Brasil receberá feira de sementes em 2014


Retirado do site Canal Ibase

   A Rede de Sementes Livres da América está fazendo aniversário. Faz exatamente um ano que ativistas ligados às sementes crioulas se reuniram no vale sagrado dos Incas no Peru para articularem suas experiências em nível continental. O evento teve também a presença da indiana Vandana Shiva reconhecida internacionalmente por sua luta contra o monopólio das transnacionais de sementes como a Monsanto e a Bayer.

   O segundo encontro da rede aconteceu no Chile em abril deste ano e o próximo será no Brasil, em Minas Gerais, em maio de 2014. A principal ideia da rede é reunir experiências exitosas na conservação, multiplicação, intercâmbio e até mesmo venda dassementes tradicionais, aquelas cultivadas e melhoradas em processos socioculturais milenares pelos campesinos ao redor do mundo. As sementes crioulas são variedades não transgênicas, adaptadas às condições locais, com alto grau de variabilidade e grande importância sociocultural para as famílias que a cultivam e estão sendo ameaçadas por leis de propriedade intelectual ou cruzamento com sementes transgênicas, que ao contrário não geram descendentes férteis, além de inúmeros outros problemas ambientais e econômicos.

   Uma das porta vozes da Rede de Sementes Livres no Brasil, Tadzia Maya, que faz parte da Articulação Nacional de Agroecologia e coordena um pequeno banco de sementes em Aldeia Velha, interior do Rio de Janeiro, explica que o objetivo agora é somar mais parceiros e instituições na divulgação da causa, explicitando os riscos dos cultivos transgênicos, além de buscar a constante difusão das sementes crioulas em feiras, eventos, programas governamentais e projetos autônomos:

   – Estamos convidando mais pessoas para a rede, precisamos retomar nossa liberdade de plantar e trocar sementes saudáveis que gerem também alimentos saudáveis, sem venenos – disse.

Mais informações no site http://www.redsemillaslibres.org/

Sprout: o lápis sustentável


Quando plantado, o Sprout se transforma em brotos de tomate, coentro, salsa, alecrim e até flores, dependendo da escolha do freguês

           

São Paulo – Quem gosta de usar lápis sabe que a certa altura eles ficam pequenos, difícil até de segurar entre os dedos. Imagine se você pudesse se desfazer do pedacinho restante simplesmente enterrando-o no canteiro mais próximo e, tempos depois, encontrasse um broto de coentro, uma flor ou um vegetal?

É exatamente isso o que a empresa Democratech fez ao lançar no mercado americano o Sprout, um lápis com cápsulas de semente variadas, acopladas no lugar da borracha, que pode ser plantado. O resultado são brotos de tomate, coentro, salsa, alecrim e até flores, como margaridas, dependendo da escolha do freguês.

       

A ideia nasceu do curso de design de produto Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Estados Unidos, onde os alunos foram convidados a criar um produto sustentável para o escritório do futuro.

Ao inserir as sementes no corpo em madeira de cedro convencional, seus criadores aproveitaram para tornar o lápis também atrativos para as crianças, na esperança de estimulá-las a praticar a reciclagem através da jardinagem. No vídeo abaixo, Mario Bollini, um dos designers, fala sobre o processo de criação do Sprout:

          

Fonte: Exame

Os bancos de sementes e seus benefícios para a prevenção de plantas em extinção


Destinados a guardar o patrimônio da flora mundial, estes empreendimentos armazenam espécies de plantas para evitar a perda de elementos essenciais do planeta

 

 

 

Publicado em Pensamento Verde

Sementes

Foto: Divulgação

A flora é parte crucial para o equilíbrio ecológico da Terra, além de grande provedora de alimento. Entre 60 mil e 100 mil espécies de plantas estão ameaçadas de extinção em todo o planeta, situação esta, causada em boa parte pelo desmatamento de florestas e as mudanças climáticas fruto de ações humanas.

Deste modo, passa a ser muito importante que sejam desenvolvidos projetos de preservação das plantas. Uma opção bastante difundida são os bancos de sementes, onde são guardados exemplares das mais variadas espécies de vegetais. Estas “sementotecas” trabalham em conjunto com vários jardins botânicos que fornecem os exemplares para serem guardados e utilizados em caso de alguma eventualidade.

Quando as sementes chegam, elas são registradas e analisadas quanto às suas características físicas e fisiológicas. Logo após, são levadas para um procedimento de secagem até que seu teor de água fique abaixo de 5%. Por último, são colocadas em embalagens herméticas e levadas a um tipo de freezer com temperaturas subzero, onde são armazenadas.

