para escola, julga a direção, supervisão e corpo docente da escola, pelo seu processo de conscientização ambiental, que se torna necessário a todos os grupos e comunidades sociais.

O professor Elmo Júlio, a monitora Júlia Reis e os estudantes que acompanham a escola observam a expectativa no desempenho do desenvolvimento do projeto na escola, principalmente sendo uma oportunidade de contribuir com um novo sistema de trabalho de maneira coletiva e de integração entre os estudantes, visto a diversidade do espaço escolar.

Publicado em: ECOS

Nos EUA, preocupação com mudanças climáticas supera ameaça nuclear


Uma pesquisa feita em 26 países em 2018 mostra que há uma concordância mundial de que as mudanças climáticas são um risco real. (Reuters)

O medo de ameaças nucleares passa longe do topo da lista de maiores preocupações da geração atual nos EUA. A saída do país do Tratado de Proibição de Mísseis Intermediários (INF), um dos acordos de redução de armas nucleares mais bem-sucedidos da história, não mudou a perspectiva dos americanos.

Uma pesquisa do Pew Research Center, feita em 26 países em 2018 mostra que há uma concordância mundial de que as mudanças climáticas são um risco real. Em 13 dessas nações, mudanças climáticas são a primeira das ameaças globais. Em oito delas, o terrorismo ligado ao Estado Islâmico é a principal. Os ciberataques aparecem como grande temor em quatro países e em um deles o medo maior é da influência russa.

O temor a uma ameaça nuclear vinda da Coreia do Norte não está em primeiro ou segundo lugar em nenhum dos países – nem mesmo na vizinha Coreia do Sul. Outros institutos de pesquisa, como o Gallup, confirmam que a ameaça nuclear não chega ao topo da lista das preocupações recentes quando se fala em questões mundiais.

Deverrick Holmes, de 28 anos, graduado em história, se preocupa com o fato de sua geração não temer uma guerra nuclear – o que o levou a publicar um manifesto sobre o assunto para o Centro para Controle e Não Proliferação de Armas. “Certamente estudar história abriu meus olhos sobre o que aconteceu no passado. Não há uma garantia de que uma guerra nuclear nunca acontecerá. Infelizmente, não acho que os mais jovens e as pessoas da minha geração se importam com isso, provavelmente porque não está nas manchetes o tempo todo. Há outras questões que as pessoas da minha idade se importam mais, como mudança climática”, afirma Holmes.

Com o tratado INF em vigor, a assinatura em 2010 do New Start e sem ter nunca visto o uso de uma arma nuclear, a geração de Holmes cresceu com a sensação de que o problema estava resolvido. Na visão do historiador, o maior problema é a falta de engajamento. Segundo ele, se houvesse maior consciência da sociedade sobre os riscos de um ataque nuclear, provavelmente os EUA seriam mais pressionados a não deixar o INF.

No site Bulletin of The Atomic Scientists, Chapin Boyer, morador da Califórnia, descreve as razões pelas quais acha que sua geração não se importa com as ameaças nucleares. “Pode ser impossível dar a minha geração o contexto para temer armas nucleares, mas não é impossível ensinar minha geração e vincular esse conhecimento ao que nos interessa. Dizemos que nos preocupamos com o meio ambiente, por exemplo, mas como uma pessoa pode se chamar ambientalista e não reconhecer os perigos que as armas nucleares representam para o mundo natural?”, questiona Boyer.

Holmes tem uma preocupação concreta: que a falta de engajamento provoque novos retrocessos na não proliferação de armas. “Me preocupo com o fato de a minha geração não se importar com isso, porque o Congresso só age quando acha que as pessoas acompanham um assunto”, diz ele.

Dois anos mais velho, o economista Cameron Harwick, que mora no Estado de Nova York, discorda. Segundo ele, o benefício de ter armas nucleares é maior do que o risco. “Sou bastante grato pelos benefícios de ter as armas e a sua ameaça, que são maiores do que o risco de que elas sejam usadas. Antigamente, a única coisa que faria dois países não entrarem em guerra seria a distância, que não importa mais. Hoje temos mísseis, drones, aviões. Se esperaria mais guerras, mas é uma era de extrema paz” diz Harwick.

Impressão contrária

John Mueller, pesquisador do Cato Institute e da Ohio State University, ainda vê muito alarmismo nas preocupações atuais. “As pessoas continuam preocupadas com armas nucleares e não acho que deveriam estar. É mais baixa (a preocupação) do que era nos anos 1980, quando o medo de uma guerra nuclear era a maior preocupação da sociedade”, afirma ele.

“Há 75 anos as pessoas falam sobre isso e dizem que é necessário controlar essas armas, e nada aconteceu. O problema é que as pessoas ficam falando e se aterrorizando sobre isso”, completa o pesquisador. Em artigo publicado na revista Foreign Policy, Mueller defende que “compreender o impacto real” das armas nucleares e seu contexto permitirá a formuladores de políticas “ver as questões nucleares” de outra maneira. “Isso significaria trabalhar com a Coreia do Norte para estabelecer uma condição normal na região e se preocupar em reduzir suas capacidades nucleares posteriormente”, afirma.

