Sacolas plásticas voltam a ser proibidas em São Paulo


                      

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, nesta terça-feira (7), a volta da proibição das sacolinhas plásticas nos supermercados de São Paulo. A decisão, publicada no Diário Oficial de Justiça, torna improcedente a ação movida pelo Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de São Paulo.

Agora a lei que bania as sacolinhas dos supermercados a partir de 1º de janeiro de 2012, sancionada pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), volta a ter vigor em 30 dias, segundo os procuradores. Quem obteve a vitória a favor da lei contra as sacolinhas foi a Procuradoria da Câmara Municipal. O Sindiplast afirma que vai recorrer da decisão.

A decisão de suspender a proibição foi proferida em junho de 2011 pelo desembargador Luiz Pantaleão, que atendeu ao pedido de liminar feito pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico. O argumento é que, além de ineficaz, a lei foi aplicada sem dar tempo de os supermercados se prepararem para a transição. A prefeitura chegou a recorrer da decisão, mas em 2013 o TJ considerou improcedente as alegações e decidiu manter a liminar dada ao sindicato.

Na decisão final, porém, o tribunal não acatou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida contra a lei que proíbe as sacolinhas. Não cabe mais recurso para o Sindicato da Indústria do Material Plástico no processo atual no TJ. A entidade, porém, poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contestando a decisão da Justiça estadual.

Fonte: Veja São Paulo

Sacolas plásticas transformam-se em tecido


Sacolas plásticas transformam-se em tecido pelas mãos de designers egípcias

 

Mariam Hazem e Hend Riad viveram o auge da primavera árabe. A onda de protestos e manifestações tomou conta de diversos países do Oriente Médio em meados de 2011. Entre eles, estava o Egito, onde a população clamava pela troca de governo. As jovens egípcias queriam, de alguma maneira, também ser parte do grande movimento de mudança em seu país. Escolheram então fazer algo na área em que atuavam. Com formação em Ciências Aplicadas e Artes, com especialização em design de produto, as amigas decidiram focar emsustentabilidade ao tentar dar uma solução a um enorme problema ambiental por lá (e no mundo todo): odescarte de sacolas plásticas.

A ideia nasceu no último semestre da universidade. No projeto de conclusão de curso, Hend e Maria desenvolveram um processo em que transformam o plástico das sacolas em fios e a partir destes, utilizando a velha tradição de tecelagem do Egito, criam incríveis produtos. “Estávamos muito animadas e ansiosas por fazer a diferença. A responsabilidade em relação à nossa sociedade e ao meio ambiente nos deu a motivação para resolver um dos maiores problemas no Egito: o desperdício”, contaram as duas em entrevista ao Conexão Planeta. “Começamos a tratar os resíduos plásticos como matéria-prima e assim reverter seu impacto negativo em algo positivo”.

O produto criado pelas designers egípcias chama-se “Plastex”. Em 2013, elas inauguraram então o Reform Studio  e desde lá, já usaram mais de 100 mil sacolas plásticas e a transformaram em jogos americanos, sacolas, bolsas e acabamentos de móveis, como assentos e encostos para cadeiras e banquetas, por exemplo.

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Mariam e Hend, ambas atualmente com 25 anos, revelam, entretanto, que não foi fácil chegar até aqui. “Foi muito difícil convencer artesões em ateliês de tecelagem a experimentar algo novo, que eles não estavam acostumados”, contam. As empreendedoras não queriam somente dar um novo destino ao plástico, mas também tinham outro objetivo bastante desafiador: reviver a indústria da tecelagem no país. “Nunca imaginamos que a arte de tecer tinha atingido um estágio tão ruim. Encontrar ateliês que ainda mantinham atradição antiga foi uma das barreiras que enfrentamos”.

Com a automação da indústria de tecidos, muito foi perdido. O que era tecido à mão, primorosamente no passado, hoje é feito por máquinas. A intenção do Reform Studio então é gerar valor através do uso de uma técnica antiga e tradicional egípcia aliada a um novo conceito de design.

Atualmente uma equipe de doze pessoas trabalha com Mariam e Hend. Tudo é produzido localmente no Cairo. Os produtos são vendidos no Egito, mas começam a ganhar atenção em outros países. Já podem ser encontrados, por exemplo, em uma loja em Londres. Também é possível comprá-los online e a empresa os envia para qualquer parte do mundo. Ajudou também na repercussão internacional os vários prêmios internacionais recebidos até agora pela Reform Studio, entre eles, o Cartier Women’s Initiative Award, na França, e o Silve A’ Design, na Itália.

Além de coloridos e contemporâneos, os objetos concebidos pelas designers levam na etiqueta um charme a mais. Nela está escrito “This product used to be a plastic bag” (Este produto era uma sacola plástica, em inglês). “A intenção do Plastex é prolongar o ciclo de vida da sacola plástica, que geralmente é utilizada por uma média de apenas 12 minutos para muitos anos”, afirma a dupla.

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Sacolas plásticas têm um imenso impacto ambiental no meio ambiente. Antes de iniciarem seu projeto final na universidade, Hend e Mariam fizeram uma profunda pesquisa sobre elas. Descobriram, por exemplo, que as sacolas de plástico são o segundo tipo de resíduo mais comum no Egito. Que a cada minuto, 2 milhões de sacolas são distribuídas gratuitamente a alguém no planeta. Que reciclar uma delas custa mais caro do que fabricar uma. Que globalmente, 4 bilhões de sacolas plásticas vão parar no lixo por ano. E que ao demorar milhares de anos para se decomporem, elas poluem rios, solo e causam a morte de animais.

E como as fundadoras do Reform Studio se sentem ao olhar as antigas sacolas plásticas transformadas em lindos, úteis e duráveis produtos? “Orgulhosas e felizes de ver o resultado concreto de nosso sonho com um grande e positivo impacto ambiental e social”.

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Hend e Mariam, fundadoras do Reform Studio

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Artesão tecendo os fios de plástico

tecido feito com sacolas plásticas

Colorido, resistente e funcional

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Os fios de plásticos são trançados e dão origem aos mais diversos objetos

Fotos: divulgação Reform Studio

Fonte: Conexão Planeta