Desmatamento na Amazônia cai 33% em novembro, mas continua elevado


             

Boletim divulgado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente (Imazon) nesta quinta-feira (12/12) aponta que o desmatamento na Amazônia Legal teve queda de 33% em novembro de 2013, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A prática ilegal desmatou 37 km² de floresta no último mês, contra 55 km² em novembro de 2012. Pará foi o estado que mais desmatou (26%), seguido por Roraima (22%), Amazonas (17%) e Rondônia (17%).

                

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon ainda trouxe outra notícia: a degradação florestal – causada, entre outras atividades, pela exploração madeireira insustentável – também caiu. Em novembro deste ano, 9 km² de floresta foram degradados, 91% menos do que no mesmo período do ano passado, quando a degradação florestal somou 100 km². De acordo com o Imazon, por conta da cobertura de nuvens, em novembro de 2013 foi possível visualizar 42% da área florestal da Amazônia Legal, enquanto, no ano passado, 80% do território foi monitorado pelo SAD. Confira o Boletim de Desmatamento do Imazon, referente a novembro de 2013. Em outubro, a queda no desmatamento, registrada pelo SAD, foi ainda maior, de 91%.

                

Somando todos esses dados, ainda não é possível mensurar até que nível a degradação da Amazônia desestabiliza o equilíbrio ambiental necessário para a manutenção da vida na floresta. Detemos a maior floresta tropical do planeta, com uma mega biodiversidade e inclusive com espécies de plantas e animais ainda desconhecidos da ciência. É urgente a necessidade de frear essa degradação desmedida e parar com o desmatamento e o assassinato desmedido da fauna e da flora, que ali habitam e procriam.

               

É preciso fiscalizar e monitorar com rigor as práticas de desmatamento e uso indevido da floresta. Pois seus recursos são finitos, ao contrário do que a demanda consumista e a extração desmedida pensam. É necessário planejamento e engajamento para se posicionar na defesa da Amazônia, para assim conservar seu delicado equilíbrio ambiental que sustenta a vida e a biodiversidade da floresta. 

Inconseqüentemente, estamos destruindo àquela que nos dá a vida, para sustentar um mercado insaciável e descartável, de curtíssimo prazo, que ainda gerará resíduo, que volta pra a terra, sem sequer conseguir assimilá-lo devido à alta demanda diária. Ou seja, estamos degradando para consumir. Mas consumir o que afinal?  Prazeres efêmeros, satisfação imediata, vaidade desmedida. Parafraseando Leonardo Boff, ou mudamos, ou morremos.

Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic

Fotos: http://infoamazonia.org/pt#!/map=2528

Laísa Mangelli 

A conta da aliança ruralista


A curva do desmatamento na Amazônia mudou de rumo. E voltou a subir com força. Em anúncio realizado hoje em Brasília, coube à ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira anunciar a primeira medição do desmatamento depois do novo Código Florestal: após quatro anos consecutivos de queda, 5.843 quilômetros quadrados de floresta foram perdidos entre agosto de 2012 a julho de 2013 – um valor 28% superior ao mesmo período do ano anterior. A mudança do uso da terra ainda é o principal fator que coloca o Brasil entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa.

Os números apenas confirmam tendência de aceleração da derrubada da floresta exposta ao longo do ano pelos alertas de desmatamento. Para Márcio Astrini, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, a situação é resultado direto das concessões que o governo vem fazendo ao lobby ruralista no Congresso, como no caso da aprovação do novo Código Florestal. Segundo ele, a situação só tende a piorar caso sejam aprovadas as mais de 400 propostas de emendas constitucionais, projetos e portarias que estão em tramitação no Congresso e que  atentam contra as terras indígenas e unidades de conservação.

“O clima de ‘já ganhou’ após as quedas consecutivas do desmatamento, somado à anistia trazida com a aprovação do novo Código Florestal, deu fôlego a quem lucra com a derrubada da floresta e alimentou a sanha ruralista, que vem tentando moldar a legislação brasileira de acordo com seus interesses econômicos”, diz Astrini. “Enquanto isso, o CAR [Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural], que ajudaria a revelar quem está desmatando e onde, ainda não saiu do papel.”

A pressão da sociedade civil ajudou a atingir uma redução histórica do desmatamento desde 2004, quando 27 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados. A retomada do desmatamento pode colocar a perder uma década de esforços. Para evitar que isso ocorra, o Brasil precisa aprimorar medidas de comando e controle, além de adotar com urgência políticas estruturantes, como a regularização fundiária e criação e implementação de áreas protegidas.

“O desmatamento não atinge a Amazônia de forma isolada. Ele vem acompanhado de trabalho escravo, violência no campo e grilagem de terras. Além disso, a floresta presta serviços essenciais para o país, sendo responsável por grande parte das chuvas que irrigam nossas plantações e abastecem os reservatórios de água das grandes cidades. Portanto, o desmatamento não faz sentido, seja do ponto de vista social, ambiental ou econômico. Possuímos áreas abertas suficientes para dobrar nossa produção de alimentos sem desmatar mais nenhum hectare de floresta”, defende Astrini.

Ano passado, o Greenpeace e outras organizações da sociedade civil lançaram uma campanha por um projeto de lei de iniciativa popular pelo desmatamento zero. Mais de 930 mil pessoas já assinaram a petição, que será levada a Brasília

Corresponsabilidade

O aumento do desmatamento detectado neste ano reforça a importância de que mais setores da economia se comprometam com a preservação da floresta. As principais comercializadoras de soja do país e os três maiores frigoríferos brasileiros mantém atualmente propostas para que suas cadeias de produção estejam livres da destruição da Amazônia.

