Cientista usa pinturas famosas para chamar a atenção para o desmatamento


            

 

O pesquisador Iain Woodhouse, da Universidade de Edimburgo, encontrou uma maneira curiosa de chamar a atenção para seu objeto de estudo, o desmatamento. Para expressar "ausência", ele fez novas versões de obras dos pintores do século 19 Vincent Van Gogh, John Constable e Georges Seurat.

 

             

"Como representar a perda de algo?", pergunta retoricamente, enquanto mostra imagens das ilustrações. "Pela ausência", prossegue o professor da Escola de Geociência da universidade.

Woodhouse então apresenta reproduções das verdadeiras obras e esclarece: as árvores foram retiradas dos originais "Oliveiras com o Céu Amarelo e o Sol", de Van Gogh, "A Carroça de Feno", de Constable, e "Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte", de Seurat.

             

             

O pesquisador afirma que é relativamente fácil representar a importância de algo que está presente, mas que o mesmo não se dá com a falta de algo, como o desflorestamento.
"Não é fácil chamar a atenção do observador para algo que não está lá", diz. Elaborado em conjunto com a artista Alice Ladenburg, o projeto busca chamar a atenção para a causa ambiental.

                   

CONSEQUÊNCIA POLÍTICA

Além de produzir versões "desmatadas" de obras famosas, o britânico também incentiva crianças no Maláui, na África, a plantarem e a darem nome a uma árvore. Segundo ele, com a proximidade criada pela nomeação, as crianças estabelecem vínculo afetivo com a "sua planta" e passam a cuidar do vegetal, regando-o regularmente.

A ideia é que o tema vire algo de importância para a população em geral. "Se isso vira uma questão relevante para o eleitorado, torna-se uma questão importante para os políticos."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/11/1369608-cientista-usa-pinturas-famosas-para-chamar-a-atencao-para-o-desmatamento.shtml

Laísa Mangelli

Cerrado registra menor desmatamento da série histórica


Desmatamento no Cerrado atingiu 3.931 km² até agosto deste ano, 10,4% a menos do que no mesmo período do ano passado (Lapig/UFG)

O desmate do Cerrado neste ano foi o menor registrado desde o início da série histórica, em 2000, embora se mantenha ainda em patamar muito alto. Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento (Prodes), divulgados na segunda-feira (16), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A destruição nas áreas protegidas, no entanto, aumentou 15%.

Ao todo, entre agosto de 2018 e julho de 2019, foram desmatados 6.484 quilômetros quadrados – redução de 2,26% em relação ao período anterior. Ainda assim, segundo especialistas, a área corresponde a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Para o WWF-Brasil, o Cerrado vive tragédia silenciosa e está em risco de extinção.

Os números mostram que a quantidade de vegetação nativa retirada nas unidades de conservação cresceu. De agosto de 2018 a julho de 2019, foram desmatados 517,3 quilômetros quadrados de mata protegida.

A área do Cerrado abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná e São Paulo, além do Distrito Federal. O Tocantins foi o estado que mais desmatou, seguido de Maranhão e Bahia.

“O que a gente percebe é que o desmatamento é extremamente concentrado nesses três estados, a nova fronteira agrícola brasileira, que é onde ainda tem Cerrado para ser desmatado”, afirmou Claudio Almeida, do Inpe, um dos coordenadores do Prodes.

O desmatamento, ainda segundo Almeida, está abaixo da meta estabelecida pelo governo, de 9,5 mil quilômetros quadrados. “Estamos cumprindo a meta, mas, obviamente, o ideal seria conseguir impedir qualquer desmatamento ilegal”, disse. “Sabemos que pelo menos 10% desse desmatamento é ilegal porque foi feito em áreas de conservação.”

Procurado para comentar os dados, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou.

Agência Estado

Desmatamento cai 24% na Mata Atlântica


A devastação da Mata Atlântica está menor. De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, estudo divulgado ontem (27) pela SOS Mata Atlântica e pelo INPE, em 2014 o desmatamento da Mata Atlântica diminuiu 24% em relação ao ano anterior.

Durante o período, foram desmatados 18.267 hectares – o equivalente a 18 mil campos de futebol. Este é considerado o segundo menor desmatamento da história desde que a região começou a ser monitorada, em 1985. O índice só perde para 2011, quando foram desmatados 14.090 hectares.

O estudo divulgado ontem analisa desmatamentos ocorridos em 17 estados no período de maio de 2013 a maio de 2014.

