Encontro em Brasília reúne agricultores familiares, chefes de cozinha e governos


No Ano Internacional da Agricultura Familiar, celebrado pela ONU, governo marca nesta terça-feira (4) os 10 anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) com a presença de especialistas e representantes de governos de cinco países da África e nove da América Latina. Evento, que dura o dia todo, será transmitido ao vivo.

Agricultura familiar em Campina Grande, na Paraíba. Foto: EBC

Agricultura familiar em Campina Grande, na Paraíba. Foto: EBC

No Ano Internacional da Agricultura Familiar, celebrado pela ONU este ano, o governo brasileiro também lembra os 10 anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Um seminário internacional em Brasília reunirá nesta terça-feira, 4 de fevereiro, representantes de organizações internacionais, agricultores, especialistas em segurança alimentar e nutricional. O evento será transmitido ao vivo no site www.paa10anos.com.br

A solenidade de abertura contará com a presença do representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic; da ministra do MDS, Tereza Campello; e do ministro do MDA, Pepe Vargas.

O Seminário Internacional “PAA + Aquisição de Alimentos no Ano Internacional da Agricultura Familiar” discutirá temas como a importância do Programa para a agricultura familiar e para o desenvolvimento local; o impacto na promoção de uma alimentação adequada; e seu papel como referência internacional em políticas públicas.

O Programa serviu de inspiração para o PAA África, que atua em cinco países do continente africano.

O Ano Internacional da Agricultura Familiar tem como objetivo aumentar a visibilidade da agricultura familiar e a agricultura de pequena escala ao centralizar a atenção mundial no importante papel que esses atores têm na luta contra a erradicação da pobreza, na segurança alimentar e na nutrição para melhorar os meios de vida, a gestão de recursos naturais, a proteção do meio ambiente e alcançar o desenvolvimento sustentável, particularmente em zonas rurais.

Intercâmbio de experiências

Representantes de países da América Latina também vão participar do seminário para trocar experiências. Já no dia 5 de fevereiro, eles vão integrar uma comitiva estrangeira que vai visitar uma família de agricultores que mora próximo a Brasília e comercializa a produção para o Programa de Aquisição de Alimentos.

O seminário internacional será realizado pelo MDS em conjunto com os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e das Relações Internacionais (MRE), além do apoio da FAO e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Saiba mais sobre o evento em http://bit.ly/1fU4e2E

Saiba mais sobre o Ano Internacional da Agricultura Familiar em www.fao.org/family-farming-2014/home/pt/

Saiba mais sobre o PAA África em http://paa-africa.org/pt/

Fonte: ONU Brasil

Estamos contribuindo para uma alimentação de qualidade


“Estamos contribuindo para uma alimentação de qualidade”, diz agricultor familiar

O produtor rural Gaspar de Araújo, de 44 anos, deixou de plantar para a subsistência e passou a comercializar para o mercado governamental

Foto: Sergio Amaral/MDSA

Brasília – A assistência técnica e a garantia de venda do mercado governamental deram ao agricultor familiar Gaspar de Araújo, 44 anos, a oportunidade de melhorar sua produção.  No quintal produtivo de alimentos orgânicos, na zona rural de Planaltina (DF), é possível encontrar 15 variedades de verduras e legumes sem agrotóxicos. “Quero produzir e melhorar cada vez mais. Estamos contribuindo para uma alimentação de qualidade”, diz agricultor familiar.

Gaspar de Araújo não está sozinho. Presidente da Associação dos Produtores Rurais Esperança, no assentamento Pequeno Willian, conta com o trabalho de outras 21 famílias, que deixaram de plantar para a subsistência e passaram a comercializar para o mercado governamental. “É muito bom ter me tornado um agricultor familiar. Vivíamos quase mendigando, fazendo ‘bicos’ e, agora, temos a garantia de vender para o governo e na Ceasa [Central de Abastecimento do Distrito Federal]”, afirma.

Localizado a 38 quilômetros de distância de Brasília, o assentamento deu um salto de qualidade graças ao apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), assistência fornecida gratuitamente. “Os técnicos têm nos ajudado bastante. Já ensinaram a trabalhar com orgânicos e têm nos orientando com os quintais produtivos”, explica Gaspar.

E a mudança de vida é comemorada em família. “Consegui financiar, com o dinheiro da minha plantação, um carro usado para passear com a família. Trabalho muito para dar mais qualidade de vida aos meus dois filhos e minha esposa”.

PAA – Gaspar é um dos mais de 95 mil agricultores familiares que fizeram parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em 2015. Somente no ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário investiu R$ 508 milhões no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a previsão em 2016 é de que o valor de investimento continue no mesmo patamar. A Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional quer incluir, neste ano, entre 80 a 90 mil agricultores no programa.

