Equilíbrio Sustentável: um imperativo ético para os nossos dias


A falta de equilíbrio no modo de ser e agir das pessoas na sociedade parece ser uma marca da cultura atual que, paradoxalmente, procura caminhos de sustentabilidades em meio aos excessos e desperdícios vividos cotidianamente. Os limites planetários estão progressivamente aparecendo em escala local e global, obrigando a sociedade a buscar pontos de equilíbrio nos saberes científicos, no consumo exagerado, no fascínio desenvolvimentista, na adequação aos ritmos biológicos e no respeito à capacidade de suporte da natureza.

                                                       

O primeiro equilíbrio deve ser buscado no seio da cultura, cujo ethos é marcado profundamente pelos saberes científicos. Segundo o grande filósofo Aristóteles, os saberes podem ser considerados teóricos, poiéticos e práticos. Se olharmos a realidade atual de nossas ciências, vamos perceber que os saberes teóricos e poéticos são os que ocupam os maiores espaços no mundo científico, caminhando em passos rápidos e fragmentando-se vertiginosamente. Ao contrário, o saber prático caminha em passos lentos, procurando religar e dar um sentido maior no modo de ser e agir das pessoas e da sociedade. Segundo Aristóteles, os saberes teóricos são aqueles que partem de algo já existente, cabendo às ciências relacionadas com eles o dever de interpretar, descrever, tematizar e utilizar aquilo que é dado pela natureza, através de sucessivos processos evolutivos. São exemplos desses saberes: a ciência da vida, da terra, entre outros. Já os saberes poiéticos são aqueles relacionados com o fazer, o fabricar, seja a partir daquilo que nasce das instituições ou inspirações artísticas ou das produções tecnológicas, utilizando-se da natureza os elementos físicos, químicos e biológicos. O fascínio pelos saberes poiéticos da tecnologia é, sem dúvida, uma marca forte da cultura atual. No entanto, diante da crise ambiental planetária, esses dois saberes dominantes são insuficientes para resolver os impasses dos limites ecológicos que a cada dia se mostram mais evidentes no planeta terra. Daí a necessidade de um maior espaço para o saber prático, cuja ciência por excelência é a ética, pois esta mexe com os hábitos e os costumes do ser humano, normatizando ações e corrigindo comportamentos ambientalmente insustentáveis.

Infelizmente o saber prático da ética tem sido relegado em segundo plano, tendo como conseqüência o desequilíbrio nas relações antropológicas e cosmológicas. A busca de um maior equilíbrio entre os saberes teóricos, poiéticos e práticos é uma exigência fundamental para a construção da sustentabilidade planetária que tanto desejamos.

O segundo equilíbrio está relacionado com o consumo e a disponibilidade de recursos da natureza. A lógica dominante que está por trás do consumo insaciável parte da premissa de que os recursos da natureza são infinitos e que a disponibilidade deles é inesgotável. A falácia dessa premissa é a de que ela não leva em conta que o planeta não suporta a retirada excessiva dos recursos que foram acumulados durante milhões de anos, e nem sequer a assimilação imediata dos passivos que são gerados pelo consumismo desenfreado. O carbono acumulado na atmosfera, gerado pela sede insaciável do consumo de combustíveis fósseis, pelas queimadas e outros efeitos danosos ao meio ambiente, não pode ser assimilado na mesma intensidade das demandas da sociedade de consumo.

A falta de equilíbrio entre o consumo e a disponibilidade dos recursos do planeta é uma forma de injustiça ambiental e social. Ambiental, por que a escala lenta e evolutiva dos recursos da natureza está sendo explorada pela voracidade do consumo imediato e descartável, gerando um acúmulo imensurável de sucatas, impossíveis de serem assimiladas pelo planeta em curto e médio prazo. Social, por que estabelece valores plasmados nos padrões de consumo, excluindo muitas camadas sociais que não tem acesso aos bens e, eliminando, egoisticamente, a possibilidade de as gerações futuras usufruírem dos recursos do planeta. O cenário atual de degradação do equilíbrio ambiental nos mostra a importância da consciência sobre a limitação dos recursos naturais, pois a exploração irracional compromete as gerações presentes e futuras. Assim a consciência ética planetária nos alerta sobre a importância de buscarmos um equilíbrio entre o consumo e os bens disponíveis da natureza, pois o ritmo da sociedade consumista está muito alem da capacidade de suporte da natureza. A vaidade em consumir desmedidamente poderá resultar numa atitude de injustiça com a criação e a sociedade futura.

