Uso de agrotóxicos no Brasil


Não existe país economicamente desenvolvido que possua uma população doente, rios poluídos e terras estéreis (Divulgação/Idec/CFN)

Andressa Souza Oliveira*

Uma das notícias que mais repercutiu no último mês foi o registro, e consequente permissão, para uso de mais 63 agrotóxicos, além dos já permitidos no Brasil. O número causou impacto nas manchetes não só por ser maior do que os do mesmo período do ano passado, mas principalmente por ter se dado em virtude de desburocratização do processo de registro, que só tende a aumentar.

Apesar de serem dotados de princípios ativos tóxicos à saúde e ao meio ambiente, a utilização desses produtos é social e legalmente aceita. As justificativas mundiais para seu uso vêm sempre atreladas à necessidade de maior produção de alimentos para atender ao crescimento populacional. Inclusive, recentemente, durante o Fórum Global para Alimentação e Agricultura, representantes da ONU informaram que se o ritmo atual de consumo e progressão populacional se mantiverem, em 2050 será preciso que a produção de alimentos cresça, no mínimo, em 60%.

Nesse contexto, os agrotóxicos sempre aparecem como solução possível devido à promessa de aumento da produtividade com baixo custo. Contudo, é importante salientar que a quantidade de alimentos produzida no mundo hoje é suficiente para que toda a população mundial se alimente e, ainda assim, cerca 820 milhões de pessoas vivenciam a fome. Desse modo, conclui-se que a diminuição da fome e a produção de alimentos não possuem nexo causal direto.

Todavia os dados que realmente deveriam chamar nossa atenção referem-se à força econômica do agronegócio. Atualmente o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos no mundo e o agronegócio é responsável por cerca de 21,6% do PIB. Tendo em vista a grave recessão econômica em que o país se encontra, o agronegócio é um campo promissor para os investimentos, pois mesmo em momentos de recessão há alta demanda devido à sua essencialidade.

As liberações em tela não são de mera casualidade. Um dos objetivos centrais do novo governo é o reaquecimento da economia e o agronegócio é um dos meios escolhidos para tal feito.

Entretanto devemos analisar de maneira realista se esse caminho é realmente o mais interessante para a saída da crise atual. Existem centenas de estudos científicos que apontam o rastro de destruição deixado pelos agrotóxicos. Já restou comprovado que, com o passar do tempo, os reagentes tóxicos afetam a produtividade do solo, contaminam os lençóis freáticos e rios adjacentes, contribuem para poluição atmosférica e afetam significativamente a saúde da população.

Ao colocarmos na balança todos os gastos estatais futuros que deverão ser redirecionados para a despoluição das águas, restauração do solo e saúde pública, a operação já não parece tão vantajosa. Não existe país economicamente desenvolvido que possua uma população doente, rios poluídos e terras estéreis. Ademais, existem alternativas para o aumento da produção agrícola com diminuição dos agrotóxicos, contudo elas não possuem o devido investimento ou atenção do Estado.

Dado o exposto, é preciso que sejam sopesados os lucros imediatos e os custos a longo prazo, principalmente considerando o objetivo do Estado, proporcionar vida digna aos seus cidadãos.

*Bacharel em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara. Cursando pós-graduação em Advocacia Criminal. Estagiária de pós-graduação na Vara de Inquéritos do TJMG. Membro do grupo de pesquisa CEBID (Centro de Estudos em Biodireito) da Escola Superior Dom Helder Câmara.

Derretimento de permafrost ameaça plano de resgate climático, diz estudo


O metano e o CO2 retidos nos resíduos congelados da Rússia, Canadá e norte da Europa são equivalentes a 15 anos de emissões provocadas pelo homem (AFP)

As metas globais que visam afastar o aquecimento planetário descontrolado poderiam ser ultrapassadas antes do esperado, conforme os gases liberados pelo derretimento do permafrost ameaçam minar os esforços humanos para evitar o desastre climático, alertaram especialistas nesta segunda-feira.

Sob o atual plano de resgate, delineado no tratado climático de Paris de 2015, os países concordaram em limitar o aumento da temperatura global abaixo de dois graus Celsius e, se possível, de 1,5ºC.

