Apesar das críticas, Japão avisa que vai manter pesca de baleias


O Japão não pretende interromper a pesca das baleias, uma atividade "que faz parte da nossa cultura", afirmou nesta terça-feira o ministro da Agricultura e da Pesca, enquanto diversos incidentes recentemente opuseram pescadores japoneses e defensores destes animais.

 

"É cultural e uma longa tradição histórica. O Japão é uma ilha e pescar boas proteínas do oceano é importante para nossa alimentação. É muito importante para a segurança alimentar", disse Yoshimasa Hayashi em entrevista.

 

Quando perguntado se o Japão poderia vislumbrar o fim desta prática, muito criticada por diversos países, Yoshimasa Hayashi respondeu: "Acredito que não".

 

"Eu venho de Shimonoseki", lembra, evocando a cidade portuária do oeste do país, de onde partem muitos baleeiros japoneses para a pesca anual na Antártica.

 

"Nós nunca dissemos que todo mundo devia comer baleia. Porque não podemos ao menos estar de acordo em nosso desacordo? Nós temos este hábito e vocês não", argumentou o ministro.

 

Para Hayashi as críticas internacionais contra o Japão "são ataques culturais, preconceitos contra a cultura nipônica". "Em alguns países come-se cachorro, na Coreia por exemplo, na Austrália come-se canguru. Nós não comemos estes animais, mas não pedimos para que estes países deixem de fazê-lo porque entendemos que isso faz parte de suas culturas. Então eu peço: por favor, entendam a nossa".

 

Sobre a Comissão Internacional da Baleia (CIB), a posição do Japão "nunca mudou. É por isso que eu não acredito que o Japão vai proibir a pesca de baleias", explicou.

 

Os baleeiros japoneses e os barcos da associação ambientalista Sea Shepherd se chocaram novamente na Antártica. Um acusa o outro de ter começado a agressão.

 

O Japão caça baleias em virtude de uma tolerância da Comissão Internacional da Baleia para a pesca com fins de pesquisa, ainda que a carne destes animais termine nos açougues. O organismo internacional condena qualquer pesca de baleia para fins comerciais.

Fonte: AFP