Por que os investimentos verdes no Brasil desabaram em 2013?


Por Vanessa Barbosa – Exame

Se 2013 não foi lá um ano excepcional de investimentos em tecnologias limpas no mundo, quando se coloca a lupa sobre o Brasil, a derrocada é patente. O investimento caiu pela metade, bem abaixo da queda média mundial de 11%.

No ano passado, o país investiu US$ 3.4 bilhões em fontes renováveis e sistemas inteligentes de energia, ante uma contribuição de US$ 7.1 bilhões em 2012. Os dados são da empresa de pesquisa Bloomberg New Energy Finance (Bnef).

Tempo fechou: em 2012, foram contratados apenas 289 MW, uma queda de 90% em relação a 2011. Foto: Divulgação/SXC/EcoIn.

Tempo fechou: em 2012, foram contratados apenas 289 MW, uma queda de 90% em relação a 2011. Foto: Divulgação/SXC/EcoIn.

Pibinho e ventos fracos 

Para especialistas, a baixa contribuição brasileira é reflexo da situação econômica do país no ano anterior e dos negócios acordados no período. Um ano que foi especialmente ruim para a eólica, como lembra Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). “Em 2012, foram contratados apenas 289 MW, uma queda de 90% em relação ao volume contratado no anterior e o menor desde 2009”, explicou a executiva à EXAME.com.

O baixo crescimento do PIB naquele ano, que foi de 0,9% – o pior desempenho desde o pico da crise, em 2009, quando encolheu 0,3% – também gerou um “pessimismo no investidor”, que recuou nas aplicações de capital.

Outra fator que ajudou a achatar os números do país, segundo Élbia, foi a Medida Provisória 579, que trata das renovações das concessões de geração, transmissão e distribuição do setor elétrico. “Gerou mal estar no mercado e mexeu com o espirito dos investidores”, disse.

Para 2014, as perspectivas são promissoras, reflexo do bom desempenho dos negócios de 2013, considerado fora da curva: a eólica contratou 4.7 GW, superando a contratação recorde de 2011, de 2.7 GW.

América Latina: a nova fronteira 

Desde 2004, o Brasil vinha dominando o mercado de energia limpa na América Latina, respondendo em média por 60% de todos os investimentos na região. Isso mudou em 2013. Chile, México e Uruguai todos investiram mais de US$ 1 bilhão para a energia limpa, conforme o estudo da Bnef.

“Não só a indústria está se consolidando nesses países como tem aumentado as condições favoráveis para expansão de novas fontes. Em outras partes do mundo, o mercado está aturado”, explicou à EXAME.com a analista de pesquisa da Bloomberg New Energy Finance, Lilian Alves.

Depois de viver secas e apagões frequentes, o Uruguai resolveu apostar em energia eólica e solar, como alternativa às termelétricas a diesel e à vulnerabilidade de suas hidroelétricas.

Sem recurso de geração de energia no Norte, o Chile está aproveitando o potencial de insolação da região para atrair projetos grandes de centrais solares.

Enquanto isso, o México possui recursos eólicos de alto aproveitamento e se mostra um mercado tão atraente quanto o Brasil: tem infraestrutura grande e uma alta demanda por energia.

Fonte: EcoInformação

Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade 2013


   O Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade premiará teses de doutorado e dissertações de mestrado que tragam ideias, soluções e processos inovadores para questões como redução do consumo de água e energia, redução de gases do efeito estufa (GEE), aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos e tecnologia socioambiental com ênfase no combate à pobreza. O prêmio se refere às teses e dissertações defendidas no Brasil em 2011 e foi criado a partir de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Vale, firmada durante a conferência Rio +20.

Inscrições

Até dia 29 de novembro de 2013

Premiação

O vencedor do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade de Tese de Doutorado receberá R$ 15 mil e uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral de até três anos em instituição nacional, podendo converter em um ano fora do país em uma instituição de notória excelência na área de conhecimento do premiado. Já o ganhador de Dissertação de Mestrado receberá R$ 10 mil e uma bolsa para realização de doutorado em instituição nacional de até quatro anos. Os orientadores também serão prestigiados, recebendo auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional e internacional, relacionado à área temática da tese. No caso de mestrado, o orientador vai receber R$ 3 mil e o de doutorado, US$ 3 mil.

Mais Informações: http://www.capes.gov.br/36-noticias/6544-divulgada-edicao-2013-do-premio-vale-capes-de-ciencia-e-sustentabilidade

2013 foi marcado por fenômenos extremos e nível recorde do mar


   O ano de 2013, mesmo não sendo o mais quente, foi marcado por fenômenos naturais extremos, como o recente tufão Haiyan nas Filipinas, e um nível recorde do mar constatado em março, anunciou a ONU nesta quarta-feira. Segundo dados provisórios (os definitivos serão publicados em março de 2014) publicados nesta quarta pela Organização Meteorológica Mundial, uma agência especializada da ONU, 2013 está prestes a se tornar um dos dez anos mais quentes desde o início dos registros modernos, em 1850. E de acordo com a ONU, "o nível médio do mar atingiu um novo recorde em março de 2013". Os nove primeiros meses do ano estão, como em 2003, na sétima colocação dos mais quentes. A maioria das regiões experimentou temperaturas acima da média, especialmente Austrália, norte da América do Norte, nordeste da América do Sul, África do Norte e grande parte da Eurásia. O período de janeiro a setembro de 2013 foi mais quente do que o correspondente de 2011 e 2012, quando o fenômeno climático La Niña causou um resfriamento.