Esse curso de ação pressupõe que lidar com os gases de efeito estufa produzidos pelo homem – seja desacelerando suas emissões ou removendo-as da atmosfera – será suficiente para controlar o aquecimento global.

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10% das barragens de rejeitos de mineração já tiveram problemas


Área em que barragem de rejeitos da Vale se rompeu em Brumadinho (MG) (Reuters)

Uma investigação global sobre como mineradoras armazenam bilhões de toneladas de rejeitos em enormes barragens, iniciada após o colapso de uma delas matar centenas de pessoas no Brasil, mostrou que cerca de um décimo dessas estruturas já apresentou problemas de estabilidade, disseram investidores.

A pesquisa foi liderada pela Igreja da Inglaterra (CoE, na sigla em inglês) e por gestores de fundos após o rompimento de uma barragem da Vale em janeiro liberar uma avalanche de rejeitos em Brumadinho (MG), matando mais de 250 pessoas.

A análise dos investidores, que chegou à conclusão de que ao menos 166 barragens tiveram problemas de estabilidade no passado, dependeu de divulgações das próprias empresas sobre suas barragens de rejeitos.

No entanto, menos da metade das 726 empresas contatadas responderam, sendo que boa parte das companhias que não forneceram informações são chinesas e indianas, o que deixou uma lacuna significativa nos esforços para que fosse criado um panorama global de riscos de segurança dessas barragens e que um novo desastre fosse prevenido.

“As barragens de rejeitos estão entre as maiores estruturas de engenharia do mundo, e já vimos as consequências catastróficas de um colapso no início deste ano no Brasil”, disse Adam Matthews, diretor de ética do CoE Pensions Board, investidor global com mais de 3 bilhões de dólares em ativos.

“Observamos que muitas empresas já operam com um padrão elevado, conforme evidenciado por algumas das informações divulgadas, mas isso não é algo universal no setor, e as barragens podem continuar apresentando falhas e colocando vidas e o meio ambiente em risco.”

As barragens de rejeitos são o método mais comum de descarte de resíduos por mineradores, estejam elas extraindo minério de ferro, ouro ou cobre. Algumas possuem dezenas de metros de altura e se estendem por diversos quilômetros.

Reuters

Mortes relacionadas ao calor devem aumentar com o aumento da temperatura global


Foto: EBC

Modelos mostram que a implementação do Acordo de Paris é fundamental para evitar um grande aumento nas mortes relacionadas à temperatura

A reportagem foi publicada por EcoDebate, 14-09-2018.

O mundo precisa manter sob controle a temperatura global cumprindo as metas estabelecidas no Acordo de Paris, ou mais pessoas podem morrer por causa de temperaturas extremas, dizem autores de um novo estudo na seção de cartas da revista Climatic Change, da Springer.

Acordo de Paris, adotado em 2015 sob os auspícios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), vincula as nações a manter um aquecimento bem abaixo de 2 graus Celsius (° C) na temperatura média global, em relação aos níveis pré-industriais. Também insta os países a fazer esforços adicionais para limitar o aquecimento a 1,5 ° C.

Liderado por pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), este é o primeiro estudo que avalia impactos na saúderelacionados à temperatura global em cenários consistentes com o Acordo. Os pesquisadores avaliaram os impactos de mortalidade projetados para uma série de aumentos de temperatura, compatíveis com os limiares estabelecidos em Paris (1,5 ° C e 2 ° C) ou mais (3 ° C e 4 ° C). Essas projeções levaram em conta como um aumento nas mortes relacionadas ao calor pode ser compensado por uma diminuição nas mortes devido ao frio, à medida que as temperaturas globais sobem.

O escopo do estudo permitiu comparações globais em várias áreas do mundo. A equipe da LSHTM primeiro analisou dados históricos sobre mortes relacionadas à temperatura de 451 locais em 23 países com diferentes condições socioeconômicas e climáticas. Eles então projetaram mudanças na mortalidade sob cenários climáticosconsistentes com os vários aumentos na temperatura global, enquanto mantinham distribuições demográficas e riscos para a saúde da temperatura constantes.

Os resultados indicaram aumentos dramáticos de mortes relacionadas ao calor sob aquecimento extremo (3 ° C e 4 ° C) em comparação com o limiar mais leve (1,5 ° C), com excesso adicional de mortalidade variando de +0,73% a +8,86% em todos regiões. A diferença líquida permaneceu positiva e alta na maioria das áreas, mesmo quando as potenciais diminuições nas mortes relacionadas ao frio foram consideradas.

