Paulistano que trocar ônibus ou carro por bicicleta poderá ser remunerado


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A checagem do percurso feito pelo ciclista poderá ser feita com a ajuda da tecnologia
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

A gestão Fernando Haddad (PT) planeja recompensar financeiramente o paulistano que trocar o carro ou o ônibus pela bicicleta, por meio da criação do bilhete mobilidade, que substituirá o atual bilhete único. Segundo a Prefeitura, quem fizer parte do percurso diário de bike passará a acumular créditos. Eles serão calculados de acordo com a distância, o local e o horário percorridos, e poderão ser resgatados em dinheiro ou consumidos em uma rede credenciada de serviços, informa Adriana Ferraz, do jornal O Estado de S.Paulo, nesta segunda-feira, 18 de julho.

A ideia é estimular o uso da bicicleta como meio de locomoção até o trabalho e integrar os diferentes tipos de modais. Para isso, a Prefeitura promete dar “descontos” na passagem de ônibus, na viagem de táxi ou nos percursos realizados em carros compartilhados, como o Uber. Todos passariam a aceitar os créditos acumulados pelos ciclistas, assim como estabelecimentos credenciados, como em um programa de milhagem. Também está previsto o resgate em dinheiro de créditos, a exemplo da Nota Fiscal Paulista. Se essa for a opção, o reembolso deverá ser liberado a cada quatro meses ou duas vezes ao ano, em conta bancária.

Segundo prevê o projeto, desenvolvido em parceria com o vereador José Police Neto (PSD), a verba para o pagamento dos ciclistas sairia do montante repassado às empresas de ônibus como subsídio – por ano, são cerca de R$ 2 bilhões. O valor é necessário porque a tarifa, hoje de R$ 3,80, não cobre todos os custos do sistema. De acordo com a empresa que presta o serviço e a quantidade de viagens dentro de três horas (período do bilhete único), esse valor pode alcançar até R$ 5.

O foco será o trabalhador, que tem 6% de seu salário descontado em folha

“Subsídio não deve ser repassado apenas para o transporte coletivo. Temos de mudar essa lógica e usar melhor esse dinheiro. Ao incentivar o uso da bicicleta, tiram-se carros das ruas e passageiros dos ônibus superlotados”, afirma Police Neto. O projeto de lei proposto originalmente por ele já foi aprovado em primeira discussão e, com o apoio da gestão Haddad, deve ter o aval definitivo da Câmara Municipal até o fim do ano. A previsão é de adotar o bilhete mobilidade já em 2017.

Valores
Os valores dos créditos não estão definidos. Mas, segundo a SP Negócios, empresa municipal responsável pela implementação , deverão ser calculados de modo a atrair o paulistano no horário de pico. “É quando os ônibus já são muito explorados, então, faz mais sentido fazermos um incentivo mais forte nesse período”, diz o diretor-presidente, Rodrigo Pirajá. “Dessa forma, racionalizamos mais o transporte como um todo, com base no uso de vários modais.”

Subsecretário do Tesouro Municipal, Luiz Felipe Vidal Arellano reforça que o valor dos créditos deve ser suficiente para estimular as pessoas a andar de bicicleta. “Se for muito baixo ninguém se sentirá incentivado a aderir, mas, por outro lado, não pode representar uma elevação dos gastos da Prefeitura”, diz, referindo-se ao custo dos subsídios.

O ciclista deverá adquirir o bilhete mobilidade (ou continuar usando seu bilhete único) e baixar um aplicativo indicado pela Prefeitura

Formatos semelhantes já funcionam em outras cidades do mundo. Em Paris, por exemplo, o ciclista recebe cerca de R$ 0,90 (€ 0,25) por quilômetro rodado. “Em São Paulo, acho que oferecer de R$ 4 a R$ 8 por dia em créditos resolveria. Esse seria um valor significativo para atrair e para ajudar a bancar a manutenção da bicicleta, o seguro, os equipamentos. Quem aceita o desafio de ajudar a cidade deve ser reconhecido e recompensado”, diz Police Neto.

Aplicativos
Para participar do programa, o ciclista deverá adquirir o bilhete mobilidade (ou continuar usando seu bilhete único) e baixar um aplicativo indicado pela Prefeitura. A checagem do percurso feito pelo ciclista poderá ser feita com a ajuda da tecnologia, via celular, ou mesmo por meio de pontos de medições – em terminais, estações de metrô ou de aluguel de bicicleta.

O foco será o trabalhador, que tem 6% de seu salário descontado para o complemento do transporte – o restante é pago pelo empregador. A estimativa é de que o modelo de créditos seja vantajoso para quem recebe até R$ 3 mil mensais. Acima disso, o reembolso em créditos não compensará o desconto na folha salarial.