Para Strobe Talbott e Maggie Tennis, do instituto de pesquisa Brookings, à medida que o governo de Donald Trump aumenta investimentos em armamentos para fazer frente ao que considera ameaças vindas da Rússia ou da China, também contribui para “corroer” um sistema de restrições e limitações. “As políticas de Trump prejudicaram os acordos de controle de armas e de não proliferação que regulam essas ameaças”, afirmam.

Rotina de treinamentos

A propaganda americana nos primeiros anos da Guerra Fria tinha uma missão cívica: convocar os cidadãos para treinos obrigatórios de corrida a abrigos em caso de ataque nuclear. O temor deveria ser suficiente para engajar a sociedade, mas não a ponto de fazer os americanos concluírem que não estavam a salvo em caso de uma explosão atômica.

A rotina de exercícios e construção de abrigos se espalhou pelos EUA, mas foi mais intensa em algumas cidades. Uma delas foi Washington, que deveria ser o símbolo nacional de preparação para um ataque nuclear e de um plano para que servidores federais continuassem trabalhando, mesmo no cenário mais adverso.

“Washington deveria ter o melhor programa, para servir de exemplo para as outras cidades”, afirma David Krugler, historiador e autor do livro This is only a Test: How Washington D.C. Prepared for Nuclear War (“Isso é apenas um teste: como Washington D.C. se preparou para a guerra nuclear”, em tradução livre). “Especialmente durante o governo de (Dwight) Eisenhower esses planos incluíam estabelecer locais remotos próximos da capital, mas fora do alcance de uma explosão, para que servidores federais continuassem trabalhando. E, por último, havia o sentimento de que se Washington estivesse preparada seria um sinal de que toda a nação estava preparada. Então, era útil promover Washington como local de defesa civil”, afirma Krugler.

Os planos de retirada eram mais do que uma preparação real, eram uma gestão de imagem. Em 1955, o governo americano chegou a simular um plano de retirada simultânea em 61 cidades. A primeira etapa da preparação foi por incentivo para que os cidadãos aprendessem a lidar com remédios e atuar como enfermeiros, no caso de ataque. Depois, começaram os treinamentos obrigatórios.

“É importante lembrar que nos locais onde as pessoas treinavam, em Washington ou Nova York, não havia chance de sobreviver a um ataque nuclear da União Soviética. Mas as pessoas eram convocadas a fazer esse tipo de treinamento”, explica o historiador.

Em Washington, havia simulação para civis e outra para servidores do governo, que treinavam a ida a abrigos. “Era uma forma de mostrar que o governo estava preparado para uma guerra, ainda que não desejasse que isso acontecesse. A ideia era a de que, se a União Soviética soubesse que estávamos preparados, poderia se tornar menos propensa a atacar”, diz Krugler.

Para ele, Eisenhower sabia das falhas nos planos de proteção da sociedade civil. “Por isso ele escreveu o quão assustadora a possibilidade de uma guerra nuclear era, que a única forma de sobreviver era nunca se envolver em uma.”

No início dos anos 60, espalhou-se nos EUA a ideia de abrigos contra os efeitos radioativos. “Tenho certeza de que nenhuma cidade nos EUA manteve o programa de abrigos depois dos anos 70” afirma. Parte dos locais, com mantimentos para que famílias fossem capazes de permanecer por algum tempo, sobrevivem até hoje, abandonados. Embaixo de uma escola no bairro de Adams Morgan, em Washington, um abrigo permanece intacto, ao fim de um longo corredor de concreto, no porão do prédio. “É tão difícil chegar até ele que os mantimentos foram deixados lá”, afirma o pesquisador.

Agência Estado

IEMG recebe a visita da equipe ECOS


A equipe do Instituto de Educação de Minas Gerias (IEMG), recebeu os representantes do Movimento Ecos para tratar assuntos e abordagens do projeto na escola. A equipe é orientada pela professora Marília da disciplina de Biologia e com o acompanhamento da supervisora Ângela.

A equipe, composta de alunos de 2º e 3º do ensino médio, pretendem inserir práticas em Educação Ambiental, sendo energia e água, e iniciar práticas de reciclagem e reaproveitamento dos resíduos sólidos, inclusive o papel.

Devido à expressão que a escola possui na educação mineira, a equipe está firmando convênios e parcerias para desempenhar e estruturar o projeto, tal como a parceria com empresas em busca de recursos. Uma dessas buscas é de revigorar todo a estrutura elétrica, na tentativa de minimizar os custos de energia, a revisão do material como torneiras, descargas e monitorar o cotidiano da escola, a fim de diminuir gastos e custos.

“O Instituto é berço acadêmico da escola pública e regular de Minas Gerais, essa iniciativa sobre reaproveitamento e redução no projeto será exemplar, para que multiplique as idéias que buscam a conscientização ambiental e que iniciativas como essa possam servir de exemplo para multiplicar novas mentalidades que possam somar no plano de uma Educação Ambiental habitual para todos”, afirma o professor Elmo Júlio, educador e analista ambiental.

Publicado em: ECOS