A imagem foi mais complexa ao comparar 2 ° C contra 1,5 ° C de aquecimento. Um aumento líquido nas mortes ainda era projetado para regiões mais quentes, como a América do SulEuropa do Sul e Sudeste Asiático (com mudanças que variavam de 0,19% a + 0,72%), enquanto nas regiões mais frias o excesso de mortalidade era previsto ficar estável ou cair um pouco.

Os resultados apoiam a avaliação de um próximo Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, agendado para aprovação em outubro, que avalia os riscos para a saúde associados a 1,5 ° C e 2 ° C de aquecimento.

“Nossas projeções sugerem que grandes aumentos nas mortes relacionadas à temperatura poderiam ser limitados na maioria das regiões se o aquecimento fosse mantido abaixo de 2 ° C”, explica Ana Maria Vicedo-Cabrera, a primeira autora do estudo. “Sob mudanças extremas no clima, grandes partes do mundo poderiam experimentar um aumento dramático no excesso de mortalidade devido ao calor. Isso não seria balanceado por reduções nas mortes relacionadas ao frio. Esforços para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 ° C poderia fornecer benefícios adicionais em regiões tropicais ou áridas, incluindo os países mais populosos e muitas vezes mais pobres. ”

Antonio Gasparrini, co-autor do estudo, diz: “Esperamos que os resultados ajudem a convencer as nações a tomarem medidas decisivas implementando políticas climáticas ambiciosas, consistentes com o Acordo de Paris, em um esforço para salvar vidas. Atualmente, estamos em uma trajetória para alcançar mais de 3 ° C de aquecimento, e se esta tendência continuar, haverá sérias consequências para a saúde em muitas partes do mundo “.

Referência:

Vicedo-Cabrera, A. M. et al (2018). Temperature-mortality impacts under and beyond Paris Agreement climate change scenarios, Climatic Change Letters

DOI: 10.1007/s10584-018-2274-3

http://dx.doi.org/10.1007/s10584-018-2274-3

IHU

Fitorremediação, uma alternativa limpa para a agricultura


O país é rico em biodiversidade e tem potencial para fazer desta prerrogativa um negócio sustentável. (Freepik)

Gisele Albuquerque Morais*

As últimas notícias de liberação do uso de vários agrotóxicos vêm esquentando a opinião do público brasileiro. Em 2019, já foram 325 tipos deste produto aceitos para utilização na agricultura, e ainda há mais de 2 mil na fila para avaliação.

A maioria deles já estava em uso no Brasil, mas as novas análises são relativas às suas fórmulas genéricas. Os demais são inéditos e, dentre eles, alguns proibidos em países europeus e nos Estados Unidos.

Este movimento de liberação de agrotóxicos nos últimos meses resulta, segundo o atual governo, de um trabalho mais eficaz e célere em comparação às gestões passadas. O governo ainda justifica que um maior número de agrotóxicos no mercado fomenta a concorrência, reduzindo os seus valores e evitando o uso de produtos falsificados.

Em meio a essas novas autorizações, a ANVISA divulgou Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 294, em 29 de julho de 2019. Tal Resolução contém flexibilização nas classificações das respectivas toxicidades, acompanhando o modelo adotado por mais de cinquenta países do mundo, inclusive europeus. Anteriormente, os produtos tinham quatro classificações. Com a RDC 294, são adotados mais dois critérios de classificação de toxicidade.

Por outro lado, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, no último 15 de agosto, emitiu a Recomendação nº 15, em que pede mais cautela nos processos avaliativos de classificação da toxicidade e de liberação dos agrotóxicos.

Toda essa movimentação em relação às normas que regulamentam os produtos é derivada da preocupação com o meio ambiente e a saúde humana.

Pode-se dizer que os agrotóxicos são agrupamentos de vários produtos utilizados na agricultura para o seu fomento, tais como herbicidas, pesticidas e fungicidas. Muitas vezes, os produtos conseguem “sair da natureza” através de atividades biodegradativas naturais. Entretanto, as áreas que ficam mais poluídas necessitam de estimulantes para que a toxicidade emanada dos agrotóxicos seja eliminada.