O terceiro equilíbrio está relacionado com o desenvolvimento necessário e a preservação imprescindível. Num país como o Brasil, que ambientalmente detém uma megabiodiversidade e socialmente cresce nos acessos aos bens necessários para manter um padrão digno de sobrevivência, mesmo mantendo uma distribuição de renda desigual, é fundamental que os modelos de desenvolvimento levem em conta a preservação do patrimônio natural. A riqueza do potencial existente em nossa fauna e flora que poderá se reverter em beneficio das gerações presentes e futuras é algo difícil de ser mensurado. Os dados revelados pelas ciências representam muito pouco daquilo que ainda faz parte do mundo do desconhecido. Daí a importância ética em galgar degraus do desenvolvimento em consonância com a preservação ambiental. Modelos de desenvolvimento que destroem irresponsavelmente os recursos planetários são eticamente considerados injustos e incompatíveis com a relação ontológica do ser humano com Deus e todos os seres criados. A destruição do meio ambiente e o seu uso impróprio ou egoísta e a apropriação violenta dos recursos da terra geram conflitos por que são frutos de um conceito inumano de desenvolvimento. Talvez esse equilíbrio seja, no momento atual, o mais prioritário, pois todos nós desejamos um país que posso desenvolver-se economicamente e socialmente, sem comprometer a conservação do seu potencial ecológico e ecossistêmico.

Por Pe. Josafá Carlos de Siqueira SJ é sacerdote jesuíta e natural de Pirenópolis, Goiás. Licenciado em Ciências Biológicas, bacharel em Teologia e Filosofia e Doutor em Biologia Vegetal pela Unicamp. Atualmente é reitor da PUC Rio e professor de graduação e pós -graduação do Departamento de Geografia e Meio Ambiente.

Fonte: Livro Rio + 20 – Reflexões sobre a sustentabilidade socioambiental – Editora PUC Rio 2012. 

Laísa Mangelli

A sustentabilidade das emoções


Sustentabilidade é um termo que está na agenda de milhares de pessoas que primam pela ordem do planeta e pela sua conservação. Mas a sustentabilidade das emoções ainda é pouco conhecida e praticada. O termo nada mais é do que a necessidade que todos nós temos de conhecer as nossas emoções, batizando-as corretamente e percebendo o alcance da repercussão que todas elas causam em nossa existência.

             
“É comum as pessoas não perceberem que sentem várias espécies de emoções e sentimentos. Às vezes, elas não têm mesmo uma percepção aguçada, outras vezes, fingem não ouvir as vozes que ecoam dentro delas, com a esperança de esquecer e seguir em frente sem incômodo maior. É o caso de alguém que sente raiva de outro alguém, mas finge que está tudo bem. Como se fosse possível engolir a raiva até que ela passe. Ou de uma pessoa que sente a falta de outra e tenta esquecer esse vazio, enterrando-se em milhares e milhares de tarefas cotidianas”, explica a psicoterapeuta Andreia Georges.

Tanto a raiva quanto a saudade farão estragos específicos e determinados nessas duas pessoas, importando apenas a susceptibilidade de cada uma a emoção com que tenta conviver, explica. “Pessoas raivosas sofrem com a raiva; saudosos sofrem com a saudade; ciumentos, sofrem quando sentem ciúme e medrosos, ardem em sofrimento diante do medo.”

Por quanto tempo?

Segundo ela, cada pessoa tem um limite para o sofrimento. “Será que você já parou para pensar em coisas do tipo: quanto tempo eu consigo disfarçar o que sinto? Quanto tempo eu aguento sentir culpa, sem me desabafar ou pedir perdão? Que males a tristeza vem causando em mim? Responder essas perguntas fará com que você conheça o seu limite e consiga dar um nome para essa emoção. Pode parecer incrível, mas é comum sentirmos algo sem compreendermos que emoção é essa. Todos esses quadros de desconhecimento e extrapolação de limites comprometem a sustentabilidade das nossas emoções.”

Cuidar dela, segundo a psicoterapeuta, é conhecer a nós mesmos, perceber nossos limites e descobrir nossos potenciais para que possamos viver em harmonia com um sistema psicológico saudável. “Exaurir as nossas forças, convivendo com sentimentos que nos arrasam emocionalmente, é uma atitude improdutiva, além de irresponsável de nossa parte, pois essa forma de ser e de agir permite que o mundo nos assole, indefensavelmente.”


Sou capaz de classificar meus sentimentos?

A solução é cuidar da sustentabilidade das nossas emoções. Andreia Georges, que é psicoterapeuta na área da Gestalt há 15 anos em Bauru, indica que, primeiramente, é necessário que o indivíduo pergunte a si mesmo se é capaz de classificar suas emoções e sentimentos. Caso contrário, o ideal é procurar o apoio de um psicólogo para elaborar e compreender qual é o repertório de sentimentos que ocupa o seu mundo interior.

Conhecidas as emoções, o segundo passo é refletir sobre o que sinto, separando tudo o que é real de tudo o que é fantasioso. “Ás vezes, imagino que alguém não “vai com a minha cara”. Esse pensamento, que é baseado apenas na minha suposição, não tem fundamento na realidade, sendo apenas uma “impressão” de minha parte. Mas o fato é que essa imagem que eu mesmo criei para mim, afeta a minha autoestima e então eu sofro com esse peso desnecessário.”

