Para alertar sobre consumo excessivo, ONG cria sapato feito 100% de lixo coletado de um rio


O rio Tâmisa é o segundo maior do Reino Unido e símbolo de como o crescimento econômico acelerado é capaz de matar a natureza, já que, em meados da década de 60, o rio foi declarado biologicamente morto, por conter baixíssimos índices de oxigênio, o que não permitia mais a sobrevivência de espécies aquáticas.

Desde então, vem sendo feito um trabalho por parte do governo e prefeituras das cidades por onde o rio passa, que inclui leis que proíbem o uso do rio por parte de fábricas de despejas poluentes, além de uma série de outras medidas. Com isso, o rio renasceu, mas atualmente ainda são despejadas grandes quantidades de lixo em suas águas.

Como há ainda muita coisa a ser feita, projetos surgem para aumentar a consciência das pessoas acerca da relação direta entre consumo e lixo. Um desses casos é o da ONG ”Everything You Buy is Rubbish (“Tudo que você compra é lixo”, em tradução livre), que transforma resíduos encontrados nas margens do rio em novos objetos capazes de simbolizar nosso desperdício desenfreado.

Um deles é o sapato, um produto em que um arranhão ou uma mudança na moda é capaz de torná-lo completamente inútil aos olhos do consumidor, que acaba por usá-lo apenas por alguns meses, apesar de o sapato em si durar séculos até se decompor. Como forma de mostrar como esse hábito é sem propósito, a ONG criou um sapato feito com 100% de lixo coletado do Tâmisa, desde o solado aos cadarços, que são de plásticos e materiais encontrados por lá.

Conheça melhor o projeto com o vídeo e as fotos abaixo.

 

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Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/07/um-sapato-feito-100-de-lixo-coletado-do-rio-tamisa-para-alertar-sobre-consumo-excessivo/

Laísa Mangelli

Prorrogação dos lixões: um retrocesso ambiental e social


Prorrogação dos lixões: um retrocesso ambiental e social. Entrevista especial com Antonio Silvio Hendges

 

“A irresponsabilidade pública em relação aos resíduos sólidos terá uma sobrevida considerável se o Projeto de Lei 425/2014 for aprovado pela Câmara e sancionado pelo Executivo”, adverte o biólogo.

 

Foto: cempre.org.br
 

Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRSter determinado 2014 como o ano limite para extinguir todos os lixões existentes no país, alguns Projetos de Lei, a exemplo do PLS 425/2014, aprovado pelo Senado, sugerem a alteração dos artigos 54 e 55 da legislação, permitindo a prorrogação do fechamento dos lixões para 2021. Na avaliação de Antonio Silvio Hendges, caso aprovado, o PL representará um “retrocesso na legislação, na agenda ambiental e nas perspectivas do desenvolvimento sustentável no curto e médio prazo no país”, porque a “gestão e o gerenciamento adequado dos resíduos são fundamentais às políticas públicas de saúde, saneamento básico, assistência social, geração de renda, prevenção de enchentes e muitos outros aspectos relacionados aos ambientes urbanos”.

 

Segundo Hendges, a “justificativa” de prefeitos e suas entidades representativas, a qual foi aceita pelos senadores, é a de que os prazos estipulados pela PNRS, sancionada em 2010, são “curtos à adequação, insuficiência de recursos financeiros, dificuldades para a contratação de recursos humanos e quadros técnicos/gerenciais qualificados, diferenças regionais e deficiências de infraestrutura”.

Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, o biólogo frisa que o PL “não contribui para a afirmação de perspectivas positivas e possivelmente será um entrave ao desenvolvimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, atrasando consideravelmente ou mesmo inviabilizando a sua implantação”. Politicamente, contudo, “é um descaso com os administradores e municípios que se adequaram e/ou buscavam esta perspectiva e um prêmio aos omissos, aos que apostam sempre em deixar como está para ver como fica”.

Antonio Silvio Hendges é graduado em Biologia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi-SC e especialista em Auditorias Ambientais pela Universidade Candido Mendes-RJ. Atualmente é professor de biologia e presta assessoria em educação ambiental e resíduos sólidos.

Confira a entrevista.