Melhorias

Entre 1985 e 1990, quando a região começou a ser monitorada, o desmatamento chegou a ser de 536 mil hectares. Nestes 25 anos de Atlas — cuja primeira edição foi lançada em 1990 –, a metodologia utilizada mudou: a análise, que antes era quinquenal, passou para um período bienal e, desde 2008, o Atlas é publicado anualmente.  

Além do período analisado, em duas décadas e meia também houve mudança nos satélites utilizados: se antes só “enxergavam” desmatamento acima de 25 hectares, hoje detectam derrubadas acima de 3 hectares.

Campeões

O Piauí liderou o ranking do desmatamento: sozinho, o estado foi responsável por quase 30% do desmatamento no período. A razão é a expansão da fronteira agrícola para o cultivo de grãos.

O segundo lugar ficou com Minas Gerais, que durante 5 anos foi o campeão absoluto de derrubada da Mata Atlântica. O governo mineiro tem se esforçado há dois anos para diminuir o ritmo da devastação, e pelo jeito os resultados começam a aparecer: em 2014, o estado conseguiu reduzir em 34% o desmatamento se comparado aoperíodo anterior.

Apesar de ainda estar entre os maiores desmatadores, Minas criou políticas públicas para diminuir sua participação na devastação da Mata Atlântica. A pedido da SOS Mata Atlântica e do Ministério Público do Estado, desde junho de 2013 o governo fez uma moratória nos pedidos de concessão de licença de autorização para a supressão de vegetação nativa. Assim, empresas que entraram com pedido para desmatar áreas tanto para criação de pastos ou para novas áreas de agricultura, tiveram seus pedidos negados. A moratória ainda está vigente.

“O desmatamento continua, mas nós estamos verificando essa redução e todo o esforço que vem sendo feito pelo governo do estado para diminuir esses números”, afirma Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Já a Bahia, terceira colocada no ranking, segue o exemplo de Piauí. Especificamente o oeste do estado, cujo município de Baianópolis foi o segundo que mais desmatou o bioma no país. A expansão agrícola deixou um rastro da destruição na vegetação de Mata Atlântica em plena área de transição entre este bioma, a Caatinga e o Cerrado.

“Isto exige uma maior atenção e vamos pedir para os governos dos estados para que eles autorizem também uma moratória e não permitam mais uma concessão de licença para desmatamento até que esse número seja reduzido”, afirma Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Piauí, Minas Gerais e Bahia respondem, juntos, por 86% do desmatamento ocorrido em 2014.

Fonte: (o)eco

Desmatamento da Amazônia dispara novamente


Aumento de 16% da área desmatada, em relação ao período anterior, mostra que o Brasil precisa de metas mais ambiciosas de proteção às florestas

 

Desmatamento recente em área embargada pelo Ibama, no Amazonas (© Greenpeace/Bruno Kelly)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O desmatamento voltou a subir na Amazônia Legal, segundo dados divulgados ontem (26) à noite pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. De agosto de 2014 à julho de 2015, o Brasil perdeu 5.831 km² de florestas – um aumento de 16% em relação ao período anterior, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE).

O anúncio foi feito às vésperas do início da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na semana que vem, na França. Líderes de diversos países estarão reunidos em Paris para decidir um novo acordo para combater o aquecimento global. A redução das emissões brasileiras, que o governo tanto se orgulha, foi baseada na queda histórica do desmatamento nos últimos anos. O aumento de 16% coloca em xeque essa imagem e mostra que o problema do desmatamento está longe de ser resolvido.

O resultado pode prejudicar as metas já pouco ambiciosas do governo brasileiro para a redução do desmatamento no bioma.

Mapa do desmatamento, com base no PRODES

A área total desmatada equivale a 753 mil campos de futebol.  Os estados do Pará e Mato Grosso foram, mais uma vez, os que mais desmataram em área total. Mas os estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso tiveram os maiores aumentos em relação ao ano anterior (54%, 41% e 40 % respectivamente). Dentre as causas apontadas pela ministra, estão a expansão da pecuária (principal causa), agricultura e corte seletivo. Outro detalhe preocupante é que o desmatamento em grandes áreas voltou a ocorrer, seguindo o mesmo padrão de quando as taxas eram ainda mais absurdas, há dez anos.

O mais curioso é que os estados que concentraram os maiores aumentos, receberam recursos do Fundo Amazônia – constituído de doações internacionais – para reduzir o desmatamento. A ministra atribuiu o aumento aos estados, que apesar de receberam recursos para o controle do desmatamento não entregaram resultados. Nem ela nem os estados entendem o por quê. Mas, esse aumento já vinha sendo sinalizado ao longo do ano. O sistema de alertas de desmatamento do governo (DETER) e o sistema de alertas do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia) já mostravam indícios de aumento.