Para evitar isso, ela indica que a pessoa separe o fato real daquilo que está apoiado em situação imaginária. A partir daí a pessoa tem condições de separar o seu lixo tóxico. “Que é o material que existe dentro de mim e, além de não servir para meu uso, me intoxica. Assim como fazemos com os materiais que podem prejudicar o meio ambiente, devemos separar o lixo tóxico e endereçar para fora de nós mesmos, de forma assertiva e definitiva.”

Na sequência vem a atitude de reciclagem emocional. A psicoterapeuta explica que, muitas vezes acumulamos resíduos emocionais em nossa existência que não nos servem para nada.

“Podemos guardar uma série de sentimentos, com medo de nos desfazermos dos mesmos e acabarmos sentindo algum prejuízo posteriormente. Jogar fora é também adaptar-se ao novo e tememos as mudanças. A maioria de nós tem uma grande dificuldade de separar aquilo que é para ser jogado fora de nosso interior daquilo que deve ser armazenado como parte importante de nos mesmos.”

 

Fonte: JCNet

Decoração natalina da UFPE foca na sustentabilidade


 
Árvore será adornada por 68 lâmpadas. Foto: Lead Assessoria/Divulgação  
Árvore será adornada por 68 lâmpadas. Foto: Lead Assessoria/Divulgação
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apostou na sustentabilidade ao elaborar sua decoração natalina. Executada pela empresa Edson Lira Iluminação Cenográfica, a cenografia conta com elementos criados a partir de 17 mil garrafas PET, trabalhados por artesãs de Moreno, na Região Metropolitana do Recife. A árvore de Natal já foi montada e, até a próxima segunda-feira (16), será adornada por 68 estrelas. A ornamentação faz parte do projeto de extensão acadêmica do Centro de Artes e Comunicação (CAC) com a Prefeitura universitária e Proest.
 
Cinco mil garrafas PET foram usadas para fazer a árvore, que mede dez metros de altura e é coroada por uma estrela de 2 metros. Outras 12 mil garrafas foram reutilizadas na confecção das estrelas. Os revestimentos da árvore e as estrelas foram feitas por 20 mulheres do projeto social mantido por Edson Lira na estação ambiental da empresa em Moreno. Na iluminação natalina do campus, priorizou-se as fontes de luz com baixo consumo de energia elétrica, utilizando-se principalmente lâmpadas de LED.
 
Edson Lira é dono do maior acervo de garrafas PET destinado à cenografia no estado. Somente este ano, reutilizou aproximadamente 290 mil delas para produzir objetos decorativos para o Natal do Recife e também o de São José dos Campos (SP), onde assina toda a cenografia natalina. Vale destacar que as garrafas descartadas em geral são comercializadas por R$ 0,05. A Edson Lira, porém, compra com ágio (a R$ 0,20) para auxiliar as cooperativas de catadores.
 
Além da UFPE, Lira executou a decoração no Cais da Alfândega, dentro do projeto “A natureza ilumina o Recife”, assinado pelas arquitetas Bete Paes (escritório A Mão Livre) e Márcia Chamixaes (Via Arquitetura Iluminação & Design). No principal polo oficial do Natal do Recife, foi erguida uma árvore com 23 metros e 570 elementos, entre pássaros e flores. O cenotécnico montou ainda o ambiente com 1.400 pallets ao redor para que o público pudesse circular e assistir às atrações musicais e ao maping na fachada do Paço Alfândega.
 
Edson executou a iluminação das Avenidas Rio Branco e Marquês de Olinda, além das ruas do Sol, da Aurora e do Bom Jesus. E, também na capital pernambucana, implementou o projeto da árvore da Rede Globo no Quartel do Derby (utilizando 20 mil garrafas de PET) e a decoração no Hospital das Clínicas, com um cometa gigante feito a partir de 50 mil garrafas. 
 
Em São José dos Campos (SP), onde Lira é responsável por toda a decoração natalina da cidade, foram utilizadas 200 mil garrafas PET. A cenografia inaugurada nesta semana inclui árvore de Natal cantante com espaço para um coral de 100 pessoas, iluminação e decoração de diversas praças e ruas e da Igreja de São Benedito, tombada pelo patrimônio histórico. Na Praça Santos Dumont foi instalado um presépio gigante, com figuras de 2,5 metros criadas por artesãos do interior de Pernambuco.  