 

Foto: Nahiene Alves / IHU
 

IHU On-Line – Como analisa o PLS 425/2014, que sugere a ampliação do prazo para que a União ofereça apoio técnico e financeiro a estados e municípios na elaboração dos planos de saneamento básico e resíduos sólidos? Em que contexto surge essa proposta?

 

Antonio Silvio Hendges – Este projeto aprovado pelo Senado e que será analisado na Câmara dos Deputados alterou os artigos 54 e 55 da Lei 12.305/2010 — Política Nacional de Resíduos Sólidosque determinou até agosto de 2014 para a extinção dos lixões no país, com o encaminhamento dos rejeitos para aterros sanitários após coleta seletiva, reúso quando possível, reciclagem e compostagem, gestão, gerenciamento e tratamento adequado dos resíduos, inclusive tecnológicos como os eletroeletrônicos, eletrodomésticos, baterias, lâmpadas, embalagens em geral, construção civil e outros, além de projetos e programas de educação ambiental. A aprovação do projeto original nº 425/2014 da Subcomissão Temporária de Resíduos Sólidos foi sugerida pela Comissão Especial do Pacto Federativo, e uma emenda apresentada ao plenário pelo Senador Fernando Bezerra Coelho(PSB) e defendida pela Relatora Vanessa Grazziotin (PCdoB) estabeleceu prazos escalonados de acordo com o tamanho e a localização dos municípios, que variam entre 2018 e 2021.

Pelo projeto, a extinção dos lixões será prorrogada nas capitais e regiões metropolitanas até 31 de julho de 2018 com ampliação sucessiva de um ano para os demais municípios: em fronteiras e municípios com mais de 100 mil habitantes pelo Censo 2010 do IBGE, até 2019; entre 50 e 100 mil habitantes, até 2020; com menos de 50 mil habitantes, até2021. A justificativa dos prefeitos e suas entidades representativas, como a Confederação Nacional dos Municípios, aceita pelos senadores, foram os prazos curtos à adequação, insuficiência de recursos financeiros, dificuldades para a contratação de recursos humanos e quadros técnicos/gerenciais qualificados, diferenças regionais e deficiências de infraestrutura.

Esta é a proposta que tem a simpatia do Executivo e que possivelmente será aprovada na Câmara dos Deputados. Outras propostas aprovadas anteriormente pela Câmara foram vetadas pelo Executivo.

IHU On-Line – A prorrogação do fim dos lixões para 2021 deve ser vista de que modo?

Antonio Silvio Hendges – Como um retrocesso na legislação, na agenda ambiental e nas perspectivas do desenvolvimento sustentável no curto e médio prazo no país. A gestão e o gerenciamento adequado dos resíduos são fundamentais às políticas públicas de saúde, saneamento básico, assistência social, geração de renda, prevenção de enchentes e muitos outros aspectos relacionados aos ambientes urbanos. Este projeto não contribui para a afirmação de perspectivas positivas e possivelmente será um entrave ao desenvolvimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, atrasando consideravelmente ou mesmo inviabilizando a sua implantação.

Politicamente, é um descaso com os administradores e municípios que se adequaram e/ou buscavam esta perspectiva e um prêmio aos omissos, aos que apostam sempre em deixar como está para ver como fica.

 

Fonte: fundacaoverde.org.br
 

IHU On-Line – Qual tende a ser o impacto dessa prorrogação? Vislumbra impactos ambientais, sociais ou de outra ordem?

 

Antonio Silvio Hendges – Todos os impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes dos lixões e outros relacionados com a gestão inadequada dos resíduos continuarão presentes e com tendência ao agravamento se considerarmos o aumento do consumocomo tendência macro. A contaminação de amplas áreas, incluindo-se os recursos hídricos, o desperdício de recursos, os problemas de saúde pública, a inadequação das atividades doscatadores, a ausência de projetos de coleta seletiva, reciclagem e responsabilidade compartilhada, a inexistência de programas de educação ambiental, as deficiências na fiscalização e a irresponsabilidade pública em relação aos resíduos sólidos terão uma sobrevida considerável se este projeto for aprovado pela Câmara e sancionado pelo Executivo.