Além das compras governamentais, o governo federal tem o compromisso de comprar, no mínimo, 30% de alimentos da agricultura familiar para abastecer órgãos e instituições públicas. 

“Com esta ação, queremos incentivar o mercado e a produção das famílias. Estamos fazendo um trabalho com as entidades públicas estatuais e municipais para que ampliem a compra da agricultura familiar utilizando a mesma legislação do PAA”, afirma o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDSA, Caio Rocha.

Informações para a imprensa:
Ascom/MDSA
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/area-de-imprensa

Fonte: Ministério do desenvolvimento social e agrário

Cisternas emancipam o agricultor do semiárido


Cisternas emancipam o agricultor do semiárido, afirma Caio Rocha

ACESSO À ÁGUA

Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional visitou famílias beneficiárias no Ceará para avaliar o Programa Cisternas
Foto: Lia de Paula/MDSA

Itapipoca (CE) – Ao visitar quatro famílias de agricultores e uma escola rural em Itapipoca (CE), nesta quarta-feira (13), o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Caio Rocha, ressaltou a necessidade de ampliar e qualificar as ações de acesso à água e renda para os agricultores do semiárido. “A cisterna é a melhor forma de emancipação do agricultor do semiárido. O próximo passo é garantir renda para dar autonomia a esta população”, afirmou. “Nosso objetivo é poder fazer como que o agricultor possa se rentabilizar, queremos ir além de ter água somente para a subsistência”.

A tecnologia social de captação de água da chuva reduziu a distância e possibilitou o armazenamento de água de qualidade para consumo humano. Inácia Patrícia do Nascimento, 37 anos, mora na comunidade rural Jenipapo, e conta das dificuldades antes de receber as cisternas. “Antes, sofríamos muito para ter água em casa. Tínhamos que buscar água com os jumentinhos às quatro da madrugada. Depois que recebemos a cisterna de água para beber, aposentamos o nosso animal”, lembra.

Mãe de cinco filhos – um deles com deficiência –, a agricultora familiar e o marido, Marcos de Souza, 40 anos, receberam também a cisterna de produção com capacidade de armazenar 52 mil litros. Ela também já recebeu assistência técnica do governo federal e R$ 2,4 mil do Programa de Fomento às Atividades Rurais para investir na propriedade. O casal cultiva alimentos e produz animais para consumo e comercialização.

Na ocasião, utilizou o recurso do Fomento para a construção de um galinheiro e para a compra de aves. O projeto deu certo e a agricultora familiar vende a produção na feira agroecológica que ocorre toda semana no município. “Quero investir cada vez mais no meu próprio negócio para um dia não precisar mais do Bolsa Família”, disse. Por mês, a família recebe R$ 166 do programa de transferência de renda, além do Benefício de Prestação Continuada (BPC) por conta da deficiência do filho.

“Quando esses projetos chegaram aqui, eu só tinha um canteiro com cebolinha. Não pensava que hoje já estaria vendendo na feira e plantando até milho. Foi a melhor coisa que aconteceu. Esta água é vida para nós”, afirmou. Por semana, a família consegue faturar entre R$ 100 e R$ 200 com a venda dos produtos e dos animais.

O secretário do MDSA, Caio Rocha, destacou a importância da água na vida dessas famílias do semiárido. “Enquanto o agricultor não tem a cisterna e água potável, ele não tem a sua cidadania completa. É como se não tivesse a sua carteira, o seu passaporte para viver”, completou Rocha.

Sobre o Programa de Fomento às Atividades Rurais, o secretário afirmou que a ação pode ser aprimorada para o fortalecimento da assistência técnica e extensão rural e  ainda para gerar renda ao produtor além da produção de subsistência.

Água e conhecimento para as crianças – Na Escola Rural de Educação Básica José Francisco Soares, a diretora Liliane Sales Albuquerque contou ao secretário que, em média, por dia, as crianças utilizam 200 litros de água e que essa era uma das situações que mais a preocupava sem o auxílio da cisterna. “Novembro e dezembro de 2014 foram meses de muita seca e não tínhamos como abastecer a escola”, lembra.

Além do reservatório de 52 mil litros que está à disposição das crianças, a diretora conta que os alunos também tiveram aulas para evitar desperdícios e colocam em prática rigorosamente. “Alguns pensavam que como é da escola, do governo, poderiam gastar a água à vontade”, disse.

“Hoje, com a cisterna, temos a condição de atender uma escola com água de qualidade. Sem isso, as crianças não tinham aula ou tinham que trazer água de casa para beber”, destacou o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Fonte: Ministério do desenvolvimento socia e agrário