Uma alternativa que vem ganhando força no mundo, embora não seja tão recente, é a biorremediação, em especial a fitorremediação, que é a remediação de solos contaminados por meio de vegetais.

Trata-se de tecnologias biológicas para estimular a degradação dos poluentes ou, até mesmo, absorvê-los. Suas maiores vantagens são a maneira menos ofensiva que se relacionam com o meio ambiente e o baixo custo para sua aplicação.

A legislação superior brasileira ainda não trata tais biotecnologias como uma solução limpa e, por isso, também não lhe concedem a importância devida no desempenho das atividades de degradação de poluentes. Há, no entanto, a Resolução CONAMA 463, que dispôs sobre o controle ambiental de produtos destinados à remediação.

A China, por outro lado, tem realizado grandes investimentos na pesquisa de fitorremediadores, objetivando a busca por alternativas para seus solos contaminados em decorrência das intensas atividades industriais.

O Brasil não pode ficar para trás em relação a essa técnica promissora, limpa e eficaz, na recuperação dos solos, principalmente ante as recentes liberações de agrotóxicos. O país é rico em biodiversidade e tem potencial para fazer desta prerrogativa um negócio sustentável.

*Mestranda em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na Escola Superior Dom Helder Câmara; Advogada.

O MOVIMENTO ECOS não para! E continua sem fadiga nas escolas de Belo Horizonte


O desenvolvimento sustentável, como ideologia ambiental, é o combustível que alimenta essas ações. Mas um combustível que produz a energia para esse movimento humano, não permite o desperdício de refugos no ambiente. Ao contrário, tem sido elemento indispensável nas escolas como instrumento agregador de servidores, professores e alunos.

Na Escola Estadual Coração Eucarístico foi celebrada uma reunião com o objetivo de planejar ações. os alunos demonstram-se engajados com o projeto e publicaram diversas fotos dos resultados colhidos tanto na horta horizontal e na suspensa quanto no EcoPonto, que visa a atividade de coleta seletiva. Além disso, foi criado um Instagram exclusivamente destinado à divulgação do projeto (@projetoecoscoreu), no qual mensagens de incentivo e conscientização também são publicadas. O projeto ecos se ramificou nas redes.

Escola Presidente Dutra juntos de seus alunos e professores estão articulando a participação no Concurso Garota Ecos. A aluna Eunice é quem representará a escola. O desenvolvimento da horta continua a todo vapor: os alunos agora estão pintando um quadro para unir Design e Sustentabilidade em um mesmo ideal. A prática da conscientização ecológica se torna permanente e cada vez mais a liderança dos alunos do movimento Ecos é reconhecida dentro e fora da escola. Após perceberem que a realização de praticas sustentáveis é a chave para o nosso futuro, houve um maior envolvimento dos alunos, funcionários e professores, assim foi possível a realização de diversas tarefas na escola, como, a redução de energia, redução de água, criação de uma horta. Com a ajuda de todos, mostrou que mais pessoas se unindo em um mesmo objetivo o resultado pode ser obtido de forma mais rápida e eficaz. Além disso, a realização do projeto ECOS na escola não garante apenas um ambiente mais agradável, como também a formação de pessoas mais conscientes com   relação ao nosso futuro.

O uso da internet como meio de comunicação e divulgação tem sido uma excelente ferramenta. Inspirados nessa ideia, os alunos do terceiro ano da Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira criaram uma página no Instagram – rede social para compartilhamento de fotos e vídeos -, com o propósito de divulgarem os projetos que estão sendo feitos na escola.

Já que o acesso à internet se tornou algo tão comum a todos, vamos fazer disso uma forma de conscientização geral, uma vez que um simples post pode se espalhar para milhões de pessoas em segundos. Se tratando do quesito divulgação, a internet é uma ótima aliada às ideias sustentáveis.

Na Escola Estadual Professor Guilherme Azevedo Lage duas oficinas foram efetivadas esse mês: A primeira sobre cultivo e plantio, na qual foi ofertada pela professora representante Márcia, que ensinou os alunos a identificar cada tipo de planta, como cultivar, como ocupar menos espaço e concluiu fazendo uma dinâmica com os participantes, fazendo com que se dividissem em vários grupos para realizar uma tarefa de plantar varias mudas.

