Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé são responsáveis por boa parte do lixo plástico


Lixo plástico espalhado na praia de Costa del Este, Cidade do Panamá, em 23 de setembro de 2019 (AFP)

Dezenas de milhares de fragmentos ou objetos de plástico que sujam o planeta vêm de apenas um pequeno número de empresas multinacionais, denunciou um grupo de pressão ambiental nesta quarta-feira (23).

Segundo a Break Free from Plastics, coalizão global de indivíduos e organizações ambientais, empresas como Coca-Cola, Nestlé e PepsiCo deveriam se responsabilizar pela limpeza de tais resíduos plásticos.

Os voluntários da coalizão coletaram quase meio milhão de peças de resíduos plásticos durante um “Dia Mundial de Limpeza”, coordenado em 51 países há um mês, dos quais 43% pertenciam a uma marca de consumo determinada.

Pelo segundo ano consecutivo, a Coca-Cola chegou ao topo com 11.732 peças de plástico, coletadas em 37 países de quatro continentes. “Muitas das empresas assumiram compromissos para que seus produtos sejam mais sustentáveis, mas a maioria protege o antigo modelo de negócio descartável”, detalha o informe publicado em Manila.

Países como a China, Indonésia, Filipinas, Vietnã e Sri Lanka descartam a maior quantidade do plástico nos oceanos, mas “os verdadeiros impulsores de grande parte desta poluição plástica na Ásia são na realidade as corporações multinacionais com sede na Europa e Estados Unidos”, afirma.

A maioria das peças de plástico recolhidas pertenciam a Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé, segundo o informe. Outros dos 10 principais poluidores são Mondelez International, Unilever, Mars, P&G, Colgate Palmolive, Philip Morris e Perfetti Van Mille, acrescentou.

Embalagens

Embora as marcas de consumo mundiais reconheçam agora seu papel na perpetuação da crise, o informe diz que “foram também agressivas na promoção de soluções falsas para abordar o problema”. Promover a reciclagem é sua maneira de trasladar a responsabilidade aos consumidores, explica o informe.

Só 9% de todo o plástico produzido desde a década de 1950 foi reciclado. A pesquisa destaca que as pequenas embalagens de uso único, comuns no sudeste asiático e destinadas a famílias de baixos rendimentos que não podem se permitir maiores volumes de produtos de consumo, são “o tipo de embalagem de plástico mais prejudicial”.

A promoção por parte da Coca-Cola de uma garrafa fabricada com plástico recolhido dos oceanos, assim como os esforços da PepsiCo para promover a reciclagem “não chegam ao cerne do problema nem garantem que a crise de poluição plástica não se agrave”.

A Nestlé vende mais de 1 bilhão de produtos por dia em embalagens de uso único, “e não tem planos claros para reduzir a quantidade total” que introduz no mundo, segundo o informe.

“Sendo a maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, sabemos que temos um papel importante a desempenhar na conformação de soluções sustentáveis para abordar a questão dos resíduos plásticos”, disse um porta-voz da Nestlé em comunicado.

“É completamente inaceitável que esta embalagem (plástica) acabe como lixo no meio ambiente e estamos trabalhando duro para que todas as nossas embalagens sejam recicláveis ou reutilizáveis até 2025”, afirmou.

AFP

Coca-Cola irá cortar fornecedores brasileiros ligados à grilagem de terra


Empresa irá avaliar atuação de produtores em cinco países

 

     

A Coca-Cola anunciou que vai excluir da sua cadeia fornecedores de ingredientes agrícolas ligados a grilagem de terra do Brasil e em outros cinco países. A empresa afirma estar implementando uma abordagem de tolerância zero à prática e aos produtores que não seguem as diretrizes para proteger os direitos de propriedade das comunidades locais nos países em desenvolvimento.

"Uma cadeia de suprimentos agrícolas saudável é essencial para o bem-estar das comunidades em que operamos e para o sucesso de nosso negócio", disse Ed Potter, diretor de direitos globais no local de trabalho da Coca-Cola, em texto publicado no ste da empresa.

Além do Brasil, a Coca-Cola deve começar a avaliação dos seus fornecedores na Colômbia, Guatemala, Índia, nas Filipinas, na Tailândia e África do Sul, regiões de abastecimento críticos de açúcar para a empresa. Seis destes países foram identificados com as violações dos direitos humanos por parte do Departamento do Trabalho dos EUA.

Fonte: Zero Hora