Ban Ki-moon faz apelo pela salvação do planeta


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou nesta quarta-feira em Mônaco que será "tarde demais" para salvar o meio ambiente, se não forem adotadas medidas vinculantes até 2015.

 

"As palavras não foram seguidas por ações. Logo será tarde demais. Nossos padrões de consumo são incompatíveis com a saúde do planeta", indicou Ban Ki-moon, diante de uma plateia de personalidades.

 

"Devemos agir agora, se quisermos que em 2050 o planeta continue a ser habitável para os seus nove bilhões de pessoas", argumentou.

 

Dos noventa objetivos adotados pela comunidade internacional relacionados a questões ambientais nos últimos 20 anos, apenas quatro registraram progressos significativos, lamentou Ban Ki-moon.

 

O secretário destacou a diminuição da biodiversidade, a redução dos recursos pesqueiros, a maior acidez dos oceanos e o aumento das emissões de gases do efeito estufa.

 

"Temos que acelerar nossa dinâmica. Precisamos desenvolver o que estamos testando em tubos de ensaio há 40 anos. Para isso, devemos adotar medidas de incentivos eficazes, e principalmente colocar um preço sobre as emissões de carbono", declarou.

 

"Também devemos adotar, até 2015, um instrumento universal e jurídico vinculante relativo ao clima, de modo que todos os países adotem medidas adicionais para reduzir os efeitos da mudança climática", instou o secretário-geral das Nações Unidas.

 

Ban também prestou homenagem à Fundação Prince Albert II de Mônaco, que "é respeitada em todo o mundo pelo trabalho que faz nas áreas da biodiversidade, da água e na luta contra as mudanças climáticas".

 

"No momento em que a terra e os oceanos sofrem pressões sem precedentes, em particular devido ao crescimento da população global e às mudanças climáticas, é nossa responsabilidade agir de forma decisiva para preparar para o futuro", declarou por sua vez o príncipe Albert de Mônaco.

 

Para o pequeno principado, a visita oficial de Ban Ki-moon marca o 20º aniversário da entrada do Mônaco na Organização das Nações Unidas, em 28 de maio de 1993. "Eu lembro com carinho o orgulho que ele sentiu por esse reconhecimento", disse o soberano em referência a seu pai, o príncipe Rainier III.

 

Ban Ki-moon, que iniciou nesta semana um giro europeu com uma visita aos pequenos principados de San Marino e Andorra, também visitará a Espanha e a Holanda. Ele se reunirá na quinta-feira em Mônaco com o chefe de governo.

Fonte: AFP