Também é possível que aconteça uma desestruturação nos projetos em desenvolvimento ou ainda não consolidados, desorganizando aspectos importantes da gestão e gerenciamento dos resíduos em alguns municípios, principalmente naqueles que buscavam a adequação e a consolidação de políticas públicas de gestão e gerenciamento adequados.

ampliação dos prazos não garante que os municípios adequar-se-ão aos aspectos legais, que vão além da erradicação dos lixões, estabelecendo diretrizes que tornam os resíduos sólidos bens econômicos com reintrodução nas cadeias produtivas, geração de recursos financeiros e desenvolvimento econômico/socioambiental.

IHU On-Line – Por que se chegou ao ponto de prorrogar o fim dos lixões para essa data? O que isso demonstra sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a dificuldade dos municípios em implementar as medidas determinadas pela PNRS?

Antonio Silvio Hendges – A justificativa para esta ação, por parte das organizações representativas dos municípios e dos senadores, foram os prazos curtos, a falta de recursos financeiros, as dificuldades técnicas, a inexistência de recursos humanos técnico-gerenciais e outras limitações de infraestrutura. Em parte, há razões para esta argumentação, mas considero que o principal fator foi mesmo a ausência de prioridade nesta área: não existiu uma motivação e um entendimento por parte dos administradores de que a gestão adequada dos resíduos é um diferencial importante e que contribui para a melhoria dos ambientes urbanos em diversos níveis, não apenas nos aspectos imediatos. As opções administrativas foram por outras prioridades, outros investimentos, não nas políticas públicas de saneamento e gestão dos resíduos.

A descaracterização das diretrizes originais da Política Nacional de Resíduos Sólidos quanto aos planos de gestão e o fim dos lixões comprometerá outros aspectos e abrirá espaço para novas mudanças sempre que não forem priorizadas pelas administrações municipais as políticas públicas de saneamento. Quanto aos recursos financeiros e apoio técnico, um parágrafo na nova lei estabelece que a União edite normas complementares e defina critérios de acesso aos recursos federais, dispositivo que pode desmobilizar os municípios que ficarão aguardando a edição destas normas e a disponibilidade dos recursos para desenvolverem suas ações. Espera-se que se o projeto for aprovado, estas normas sejam editadas imediatamente e que os recursos disponibilizados sejam suficientes às expectativas criadas.

Fonte: fundacaoverde.org.br

IHU On-Line – Como essa proposta foi recebida pelos municípios do Rio Grande do Sul e qual é a situação dos municípios em relação aos lixões?

Antonio Silvio Hendges – No Rio Grande do Sul são poucos os municípios que ainda descartam os resíduos em lixões. Pelas informações que disponho, são apenas cinco municípios atualmente: Uruguaiana, Ipiranga do Sul, Santa Margarida do Sul, São Gabriel e Tupanciretã. O lixão de Viamão, na região metropolitana, foi transformado em um aterro controlado de acordo com informações da prefeitura. Isso é um pouco melhor que a disposição em um lixão, principalmente se existir uma triagem prévia dos recicláveis. Evidentemente que existem locais clandestinos em que são descartados resíduos diversos, como os da construção civil, por exemplo.

Os maiores problemas em relação aos lixões estão nas regiões Nordeste, Norte e Centro Oeste, onde não há universalidade no recolhimento, as iniciativas de coleta seletiva inexistem ou são limitadas, as prefeituras têm deficiências administrativas e estruturais enormes, a comunicação e a educação ambiental relacionada aos resíduos são bastante precárias.

IHU On-Line – Quais ainda são os problemas centrais relacionados à gestão dos resíduos sólidos?

Antonio Silvio Hendges – Sem dúvida, a inadequação da maioria dos municípios brasileiros aos aspectos legais é o principal entrave à gestão eficiente dos resíduos sólidos no país. A inexistência dos planos de gestão e gerenciamento e de diagnósticos adequados aos diversos resíduos produzidos — urbanos, construção civil, industriais, saúde e outros — dificultam a gestão e inclusive a sua reutilização e reciclagem quando possível. A ausência de planejamento e de diretrizes também inviabilizam uma fiscalização adequada e a construção de compromissos públicos dos geradores e poderes públicos para com a disposição ambientalmente adequada.