O aumento do desmatamento está sempre associado a violência na floresta. A região entre o sul do Amazonas e norte de Rondônia tem sido apontada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) como uma das mais críticas na escalada na violência no campo, em decorrência principalmente da extração ilegal de madeira e do avanço da pecuária. Para piorar, uma reforma política no estado do Amazonas cortou quase metade do orçamento da Secretaria de Meio Ambiente. Infelizmente o sul do Amazonas já está incorporado ao arco do desmatamento, que avança ano a ano.

 

Gado criado em área embargada, com desmatamento recente, no Mato Grosso (© Greenpeace/Bruno Kelly)

“Dessa forma, o Brasil coloca em risco a conquista dos últimos anos em relação à redução do desmatamento na Amazônia. Após esforços da sociedade, e do próprio governo, o desmatamento saiu da casa dos 27 mil km², em 2004, para a faixa dos 5 mil. No entanto, o governo federal não fez muito nos últimos anos. Pouco demarcou Unidades de Conservação e Terras Indígenas, que protegem a floresta, assiste passivamente a aprovação da PEC 215, ameaçando direitos indígenas, foca seus investimentos em hidrelétricas, mesmo com estudos apontando para a inviabilidade destas obras”, afirma Cristiane Mazzetti, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

"A política a ser adotada agora deve ser nova, ousada, rumo ao fim do desmatamento. Ou seremos mais ambiciosos e inovadores daqui para frente, ou caminharemos para trás", completa Mazzetti.

 

Queimada ilegal para abrir espaço para atividade agrícola, no Pará. (© Greenpeace/Lunae Parracho)

Está na hora do governo assumir uma nova visão de país, que não mais incorpora desmatamento em seu desenvolvimento. O caminho já existe: em setembro deste ano, um grupo de organizações lançou o manifesto “Desmatamento Zero e o futuro do Brasil”, que oferece sugestões para acabar com o desmatamento em todos os biomas. Setores importantes da economia já mostraram na prática ser  possível produzir sem desmatamento, vide a Moratória da Soja e o Compromisso Público da Pecuária.

Eliminar o desmatamento também está alinhado com o desejo da sociedade brasileira, em setembro deste ano foi entregue ao Congresso Nacional um Projeto de Lei pelo Desmatamento Zero. O projeto obteve o apoio de mais de 1,4 milhão de pessoas.

Combater as mudanças climáticas é urgente, e para isso o fim do desmatamento é fundamental.

Fonte: Greempeace 

Floresta regenerada é esponja de carbono


Floresta regenerada no Paraná. Foto: Robin L. Chazdon

Floresta regenerada no Paraná. Foto: Robin L. Chazdon

As florestas secundárias, que rebrotam após o desmatamento de uma área, são conhecidas pelo nome algo pejorativo de capoeiras. A palavra vem do tupi e significa, literalmente, “mato que não é mais”. Vistas como pobres em biodiversidade e jamais tão ricas em estoque de carbono quanto uma floresta primária – a tal “mata virgem”–, as capoeiras são frequentemente desprezadas e outra vez desmatadas. Um estudo lançado hoje, porém, deve ajudar a reduzir esse preconceito.

Um consórcio internacional de cientistas, que inclui gente de diversas instituições de pesquisa do Brasil, acaba de publicar no periódico Nature a maior análise já feita sobre o padrão de crescimento das florestas secundárias na chamada região neotropical, que vai do México ao Estado de São Paulo. Eles concluíram que as capoeiras demoram, em média, apenas 66 anos para repor 90% da biomassa (portanto, do estoque de carbono) que possuíam antes do desmatamento. E mais: uma floresta em regeneração sequestra 11 vezes mais carbono do que uma mata virgem na Amazônia.

“Esta é a primeira estimativa da resiliência das florestas secundárias. Sempre houve muita dúvida sobre a taxa de crescimento e a resiliência dessas florestas”, disse ao OC o engenheiro florestal Daniel Piotto, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia. Ele é coautor do trabalho, coordenado pelo holandês Lourens Poorter, da Universidade de Wageningen.

A importância das capoeiras da América Latina para o ciclo do carbono e, portanto, para o clima, é evidente. Somente na Amazônia, 22% de toda a área desmatada é ocupada por matas em regeneração, segundo dados do Terraclass, do Inpe. Esse número é provavelmente ainda maior na Mata Atlântica, que tem menos de 10% de sua cobertura florestal original.

