O futuro das florestas e da agricultura até 2050


Vista aérea da Resex Chico Mendes, com uma parte do rio Xapuri, na floresta Amazônica, Acre, Brasil. (Juvenal Pereira/ WWF-Brasil)

Os impactos das mudanças climáticas não se limitam aos ecossistemas naturais. De acordo com especialistas no assunto, as previsões de temperaturas mais quentes e de mudanças na frequência das chuvas vão, sem dúvida, impactar o setor agrícola a ponto de mudar a distribuição geográfica da produção brasileira.

E é exatamente nas atividades ligadas ao uso da terra que encontramos parte importante da solução. Dessa forma, torna-se fundamental pensar o longo prazo da relação intrínseca entre florestas e agricultura, abrindo espaço para posicionar o uso da terra como uma agenda de desenvolvimento para o país.

Preocupada em lidar com a reação da natureza ao nosso bem-estar, no curto e longo prazos, uma parte dessa mesma sociedade, formada por ONGs, academia e empresários, aprofundou os debates sobre o que é preciso fazer para retomarmos uma relação mais harmônica com o espaço que ocupamos.

E com esse foco nasceu a publicação “Visão 2030-2050: O Futuro das Florestas e da Agricultura no Brasil” (disponível para download à direita).  Ao longo de 2018, os “Fóruns de Diálogo” da Coalizão Brasil (Agropecuária e Silvicultura, Floresta Nativa, Desmatamento e Políticas Públicas & Instrumentos Econômicos) realizaram uma série de debates sobre o futuro do uso da terra, considerando os horizontes de 2030 e 2050.

O resultado desse processo está traduzido em uma visão comum entre os diferentes setores da sociedade – empresas, ONGs, setor financeiro e academia – para um futuro possível e próspero para o Brasil como líder da economia de baixo carbono no mundo.

O documento traz análises de temas ambientais que impactam diretamente nas nossas vidas como mudanças climáticas, gases de efeito estufa, desmatamento, restauração de biomas, manejo florestal sustentável, áreas degradadas, agricultura de baixo impacto, matriz energética renovável, serviços ecossistêmicos, povos tradicionais, distribuição de renda, etc.

Segundo a Coalizão, essa visão é viável e ter por objetivo: promover o bem-estar de todos a partir de uma ocupação do campo cujas condições permitam: 1) produzir mais e melhor; 2) criar valor e gerar benefícios a partir das florestas; 3) acabar com o desmatamento; e 4) viabilizar políticas públicas de Estado e construir instrumentos econômicos alinhados e integrados.

O grupo faz ainda um apelo à sociedade: “sem um olhar de longo prazo, estamos condenados a não sair do mesmo lugar. Por isso, é preciso que a sociedade se aproprie dessa visão, reconheça as florestas e nosso domínio da agricultura como patrimônios brasileiros e assegure que as oportunidades desse caminho sejam aproveitadas, independentemente de circunstâncias políticas do país. Somente com a legitimação dos brasileiros esse futuro se tornará uma realidade. ”

WWF-Brasil