Fonte: EcoD

SP testa primeiro ônibus 100% elétrico movido a bateria


          

Mobilidade urbana é o tema da vez entre os brasileiros já que a simples tarefa de se locomover na cidade vem se tornando uma árdua tarefa devido à grande quantidade de veículos nas ruas. E o transporte publico, recentemente alvo de manifestações populares em todo país, é o tema principal, pois acredito que uma cidade desenvolvida é onde o rico também anda de ônibus, sem o estigma de que transporte publico serve somente a classe baixa. Mas como transitar em ônibus precários, sem linha exclusiva, com tarifa exorbitante, e sem ao menos nenhuma malha rodoviária estruturada? Complicado. E ainda sem contar os altos índices de poluição que tais ônibus precários emitem no ar que respiramos.

Para dar inicio a uma mudança neste cenário, na última terça-feira (19), iniciaram os testes com o primeiro ônibus articulado movido totalmente a baterias. O transporte alternativo, que foi apresentado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, percorrerá o Corredor Diadema até São Paulo. Batizado de E-bus, o sistema é gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo). Ele não emite poluentes, possui baixo nível de ruído e ainda dispensa a instalação da rede aérea elétrica ao longo do trajeto.

O articulado possui 18 metros de comprimento e capacidade para 124 passageiros. As baterias são compostas por íons de lítio recarregáveis, capazes de armazenar muito mais energia do que as baterias de tração mais comumente utilizadas.O programa de testes desenvolvido em parceria com a Mitsubishi do Japão, além da concessionária Metra – Sistema Metropolitano de Transportes, tem como objetivo verificar a viabilidade técnica e econômico-financeira da implementação da tecnologia.

A escolha da Extensão Diadema-Morumbi (São Paulo) para os testes se deu em função de não haver neste trecho a operação de veículos com tecnologia totalmente isenta de emissão de poluentes. Com um trecho de 11 quilômetros de extensão, a operação foi planejada para permitir, ao longo do dia, quatro recargas rápidas (cada uma com duração de quatro minutos) no Terminal Diadema. Além disso, o ônibus receberá cargas lentas (com duração de duas a três horas) na garagem da Concessionária Metra durante a noite e em horários de baixa demanda de passageiros. A previsão é que o sistema já comece a operar entre janeiro a junho de 2014. 

Agora nos resta esperar para presenciar o funcionamento E-bus, e esperançosamente torcer para que o modelo seja replicado em outros estados e cidades, beneficiando assim todo o país na tentativa de uma baixa pegada de carbono e uma mobilidade aceitável.

Fonte: Ciclo Vivo

Laísa Mangelli

Ônibus com suportes para bicicletas vai funcionar em Florianópolis


Os ônibus funcionarão em caráter experimental, por 45 dias.

   Para quem usa a bike como meio de transporte diariamente sabe das dificuldades que encontramos no caminho. Além da falta de ciclovias, os ciclistas enfrentam condições precárias de sinalização e constantemente correm perigo em meio ao transito tumultuado das grandes cidades. Contudo, boas notícias sempre dão um frescor de esperança para quem acredita no desenvolvimento do nosso país. Modelos como este adotado em Florianópolis, já são usados há anos em quase todos os países da Europa, inclusive em trens, metrô, balsas e também nos ônibus, oferecendo opções de mobilidade alternativa e sustentável ao alcance de todos.

               

   O primeiro ônibus no Brasil com suportes para bicicletas já está em circulação. O veículo está operando na linha Canasvieiras/Trindade, na cidade de Florianópolis, e chama a atenção pela sua pintura especial, que faz menção à Copa 2014. Seu funcionamento é parecido com o dos veículos que carregam prancha de surf: o ciclista entra pela porta de trás e coloca a bicicleta em um dos três racks apropriados, depois vai até o cobrador e paga a passagem e não é cobrado taxa extra pelo transporte da bicicleta. O supervisor de operações da empresa Canasvieiras, Marcelo Santana, explica que o veículo vai funcionar em caráter experimental por, no máximo, 45 dias. “Avaliaremos o chassi, a carroceria e veremos o que a prefeitura exige no edital do transporte público, para ver se esse tipo de veículo pode circular” informa.

   Para o presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (ViaCiclo), Daniel de Araújo Costa, a iniciativa é boa, mas ainda longe do suficiente: “Já é um começo, mas ainda é muito pouco. Andei em ônibus que carregam bicicletas em outras cidades. É uma coisa interessante” avalia o ciclista. O ônibus é similar aos modelos Bus Rapid Transit (BRT) que já circulam na cidade. Tem capacidade para 150 pessoas e três bicicletas. Ele não terá escala fixa, já que funciona em caráter experimental. Segundo a empresa, o veículo funcionará nas linhas 233 (Canasvieiras-Trindade) e 221 (Canasvieiras-Mauro Ramos Paradora).

   A comunidade ciclística aplaude a iniciativa e espera por investimentos semelhantes em outras cidades do país. Difundir a idéia de que o transporte de bicicleta será em um futuro próximo a alternativa mais viável e sustentável é a missão de quem já utiliza e propaga o seu uso.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br

Laísa Mangelli