No entanto, essa importância nunca havia sido traduzida em números antes. Estudos pontuais mostravam ora que as florestas poderiam entrar em colapso a partir de um certo grau de desmatamento, ora que o crescimento de uma floresta secundária era lento demais para fazer alguma diferença no clima no curto prazo.

“Meus estudos na Zona Bragantina, no leste do Pará, mostravam um tempo de recuperação de 150 anos. Estudos feitos na Venezuela chegavam a 250 anos. A meta-análise [o novo estudo] aponta 66 anos”, diz Ima Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi e uma das maiores especialistas em florestas secundárias do país. Ela também é coautora do trabalho, realizado pelo consórcio autointitulado Amantes da Floresta Secundária – ou “2ndFOR” (“SecondFor”, em inglês), para os menos íntimos.

Os dados anteriores não estão necessariamente errados. O que acontece é que há uma variação gigantesca de tempo de regeneração dentro da zona neotropical, com capoeiras crescendo mais rápido em regiões onde chove mais e onde há mais florestas intactas em volta.

“De posse dessa taxa de crescimento, será possível fazer previsões sobre o potencial de mitigação [de emissões de gases de efeito estufa] das florestas secundárias”, afirma Piotto. O 2ndFOR já está fazendo essas contas.

MAPA

O consórcio integrou tanto dados coletados pelos pesquisadores em campo quanto resultados de análises anteriores, e produziu um mapa mostrando em que regiões as capoeiras absorvem mais carbono e onde absorvem menos. O mapa poderá ser usado pelos formuladores de políticas públicas para priorizar a conservação em florestas de baixa resiliência e incentivar a regeneração em regiões de crescimento rápido da capoeira.

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Imagem mostra velocidade de regeneração, medida em biomassa acumulada em 20 anos. Quanto maior o círculo preto, maior a taxa de crescimento da floresta

A princípio a notícia é ruim para a Mata Atlântica, já que sua reposição de biomassa é até 70% mais lenta que na Amazônia – e é justamente ali que há mais florestas precisando de regeneração. Piotto diz que isso seria olhar apenas metade do quadro. “Há muito mais áreas disponíveis para recuperar na Mata Atlântica do que na Amazônia”, afirma.

O estudo deverá ter também implicações para o cumprimento da meta do Brasil para o Acordo de Paris. A chamada INDC aposta na recuperação de florestas como forma de sequestrar carbono e compensar o que se emite pelo desmatamento legal na Amazônia. O leste do Pará é uma das regiões onde mais vale a pena deixar o mato crescer.

Mas isso só se deixarem mesmo o mato crescer. “Se essas florestas vão resistir no campo depende de questões políticas e institucionais que vão além da nossa pesquisa”, afirma Ima Vieira. “No que depender dos produtores rurais, não vão, porque eles as veem como empecilho.”

O Pará é o único Estado da Amazônia que tem uma lei que protege as capoeiras, definindo estágios de sucessão (crescimento) e vedando o desmatamento em capoeiras de crescimento avançado.

Mesmo no Pará, Vieira estima que 50% das capoeiras sejam recentes – portanto, passíveis de desmatamento legal.

Segundo a pesquisadora, preservar as florestas secundárias é importante, mas fundamental mesmo é não desmatar as primárias. “A capoeira não vai recuperar a biodiversidade”, diz. “Elas levam 66 anos em média para recuperar 90% da biomassa, mas 70 anos para recuperar 35% das espécies de árvores nativas.”

Fonte: (o)eco

Desmatamento deve aumentar com Código Florestal, diz análise da Science


            

Os municípios com maior porcentagem de vegetação nativa estão no Piauí: Tamboril do Piauí e Guaribas mantêm 96% da área original de Mata Atlântica. Guaribas também é o município com a maior área de vegetação nativa: 176.794 hectares. SOS Mata Atlântica/IN

O polêmico Código Florestal Brasileiro foi aprovado em 2012, mas ainda enfrenta entraves em sua regulamentação. À época de sua definição, ONGs ambientalistas alertaram para os riscos do aumento do desmatamento já que o Código foi aprovado com alterações que mudavam o tamanho de áreas que deveriam ser preservadas e fracas ações contra desmatadores ilegais. Na revista Science desta semana, pesquisadores brasileiros fazem uma análise do Código.

As conclusões são que o desmatamento deve aumentar com o novo Código, mas novos mecanismos para manejar queimadas, emissões de gás carbônico pela floresta além de pagamentos por serviços ambientais , por exemplo, poderiam ajudar a contrabalançar essa destruição .