“O consumidor hoje em dia rechaça produtos que carregam o rastro da destruição da floresta ou de outros crimes. Ao assumir o compromisso do desmatamento zero, as empresas contribuem para a preservação do meio ambiente e para o aumento da governança na Amazônia”, finaliza Astrini.

Fonte : http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/A-conta-da-alianca-ruralista/

Aumento no Desmatamento na Amazônia em 2013


Um ponto fora da curva ou fora de controle?

IPAM, IMAZON e ISA analisam o aumento no desmatamento na Amazônia em 2013 e apresentam recomendações ao Poder Público para que essa tendência seja revertida.

Desde 2006, as taxas de desmatamento na Amazônia têm caído consistentemente. Em 2013, porém, o aumento de 28% no desmatamento amazônico colocou em alerta a sociedade brasileira. Esse aumento deve ser considerado inaceitável por três motivos principais: o desmatamento em questão foi, em grande parte, ilegal; existe na região Amazônica uma grande quantidade de área já desmatada porém subutilizada; e o Poder Público brasileiro já possui os elementos fundamentais para combater o desmatamento amazônico.

Com o objetivo de refletir sobre as causas que levaram ao desmatamento e estimular reação por parte do Poder Público brasileiro, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), apresentam neste documento reflexões sobre o aumento do desmatamento ocorrido em 2013 e elencam uma série de recomendações para a redução nas taxas de destruição da floresta amazônica.

Entre os vários fatores que podem explicar o aumento de 2013, dois deles são tradicionalmente conhecidos: especulação fundiária e o efeito das obras de infraestrutura sem as devidas salvaguardas socioambientais.

A combinação de estratégias de controle já consagradas com algumas abordagens inovadoras deve ser adotada para que a taxa de derrubada da floresta amazônica continue em uma trajetória de redução. Por exemplo, será preciso

(1) manter a fiscalização focada em municípios que concentram as maiores taxas de desmatamento;

(2) criar mecanismos que responsabilizem os compradores de produtos oriundos de áreas desmatadas ilegalmente;

(3) proceder com a divulgação da lista de áreas embargadas pelo Ibama;

(4) dar continuidade às ações do Ministério Público contra empresas que compram produtos oriundos de desmatamento ilegal. Do ponto de vista da inovação, será fundamental avançar com os

(5) incentivos econômicos para a conservação e redução do desmatamento especulativo, além de (6) estimular a recomposição e a regularização florestal. Tais incentivos deveriam abranger os fiscais, através de uma revisão da politica tributária do governo federal.

Neste sentido, o documento analítico sobre o desmatamento de 2013, lançado pelas instituições abaixo assinadas, representa um primeiro passo para uma reflexão mais aprofundada sobre os fatores que ainda tornam a redução do desmatamento na região um desafio. Assim, estas instituições se colocam à disposição do Poder Público para debater em profundidade os resultados e recomendações apresentados.

Para ler o documento na integra, clique aqui.

Foto: Reprodução

Fonte: IHU – Unisinos

 

Desmatamento na Amazônia cresce 195% em março, em relação ao mesmo período de 2014, diz Imazon


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Último relatório divulgado pelo Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)* aponta que odesmatamento na Amazônia Legal, área que compreende nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território do país, atingiu 58 km2 em março. No mês anterior, tinham sido desmatados 42 km2 de florestas. 

Em março de 2014, entretanto, o desmatamento registrado pelo Imazon foi muito menor: 20 km2 . Isso significa que na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 195% na taxa de corte raso da floresta. 

Entre os meses de agosto de 2015 e março último, o desmatamento acumulado registrado pelo instituto foi de 1.761 km2, um salto de 214% em comparação aos mesmos oito meses dos anos anteriores. 

Os estados onde se encontram as maiores áreas de destruição da vegetação são Mato Grosso (76%) e Amazonas (13%), seguidos por Rondônia (8%), Tocantins (2%) e Pará (1%). A grande maioria (86%) da devastação ocorreu em terrenos privados ou sob diversos estágios de posse. Outros 9% aconteceram em assentamentos de reforma agrária. 

Nos dois últimos meses, o desmatamento na Floresta Amazônia apresentou grande queda em relação ao começo do ano. Em janeiro de 2015, o Imazon detectou 288 km2 de corte raso da floresta. No segundo semestre do ano passado, este número variou muito e chegou a atingir até impressionantes 843 km2.

Os alertas de desmatamento e degradação florestal realizados pelo instituto são gerados pela plataforma Google Earth Engine (EE), com a utilização de imagens de satélites e mapas digitais. Os boletins sempre fazem a comparação anual, ou seja, o mês atual com o mesmo período do ano passado.Todavia, os indíces de deflorestamento da Amazônia publicados pelo Imazon não são oficiais.

O governo federal só leva em conta os dados elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que frequentemente apresenta números diferentes aos do Imazon. A discrepância nos resultados se dá ao uso de metodologias distintas de avaliação. O Inpe ainda não divulgou os índices de março. 

Apesar da queda recente, muitos especialistas alertam para a necessidade de se levar em conta o índice acumulado do desmatamento e não taxas anuais ou mensais. Entre 1973 e 2013, foram desmatados a corte raso 762 mil km2 de floresta – isto é o mesmo que três estados de São Paulo e duas Alemanhas (entenda melhor na reportagem″Desmatamento zero já é insuficiente na Amazônia″, alerta pesquisador Antonio Nobre)

*Imazon

Fonte: Planeta sustentável