Líderes da UE buscarão neutralidade climática até 2050, mostra documento


A nova comissão, liderada pela alemã Ursula von der Leyen, espera um aumento da meta para pelo menos 50% (Ueslei Marcelino/Reuters)

BRUXELAS – Líderes da União Europeia irão se reunir em Bruxelas na semana que vem e irão pressionar para o estabelecimento de um acordo que reduza ao “zero líquido” as emissões de gases do efeito estufa do bloco até 2050, mostrou um esboço do comunicado conjunto do grupo nesta segunda-feira, anunciando uma luta amarga no horizonte da próxima semana.

A cúpula que será realizada nos dias 12 e 13 de dezembro com os líderes nacionais do bloco terá como meta apoiar “o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050”, de acordo com o documento visto pela Reuters.

Tentativas anteriores, no entanto, foram bloqueadas pela Polônia, Hungria e República Tcheca, cujas economias dependem de carvão poluente. Em outras oportunidades, esses países já votaram contra a neutralidade do clima até 2050 por medo de que os cortes nas emissões possam prejudicar suas economias.

Buscando convencer o campo relutante, as linhas gerais do documento fazem referência a uma “transição justa e socialmente equilibrada”, anunciam a liberação de 1 trilhão de euros para investimentos verdes por parte do Banco Europeu de Investimentos até 2030, e ressaltam a necessidade de garantir segurança energética e competitividade diante de potências estrangeiras que não estejam buscando tais objetivos climáticos.

O documento, preparado de antemão para as discussões entre os líderes pode mudar. Mas irá eventualmente precisar do apoio de todos os líderes nacionais da UE para que saia um acordo na conferência.

A nova Comissão Europeia do bloco também visa incentivar a neutralidade climática até o meio do século e quer tornar as metas climáticas da UE para 2030 ainda mais ambiciosas.

As metas atuais preveem a redução de gases do efeito estufa em 40% até 2030, a partir dos níveis de 1990. A nova comissão, liderada pela alemã Ursula von der Leyen, espera um aumento da meta para pelo menos 50%.

Gabriela Baczynska / Reuters