Com informações da Universidade Federal de Pernambuco

Investimento social em tempos de sustentabilidade


Por Ricardo Voltolini

   No final da década de 1990, e início dos anos 2000, era comum tratar a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) como sinônimo de filantropia. Afinal, o debate sobre o tema mal se iniciara, os conceitos ainda não estavam bem delimitados e as empresas começaram a ver no  núcleo “social” do novo termo o guarda-chuva ideal para abrigar  os seus projetos e ações voltados para as comunidades.
   No esforço de mostrar que a noção de RSE era mais ampla, e que a filantropia representava uma parte e não o todo,  os porta-vozes do novo movimento passaram a dar —até involuntariamente –menos destaque, em seus discursos, ao investimento social nas comunidades. Para alguns, uma maneira de reduzir sua importância relativa foi associá-lo a práticas assistencialistas, pouco transformadoras e de baixo impacto. O fato é que ele nunca deixou de existir. Pelo contrário, até cresceu, ganhou novas formas e  alinhou-se com os preceitos de uma nova visão empresarial orientada para a sustentabilidade. Cresceu,vale frisar, mesmo em terreno árido –não há aqui, como nos EUA, condições tão favoráveis do ponto de vista de benefícios fiscais para a doação de recursos seja de indivíduos seja de pessoas jurídicas
   Antes, o investimento social privado sintetizava o compromisso  socialmente responsável de uma corporação. Era a sua base. Hoje, é apenas a comissão de frente, um braço institucional que reforça o quanto uma empresa se preocupa com o desenvolvimento de sua comunidade. As corporações mais avançadas em RSE já não têm mais dúvida de que os negócios como um todo  geram mais  impactos sociais e ambientais – o que explica a ascensão de um novo jeito de conduzi-los — do que este ou aquele projeto social isoladamente, quase sempre restrito pela limitação da área de influência, recursos financeiros e escala. Ao mesmo tempo, elas sabem também que, ao fazerem um trabalho pertinente, suas fundações, institutos ou programas conferem alguma materialidade e legitimam o discurso da sustentabilidade para públicos de interesse e toda a sociedade.
    Bons tempos estes em que as sinergias parecem prevalecer sobre os conflitos. E que os debates avançam, em benefício da sociedade, para além de discussões conceituais ou ideológicas que, muitas vezes, escondem questões menores de demarcação de territórios institucionais. Toda a sociedade ganha com os bons resultados do trabalho de uma fundação, de um instituto ou de um projeto social de empresa, a despeito da intenção com que tenham sido criados – se por convicção ou conveniência. Toda a sociedade ganha quando uma empresa muda suas práticas, modelos e estratégias de negócio  visando tornar-se mais sustentável, independentemente da tese, idéia ou escola de pensamento que tenham exercido influência sobre esta decisão.
    Uma análise da evolução da filantropia empresarial no Brasil revela  dois saltos importantes de qualidade. O primeiro ocorreu na transição do conceito puramente filantrópico para o de investimento social privado. E não foi só uma mudança de nome, como sugerem alguns. Em comum entre os dois modelos, sempre houve o impulso de destinar recursos financeiros para causas sociais de interesse público. As importantes diferenças, no entanto, estão no modo de fazê-lo. Enquanto o agir filantrópico caracterizava-se pelo desprendimento de uma doação feita a partir de processos simples, fundamentados na boa vontade de um indivíduo mas sem uma noção clara de impactos e resultados, o do investimento social privado incorporou princípios empresariais de planejamento, definição de estratégias, monitoramento e avaliação.
    No primeiro modelo, sem um diagnóstico de necessidades, acabava-se quase sempre por investir recursos aleatoriamente em soluções parciais, menos eficazes, que minimizavam os efeitos sem sequer tangenciar as causas dos problemas. Com a adoção do segundo, as ações passaram a ser produto de uma análise mais aprofundada dos problemas. Tornaram-se mais específicas. Ganharam foco, indicadores, profissionalismo, métodos mais eficientes. O expontaneísmo de outros tempos deu lugar a processos mais efetivos de intervenção, com resultados melhores para o desenvolvimento de comunidades. Não por acaso, algumas das mais importantes experiências no campo da educação, por exemplo, têm sido construídas no grande laboratório do investimento social privado. Muitas delas começam agora a ser reconhecidas por governos  e a ganharem a escala que nunca tiveram, servindo de objeto a políticas públicas bem-sucedidas
   O outro salto importante se deu, mais recentemente, com a aproximação estratégica entre as empresas e seus institutos e fundações. Ainda que tenham sido criadas e sejam mantidas por empresas, essas organizações sempre foram tratadas como estrutura á parte, mundo diferente e relativamente autônomo, embora nem todas tivessem autonomia plena em suas escolhas estratégicas. Em alguns casos, interpunha-se entre uma e outra parte um muro alto e conveniente. O diálogo era pouco e pontual. Os interesses, tidos como distantes.
   Há quem veja nessa aproximação o risco de contaminar a agenda de trabalho das fundações com os interesses socioambientais específicos das empresas. É possível, claro, que isso venha a ocorrer com prejuízo para as atividades, especialmente se os institutos forem tratados  como meros reprodutores de uma estratégia que nada tem a ver com sua missão ou competências, criada, sem a sua participação, nos departamentos de marketing das corporações. Mas também é possível que isso aconteça em benefício da ampliação do papel das fundações, do escopo de sua atuação e até dos impactos que ela venha a produzir para a sociedade. Há hoje exemplos interessantes de fundações que, com a ascensão do conceito de RSE, ganharam novo status e passaram a ser parceiras das empresas mantenedoras na construção de políticas de sustentabilidade.
    Como se vê as fundações empresariais e as empresas que as criaram têm muito a aprender entre si. E os novos tempos, com os desafios de sustentabilidade, estão aí para oferecer o pretexto adequado.