Os investimentos em tecnologias, que permitam a gestão e gerenciamento eficientes dos diversos materiais, com escala industrial e sua transformação em bens de capital e matérias-primas, ainda são limitados, assim como a capacitação específica de profissionais nesta área, inclusive para o desenvolvimento econômico e o estabelecimento de uma indústria nacional da reciclagem.

“41% dos municípios elaboraram planos de gestão e 58% dos resíduos urbanos produzidos no país estão sendo encaminhados para aterros adequad

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Antonio Silvio Hendges – A alternativa em relação aos municípios inadequados ao final dos prazos estabelecidos nos artigos 54 e 55 da Lei 12.305/2010, inclusive não apenas em relação à existência de lixões, mas também a outros aspectos da gestão dos resíduos sólidos, é a realização de Termo de Ajustamento de Conduta – TAC com oMinistério Público, estabelecendo os critérios e diretrizes para a adequação, com metas, cronogramas, previsão de recursos humanos e financeiros e responsabilidades dos gestores municipais.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 41% dos municípios elaboraram planos de gestão e 58% dos resíduos urbanos produzidos no país estão sendo encaminhados para aterros adequados. Em 2013 existiam reconhecidamente 1.196 lixões em atividade no país.

Por Patricia Fachin

Fonte: IHU

São Paulo terá sacos de lixo específicos para reciclagem


                           

A Prefeitura de São Paulo está desenvolvendo um novo tipo de saco de lixo, feito especificamente para abrigar resíduos que devem ser reutilizáveis. A Secretaria de Serviços da cidade alega que testes ainda estão sendo feitos com os tipos de materiais, mas a cor ainda não foi definida.

A ideia é que os sacos sejam produzidos com plástico processado pelas quatro usinas que a cidade deverá ter até 2016 . As embalagens deverão trazer instruções de como separar os resíduos corretamente. De acordo com a pasta, já há casos de sucesso seguindo a mesma lógica em outras cidades do mundo.

Os sacos serão apenas uma das utilidades do material processado nas usinas. A central que já opera na cidade e que custou R$ 36 milhões, tem previsão de render 1,6 milhão por mês com a venda do material reaproveitado. Os gastos de custeio são da ordem de R$ 300 mil – o restante deve incrementar a renda de trabalhadores de cooperativas, mas também haverá dinheiro destinado a um fundo de estímulo de coleta seletiva.

O fundo em questão receberá recursos de empresas que farão a logística reversa. A Prefeitura já fechou convênios, homologados pelo Ministério do Meio Ambiente, com os setores de embalagens e de lâmpadas. Os recursos devem viabilizar a construção de mais usinas ou estimular usinas de compostagem domésticas, reduzindo também os detritos orgânicos.

(EcoD)

Fonte: Mercado Ético

Sujeira de candidatos causa acidentes em Belo Horizonte


Idosa caiu no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e sofreu ferimentos. Uma militar do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar também se feriu ao cair de moto por causa da sujeira

Santinhos tomaram conta da Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH (Sidney Lopes/EM/D.A.Press)  
Santinhos tomaram conta da Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH

As ruas e avenidas de Belo Horizonte amanheceram cobertas de santinhos neste domingo. A sujeira dos candidatos, além de poluir as vias também vem ocasionando acidentes. Pessoas estão escorregando nas folhas e caindo. No Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, uma idosa sofreu ferimentos. Casos semelhantes também foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Por meio das redes sociais, diversos eleitores reclamaram da poluição e contaram algumas situações.
 

Os santinhos também provocaram acidentes de trânsito. A cabo Patrícia dos Santos Sad, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (Bptran) seguia de moto pela Rua Padre Tiago de Almeida, no Bairro Camargos, Região Oeste de Belo Horizonte, quando escorregou nas folhas espalhadas pela via. “Tinha acabo de votar e fui parar para obedecer uma parada obrigatória. Foi nesta hora que escorreguei e cai”, contou a policial.