A segunda oficina foi ofertada pela professora Valeria de artes que mostrou todo seu conhecimento e ensinou os alunos a utilizar o papel mais de uma vez, dando uma segunda utilidade e a maneira correta de reciclar.

Com estas oficinas a escola conseguiu muito material, na qual será vendido e o dinheiro será investido no projeto, além disso, com a oficina o projeto dentro da escola se tornou mais popular.

Alunos e servidores da Escola Estadual José Bonifácio começam o segundo semestre de 2018 reutilizando pingentes de bijuterias estragadas para economizar água. Os pingentes exercem a função dos aeradores e ao diminuir a vazão, se gasta menos água.

Juntos, somos hoje muitos, que temos a convicção e consciência de que o mundo melhor está nas nossas mãos, Juntos Podemos! E podemos mesmo.

ECOS

Movimento EcoDom realiza último encontro de formação com bolsistas


Após um ano de muito empenho e dedicação, está chegando a hora de encerrar os trabalhos com a Caminhada Ecológica 2019. E, para que saia tudo bem, o movimento conta com a colaboração dos bolsistas junto às escolas parceiras. Nos dias 4 e 5 de novembro, foram realizados os últimos encontros de formação deste ano, especificamente para deliberações sobre a caminhada.

Os encontros contaram com a presença dos nucleadores, cada um no seu dia, e de um convidado especial: Marco Piquini, responsável pela comunicação externa do EcoDom. O convidado levou algumas palavras de motivação aos bolsistas, que muito têm a aprender com o trabalho realizado no projeto.

Vale lembrar que o bolsista, aluno da Dom Helder Escola de Direito ou Escola de Engenharia de Minas Gerais (EMGE), é a peça-chave que liga o movimento às escolas. É com a colaboração deles que as equipes conseguem elaborar seus trabalhos, tarefas e atividades relacionadas ao EcoDom. Sem a presença destes alunos nas escolas, com certeza o projeto não seria o mesmo.

É por este motivo que a última formação foi dedicada à capacitação dos bolsistas para com a caminhada. Eles devem estar informados e preparados para ajudar as escolas antes, durante e depois do evento, não os deixando na mão. Dessa maneira, repassar informações e realizar os itens necessários para a participação da escola na caminhada é essencial. (Veja o edital e a tarefa da Caminhada Ecológica na plataforma do Movimento EcoDom).

Além disso, a participação efetiva do bolsista no projeto garante a ele a permanência da sua bolsa de estudos na Dom Helder e EMGE, bem como um grande aprendizado sobre a relação com o outro, uma vez que nos dias de hoje, cada vez mais automatizado, as relações humanas estão sendo um diferencial.

Portanto, após muito trabalho, o Movimento EcoDom agradece a colaboração dos bolsistas e deseja que todos permaneçam no projeto em 2020. A Caminhada Ecológica encerra o ano premiando todos que se destacaram no movimento com ajuda destes estudantes.

A caminhada acontece no dia 22 de novembro, às 9h, com concentração a partir das 7h30 na Praça Raul Soares. O cortejo sairá da praça e irá percorrer a Av. Olegário Maciel até a Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde acontecerão as finais do Projeto Socioambiental, Pegada Ambiental, Concurso de Fotografia Garota e Garoto EcoDom e Festival de Dança EcoDom.

Bárbara Teixeira – Equipe EcoDom

Como ruralistas e grandes corporações estão destruindo a Amazônia


Foto: Ministério do Meio Ambiente

Relatório da Amazon Watch revela como os políticos brasileiros lucram com seus negócios próprios ao aprovarem retrocessos ambientais no Congresso.

A reportagem é publicada por Amazônia.org, 13-09-2018.

Um relatório lançado esta semana pela organização Amazon Watch revela a atuação de alguns dos principais políticos brasileiros por trás da destruição da Floresta Amazônica e expõe as entidades corporativas e financeiras globais que os apoiam.

No documento “Cumplicidade na Destruição: como consumidores e financiadores do (hemisfério) Norte sustentam o ataque à Amazônia brasileira e seus povos” a ONGmostra as cadeias comerciais que beneficiam seis políticos membros da bancada ruralistaNelson MarquezelliAlfredo KaeferAdilton SachettiJorge AmanajásSidney Rosa e Dilceu Sperafico. Todos, com exceção de Sperafico, tentam a reeleição este ano.

