EUA e grupos brasileiros se unem para restaurar florestas


Estados Unidos, Ruanda e uma coalizão de grupos brasileiros prometeram restaurar ao menos 18 milhões de hectares de florestas, em um dos primeiros compromissos do "Desafio de Bonn", que busca recuperar 150 milhões de hectares de terras desmatadas até 2020.

 

Ao menos 15 milhões de hectares serão restaurados "em 20 linhas divisórias de água em florestas, incluindo regiões tribais, através dos Estados Unidos", disse Elise Golan, diretora de desenvolvimento sustentável do departamento americano de Agricultura, à margem do Rio+20.

 

Dois milhões de hectares serão restaurados em Ruanda e ao menos um milhão de hectares, na mata atlântica no sudeste do Brasil, com o trabalho de uma coalizão de agências governamentais, ONGs, empresas e uma aliança de povos indígenas.

 

A União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), que apoia a iniciativa, afirma que restaurar estes 150 milhões de hectares de floresta trará benefícios econômicos de mais de 80 bilhões de dólares, além de reduzir a chamada "brecha de emissões" – a diferença entre a atual produção de gases do efeito estufa e o necessário para levá-la a um nível mais seguro – em entre 11% e 17%.

 

"A maior iniciativa de restauração (de florestas) do mundo já está em curso, e trará enormes benefícios mundiais em renda, segurança alimentar e combate ao aquecimento global", disse Marton-Lefevre, chefe da IUCN.

 

"Convocamos outros países e proprietários de terras a seguir este exemplo".

 

Desde 1992, o manto vegetal de florestas primárias no mundo teve uma redução de 300 milhões de hectares, uma área quase do tamanho da Argentina.

 

As maiores perdas ocorreram em regiões tropicais de grande biodiversidade. Já no hemisfério norte, a recuperação superou o desmatamento.

 

Segundo a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), 350 milhões das pessoas mais pobres do mundo, incluindo 60 milhões de indígenas, dependem das florestas para sua subsistência diária e sobrevivência a longo prazo.

Fonte: AFP