Seis mandamentos para férias de verão do bem


 

                    ouropreto_Adam Jones, Ph.D. - Global Photo Archive

Conheça os mandamentos para férias mais sustentáveis elaborados por Ana 

1. Escolha a hospedagem e a operadora de passeios de modo consciente. No site SustainableTrip.org, você pode checar estabelecimentos certificados pela organização Rainforest Alliance em todo o mundo. Mesmo que o lugar não tenha um selo ou certificado de práticas sustentáveis, você pode investigar a política da empresa com perguntas simples: Vocês contratam mão-de-obra local? Que destino dão aos resíduos sólidos? Têm algum programa para reúso da água? Apoiam projetos locais de conservação? Você também pode optar por destinos com hospedagem domiciliar, como nas viagens promovidas pela Andarilhos da Luz.

 

2. Faça a dieta detox do carro. No Brasil, há cada vez mais possibilidades de explorar as grandes destinos turísticos de bike – o Rio de Janeiro é o maior exemplo disso. Verifique as possibilidades de acesso às atrações via transporte público. Em Paraty, também no estado do Rio de Janeiro, não é difícil chegar a algumas das cachoeiras mais bonitas, como a do Tobogã, com um ônibus de linha que parte da rodoviária da cidade. Outro coletivo leva a Paraty-Mirim, de onde saem os barcos para o Saco do Mamanguá, bercário ecológico e uma das paisagens mais estonteantes da região.   

 

                  Saco do Mamangua¦ü_Paraty

 

3. Não acampe próximo a fontes de água. Assim você evita a contaminação de cachoeiras e cursos d’água tanto pelos resíduos sólidos quanto pelo uso de cosméticos, como xampus e sabonetes, cujos compostos químicos podem prejudicar o equilíbro desses locais. Além disso, a administração do Parque Nacional da Chapada Diamantina recomenda que as necessidades sejam feitas a, no mínimo, 60 metros de qualquer fonte de água em um buraco cavado no chão com 15 centímetros de profundidade. Outra possibilidade é usar o Shit Tube, um tubo de PVC preenchido com cal virgem onde os dejetos podem ser armazenados e depois descartados apropriadamente.

 

4. Respeite o limite de acesso a trilhas e outros atrativos naturais. Em ecossistemas delicados e mais controlados, esses limites costumam ser levados mais a sério que em outros. Em Fernando de Noronha, na Praia do Atalaia, o número de visitantes por dia é controlado e uso de filtro solar e pé de pato é proibido para não impactar a fauna da piscina natural que se forma ali na maré baixa. No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, também há restrições estabelecidas para cada trilha: na dos Cânios são 200 visitantes por dia; na das Sete Quedas, são 15 pessoas acampadas por noite. O controle evita a compactação do solo nos caminhos abertos pelo parque e também que os animais sejam afastados pela presença constante e numerosa de pessoas.

 

5. Consuma produtos locais. Aproveite para tirar férias dos sabores multinacionais e estimule suas papilas com gostos do destino. Além de movimentar o mercado regional, você não estimula os custos ambientais envolvidos na compra e transportes de produtos “importados”. E mesmo quando se trata de produtos regionais, vale ficar atento para sua origem, garantindo que não foram colhidos, pescados ou caçados de modo ilegal. O pirarucu, conhecido como o bacalhau da Amazônia, já corre risco de extinção no Pará e sua pesca está restrita a alguns meses do ano. A mesma dica vale para a compra de artesanato: não é porque é produzido localmente que é sustentável. Evite suvenires fabricados em escala – “Fui a (complete com o nome do destino aqui) e lembrei de você” – e fuja daqueles manufaturados com matéria-prima irregular. Um exemplo clássico são as colheres, pratos, tigelas e outros utensílios feitos com madeira de espécies raras da Mata Atlântica extraídas de modo predatório e vendidos no litoral baiano.

 

6. Contrate guias da região. Há muitos destinos de natureza que é possível explorar sem um guia. Mas a contratação de mão-de-obra local movimenta a economia das comunidades ao mesmo tempo em que enriquece o passeio: há guias especialistas na fauna e na flora da região, sem falar nas histórias e curiosidades que passam de geração para geração. Um passeio pelas igrejas de Ouro Preto não seria o mesmo sem a companhia de um bom guia, bem como a aventura de identificar os animais pelas trilhas em Mamirauá, na Pousada Uacari, Amazônia, seria impossível sem os conhecimentos de alguém que sempre viveu na floresta.

 

                    mamirauá

 

Crédito das imagens

Adam Jones, Ph.D. – Global Photo Archive. Sob uma licença CC BY-SA.

Quantz. Sob uma licença CC BY-ND.

Divulgação Garupa

Fonte: Planeta Sustentável