"O Brasil deve continuar a investir no monitoramento e fiscalização para que os proprietários de terras que quebrem o código não sejam exonerados. A chave é conciliar políticas de conservação ambiental com desenvolvimento agrícola – duas forças tradicionalmente opostas – e incentivos econômicos para a conservação poderiam seguir um longo caminho em direção a esse objetivo", diz  Britaldo Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na divulgação do texto.

Segundo os autores, este é o primeiro artigo a a quantificar as implicações das mudanças recentes do Código Florestal e identificar novas oportunidades e desafios para a conservação.

De acordo com o estudo , a nova lei concede anistia aos proprietários de terras que desmataram ilegalmente antes de 2008 e reduz a área a ser reflorestada de 500.000 km2 para 210.000 km2 . "O lobby do agronegócio deve ver isso como uma grande vitória", explica o principal autor, "mas se eles continuarem a boicotar e sabotar o Código Florestal, eles vão estar dando um tiro no pé". Isso porque, em sua análise, "a produtividade agrícola depende da conservação de ecossistemas nativos para a estabilidade climática".

Não só Amazônia

Os cientistas destacam que as mudanças afetam a conservação em todos os biomas brasileiros, incluindo a Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. "O Brasil tem feito um grande trabalho de redução do desmatamento na Amazônia , mas nos outros biomas têm sido aquém do esperado no processo", observa Márcia Macedo, também da UFMG.  Apenas 50% do Cerrado permanece intacto e o desmatamento só aumenta. Segundo o estudo, a nova lei permite o desmatamento legal de mais 400 mil km2 de Cerrado. "Essa é uma área quase do tamanho da Califórnia . Permitir que isso seria um desastre ambiental", enfatiza Macedo.

Pontos positivos

O estudo aponta ainda que a lei introduziu duas medidas de conservação que podem abrir caminho para a "commoditização" das florestas em pé em todos os biomas. Primeiro, ele cria um novo mercado que permite que proprietários de terras usem florestas excedentes (aqueles que poderiam ser legalmente desmatadas) em uma propriedade para compensar a restauração necessária em outra. O estudo constatou que, se isso for totalmente implementado, poderia-se reduzir as áreas que necessitam de restauração a 5.500 km2 de terras aráveis.

A nova lei também cria um sistema de cadastro online que agiliza o processo para os proprietários de terras registrarem os limites de suas propriedades e de informações ambientais. Um monitoramento mais avançado e documentação de mais de 5 milhões de propriedades rurais irão melhorar drasticamente os esforços para preservar o meio ambiente.

"Para ser eficaz, o Código Florestal deve ser vinculado a incentivos econômicos para os proprietários que conservem a vegetação nativa", diz outro co- autor, Raoni Rajão da UFMG.

O estudo aponta ainda que iniciativas privadas e públicas surgiram para apoiar o cumprimento das normas. Uma delas é o Programa de Agricultura de Baixo Carbono que oferece US$ 1,5 bilhão em empréstimos subsidiados anuais para melhorar a produção agrícola, reduzindo as emissões de carbono. "Tais iniciativas serão fundamentais se o Brasil espera ter sucesso em conciliar conservação ambiental e desenvolvimento agrícola", diz o estudo.

Fonte: UOL Meio Ambiente ; jus.com.br

Laísa Mangelli 

Destruição de florestas no sudeste asi[ático


Cultivo de seringueiras e palmeiras para fins comerciais está destruindo florestas no sudeste asiático

A demanda global por borracha está ameaçando áreas de conservação ambiental principalmente no sudeste asiático

Florestas estão sendo varridas para dar espaço a plantações de seringueira (usada na produção de borracha), colocando em risco aves, morcegos e primatas que já se encontravam em risco de extinção, principalmente no sudeste asiático. A estimativa é de que, em 2024, até oito hectares e meio (o equivalente ao território da Áustria) serão necessários para suprir a demanda crescente das indústrias automobilística e de aviação, que hoje consome 70% de toda a borracha produzida. Nem é preciso dizer o impacto catastrófico disso na vida selvagem.

Espécies como o pássaro íbis de ombro branco, o macaco gibão de topete e nádega amarela (presente em florestas subequatoriais da Índia, Indochina e Arquipélago Malaio), e o leopardo-nebuloso (encontrado aos pés do Himalaia, no Nepal, Índia e China – já extinto em Taiwan) perdem seu habitat natural. A fauna fica ameaçada, assim como áreas de conservação ambiental.

Plantações de seringueira são as que mais crescem no sudeste asiático: essa monocultura empobrece o solo e prejudica também a água, não apenas a biodiversidade. A questão da borracha está ficando alarmante e, pela gravidade do caso, pode ser comparada à do óleo de palma.