A militar foi levada para o hospital por colegas. “Sofri uma lesão na coluna e estou com um roxo na perna. Também estou com dor no pé. Tive até que pegar um atestado por causa disso”, comentou. Revoltada, Patrícia fez um desabafo. “É o lixo da sociedade. Já que os candidatos pagam para as pessoas fazerem a propaganda e apresentar o trabalho deles, tinham que pagar para recolher a sujeira das eleições”, sugeriu.

Na cidade de São Carlos, em São Paulo, uma aposentada de 70 anos ficou ferida depois de escorregar nos santinhos. A mulher bateu com a cabeça no chão e sofreu ferimentos. Ela foi socorrida para o hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A idosa ficou internada em observação.

 

 

                                      Em alguns locais, não dá para enxergar as calçadas (Sidney Lopes/EM/D.A.Press)  
                                           Em alguns locais, não dá para enxergar as calçadas

Por meio das redes sociais, os internautas reclamaram da sujeira. “Chegando na minha seção, tinham muitos santinhos pelo chão. E tinham uns maiores, que tem um papel que é mais liso. Quase caí de cara”, disse Rogério Ferraz. “Não caí, mas escorreguei e quase torço o tornozelo. Santinhos assassinos”, comentou Clodoaldo Corrêa. “Escorreguei e caí graças a esses santinhos sujando tudo quanto é lugar possível. Obrigada aos envolvidos”, afirmou Audrey Muler. “Todo ano tem foto de gente que cai por causa dos santinhos. Eu escorreguei num hoje. Isso daí já deve ter matado muita gente”, falou Bad Streaming.

Algumas pessoas também usaram as redes sociais para alertar a população. “Absurdo, chão escorregando na porta da Newton Paiva na Avenida Carlos Luz, 800, BH, sujeira de 2 candidatos”, afirmou Ju Oliveira.

Segundo a legislação eleitoral, jogar santinhos na rua no dia da eleição é crime. A pena varia de seis meses a um ano de prisão e multa entre R$ 5.320,50 e R$ 15.961,50.

         

Fonte: Estado de Minas

Tecnologias transformam o chorume, resíduo tóxico do lixo, em água limpa no Brasil


              

 

As tecnologias de proteção e de recuperação do meio ambiente têm conseguido resultados revolucionários no Brasil e no mundo.  O chorume, aquele líquido resultante da decomposição do lixo, já pode ser transformado em água pura.A maior parte do lixo gerado no Brasil é matéria orgânica, principalmente restos de comida. A decomposição desses resíduos provoca o aparecimento do chorume, o suco do lixo, um líquido escuro, tóxico, que pode contaminar as águas subterrâneas. Na maioria dos aterros do país, não há tratamento adequado para o chorume.

“Não é possível que a gente continue levando o chorume para estações de tratamento de esgoto que não tratam chorume. Diluem apenas”, comenta o engenheiro civil Walter Plácido.Uma das exceções é o aterro de Cariacica, no Espírito Santo. Lá, uma tecnologia totalmente brasileira transforma 130 mil litros de chorume por dia em água tratada e adubo.“95% do chorume vira água e os outros 5% são transformados em resíduo, na forma de um lodo sólido, sendo que este resíduo pode ser utilizado em processos de compostagem para que sejam transformados em adubo orgânico”, explica o empresário Poy Ramos Carneiro.

Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, o tratamento do chorume é ainda mais sofisticado. Sai mais barato tratar o chorume por essa tecnologia alemã do que levar o material para tratamento em uma estação de esgoto.  O chorume recolhido do aterro é bombeado para uma miniestação de tratamento que cabe em um contêiner. Equipamentos de última geração filtram o chorume. Micro membranas só deixam passar as moléculas de água. O resultado do processo é impressionante. É água pura, destilada. O que era problema virou solução. Uma economia de R$ 300 mil em apenas dois meses.

“Eu acho que é um primeiro passo para que o país evolua no tratamento do chorume para todos os aterros”, diz Milton Pilão Junior, executivo da empresa de tratamento de resíduos.

O desafio agora é descobrir o que fazer com 80 mil litros de água destilada por dia.

“Os usos mais nobres desta água deveriam ser usos industriais. Indústrias que têm necessidade de água com alto padrão de desmineralização, alto padrão de destilação”, aponta o engenheiro Walter Plácido.

