Países ricos se opõem a medir a responsabilidade histórica pelo aquecimento global


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A União Europeia e os Estados Unidos se opuseram nesta sexta-feira a uma proposta dos países em desenvolvimento para se medir a responsabilidade histórica de cada nação pelo aquecimento global.

O estudo guiaria o acordo das Nações Unidas previsto para ser fechado em 2015 sobre corte de gases do efeito estufa.

Os países ricos temem que qualquer estudo científico que culpe as nações desenvolvidas mais do que outras pelo problema, já que elas queimam combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, possa atrasar ainda mais as negociações sobre o tema nas Nações Unidas.

O Brasil ganhou o apoio de mais de cem países em desenvolvimento, durante reunião que acontece em Varsóvia até o dia 22 de novembro, para uma proposta de pedir que os especialistas das Nações Unidas investiguem a responsabilidade histórica de cada país na emissão dos gases do efeito estufa.

Um estudo como esse poderia guiar o novo pacto sobre o assunto, previsto para ser acordado em 2015 e começar a valer em 2020.

No entanto, ele também pode levar a impasses políticos e legais. “Responsabilidade”, nesse caso, pode ser interpretado como o reconhecimento de um débito por ter causado mais secas, enchentes, entre outros.

“Não estamos encontrando uma resposta positiva dos países desenvolvidos… o que é muito surpreendente para nós”, afirmou o líder da delegação brasileira, José Antonio Marcondes de Carvalho, à imprensa. “Por que eles estão rejeitando até conversar?”

A UE, por sua vez, afirmou que tal estudo pode demorar muito e ter um foco muito limitado.

“Tememos que a proposta possa politizar o processo e nos fazer perder o limite de 2015 para o novo acordo”, declarou Juergen Lefevere, líder da delegação do bloco. “A discussão deve ser sobre um conjunto muito maior de indicadores, e não somente o histórico de emissões.”

Outros fatores, segundo ele, poderiam ser emissões atuais e futuras, projeção de crescimento econômico e populacional, capacidade e custo para o corte de emissões.

A China é hoje o principal emissor de gases do efeito estufa, à frente dos Estados Unidos, da UE, da Índia e da Rússia.

Pelo seu crescimento econômico, a China vai se juntar aos Estados Unidos e à UE como os que mais emitiram gases do efeito estufa desde 1850.

Nações ricas devem ser responsabilizadas?  Ou melhor pagar pelos estragos que causaram?

Fonte: Help Planeta

Relação dos países ricos e a emissão de carbono


Apenas 10% dos países mais ricos são responsáveis por 50% das emissões de carbono no planeta

Segundo relatório da Oxfam, países desenvolvidos são os principais responsáveis pela mudança climática

 

iStockphoto.com / chuyuDados constam em relatório da Oxfam, divulgado durante a COP21.

De acordo com relatório da organização não governamental britânica Oxfam, divulgado durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Paris, o grupo dos 10% mais ricos da população mundial é responsável por cerca de 50% dos gases poluentes lançados na atmosfera.

Para a organização, o documento contribui para “desmontar o mito de que os moradores de países com um rápido desenvolvimento são os principais responsáveis pela mudança climática“, já que, segundo o relatório, as 3,5 bilhões de pessoas mais pobres do mundo geram apenas 10% das emissões totais de carbono.

O estudo analisa as formas de consumo individual e afirma que uma pessoa que faz parte do 1% da população mais rica do mundo gera, em média, 175 vezes mais poluentes do que a que está entre os 10% mais pobres do mundo.

“Embora as emissões aumentem rapidamente nos países em desenvolvimento, grande parte delas se deriva da produção de bens que serão consumidos em outros. Isso significa que as emissões associadas aos hábitos de consumo nesses países são muito menores do que as de seus colegas nos desenvolvidos”, informou o relatório intitulado “Desigualdades Extremas e Emissões de CO2″.

De acordo com a Oxfam, a China é o país mais poluidor do mundo, seguido dos Estados Unidos e Índia. Esta última deve alcançar o segundo lugar desta classificação até 2030.

Fonte: Pensamento Verde