Os seis foram escolhidos por seu histórico de corrupção e retrocessos no campo dos direitos trabalhistas, indígenas e ambientais, além de suas ligações com grandes empresas americanas e europeias. São fieis defensores das políticas ruralistas que promovem o desmatamento da Amazônia, reduzem as proteções ambientais e minam os direitos dos povos indígenas do Brasil, beneficiando, ao mesmo tempo, seus próprios negócios.

Adilton Sachetti, deputado e candidato a senador pelo Mato Grosso, por exemplo, se moveu para retirar direitos indígenas de acesso à terra da Constituição, enquanto sua produção de soja e algodão depende de laços estreitos com a família do “rei da soja” Blairo Maggi, que se tornou ministro da Agricultura. Outro exemplo é o paulista produtor de laranjas Nelson Marquezelli que, por sua vez, pressionou para reduzir as proteções florestais e tem sido ligado a práticas de trabalho escravo, enquanto fornece indiretamente a gigantes da indústria de bebidas como a Coca-Cola e a Schweppes.

“Conduzimos este projeto de pesquisa inovador para chamar a atenção para a agenda destrutiva dos ruralistas e fornecer novas e eficazes formas de influenciar seu comportamento imprudente, focando nas relações econômicas globais que os sustentam”, diz Christian Poirier, da Amazon Watch. “Enquanto nossos parceiros brasileiros resistem ao ataque brutal contra a Amazônia e seus povos, liderado pela bancada ruralista, nos solidarizamos oferecendo ferramentas para apoiar seus esforços críticos”, complementa.

“Nós, povos indígenas, sabemos que grandes bancos e empresas de fora do Brasil, incluindo holandeses e chineses, estão apoiando os ruralistas em seus esforços para destruir comunidades indígenas e tradicionais e nossas florestas e rios”, disse Alessandra Korap Munduruku, coordenadora da associação indígena Pariri. “Eles vêem as árvores e a água como dinheiro, mas é nosso lar – não temos outro jeito de viver. Nós, e toda a humanidade, dependemos da Amazônia e temos a responsabilidade de defendê-la.”

“Como o governo brasileiro e os líderes políticos ruralistas promovem os interesses econômicos acima de tudo, os mercados internacionais e os consumidores globais têm um papel fundamental a desempenhar”, declara Tica Minami, coordenadora da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “Cidadãos de todo o mundo podem deixar claro que não aceitam mais consumir produtos contaminados com destruição de florestas e abusos de direitos, comprometendo assim a reputação global dos interesses do agronegócio brasileiro”.

Veja o relatório aqui (em inglês).

IHU

Bolsonaro irá atuar ao lado de garimpeiros ilegais para proteger maquinário do Ibama


O presidente Bolsonaro (PSL) já havia prometido impedir a queima e destruição de máquinas encontradas nas fiscalizações (Ibama)

O presidente Jair Bolsonaro prometeu a garimpeiros que irá atuar para impedir a queima de maquinário ilegal apreendido em ações de fiscalização. “A gente acerta isso aí. Já dei a dica para vocês. Se entrou (a máquina), sai”, disse o presidente, em frente ao Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (5).

Bolsonaro ainda questionou o grupo: “Quem é o cara do Ibama que está fazendo isso no Estado lá?”. Os garimpeiros responderam que um delegado federal de Redenção, no Pará, seria o responsável. “Se me derem as informações, tenho como…”, disse Bolsonaro, sem completar a frase.

O presidente afirmou que voltaria a tratar sobre o garimpo com seus ministros nesta terça (5). “Hoje vou conversar de novo (sobre a queima de maquinário). Se a máquina chegou lá, ela sai” disse. Bolsonaro pediu para ser avisado sobre o horário em que os garimpeiros teriam reunião no Palácio do Planalto para que pudesse participar. O grupo seria recebido pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante a tarde.

Em frente à residência oficial do presidente, os garimpeiros cobraram Bolsonaro sobre a atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Não precisamos de um ativista no Meio Ambiente, precisamos de um ministro. Essa é a situação”, disse o presidente da Federação Brasileira da Mineração (Febram), Gilson Fernandes.