Por enquanto, a água destilada está sendo usada para baixar a poeira dentro do próprio aterro. Um banho de luxo, até que novos negócios transformem essa água em uma fonte de receita para quem cuida do lixo.

Fonte: http://g1.globo.com

 

Laísa Mangelli

Cientistas conseguem gerar eletricidade a partir de lixo com bateria microbiana


Cientistas da Universidade Stanford desenvolveram uma nova técnica para gerar eletricidade a partir de dejetos utilizando micróbios como usinas extremamente pequenas, capazes de produzir energia enquanto digerem resíduos de origem animal e vegetal. Os autores, publicado nesta segunda-feira na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, chamaram a invenção de “bateria microbiana”.

                                  

Eles esperam que, um dia, esses micro-organismos poderão ser aproveitados em estações de tratamento de esgoto ou para destruir poluentes em regiões com água contaminada.O protótipo com que os cientistas Yi Cui, Craig Criddle e Xing Xie trabalham atualmente ainda é pequeno e funciona em um campo isolado: em um laboratório, com dois eletrodos – um positivo, o outro negativo – mergulhados em uma garrafa de águas residuais. Ali, as bactérias estudadas por eles se alimentam das partículas de material orgânico para produzir eletricidade.

Há anos os cientistas têm conhecimento da existência desse tipo de micróbio – organismos que se desenvolveram em ambientes sem ar e obtiveram a habilidade de reagir com minerais óxidos em vez de respirar oxigênio, assim como fazem os humanos, para converter nutrientes orgânicos em combustível biológico. Durante as últimas décadas, diversos grupos de pesquisa têm tentado utilizar esses micro-organismos como biogeradores, porém aproveitar essa energia de maneira eficiente tem sido um desafio.
Os engenheiros envolvidos no projeto estimam que a bateria microbiana possa extrair aproximadamente 30% da energia potencial não aproveitada em águas residuais. Essa é uma eficiência semelhante à registrada nas melhores células de conversão de energia solar em eletricidade, segundo os cientistas.

Fonte: noticias.terra.com.br

Publicado no blog do Instituto Ideias

Catadores viram solução para lixo da Copa


Cooperativas são responsáveis por recolher toneladas de resíduos dentro e fora das arenas e dar um fim correto ao lixo gerado pelo evento

      

A quantidade de lixo gerado pela Copa do Mundo é grande. Mas uma parte dele, ao menos, está contribuindo para o trabalho de um bom número de pessoas. Catadores de materiais recicláveis são responsáveis por recolher parte do lixo que tem se acumulado ao redor das arenas e Fan Fests.

A ação é financiada pelo Ministério do Meio Ambiente e coordenada pelas prefeituras de seis cidades-sede do evento: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal e São Paulo. A intenção do projeto é contribuir para o trabalho de parcela importante da população, os catadores, e ainda incentivar o descarte correto dos resíduos. Somente nos primeiros 5 dias de copa, 5 toneladas foram recolhidas nas Fan Fests. Todo o material recolhido é destinado às cooperativas de reciclagem.

Karla Vieira Semcom Semulsp

Karla Vieira Semcom Semulsp

Os Catadores trabalham tanto nas Fan Fests como dentro das arenas.

Na cancha

Os catadores também agem dentro das arenas que recebem os jogos da Copa. Em março deste ano, 840 catadores começaram a ser capacitados para trabalhar nas arquibancadas e dependências dos estádios. A iniciativa foi promovida pela Coca-Cola, uma das patrocinadoras oficiais do evento.

Há até um “Placar da Reciclagem“, que calcula a quantidade de materiais recolhidos até o momento dentro das arenas. É possível visualizar os diferentes tipos de resíduos e filtrar a coleta por estádio. ate o momento, segundo o site, foram coletadas 184 toneladas de materiais recicláveis.

Peso

A atuação dos catadores na Copa é reflexo da importância que eles vêm adquirindo na gestão de resíduos do país. Em quase 50 cidades brasileiras, cooperativas de catadores já são responsáveis por fazer a coleta seletiva oficial de materiais recicláveis.

