Barragem gigante é vistoriada após tremor de terra atingir Congonhas


Casa de Pedra tem 76 metros de altura e capacidade de acumular cerca de 50 milhões de m³ de rejeito (Reprodução)

Equipes da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Defesa Civil de Minas Gerais vistoriam, nesta terça-feira (26), a situação da barragem Casa de Pedra, da mineradora CSN, e de outras estruturas de Congonhas, região Central do estado. Na noite dessa segunda-feira (25), um tremor de terra de magnitude 3,2 na Escala Richter assustou a população, que já vive apreensiva por causa das 24 barragens que cercam a cidade.

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A mineradora CSN, responsável pela barragem Casa de Pedra, garante que o tremor não abalou a estrutura, que tem 76 metros de altura e capacidade para 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Trata-se da maior barragem em área urbana da América Latina.

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) registrou que o epicentro do tremor aconteceu no território de Belo Vale, também na Região Central, às 20h27 e teve magnitude de 3.2.

“O tremor sentido em Congonhas não causou nenhum dano na estrutura da barragem Casa de Pedra. Todas as inspeções realizadas evidenciaram que elas estão estáveis e nenhuma anomalia foi identificada. Também não houve dano nas demais áreas da unidade”, diz nota da CSN, que segue monitorando a situação.

A Prefeitura de Congonhas informa que fez contatos com diversas pessoas para verificar a origem do fenômeno, se de ordem natural ou provocada por algum acidente. “Equipe da Prefeitura segue monitorando informações sobre a segurança das estruturas de barragens. A primeira preocupação foi com a condição de estabilidade da estrutura da Barragem Casa de Pedra, que é a mais próxima da área urbana”.

“Não tem nenhuma informação de que há risco iminente de rompimento. Isso é totalmente inverídico, não tem essa informação. A casa de Pedra continua estável, segundo a geotecnia da CSN”, tranquilizou o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil estadual.

Barragens

Congonhas tem 24 barragens. Além da CSN, Gerdau, Ferrous e Vale operam na cidade. No entanto, a operação da Casa de Pedra é a que gera mais insegurança. Em 2017, um parecer do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontou risco de rompimento da estrutura e determinou que a CSN Mineração tomasse uma série de medidas para sanar danos. Conforme o órgão, a empresa executou as determinações.

Com população de aproximadamente 54 mil habitantes, Congonhas seria destruída em caso de rompimento das barragens. Das 24 estruturas, 54% têm dano potencial associado considerado alto.

Relatório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Congonhas mostra que a cidade histórica que abriga os profetas do mestre Aleijadinho seria praticamente varrida. O colapso afetaria de maneira drástica até mesmo outros municípios.