O presidente da Febram mencionou a Bolsonaro que Salles exonerou em setembro, o superintendente regional do Ibama no Pará, o coronel da Polícia Militar Evandro Cunha dos Santos, que havia criticado a destruição de maquinários apreendidos. “Só porque ele falou numa reunião, repetiu o que o senhor falou, que não permitiria mais tocar fogo, simplesmente foi exonerado”, disse Fernandes.

Legislação

Bolsonaro disse aos garimpeiros que a legislação sobre o setor foi feita “para complicar a vida de vocês, para ajudar as grandes mineradoras”. Segundo o presidente, há conversa com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para retirar da Agência Nacional de Mineração (ANM) o poder de definir permissões de lavras de garimpo. “Passaram para a agência a atribuições de lavra de terra. Temos de tirar da agência”, disse Bolsonaro.

“Minha preocupação está sendo esse negócio de orçamento. Pegaram a legislação que trata da lavra de garimpeiro e jogaram para a agência de mineração. Mas dá para voltar ao ministério. Conversei com ministro Bento hoje. Voltar, para nós decidirmos. Se deixar do lado de lá, a gente não sabe, complica”, declarou o presidente.

Promessa antiga

O presidente Bolsonaro PSL já havia prometido impedir a queima e destruição de máquinas encontradas nas fiscalizações. Em abril, o presidente afirmou, em vídeo divulgado na internet, que tinha determinado a proibição de queima de veículos usados na exploração ilegal de madeira. Em viagem a Macapá, ele atendeu a um pedido do senador Marcos Rogério (DEM-RO) para desautorizar o trabalho de fiscais que destruíram caminhões e tratores apreendidos em operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Agência Estado

Dia Mundial da Limpeza marcado por ato na Lagoa da Pampulha


Na manhã do último sábado (15), o movimento ECOS, todos os alunos, professores, coordenadores e diretores participantes do Projeto Socioambiental 2018, além dos estudantes da Dom Helder Escola de Direito e da Escola de Engenharia de Minas Gerais (EMGE), participaram de uma ação ambiental.

A proposta da ação foi a de limpar a Orla da Lagoa da Pampulha, patrimônio de Belo Horizonte, como forma de conscientização do dia e sustentabilidade.

O coordenador do Movimento Ecos, Francisco Haas, salientou a importância de trazer o movimento mundial da limpeza à Belo Horizonte: “A adesão do Movimento Ecos ao Dia Mundial da Limpeza é um ato simbólico de juntos podermos mudar a nossa postura em relação ao convívio mais sustentável entre o homem e a natureza – viver equilibradamente para que as gerações futuras tenham um planeta viável”.

De acordo com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), são recolhidos entre cinco e seis toneladas de lixo por dia no local. Nos finais de semana, o número pode chegar a 10 toneladas.

O professor Francisco iniciou o evento com sua palavra: “Nos reunimos hoje para fazermos o grande ato de um ambiente equilibrado, sustentável e limpo.”

Em seguida, Carolina, organizadora do movimento mundial da limpeza, ficou com as considerações: “Muito obrigada pela presença de vocês, estou extremamente emocionada e muito feliz. Vamos nos unir, vamos compartilhar esse movimento, as informações, a necessidade de passar para a população sobre a grande importância da reciclagem. Precisamos preservar o meio ambiente”.

Carolina ainda criou um grito de guerra e os participantes, empolgados, entoaram junto: “Lixo no chão? Não!”.

O professor José Cláudio prosseguiu com as suas considerações: “Esta é uma experiência maravilhosa que estamos vivendo, de demonstrar para toda a população a importância desse ato. A reflexão que precisamos fazer é de que o lixo que está no chão é responsabilidade de todos nós”.

Participantes do projeto ECOS, alunos da Escola Madre Carmelita, moradores da Lagoa e componentes do movimento mundial da limpeza começaram o ato na orla da Lagoa, e, em poucos minutos, entulhos e mais entulhos de lixo haviam sido coletados.

Ao final do evento, a pesagem apontou que mais de 200 Kg de lixo haviam sido coletados em menos de uma hora.

O ato instituiu mais uma data importantíssima para o meio ambiente e para o movimento ECOS.

ECOS