Ricardo Voltolini é publisher da revista Idéia Socioambiental e diretor da consultoria Idéia Sustentável
ricardo@ideiasocioambiental.com.br

 

Fonte: EcoTerra

Cozinha verde


Confira dicas para promover a sustentabilidade até mesmo na sua cozinha.

 

                 cozinhaverde

 

ESCOLHA SEMPRE O ‘A’
Um dos principais fatores que você deve avaliar ao comprar um eletrodoméstico é a classificação energética do produto. “O ideal é que ele tenha uma etiqueta indicativa A, que representa o menor gasto de energia elétrica”, explica Fabio Machado, gerente de produtos da Electrolux do Brasil.

OLHE O TERMOSTATO
Segundo Machado, os refrigeradores modernos possuem tecnologias que controlam automaticamente a temperatura interna, de acordo com o ambiente externo. Ou seja, se está um calor danado, ele gela mais; se está frio, alivia o trabalho. “Isso evita que o refrigerador gaste energia desnecessariamente”, diz. Além de usar esse recurso, fique de olho nas instruções dos fabricantes para dispor os alimentos de forma adequada nos compartimentos. “Essas divisões são pensadas para melhorar a conservação e prolongar a durabilidade do que está na geladeira.

NÃO LAVE A LOUÇA
É isso mesmo! Um eletrodoméstico que ajuda na economia de água é a lava-louças. Em um ciclo do aparelho, o gasto é de, em média, 8,4 litros. “Se compararmos com a lavagem manual do mesmo tanto de louça, o gasto sobe para até 60 litros”, diz.

FECHE A PORTA
“Gastar menos energia no refrigerador depende de quantas vezes você o abre.” Você é do tipo que esquece de fechar a porta? Procure geladeiras com um sensor que dispara um alarme sonoro a cada vez que a porta não é bem fechada.

NÃO ABUSE DO ELÉTRICO
Se trocar o fogão por um forno elétrico, fique atento a algumas funções que dão um up na economia. “Ele deve ter vidro triplo na porta. O material retém o calor mais efetivamente dentro do aparelho, o que diminui o gasto de energia”, orienta Machado. Outro ponto importante é o uso do timer. “Ele é bastante útil para que você controle com precisão o tempo de cozimento, evitando que o forno fique ligado por mais tempo que o necessário e que seu jantar passe do ponto”, completa.

Fonte: Planeta Sustentável

Publicado em Consciência Ampla

A gestão que gera lucratividade sustentável


Além de medir suas “pegadas” e reduzir riscos, a empresa deve, tratar a sustentabilidade como algo indispensável para melhoria contínua da gestão.

 

Por Roberto Araújo*

Durante muitos anos, o conceito de sustentabilidade foi tratado por alguns empresários como uma “pedra no sapato”. Para eles, trabalhar com a sustentabilidade era sinônimo de aumento de custos, licença para operar ou, na melhor das hipóteses, uma ação de marketing para melhorar a imagem da empresa. Hoje, nas grandes organizações, predomina o entendimento de que a sustentabilidade deve fazer parte da estratégia competitiva, pois ajuda a gerar e proteger valor, sendo fundamental para a longevidade dos negócios.

Segundo a pesquisa A New Era of Sustainability, realizada em 2010 pela Accenture, com 766 executivos de 13 setores industriais diferentes, as palavras “marca”, “confiança” e “reputação” foram citadas por 72% dos CEOs como os três principais fatores que os impulsionavam a agir em questões de sustentabilidade. Dos entrevistados, 91% relataram que sua empresa empregaria novas tecnologias, como energias renováveis, eficiência energética e tecnologias da informação e comunicação, para abordar questões de sustentabilidade ao longo dos próximos cinco anos.

Para que a sustentabilidade, de fato, seja incorporada à gestão de uma empresa, a sua liderança deve estar comprometida, investir na educação e desenvolver, de forma transversal, a competência da sustentabilidade nas suas equipes.

No Brasil, poucas são as organizações que podemos considerar inovadoras por trazerem o conceito da sustentabilidade integrado à sua gestão ou com papel transformador. A maioria delas está na fase de engajamento. São transparentes em seus processos, possuem a intenção de elaborar estratégias de sustentabilidade, melhorar o relacionamento com stakeholders e liderança, mas não são inovadoras em seu modelo de negócio, não desenvolvem atividades integradas em prol da sustentabilidade e tampouco são transformadoras em suas ações.