A questão do óleo de palma

óleo de palma ou azeite de dendê é extraído de um tipo de coqueiro da África que se adaptou bem ao clima brasileiro e também ao da Ásia. Ele é amplamente usado por ter uma produção de baixo custo e não precisar nem de metade da terra que utilizam outros cultivos para produzir o mesmo volume de óleo. É também muito usado nas comidas industrializadas sob o nome de “óleo vegetal” no rótulo. Na indústria cosmética, em sabonetes e cremes, ele pode ser identificado como “palmitato de sódio” e "sodium palm kerenelate" no rótulo.

Como a borracha, a demanda crescente no consumo global de óleo de palma pode chegar a 40 milhões de toneladas em 2020, comparado aos 22,5 milhões de toneladas consumidos em 2010.

Quase toda produção e exportação vêm da Malásia, da Indonésia, de Bornéu e de Sumatra. Nessas regiões dominam as florestas tropicais e de turfa (solo fértil); com o desmatamento, contribui-se para o efeito estufa e a extinção de orangotangos, espécie rara e importante no ecossistema. Sem falar na queima de florestas da Indonésia para abrir espaço às novas plantações do óleo de palma, o que faz dela um dos grandes produtores de gás carbônico do planeta. É um ciclo sem fim!

Iniciativas para ajudar

Estudiosos da conservação biológica e ambientalistas se uniram para pesquisar uma saída dessa situação. Eles localizaram áreas em que a borracha é largamente cultivada (e, atenção, o Brasil está na lista!) e propõem certificação ambiental sobre o produto sob o aval dos próprios fabricantes de pneu. Uma das opções para reduzir o impacto é o agroflorestamento: plantar outras árvores junto a seringueira para evitar a monocultura, que esgota os nutrientes do solo; ou deixar a vegetação nativa intocada nas margens de rios ou áreas paralelas à plantação, como nos modelos das fazendas orgânicas da Europa.

Com relação aos orangotangos, outra pesquisa procura ajudar a situação desta espécie: cientistas mapearam as regiões cujo solo é impróprio para o crescimento do dendezeiro (coqueiro do óleo de palma) – principal inimigo deles atualmente – e conseguiram mapear até 42 mil quilômetros quadrados na região de Bornéu, na Indonésia. Usando satélites, também mapearam áreas devastadas hoje e as que possivelmente serão no futuro; outro foco da pesquisa foi procurar habitats ecologicamente estáveis para os macacos e também outras espécies em risco.

Fonte: eCycle

Grupo de 87 empresas cobram país sobre desmate na Amazônia


O acordo é considerado um mecanismo importante para conter o avanço do desmatamento na Amazônia (Reuters)

Um grupo de 87 companhias europeias, que juntas administram ativos superiores a 2,5 bilhões de libras, escreveu uma carta para o governo brasileiro pedindo a interrupção do desmatamento na Amazônia para a produção de soja. Entre elas estão alguns dos maiores produtores de alimentos, gestores de ativos e redes de supermercados do continente, como Tesco, Aldi, Asda e Carrefour.

O documento pede a extensão da moratória da soja na Amazônia (ASM, na sigla em inglês), acordo assinado em 2006 pelas empresas para impedir o uso de novas terras para a produção de commodity, que é usada como alimento para humanos e é matéria-prima para ração de gado. O acordo é considerado um mecanismo importante para conter o avanço do desmatamento na Amazônia. “Queremos poder continuar a buscar ou investir na indústria brasileira de soja, mas se a ASM não for mantida isso colocará em risco nossos negócios com a soja brasileira”, destaca a carta. Esse texto foi coordenado pela Iniciativa de Risco e Retorno de Investimento em Animais Agrícolas.

“O objetivo da carta foi assegurar aos nossos membros que a moratória da Amazônia não vai acabar”, explicou a consultora de políticas de sustentabilidade Leah Riley Brown, do Consórcio Britânico de Varejo (BRC, na sigla em inglês, que reúne 70% do setor no Reino Unido).

O documento foi enviado no dia 2 para o embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda. Ele informou, dois dias depois, que dividiu as preocupações dos signatários com autoridades domésticas e salientou que o Brasil desenvolveu uma estrutura legal, além de políticas concretas, para mapear a produção e garantir a proteção da vegetação nativa, que cobre 66% do território nacional.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ressaltou a importância da moratória, que tem sido “fundamental para atender às exigências dos mercados consumidores quanto à sustentabilidade da soja brasileira e garantir o reconhecimento internacional do agronegócio brasileiro”.

