Capacitação profissional através da reciclagem de papel – Uma iniciativa do bem!


O Instituto Reciclar, em São Paulo, criado há 18 anos, realiza um amplo programa de capacitação profissional através da reciclagem de papel. Nele, adolescentes de comunidades carentes aprendem todo o processo de produção artesanal de papel para a fabricação de produtos reciclados como cadernos, blocos e cartões.

                                        

Todos os papéis são produzidos pelos jovens que participam da Oficina de reciclagem, uma das etapas do processo educacional e profissionalizante desenvolvido pelo Reciclar. Nela os jovens aprendem todo o processo de produção artesanal do papel, numa vivência de trabalho em equipe que funciona como seu primeiro emprego, já que todos recebem salário e têm carteira assinada.

Todo o processo pelo qual o papel passa beneficia diretamente tanto o jovem como a natureza, tornando a Instituto uma combinação entre sustentabilidade ecológica e motivador ambiental, social e profissional. Além de educar sobre conscientização ambiental dentro da comunidade.

                                                

Além de uma ampla oferta de produtos fabricados com primor, a organização sem fins lucrativos que atua com os jovens da cidade de Jaguaré também possui uma parceria com o Banco Central para utilizar as cédulas picadas em uma série de papeis reciclados. “Fazemos duas retiradas anuais de cédulas, de acordo com nosso ritmo de produção. São utilizados 150 kg de cédulas picadas para produzir 1000 folhas de papel reciclado”, informa João Batista da Cruz Filho, Gerente de Produção.

Os recursos advindos da venda dos produtos gerados na Oficina são revertidos para a sustentabilidade do Instituto, e muitos produtos são encomendados por grandes empresas como Carrefour, Banco Fibra, Banco Barclays, BRF Brasil Food, VB Serviços, Instituto Ethos e BrasilPrev.

                                               

 

Fonte: http://www.reciclar.org.br/

Laísa Mangelli 

Conheça as diversas formas de reciclar embalagens longa vida


Papel, alumínio e plástico compõem a fórmula da embalagem que, como o próprio nome diz, dá vida longa ao seu conteúdo. Ao criar uma barreira que impede a entrada de luz, ar, água, microorganismos e odores externos, essas caixinhas isolam alimentos como leite, sucos e molhos de tomate, dispensam refrigeração e permitem que produtos perecíveis sejam transportados em longas distâncias sem estragar. Além disso, são consideradas uma das embalagens mais leves do mercado – o peso de uma unidade corresponde a 97% de produto e 3% de embalagem.

Quase um milagre. Elas foram criadas na Suécia nos anos 1950 e ganharam o mundo com a praticidade tão característica dos tempos industriais. O milagre só não é completo porque as embalagens longa vida, quando jogadas no lixo, são um verdadeiro desperdício de recursos naturais – o que acontece com várias outras “invenções” humanas que hoje se acumulam indefinidamente no planeta. Afinal, jogar um pacotinho desses no lixo é dar cabo de um curto ciclo de vida do papel, alumínio e plástico, ao mesmo tempo.

Embora recente, já existe tecnologia para fazer a separação dos componentes e a reciclagem das embalagens longa vida – algo não muito simples. Uma vez que os elementos são “grudados” um no outro, é difícil separá-los. As fotos abaixo dão uma ideia bastante clara:

 

                                   

 

O gargalo do problema ainda é a abrangência da coleta seletiva especializada nesse tipo de resíduo. A Tetra Pak criou o Rota da Reciclagem, sistema que aponta a localização e o contato de cooperativas, pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem de embalagens longa vida em todo o território nacional. Mas nem todas as capitais brasileiras tem postos de coleta, o que impossibilita algumas regiões de entrar no (re) ciclo. Atualmente, mais de 35 indústrias reciclam as embalagens da Tetra Pak e estão localizadas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal.

Em 2011, 59 mil toneladas de embalagens foram recicladas no Brasil, o que representa 27,1% – um pouco acima da média mundial, que é de 21,6%, segundo o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Em 2012, o número aumentou para 65 mil toneladas – e as projeções são de aumento para os próximos anos.

 

Como é feita a reciclagem:

O processo acontece em duas etapas. A primeira é a retirada do papel e posteriormente o processamento do plástico e do alumínio.

            

1. Nas fábricas de papel, as embalagens são jogadas em um “liquidificador gigante”, o hidrapulper (imagem acima). As fibras são agitadas com água e sem produtos químicos, hidratando-se e separando-se das camadas de plástico e alumínio. Após a separação, as fibras de papel podem se transformar em caixas de papelão, tubetes, chapas, palmilhas e produtos em polpa moldada.

2. Para separar o alumínio e o plástico, a Tetra Pak desenvolveu no Brasil a tecnologia de separação térmica em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP) e inaugurou a primeira planta do mundo para esse tipo de reciclagem em 2005. No processo, o plástico transforma-se em parafina e o alumínio (imagem abaixo) é recuperado com grau de pureza de mais de 90%. Ambos seguem principalmente para a indústria química.

                    

3. Outro processo permite que o plástico e o alumínio sejam triturados e prensados a quente, transformando-os em uma chapa semelhante ao compensado de madeira que pode ser usada na fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas. No caso das telhas, o plástico e o alumínio são picotados e passam por uma secagem. Então são cobertos por uma camada de filme plástico e prensado a quente. O polietileno derrete e adere ao alumínio formando uma resistente chapa. Ainda quente a chapa é colocada no molde da telha, onde adquire formato.

 

                        

Fonte: http://www.autossustentavel.com

 

Laísa Mangelli