A contagem regressiva para acender a tocha olímpica nos próximos dias já começou e o clima na cidade britânica não poderia ser mais verde. Londres levou a sério a proposta de fazer das Olimpíadas 2012 a mais sustentável da história e implantou diversas medidas: desde a ênfase em transporte público coletivo para a ida aos estádios até a contagem das emissões de carbono durante os jogos.
Diferentemente dos jogos passados, na China, que deixaram como legado diversos estádios sem funcionalidade definida, os britânicos perceberam a oportunidade de utilizar as Olimpíadas para aprimorar a infraestrutura urbana da cidade e implantar soluções permanentes.
Depois que a tocha se apagar para reacender em praias cariocas, a responsabilidade de construir Jogos ainda mais sustentáveis será do Brasil, que já planeja a despoluição das lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá.
Conheça as 10 inovações sustentáveis dos Jogos de Londres:
Um dos principais legados dos jogos para a cidade será o Parque Olímpico, construído a partir da revitalização de uma antiga zona industrial no distrito de Stratford. Foram quatros anos de trabalho intenso para realizar a descontaminação, a maior já ocorrida nas terras da rainha, e investimentos de mais de 230 milhões de reais para recuperar 2 milhões de toneladas de solo contaminado. O complexo de 2,5 quilômetros quadrados conta atualmente com 4 mil árvores e 300 mil plantas aquáticas.
Além de construir todos os estádios conforme os padrões de Construção Verde, Londres inaugurou também um estádio totalmente reciclável. A arena construída para os jogos de basquete tem 35 metros de altura e leva mil toneladas de aço em sua estrutura. No entanto, foi projetada para, ao findar dos jogos, ter toda sua estrutura, das quadras aos bancos, desmontada e posteriormente reciclada. A arena de pólo aquático também segue a mesma premissa e será desmontada ao término do megaevento esportivo.
Marca registrada da cidade britânica, o tradicional ônibus vermelho de dois andares foi adaptado para melhor receber pessoas com dificuldade de mobilidade e gerar menos poluição. Os novos modelos utilizados são movidos por uma mistura de eletricidade e diesel “verde”, que emite metade dos gases poluentes de uma versão convencional, e possuem o dobro da eficiência no aproveitamento de combustível.
Com a expectativa de receber mais de 80% do público para as Olimpíadas, o aeroporto Heathrow International implantou um sistema de carrinhos elétricos, que dispensam motorista, usados para transportar os passageiros entre o aeroporto e o estacionamento, cada veículo tem capacidade para até quatro pessoas. Ele transita por uma pista exclusiva e emite poucos poluentes.
Para chamar atenção da população para o descarte correto de resíduos sólidos, os organizadores dos Jogos instalaram lixeiras de coleta seletiva high-tech pela cidade britânica. Equipados com duas telas LCD, os coletores são sensíveis ao toque e transmitem notícias em tempo real. A ideia é que durante os jogos outra funcionalidade seja agregada: a de ponto Wi-Fi. Assim, não tem como não querer chegar perto do lixo.
Para reduzir a poluição e o congestionamento, foi implantado um sistema de recompensas para quem deixar o carro na garagem e ir trabalhar a pé ou de ônibus, tal qual ocorre na capital sul-coreana Seul. A diferença é que a iniciativa, promovida por uma empresa privada, é sistematizada através de um aplicativo para iPhone (re.route) capaz de mensurar e pontuar os deslocamentos por meios alternativos de cada pessoa. Os condutores que seguem uma das vias alternativas sugeridas pelo aplicativo ganha pontos de recompensa a serem resgatados como descontos em lojas e cinemas conveniados.
Além dos coletores de recicláveis high-tech, uma outra aposta de Londres para reduzir o impacto dos resíduos sólidos gerados durante os Jogos é a utilização de embalagens biodegradáveis. Assim, todo alimento ou bebida vendidos nos locais das competições devem ser feitas de material compostável. A estimativa é a de que 40% de todo o resíduo gerado nas instalações olímpicas virá da alimentação.
Com altos níveis de poluição do ar, o governo britânico investiu em uma solução química capaz de atrair partículas de poeira fina do ar e prendê-las ao asfalto. Após ser capturada, a poeira é recolhida pelo tráfego ou lavada pela chuva. De acordo com o prefeito Boris Johnson, a solução reduzirá em até 10% a concentração de partículas de poeira na atmosfera, melhorando a qualidade do ar.
Se os ônibus de dois andares ficaram mais verdes, os taxistas londrinos não poderiam ficar para trás. Desde fevereiro circula por Londres os primeiros modelos do Fluence Z.E, o sedã da Renault totalmente movido a eletricidade. O veículo, alimentado por baterias de lítio, têm uma autonomia de 160 quilômetros sem a emissão de um grama sequer de CO2. O melhor de tudo é que o passageiro pode optar pelo veículo sustentável sem gastar um centavo a mais por isso.
Até setembro, ao menos, a noite londrina também será iluminada pelo sol. É que foram instaladas pela cidade, as árvores solares – postes em formato de árvores equipados com células fotovoltaicas que transformam a luz do sol em eletricidade. A “árvore solar” é feita por folhas com paineis solares e galhos de LED que acendem automaticamente quando escurece. Sem dúvida, um espetáculo à parte.
Fonte: Eco Desenvolvimento