Saco é um saco! – Livre-se de vez das sacolinhas plásticas


                  A primeira impressão que se tem quando sugerimos a abolição das sacolinhas plásticas, é de que elas são indispensáveis no cotidiano. Surgem perguntas unânimes, como: Como vou jogar fora o meu lixo? E o lixo do banheiro? Como fazer compras no supermercado? E por aí vai. Mas já parou para pensar que antes delas serem inventadas, as pessoas viviam e isso não era problema. Chegamos ao comodismo, por que afinal elas são práticas, e olhando para as suas sacolinhas elas não parecem assim tão perigosas. Ou não? Já parou para pensar qual o destino que elas recebem?

                O plástico foi inventado em 1862, pelo inglês Alexander Parkes com a intenção de reduzir os custos dos fabricantes e comerciantes, e incrementando a sanha consumista da civilização moderna. O plástico é derivado de petróleo, é tóxico, e a maioria deles contém Biofenol A, um composto utilizado na fabricação de policarbonato que em contato com o organismo humano pode causar diversas doenças, entre elas, o câncer. E os perigos do plástico não param por aí, tomando o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções com o derrame indiscriminado de plástico na natureza, o meio ambiente clama por medidas urgentes de mudança de postura e conscientização do que nós estamos fazendo com ele.

                Todo o plástico já fabricado até hoje, desde o primeiro em 1862, ainda não foi decomposto pela natureza. Pois este material leva em média 450 anos para se integrar novamente ao meio em que seus compostos foram extraídos e se decompor, por ser um produto sintético que teve a sua natureza modificada pela industrialização. Todas as sacolinhas que você já usou na vida, estão agora em algum lugar do planeta contaminando a natureza e agredindo covardemente os ecossistemas, levando a morte animais marinhos, aumentado em toneladas de lixo os aterros e lixões, entupindo bueiros e galerias que causam inundações urbanas, entre outros. Por ano são utilizadas no Brasil, cerca de 12 bilhões de sacolas plásticas. Apesar de ser um produto 100% reciclável, apenas 1% do total tem esse destino.

                Oferecida gratuitamente pelo comércio, o uso das sacolas está incorporado na rotina dos consumidores onde tudo que passa pela caixa registradora ‘merece’ uma sacolinha. Mas é possível e completamente viável uma mudança nesse cenário de horror, com a sua postura e o seu consumo consciente. Vamos voltar no tempo e relembrar como era feito antes delas surgirem.

A substituição das sacolas pode e deve ser incorporada no dia a dia. Reutilize saquinhos de arroz, feijão e outros grãos na lixeira da cozinha. O mesmo também vale para o banheiro. Outra opção é fazer uma sacolinha de origami com jornal, é simples e rápido, veja no vídeo abaixo.

Ah, mas não sei fazer ou vai levar muito tempo.. Ok. Em vez de sacos convencionais, adote o consumo de sacolas biodegradáveis, são um pouco mais caras para o bolso, mas infinitamente mais ecológicas. Na hora de ir às compras, adote o uso de sacolas retornáveis, como as bolsas de feira da vovó ou qualquer outra bolsa de pano. Deixe-a vista, na cozinha de preferência, pois o que não é visto não é lembrado. Ah, mas as minhas compras de mês são enormes, é muita coisa.. Ok. Utilize caixas específicas para compras em supermercados, como essas abaixo, que se encaixam perfeitamente no carrinho e cabem no porta-malas do carro. 

As opções são inúmeras e deixe o comodismo de lado, você não gastará mais de cinco minutos do seu dia e a natureza lhe agradecerá por 450 anos. Seja a mudança que quer ver no mundo. E vale ressaltar que não só as sacolinhas plásticas fazem parte desse cenário destruidor, mas sim todo plástico que você descarta incorretamente no meio ambiente. Recicle, reutilize, reduza! REPENSE!

Foto: Movimento Natura

Laísa Mangelli