Temperatura em alta, oceano mais azul


Os resultados estimam que as zonas azuis, como a dos subtrópicos ficarão mais azuis, refletindo a redução dos níveis de fitoplâncton – e de vida em geral. (Hans/ Pixabay)

Por causa das mudanças climáticas, mais de 50% dos oceanos terão mudado de cor em 2100. A tendência é que as regiões azuis e verdes se intensifiquem, segundo estudo do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos.

O estudo publicado na revista Nature Communications conclui que o aquecimento global está provocando grandes alterações nas populações de fitoplâncton, algas com capacidade de fazer fotossíntese, o que vai afetar a cor dos oceanos.

Os resultados estimam que as zonas azuis, como a dos subtrópicos ficarão mais azuis, refletindo a redução dos níveis de fitoplâncton – e de vida em geral. Já as verdes, como observado perto dos polos, devem ficar ainda mais verdes, uma vez que temperaturas mais quentes tendem a causar proliferação de espécies de fitoplâncton.

A cor do oceano depende de como raios de sol interagem com moléculas da água. Elas absorvem quase toda a luz solar, exceto a parte azul do espectro, que é refletida de volta. Assim, áreas do oceano aberto, com menos vida, aparentam azul intenso. Quando há organismos no mar, eles podem absorver e refletir diferentes comprimentos de onda de luz, dependendo de suas propriedades, o que muda a percepção da cor.

O fitoplâncton, por exemplo, contém clorofila, pigmento que absorve mais a porção azul da luz para fazer fotossíntese, e menos verde. Assim, mais verde é refletido de volta e áreas ricas em algas ficam dessa cor.

Modelo

Os cientistas desenvolveram um modelo que simula o crescimento e a interação de várias espécies de fitoplâncton e como variam à medida que as temperaturas aumentam. E reproduziram o modo como o fitoplâncton absorve e reflete a luz e como afeta a cor do mar considerando a mudança climática.

Stephanie Dutkiewicz, a diretora de pesquisa do projeto, prevê que mudanças em fitoplâncton podem mudar cadeias alimentares, o que ela vê como “potencialmente sério”. Mas admite dificuldade de definir se isso se deve à mudança climática ou à variação natural da clorofila. “Fenômenos como El Niño ou La Niña causariam mudança na clorofila, porque varia a quantidade de nutrientes no sistema.”

Agência Estado