Dessa forma, algumas empresas precisam, além de medir suas “pegadas” e reduzir riscos, tratar a sustentabilidade como algo indispensável para a melhoria contínua da gestão, visando aumentar a lucratividade da empresa. De acordo com a pesquisa The Innovation Bottom Line, do MIT Sloan Management Review – Winter 2013, que teve a colaboração da consultoria Boston Consulting Group e ouviu cerca de 2.600 executivos, mais de 60% das empresas que mudaram seu modelo de negócio e que têm a sustentabilidade como pilar estratégico de sua gestão disseram ter lucros maiores devido à sustentabilidade, comprovando os melhores resultados financeiros por meio de business cases.

A sustentabilidade é capaz de aumentar a lucratividade de uma empresa, desde que ela tenha uma visão sistêmica da cadeia de valor e atue como um agente transformador de seus colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes e consumidores de forma geral. É uma busca contínua e conseguirá chegar à frente a empresa que utilizar a sustentabilidade para melhorar sua gestão, inovar e compartilhar valor. Afinal, se uma solução sustentável tiver um custo maior para o cliente, certamente ela não é a mais sustentável.

*Roberto Araújo é diretor-presidente da Fundação Espaço ECO.

Fonte: Instituto Ethos 

 

 

 

Delivery engajado


TODO DIA É DIA DE FLOR


"Pedalamos tão longe quanto nossas pernas aguentam", diz Tatiana Pascowitch, amiga e sócia de Marina Gurgel Prado. A motivação? Vender flores pelas ruas da Zona Oeste. É o que fazem as moças do ateliê A Bela do Dia*. "No início, pensamos em trabalhar com uma Kombi. Mas, fora o investimento alto, provavelmente ficaríamos presas no trânsito", conta Tatiana. De bicicleta, desde abril, as jovens percorrem os bairros próximos ao ateliê onde montam os arranjos Elas oferecem desconto para quem doar uma garrafa de vidro.

VENDENDO SOPA POR AÍ
"Bicicleta é o meu meio de transporte. Ponto!", conta Flávia Spielkamp, da Aya Cuisine*. Há quatro anos ela aliou o prazer de andar sobre duas rodas ao seu sustento, pois Fávia entrega sopas orgânica de bicicleta. para ela,"é um prazer oferecer um produto saudável de uma forma saudável." 

VINHOS NA GARUPA
O clube Vinhos de Bicicleta, que tem como dono Rodrigo Ferraz, entega vinhos artesais de bicicletas quando o pedido é da cidade de São José dos Campos, SP, sede da empresa. Os sócios espalhados pelo país, cerca de 200, recebem as garrafas por correio ou transportadora.

ENTREGAS DE BIKE: VANTAGEM CALCULADA
Os bikers da Carbono Zero Courier* já pedalaram 392 mil km levando entregas de vários tipos, de chaves a mamadeiras. Isso significa, de acordo com uma comparação adotada pelo Departamento Britânico de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais, que 28,6 toneladas de gás carbônico deixaram de ser emitidas na atmosfera. 

"Esse dado tem feito muita gente trocar a moto pela bicicleta", afirma Rafael Mambretti, sócio do irmão, Danilo. Prova disso é o crescimento da empresa. "Há três anos, tínhamos três entregadores. Hoje, são 35." O serviço pode ser ocasional ou contratado mensalmente. Custo por deslocamento a partir de 24 reais.

Fonte: Planeta Sustentável
 

O bem-viver dos povos andinos: a sustentabilidade desejada


                           

Por Leonardo Boff*

Curiosamente, nos vem dos povos originários uma proposta que poderá ser inspiradora de uma nova civilização focada no equilíbrio e na centralidade da vida. Os povos andinos que vão desde a patagônia até o norte da América do Sul e do Caribe, os filhos e filhas de Abya Ayala (nome que se dava à America Latina que significava “terra boa e fértil”), são originários não tanto num sentido temporal (povos antigos), mas no sentido filosófico, quer dizer, aqueles que vão ás origens primeiras da organização social da vida em comunhão com o universo e com a natureza.

O ideal que propõem é o bem-viver. O “bem-viver” não é o nosso “viver melhor” ou “qualidade de vida” que, para se realizar, muitos tem que viver pior e ter uma má qualidade de vida. O bem-viver andino visa uma ética da suficiência para toda a comunidade e não apenas para o individuo. Pressupõe uma visão holística e integrada do ser humano inserido na grande comunidade terrenal que inclui, além do ser humano, o ar, a água, os solos, as montanhas, as arvores e os animais, o Sol, a Lua e as estrelas, é buscar um caminho de equilíbrio e estar em profunda comunhão com a Pacha (energia universal), que se concentra na Pachamama (Terra), com as energias do universo e com Deus.

A preocupação central não é acumular. De mais a mais, a Mãe Terra nos fornece tudo que precisamos. Nosso trabalho supre o que ela não pode nos dar ou a ajudamos a produzir o suficiente e decente para todos, também para os animais e as plantas. Bem-viver é estar em permanente harmonia com o Todo, harmonia entre marido e mulher, entre todos na comunidade, celebrando os ritos sagrados, que continuamente renovam a conexão cósmica e com Deus. Por isso, no bem-viver há uma clara dimensão espiritual com os valores que acompanham como o sentimento de pertença a um Todo e compaixão para com os que sofrem e solidariedade entre todos.