A mudança se acentuou após o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2011, que criou a possibilidade de prefeituras contratarem cooperativas para a gestão municipal do lixo.

O PNRS ainda determina que todos os lixões do país sejam fechados até agosto deste ano. A intenção é que eles sejam substituídos por aterros, que ficariam proibidos de receberem das prefeituras qualquer tipo de material reciclável. As prefeituras têm recorrido aos catadores, mas, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, mais de 2 mil lixões ainda funcionam no país.A mudança se acentuou após o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2011, que criou a possibilidade de prefeituras contratarem cooperativas para a gestão municipal do lixo.

Fonte: Catraca Livre

“Rio de lixo” ameaça população do Líbano


As autoridades da capital libanesa, Beirute, decidiram fechar um dos maiores aterros sanitários da região no meio do ano passado. O problema é que ninguém planejou um novo destino para todos os resíduos que eram despejados lá. Como resultado, as ruas da cidade observam o surgimento do que os locais estão chamando de um “rio de lixo”. De acordo com entidades locais, mais de 2 milhões de toneladas de detritos tóxicos estão a céu aberto, sem tratamento.

Segundo a rede de notícias CNN, o lixo começou a se acumular na cidade no início de novembro, meses após o fechamento do aterro. Com o passar dos meses o volume foi só aumentando e a população começou a protestar por alguma solução, mas tudo que receberam de volta foram duras repressões dos militares. “Este costumava ser um lugar tão bonito, mas olhe agora, Nós não conseguimos mais nem caminhar por aqui”, reclama um morador à CNN.

A maior preocupação dos cidadãos é com a contaminação que o lixo potencialmente representa. Especialistas libaneses já alertaram que a chuva pode carregar toxinas e contaminar o lençol freático, prejudicando o fornecimento de água da cidade. Enquanto o Governo não toma nenhuma atitude, a população começou a queimar os resíduos para se ver livre deles, mas a iniciativa precisou parar uma vez que a fumaça liberava partículas cancerígenas no ar. “Doenças, câncer, nós estamos morrendo aqui. Olhe para o que eles estão fazendo. A solução é que morrer lentamente”, queixa-se outro local.

Imagens: Reprodução

Fonte: POP

Fim dos lixões


Fim dos lixões Volta a Ser cobrado Pela ministra do Meio Ambiente – 

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reforçou na quinta-feira, 28 de maio, a importância de um trabalho conjunto nas cidades brasileiras para garantir o encerramento dos “lixões” – forma inadequada de disposição final de resíduos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

O posicionamento foi defendido em rodada de debates do último dia da 18ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Questões como o tamanho e a população residente nas cidades devem ser levadas em consideração. “É intolerável que o país ainda lide com o lixo dessa forma”, declarou a ministra. Para ela, a gestão dos resíduos deve priorizar, também, a recuperação de áreas degradadas e a promoção da qualidade de vida. “Os caminhos precisam buscar essa conversão”, explicou.

A ministra ressaltou o engajamento de todos os envolvidos com o assunto. De acordo com Izabella, há um esforço generalizado dos governos locais para efetivar o encerramento dos lixões. “Essa agenda traz soluções que dialogam com todo o país e tenho visto todas as instâncias da administração envolvidas com a pauta”, analisou. “É preciso ter um olhar diferenciado.”

Saiba mais

A Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). De acordo com a legislação, o prazo para fechamento dos lixões acabou em agosto de 2014. Desde então, os rejeitos precisam ter uma disposição final ambientalmente adequada. Além disso, as áreas ocupadas anteriormente pelos lixões precisam ser isoladas e recuperadas.

Deixar de encerrar os lixões gera insegurança jurídica para os municípios. Segundo a Lei de Crimes Ambientais, quem causar poluição que possa resultar em danos ao meio ambiente, incluindo a disposição inadequada de resíduos sólidos, pode levar multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

Os responsáveis poderão ser responsabilizados e é de competência constitucional que os municípios organizem e prestem os serviços públicos de interesse local, entre os quais se encontra a gestão de resíduos sólidos.

(Por Lucas Tolentino, do Ministério do Meio Ambiente)

Laísa Mangelli

Pra onde vai o lixo que você produz?


