População do Bangladesh aproveita enchentes pra criar agronegócio


O ser humano tem uma capacidade de adaptação inimaginável,  e essa capacidade aumenta exponencialmente quando estamos diante de alguma dificuldade ou situação adversa. A grande quantidade de chuva que assolou Bangladesh em 2012 deixou dezenas de mortos e milhares de pessoas ilhadas, mas, diante de tal situação desoladora, a população está desenvolvendo uma nova forma de plantio de arroz na água combinado ao cultivo de peixes e camarões, tudo junto.

O método pode ser usado em zonas inundadas com água salgada e tem o potencial para aumentar significativamente o rendimento das culturas e variedade nutricional por hectare, tendo assim menos impacto no meio-ambiente, uma vez que o espaço utilizado é o mesmo para as duas atividades. Os peixes também atuam como um sistema de manejo de pragas, comendo insetos que causam danos às culturas , por sua vez, reduzindo a necessidade de pesticidas.

Num país onde 27% da população é subnutrida, iniciativas como essa são louváveis e necessárias, mas o método ainda não foi amplamente adotado. Quem o afirma é Nesar Ahmed, co-autor do relatório e pesquisador na gestão das pescas na Universidade Agrícola de Bangladesh. Mas Ahmed é otimista: “Bangladesh poderia se tornar um país de alimentos seguros e sem pobreza. Dentro de uma década, podemos acelerar o crescimento econômico e produção de alimentos através de uma revolução azul-verde”.  Nós acreditamos que sim, veja algumas fotos do cultivo:

Fonte: Hypeness

 

Crianças constroem escola sustentável em Bangladesh


 

                

A cada dia que passa, percebemos que o próprio meio ambiente exige novas posturas. E quem melhor para trazer idéias inovadoras do que as futuras gerações? Para isso, desde os primeiros passos, é preciso que as crianças sejam formadas com práticas sustentáveis e que metodologias ecológicas façam parte de seus cotidianos. Em um pequeno vilarejo em Bangladesh, a idéia saiu do papel e, em quatro meses e 400 toneladas de barro, uma escola construída com materiais recicláveis e bambus foi levantada.

 

        

Artesãos, professores, pais e estudantes locais botaram a mão na massa para erguer 325 m² de escola com dois andares, seis salas e um espaço para aprendizagem coletiva.  Tudo construído com material local. A iniciativa surgiu de uma parceria entre a ONG Dipshikha, que trabalha com auxílio a crianças, e a arquiteta alemã Anna Heringer, que projetou o prédio, mantendo o foco no auxílio às crianças, para que desenvolvam seus próprios potenciais e os utilizem de maneira criativa.

                  

O prédio de aparência rústica possui uma boa iluminação graças às paredes de bambus, que também permite um ambiente mais arejado. Janelas e tetos foram decorados com mantas de algodão colorido, no intuito de quebrar a cor do barro das paredes.

Materiais naturais da localidade, como a palha, o bambu, a argila, foram transportados para a obra por meio de animais, o que dispensou o uso de transportes emissores de CO2. O trabalho manual evitou também o uso de máquinas. A junção de todos esses componentes tornou a construção potencialmente sustentável, que rendeu o prêmio de arquitetura Aga Khan, um dos principais reconhecimentos da área no país.

Com o sucesso da construção da escola, a arquiteta Anna Heringer firmou parcerias com escolas de arquitetura para continuar construindo no vilarejo mais casas e uma escola de ensino técnico em elétrica, sempre com a mesma técnica sustentável.
 

Fonte: Eco Desenvolvimento

Laísa Mangelli