O bem-viver nos convida a não consumir mais do que o ecossistema pode suportar, a evitar a produção de resíduos que não podemos absorver com segurança e nos incita a reutilizar e reciclar tudo o que tivermos usado. Será um consumo reciclável e frugal. Então não haverá escassez.

A sabedoria aymara resume nestes valores o sentido do bem-viver: saber comer (alimentos sãos); saber beber (dando sempre um pouco a pachamama); saber dançar (entrar numa relação cósmica-telúrica); saber dormir (com a cabeça ao norte e os pés ao sul); saber trabalhar (não como um peso, mas como uma autorealização); saber meditar (guardar tempos de silêncio para a introspecção); saber pensar ( mais com o coração do que com a cabeça); saber amar e ser amado ( manter a reciprocidade); saber escutar ( não só com os ouvidos, mas com o corpo todo, pois todos os seres enviam mensagens) ; saber falar bem ( falar para construir, por isso atingindo o coração do interlocutor); saber sonhar ( tudo começa com um sonho criando um projeto de vida); saber caminhar ( nunca caminhamos sós, mas com o vento, o Sol e acompanhados pelos nossos ancestrais); saber dar e receber ( a vida surge da interação de muitas forças, por isso dar e receber devem ser recíprocos, agradecer e bendizer).

Este conceito é tão central que entrou nas constituições da Bolívia e do Equador. Na constituição deste ultimo país, que entrou em vigor em 2008, no capitulo VII que trata “dos direitos da natureza” se diz belamente no artigo 71: “ A natureza ou a Pachamama, onde se reproduz e realiza a vida, tem direito a que se respeite integralmente sua existência, a manutenção e a regeneração de seus ciclos vitais, estruturas, funções e processos evolutivos. Toda pessoa, comunidade, povo ou nacionalidade poderá exigir da autoridade pública o cumprimento dos direitos da natureza […]. O Estado incentivará as pessoas físicas ou jurídicas e as coletividades para que protejam a natureza e promoverá o respeito a todos os elementos que formam ecossistema”.

Aqui encontramos em miniatura e de forma antecipada aquilo que provavelmente será o futuro da humanidade. A crise generalizada que ameaça nossa vida e a habitalidade da Terra nos levará necessariamente na direção desta visão e na vivência destes valores. Nossa proposta quer prolongar estas intuições na base da nova cosmologia e do novo paradigma de civilização.

O Butão, espremido entre China e a Índia, aos pés do Himalaia, pratica há séculos um ideal semelhante as dos povos andinos. Trata-se de um país muito pobre materialmente, mas que estatuiu oficialmente o “Índice de Felicidade Interna Bruta”. Este não é medido por critérios quantitativos, mas qualitativos, como boa governança das autoridades, equitativa distribuição dos excedentes da agricultura de subsistência, da extração vegetal e da venda de energia para a Índia, boa saúde, nível de estresse e equilíbrio psicológico, boa educação e especialmente bom nível de cooperação de todos para garantir a paz social.

Estas expressões, embora seminais, revelam-nos que um outro mundo é possível e hoje necessário. Há uma porção da humanidade que não se deixou iludir pelo fetichismo da mercadoria e pela obsessão de riqueza, dominantes na atual fase da humanidade, mas guardou a sanidade básica que se encontra no profundo de cada pessoa e no conjunto das sociedades humanas.

Em conclusão podemos dizer: pouco importa a concepção que tivermos de sustentabilidade, a idéia motora é esta: não é correto, não é justo nem ético que, ao buscarmos os meios para a nossa subsistência, dilapidemos a natureza, destruamos biomas, evenenemos os solos, contaminemos as águas, poluamos os ares e destruamos o sutil equilíbrio do Sistema Terra e do Sistema Vida. Não é tolerável eticamente que sociedades particulares vivam à custa de outras sociedades ou de outras regiões, nem que a sociedade humana atual viva subtraindo das futuras gerações os meios necessários para poderem viver decentemente. 

É imperioso superar igualmente todo antropocentrismo. Não se trata egoisticamente de garantir a vida humana, descurando a corrente e a comunidade de vida, da qual nós somos um elo e uma parte, a parte consciente, responsável, ética e espiritual. A sustentabilidade deve atender o inteiro Sistema Terra, o Sistema Vida e o Sistema Vida Humana. Sem esta ampla perspectiva  o discurso da sustentabilidade permanecerá apenas discurso, quando a realidade nos urge à afetivação rápida e eficiente da sustentabilidade, a preço de perdermos nosso lugar neste pequeno e belo planeta, a única Casa Comum que temos para morar.