"Aumentando a escala e a cobertura da reciclagem, abrindo novas frentes de reaproveitamento do lixo, inclusive o orgânico, São Paulo avança no enfrentamento de um dos maiores desafios ambientais de nossas cidades", escreve Raquel Rolnikurbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em artigo publicado por Mercado Ético25-06-2014.

       

Eis o artigo.

Muita gente já separa em casa o lixo seco do lixo orgânico, mas pouco sabemos que destino têm esses materiais, o quanto de fato é aproveitado para reciclagem, se é possível aproveitar o lixo orgânico pra alguma coisa… Enfim, a destinação final do lixo que produzimos é uma das grandes preocupações de nossas cidades hoje. A maior parte do lixo ainda vai para aterros sanitários, cada vez mais distantes e com enorme impacto sobre as áreas onde estão instalados. Afinal, quem quer conviver com um aterro do lado de casa ou do trabalho?

Para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo, hoje, temos coleta seletiva em 46% dos domicílios, mas menos de 2% do nosso lixo é de fato reciclado. Ou seja, não adianta ter coleta seletiva se não reaproveitamos de fato esse material. Com o objetivo de aumentar nossa capacidade de reciclar, a prefeitura de São Paulo inaugurou, no início deste mês, a primeira central de triagem mecanizada de resíduos recicláveis da América Latina, na Ponte Pequena, região do Bom Retiro, com capacidade para processar até 250 toneladas de lixo reciclável por dia.

Um dos grandes limites para a ampliação da reciclagem é justamente o acúmulo do material reciclado e a dificuldade de encaminhá-lo para reuso, por ser muito volumoso. Se ele fica acumulado em grandes quantidades em centrais de reciclagem, sejam estas de cooperativas de catadores ou de empresas, isso também limita enormemente o potencial de expansão da capacidade de reciclar da cidade. Com a mecanização, o lixo separado é prensado mecanicamente, diminuindo de volume e, assim, podendo ser transportado mais facilmente.

A receita gerada pela comercialização dos materiais processados pela central constituirá o Fundo Municipal deColetiva Seletiva, Logística Reversa e Inclusão de Catadores. Este fundo viabilizará a contratação de cooperativas de catadores que atuarão dentro da central – na triagem dos materiais e na operação das máquinas, por exemplo – e, ainda, permitirá parcerias com outras cooperativas, que continuarão atuando externamente na coleta seletiva. A gestão do fundo será feita por um conselho formado por 9 integrantes, sendo três da sociedade civil, três do governo municipal e três das cooperativas de catadores.

Ao incorporar as cooperativas na implementação deste novo sistema de coleta seletiva, espera-se melhorar as condições de trabalho dos catadores e, ainda, aumentar sua remuneração. A partir da instalação da central, a expectativa é ampliar o percentual de lixo reciclado em São Paulo para 10% até 2016. Além disso, até esta data, a prefeitura tem como meta fazer com que a coleta seletiva atinja todos os domicílios da cidade.

Ainda sobre esta questão da destinação do lixo, uma outra boa notícia recente é o lançamento do projeto Composta São Paulo, iniciativa da sociedade civil, encampada pela Prefeitura, que distribuirá inicialmente para dois mil domicílios composteiras domésticas, mais conhecidas como minhocários. Estas composteiras transformam o lixo orgânico em adubo e podem ser acondicionadas em quintais, áreas de serviço, garagens e mesmo em cozinhas.

Essa é uma iniciativa importantíssima se considerarmos que 51% do lixo produzido em nossas casas são resíduosorgânicos, ou seja, que não podem ser reciclados e vão direto para os aterros sanitários. Para participar do projeto e receber a composteira é necessário se cadastrar no site até o dia 27 de julho: www.compostasaopaulo.eco.br. O projeto prevê também oficinas de compostagem e plantio.

Aumentando a escala e a cobertura da reciclagem, abrindo novas frentes de reaproveitamento do lixo, inclusive o orgânico, São Paulo avança no enfrentamento de um dos maiores desafios ambientais de nossas cidades.

Fonte: IHU – Unisinos