Movimento

A manifestação europeia ocorre em meio a um movimento no Brasil que pede o fim da moratória. O pedido é encabeçado pela Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), que diz contar com apoio de pelo menos um representante do governo federal. Em novembro, representantes do setor de produção receberam sinalização positiva do secretário especial da Casa Civil para Relacionamento Externo, Abelardo Lupion, na articulação para tentar rever a moratória.

O presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, afirmou em novembro que os produtores já cumprem as regras. “Não há produção de soja no mundo próxima da sustentabilidade que tem a nossa, que protege Reserva Legal e Área de Preservação Permanente. Não precisamos de mais imposição”, disse Braz. Para ele, segundo destacou na oportunidade, se a Europa não quiser mais soja da Amazônia, há o mercado asiático.

O governo está atento às reações internacionais. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem conversado com outros ministérios e o receio é de que as ameaças, que têm se avolumado se tornem boicotes reais.

Agência Estado

Aumento no Desmatamento na Amazônia em 2013


Um ponto fora da curva ou fora de controle?

IPAM, IMAZON e ISA analisam o aumento no desmatamento na Amazônia em 2013 e apresentam recomendações ao Poder Público para que essa tendência seja revertida.

Desde 2006, as taxas de desmatamento na Amazônia têm caído consistentemente. Em 2013, porém, o aumento de 28% no desmatamento amazônico colocou em alerta a sociedade brasileira. Esse aumento deve ser considerado inaceitável por três motivos principais: o desmatamento em questão foi, em grande parte, ilegal; existe na região Amazônica uma grande quantidade de área já desmatada porém subutilizada; e o Poder Público brasileiro já possui os elementos fundamentais para combater o desmatamento amazônico.

Com o objetivo de refletir sobre as causas que levaram ao desmatamento e estimular reação por parte do Poder Público brasileiro, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), apresentam neste documento reflexões sobre o aumento do desmatamento ocorrido em 2013 e elencam uma série de recomendações para a redução nas taxas de destruição da floresta amazônica.

Entre os vários fatores que podem explicar o aumento de 2013, dois deles são tradicionalmente conhecidos: especulação fundiária e o efeito das obras de infraestrutura sem as devidas salvaguardas socioambientais.

A combinação de estratégias de controle já consagradas com algumas abordagens inovadoras deve ser adotada para que a taxa de derrubada da floresta amazônica continue em uma trajetória de redução. Por exemplo, será preciso

(1) manter a fiscalização focada em municípios que concentram as maiores taxas de desmatamento;

(2) criar mecanismos que responsabilizem os compradores de produtos oriundos de áreas desmatadas ilegalmente;

(3) proceder com a divulgação da lista de áreas embargadas pelo Ibama;

(4) dar continuidade às ações do Ministério Público contra empresas que compram produtos oriundos de desmatamento ilegal. Do ponto de vista da inovação, será fundamental avançar com os

(5) incentivos econômicos para a conservação e redução do desmatamento especulativo, além de (6) estimular a recomposição e a regularização florestal. Tais incentivos deveriam abranger os fiscais, através de uma revisão da politica tributária do governo federal.

Neste sentido, o documento analítico sobre o desmatamento de 2013, lançado pelas instituições abaixo assinadas, representa um primeiro passo para uma reflexão mais aprofundada sobre os fatores que ainda tornam a redução do desmatamento na região um desafio. Assim, estas instituições se colocam à disposição do Poder Público para debater em profundidade os resultados e recomendações apresentados.

Para ler o documento na integra, clique aqui.

Foto: Reprodução

Fonte: IHU – Unisinos

 

Combate extração de madeira ilegal em áreas protegidas


Megaoperação combate extração de madeira ilegal em áreas protegidas do Maranhão

Superintende da PF no Estado afirma que 99% da madeira extraída vem de unidades de conservação, portanto são ilegais. Fotos: Polícia Federal

Superintendente da PF no Estado afirma que 99% da madeira extraída saem de unidades de conservação, portanto são ilegais. Fotos: Polícia Federal

Um elaborado esquema que envolvia madeireiros, despachantes e até servidores públicos na extração e comercialização de madeira nobre extraída da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi foi interrompido na semana passada. Denominada “Hymenaea” — em alusão a uma espécie de árvore explorada ilegalmente — a megaoperação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ibama, o Ministério Público Federal (MPF) e com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro e do Distrito Federal (BOPE-RJ e  BOPE-DF).