*Leonardo Boff é brasileiro e formado em Teologia e Filosofia, e desde 1980 tem se ocupado intensivamente com as questões da ecologia e ajudou a formular uma ecoteologia da libertação. Autor de mais de oitenta livros, Boff também é membro comissionado da Carta de Terra, publicada aqui.

Laísa Mangelli

UFRR promove Seminário de Geografia e Sustentabilidade na Amazônia


 

UFRR-prorroga
 

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) através do Programa em Pós-Graduação em Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Amazônia realizará no período de 18 a 20 de dezembro, o I Seminário de Produção do Espaço Geográfico e a Sustentabilidade na Amazônia. O evento vai ocorrer no auditório do Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e Caribe (Necar), no campus Paricarana.

 

A ideia do seminário é fomentar e fortalecer redes de pesquisadores interessados em temas afins e contemporâneos das linhas de pesquisa dos Programas, e formatar possíveis parcerias entre pesquisadores e instituições, principalmente da região amazônica.

 

O projeto também pretende possibilitar uma integração dos discentes e docentes dos Programas de pós-graduação, envolvendo-os em discussões relacionadas ao desenvolvimento sustentável e produção do espaço geográfico.

 

Participação no Seminário- O seminário contará com a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos por acadêmicos de graduação e pós-graduação da UFRR. A análise e seleção dos trabalhos, submetidos para fim de apresentação será realizada com base nos seguintes critérios: relevância social e científica do trabalho; relação com a temática espaço geográfico e a sustentabilidade na Amazônia.

 

A taxa de inscrição custa R$ 25 para alunos de graduação e R$ 50 para alunos de pós-graduação e profissionais. A apresentação ocorrerá durante o seminário, o acadêmico tem até segunda-feira, 16, para enviar seu trabalho.

 

A ficha de inscrição para submissão de trabalhos está disponível nos sites do Necar e do Mestrado. Depois do preenchimento deve ser enviada junto com o resumo simples até o dia 16 de dezembro de 2013 para o email: ispegsa@gmail.com. Observar que na ficha há duas vias, uma para quem irá apenas participar do evento, e outra para quem vai enviar trabalhos científicos. Os arquivos estão logo na página principal e também no item Publicações / Seminários 2013.

 

Programação

1° dia (18/12/2013): 19 horas- Abertura Oficial

19h30 – Conferência: Planejamento e Gestão Pública do Desenvolvimento da Amazônia

 

2° dia (19/12/2013):

Tarde – 16h às 18h – Mesa Redonda

Noite – 18h30 às 20h30 – Mesa Redonda

 

3º dia (20/12/2013):

Temática: Produção do Espaço Geográfico e a Sustentabilidade na Amazônia

Tarde – 16h às 18h – Mesa Redonda. Prof. Flávio Rodrigues do Nascimento

Noite – 18h30 às 20h30 – Mesa Redonda. Prof. Carlos Alberto Franco da Silva

 

Fonte: Boa Vista Já

Minhocão ganha jardim vertical pioneiro no Brasil


Redução da poluição, isolamento acústico e diminuição da temperatura são, apenas, alguns dos benefícios que os jardins verticais podem trazer às áreas urbanas e que serão cada vez mais percebidos pelos moradores da região do Minhocão

Neste mês de dezembro, o Elevado Costa e Silva, umas das áreas mais cinzas e barulhentas da capital paulista, ganhou o primeiro jardim vertical do Brasil construído em uma "empena cega" – nome dado àqueles paredões dos prédios que não possuem janelas, onde eram colocados anúncios publicitários, antes da Lei Cidade Limpa ser aprovada na cidade de São Paulo, em 2007

Formada por quase cinco mil mudas, de 19 diferentes espécies – o que garante um belo colorido ao mosaico -, a parede verde de 220 m² foi montada, em 15 dias, em um prédio residencial localizado às margens do Minhocão, no largo Padre Péricles, próximo à avenida Francisco Matarazzo. 

O projeto foi idealizado pela Escola São Paulo e pelo Movimento 90º – iniciativa que reúne paisagistas, arquitetos, administradores, advogados, engenheiros e empresários que defendem a instalação de jardins verticais nos centros urbanos em prol de cidades com mais verde

DÁ PARA FAZER MUITO MAIS…
Criador do projeto, o paisagista Guil Blanche mapeou outras edificações no centro expandido de São Paulo onde os jardins verticais poderiam ser instalados e concluiu que existem cerca de 500 "empenas cegas" aptas a receber as paredes verdes. Apenas na região do Minhocão, são 140 paredões que podem ser usados pela iniciativa. 

O maior empecilho ainda é o custo do projeto. Com necessidade de sistema automático de irrigação e fertilização para manter as plantas vivas, os jardins custam a partir de R$ 800 por m² de empena. Mas Guil Blanche dá a dica: o valor não precisa ser pago pelos moradores dos prédios. É possível arrecadar dinheiro em sites de crowdfunding na internet ou mesmo por meio de patrocínio, como aconteceu no projeto-piloto feito no Minhocão.

Fonte: Planeta Sustentável