O que podemos aprender com a crise hídrica?


                                                    

Por Elias Oliveira

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), oDia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, é uma grande oportunidade de debatermos a importância desse recurso natural para a sobrevivência humana. No Brasil, análises feitas pelo Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, elaborado pela Agência Nacional das Águas (ANA), indicam que se nada for feito nos próximos anos, a partir de 2025 cerca de um terço da população vai sofrer com a falta de água. E os primeiros sinais desse problema já começam a aparecer em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Desde o ano passado esses Estados enfrentam a pior crise hídrica de suas histórias.

As previsões também são preocupantes quando avaliamos a questão de forma global, pois de acordo com um relatório divulgado pelo World Resources Institute (WRI), estima-se que em 2025 dois terços da população mundial seja afetada pela escassez de água. Além disso, a ONU aponta que, atualmente, cerca de 780 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 2,5 bilhões ainda não dispõem de serviços de saneamento.

E é diante desse cenário que muitas pessoas estão se questionando quais são as soluções para o problema. Em algumas regiões do mundo, como Singapura, México, Israel e Estados Unidos, a solução foi investir no reaproveitamento de efluentes. O esgoto que antes era despejado hoje se transforma em água tratada para a utilização em campos de irrigação, descargas de banheiros, lavagens de veículos e na construção civil. Em Israel, por exemplo, 75% dos esgotos são reciclados e reutilizados, representando a maior média mundial.

Outro ponto que também devemos destacar é a importância da implantação de sistemas de tratamentos de efluentes industriais e residenciais. Essa é uma questão que merece uma atenção especial, pois em muitas regiões do Brasil ainda temos água em abundância, porém é preciso realizarmos o gerenciamento do recurso de forma correta. A proposta é que, com o auxílio de tecnologia e de soluções químicas, possamos minimizar os níveis de contaminação da água. Pois, a partir do momento que os efluentes não são tratados de forma adequada, eles são capazes de interferir diretamente na qualidade da água dos rios, lagos, represas e lençóis freáticos.

Para auxiliar nesse processo, empresas nacionais investem fortemente em inovação e pesquisas para o desenvolvimento de sistemas altamente eficazes e seguros. O objetivo é manter a qualidade da água que chega à população e evitar a sua contaminação. Como exemplos, temos o Global Service e o Dióxido de Cloro, o DIOX®, da empresa Beraca Sabará Químicos e Ingredientes, para desinfecção de águas e esgotos. Eles são responsáveis pela melhoria da qualidade da água e a diminuição de doenças provocadas por micro-organismos. Atualmente, essas soluções já são aplicadas em companhias de saneamento básico, estações de tratamento de água e indústrias de alimentos e bebidas.

Apesar do impacto negativo, a crise hídrica abriu espaço para inúmeras discussões a respeito do gerenciamento do recurso. Notamos que não basta reduzir o consumo fechando as torneiras, temos que pensar também em estratégias para evitar que a água limpa seja contaminada por efluentes sem tratamento, além de novas formas de armazenamento e distribuição. Para isso, devemos investir cada vez mais em inovação, por meio da tecnologia e pesquisa. Essa é a única forma de combatermos um dos maiores problemas da sociedade moderna.

*Elias Oliveira é Gestor Institucional da Beraca Sabará Químicos e Ingredientes – empresa brasileira que atua no setor há 58 anos – e coordenador de Grupo de Trabalho da Abiclor (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados); membro do Comitê Gestor Prodir (Processo de Distribuição Responsável) da Associquim; Coordenador da Sub Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte de Produtos Perigosos da Região de Campinas e membro da Comissão Central do Estado de SP.

Fonte: Ecológico