Mais de 300 policiais federais, apoiados por servidores do IBAMA,  e técnicos em explosivos do BOPE, com três aeronaves à disposição, estão dando cumprimento a 77 medidas judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e apreensão, bem como a suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras nos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte e Ceará.

A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das árvores de menor valor comercial. Dessa forma, sem a necessidade de abrir clareiras na floresta, fazia com que o monitoramento por imagens de satélites não detectasse alterações na cobertura vegetal.

Policiais têm ordem judicial para explodir equipamentos evitando possibilidade de recuperação do material.

Policiais têm ordem judicial para explodir equipamentos evitando possibilidade de recuperação do material.

A madeira extraída ilegalmente era “esquentada” por meio de documentação fraudulenta. Um membro da quadrilha era o responsável por emitir documentos destinados a microempresas laranjas, cadastradas como construtoras em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Essa manobra servia para desviar a madeira para receptadores em todo o Nordeste brasileiro, inclusive grandes indústrias moveleiras.

Estimativas da PF indicam que o grupo teria movimentado valores da ordem de R$ 60 milhões. O esquema vinha causando passivos ambientais de grandes proporções ao longo de anos nos últimos remanescentes de Floresta Amazônica no Maranhão.

As autoridades bloquearam mais de R$ 12 milhões de diversas pessoas físicas e jurídicas. Os valores são provenientes da lavagem do dinheiro adquirido com a extração ilegal da madeira.

Para o superintendente da PF no Maranhão, delegado Alexandre Saraiva, 99% da madeira retirada do Maranhão sai de unidades de conservação federais ou de terras indígenas, o que as torna ilegais: “Fora dessas regiões não existe madeira suficiente para fomentar uma atividade comercial lícita”.

Operação envolve policiais e agentes de várias unidades federativas.

Operação envolve policiais e agentes de várias unidades federativas.

Medidas enérgicas

Dos pedidos de prisão preventiva, 10 foram cumpridos. Trinta e uma serrarias foram explodidas com dinamite pelas forças de segurança. Maquinários pesados como tratores e caminhões também foram destruídos com explosivos para impedir a recuperação judicial por parte dos acusados no futuro.

Segundo o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral, a destruição das serrarias é uma ação mais enérgica, “a última e mais adequada medida, pois várias delas já haviam sido autuadas, embargadas e desmontadas, mas voltaram a funcionar”.

Os investigados responderão por crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens apreendidos, impedir a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, corrupção ativa, tráfico de influência.

O título da operação é alusivo ao gênero de uma espécie de Jatobá (Hymenaea courbaril), que é ilegalmente explorada nessas unidades de conservação. Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, a operação é resultado da parceria com a PF no Maranhão, que desarticula mais uma quadrilha do crime organizado, tendo como resultado a redução da pressão sobre a floresta.

UCs do Maranhão têm longo histórico de ciclo destrutivo e forte pressão política para exploração de seus recursos.

UCs do Maranhão têm longo histórico de ciclo destrutivo e forte pressão política para exploração de seus recursos.

Arco do Desmatamento

Reserva Biológica (REBIO) do Gurupi é uma Unidade de Conservação de proteção integral criada pelo Decreto no 95.614 de 12 de janeiro de 1988, com uma área de 271.197 hectares.

A Terra Indígena Caru tem 172.677 hectares, sendo abrigo de aldeias isoladas da etnia Awa. Essas aldeias foram contatadas recentemente e ganharam distinção internacional como uma das últimas isoladas da região nordestina.

Essas UCs, inseridas no Arco do Desmatamento da Amazônia, integram importante mosaico de remanescente de Floresta Amazônica no Maranhão. Têm longo histórico de passivos ambientais, passando por sucessivos ciclos destrutivos e forte pressão política que visam a diminuição de suas áreas e a exploração de seus recursos. A retirada ilegal de madeira das duas unidades de conservação chega a 120 mil m3 por ano, o equivalente a 30 mil árvores, segundo estimativa da movimentação nas serrarias do entorno.

Segundo Roberto Cabral, a degradação ambiental causada pelos cortes torna as áreas mais sujeitas a incêndios florestais, como o que ocorreu em 2015 na TI Araribóia. “Outro dano silencioso é a morte de animais com a caça ilegal pelos infratores”.

O coordenador de Meio Ambiente da Superintendência da PF no Maranhão, delegado Júlio Sombra, afirma que é o inicio de um trabalho que vai perdurar por muito tempo. As buscas e apreensões realizadas vão gerar outros desdobramentos para tentar minimizar a exploração desse último reduto de Floresta Amazônica no Maranhão.

Fonte: (o)eco