"O nível do mar subiu a uma taxa média de 3,2 milímetros por ano (…), perto da taxa de cerca de 3 mm/ano observada durante a década 2001-2010, e o dobro do registrado no século XX, de 1,6 mm/ano", advertem.

   De acordo com o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, "o nível do mar continuará a subir devido ao derretimento das calotas polares e geleiras. Mais de 90% do calor extra gerado pelos gases do efeito estufa é absorvido pelos oceanos que irão continuar a aquecer e expandir durante centenas de anos".

   Mas as emissões de gases do efeito estufa continuam a registrar níveis recordes, condenando o planeta a um futuro mais quente, e não sem risco para a população.

"Embora nós não possamos atribuir diretamente os ciclones tropicais às mudanças climáticas, o aumento dos níveis do mar já torna as populações costeiras mais vulneráveis às tempestades, que teve consequências trágicas no caso das Filipinas", explica Jarraud,referindo-se ao tufão Haiyan.

   Nas Filipinas, o nível do mar subiu a uma taxa média de 12 milímetros, quase quatro vezes mais do que o nível médio em todo o mundo, o que explica em parte a gravidade dos danos causados pelo tufão, diz ele, ressaltando que o desabamento de terras, devido à exploração humana das águas subterrâneas na região, também amplificou o impacto do desastre. A relação entre as alterações climáticas e a frequência de ciclones tropicais ainda está sendo pesquisada, mas especialistas acreditam que o impacto desses fenômenos tende a se agravar. Este aviso coincide com a realização, esta semana na Polônia, da 19ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. De junho a agosto de 2013, uma pressão atmosférica abaixo da média dominou grande parte do Oceano Ártico, o que limitou o transporte de calor do sul e aumentou a nebulosidade, provocando temperaturas mais baixas do que ano passado. Ventos associados contribuíram para uma extensão da cobertura de gelo, que ocupou uma área maior. Além disso, o gelo do mar Ártico se recuperou um pouco após o derretimento dramático e sem precedentes de 2012, mas o seu alcance continua sendo um dos mais baixos já observados e sua taxa de derretimento está se acelerando, de acordo com especialistas . Enquanto isso, pelo segundo ano consecutivo, a extensão das geleiras do mar da Antártida atingiu um novo recorde, com 19,47 milhões de km2 , ou cerca de 30.000 km2 a mais do que o recorde anterior, estabelecido em 2012, e 2,6% mais do que a média para o período 1981-2010 .

   A transformação da circulação atmosférica observada durante os últimos 30 anos, decorrente de alterações em ventos predominantes na Antártida é considerada pelos cientistas como um fator relacionado a este aumento. É, no entanto, possível que outros fatores estejam envolvidos, tais como a alteração da circulação do oceano.

Retirado do site: www.terra.com.br

2013 é sexto ano mais quente da história — e vem mais calor


Temperatura global do ano de 2013 é consistente com a tendência de aquecimento de longo prazo, diz Organização Meteorológica Mundial (OMM)

2013 ficou entre os dez anos mais quentes desde que os registros modernos começaram em 1850, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), nesta quarta-feira (5).

Ao lado de 2007, o ano passado foi considerado o sexto mais quente, com temperatura média da superfície global cerca de 0,50 ° C acima da média de 1961-1990, e 0,03 °C a cima da média registrada entre 2001 e 2010.

Treze dos 14 anos mais quentes já registrados na história ocorreram no século 21. Os recordes são de 2010 e de 2005, com temperaturas globais cerca de 0,55 ° C acima da média, seguido por 1998, marcado por um evento excepcionalmente forte de El Niño.

Os eventos El Niño e La Niña são os principais motores da variabilidade natural do clima. Mas o que causou surpresa na OMM é que, em 2013, nenhum dos dois fenômenos foram registrados.

Século febril

É bom preparar os bisnetos para lidar com o calorão. "A temperatura global para o ano de 2013 é consistente com a tendência de aquecimento de longo prazo", disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

"A taxa de aquecimento não é uniforme, mas a tendência é inegável. Dadas as quantidades recordes de gases de efeito estufa na nossa atmosfera, as temperaturas globais continuarão a subir para as gerações vindouras", disse Jarraud.

"A nossa ação – ou inação – para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm o calor irão moldar o estado do nosso planeta para nossos filhos, netos e bisnetos", disse Jarraud.

A temperatura da superfície é uma das variáveis de tempo e clima mais familiares e consistentemente medidas, e tem conexão direta com as mudanças climáticas a longo prazo. Mas é apenas parte de um quadro muito mais amplo.

Ainda neste mês, a OMM divulgará o Estatuto do Clima em 2013, que trará mais detalhes de temperaturas regionais, precipitação, inundações, secas, ciclones tropicais, a cobertura de gelo e do nível do mar.

Fonte: Exame.com