Os benefícios do banco de sementes para a preservação de plantas em extinção são vários, entre os quais se destacam o baixo custo e pequena demanda de espaço comparada com jardins botânicos, o longo período pelo qual as sementes podem ficar armazenadas, a maior diversidade genética que este tipo de prática propicia em relação a coleções vivas, além do pouco impacto que a coleta de sementes causa em populações de espécies em extinção da flora.

Bancos de sementes não vendem ou fazem doações de sementes. A ideia é justamente guardar exemplares da flora para casos extremos, como extinção de espécies, perdas por geadas, incêndios ou degradação ambiental. Assim, são feitos intercâmbios entre os próprios bancos de várias regiões do mundo e instituições de ensino, com o objetivo de estudar as plantas.

Banco de sementes

Banco de sementes. Fotos: wikipedia

Dez empresas são donas de 73% das sementes de todo o mundo


           

Podem as grandes multinacionais agroquímicas se converterem nos donos dos alimentos que a Terra produz? Podem essas mesmas empresas transformar a natureza e suas sementes em sua exclusiva propriedade privada?

A resposta provoca espanto: Sim! Por esse motivo, a fonte dos alimentos do planeta em que vivemos está hoje em risco. Dez empresas agroquímicas são donas de 73% das sementes que existem no mercado internacional.Devido à sua difusão em grande escala, em alguns países já desapareceram 93% das variedades tradicionais de várias sementes.

Somente no México, 1.500 variedades de milho estão em perigo de extinção, em decorrência das práticas comerciais e legais introduzidas pela Monsanto e outras nove empresas agroquímicas no mercado agrário desse país.É duro acreditar nisso, mas estas empresas estão privatizando as origens da natureza.

A FAO afirma que essas práticas estão prejudicando a agricultura sustentável, destruindo a diversidade biológica e substituindo as variedades nativas por plantas geneticamente modificadas e vulneráveis às doenças.Um relatório publicado pela revista NationalGeographic descreve este desastre:

. Em 1903, as principais variedades de milho existentes no mercado alimentar do mundo eram 307; hoje restam apenas 12 variedades.

. As de repolho eram 544; hoje restam apenas 28.

. As de alface eram 497; hoje restam apenas 36.

. As de tomate eram 408; hoje restam apenas 79

. As de beterraba eram 288; hoje restam apenas 17.

. As de rabanete eram 463; hoje restam apenas 27.

. As de pepino eram 285; hoje restam apenas 16.

Este processo de degradação da natureza é simples e ao mesmo tempo perverso. Quando uma destas multinacionais chega a um país, quase sempre amparada por uma cláusula de um tratado de livre comércio, a lógica simples da natureza é substituída por um encadeamento diabólico de procedimentos legais e comerciais, iniciado nos bancos.

A partir do momento em que a empresa agroquímica abre as suas operações comerciais em um país, os bancos se negam a financiar os camponeses que continuarem semeando as variedades tradicionais. Só dão empréstimos aos que aceitarem cultivar variedades transgênicas patenteadas.

Os bancos também não oferecem assistência técnica para quem não utilizar as suas sementes. Quando chega a época de colheita, as redes de supermercados não compram outras que não sejam as variedades de produtos transgênicos certificados com suas patentes. Depois da colheita, os agricultores não podem conservar as suas sementes.

Os contratos os obrigam a destruí-las. Para voltar a semeá-las, deverão comprar novas sementes patenteadas. Do contrário, são denunciados e submetidos a longos e onerosos processos judiciais.

Os resultados deste encadeamento asfixiante são dramáticos. Somente na Índia, milhares de camponeses se suicidaram desde 1990, e o seu número disparou até chegar a 15 mil camponeses por ano, desde 2001, pressionados por dívidas impagáveis e por embargos judiciais.

Para tragédias como estas, é importante incluir as catástrofes ecológicas provocadas pelo uso em grande escada de agrotóxicos altamente nocivos visando a controlar as pragas nos cultivos transgênicos. Um dos agrotóxicos produzidos pela Monsanto está acabando com milhões de abelhas em vários países da Europa.

Em lugar de suspenderem a venda de seus venenos, a empresa está desenvolvendo em seus laboratórios abelhas robóticas para polinizarem as plantas. Se este projeto for levado adiante, os agricultores europeus não só terão que pagar à Monsanto pelas sementes patenteadas e pelos agrotóxicos, também terão que pagar pelas abelhas…

Se o mundo continuar governado por esta lógica abusiva, as grandes multinacionais agroquímicas vão acabar patenteando como propriedade privada até o livro da Gênese, onde a Monsanto será a criadora de toda a “vida” na Terra.

 

Fonte: mst.org.br ; mma.gov.br 

Laísa Mangelli