Milhares de pessoas permaneciam nesta quinta-feira isoladas e bloqueadas em áreas inundadas no sudeste da África, esperando por ajuda, uma semana após a passagem do ciclone Idai, que deixou 356 mortos, de acordo com o balanço mais recente.
O balanço de vítimas do Idai, que atingiu Moçambique e Zimbábue na semana passada, subiu para 356 nesta quinta-feira, segundo fontes oficiais, sendo que 217 em Moçambique e 139 no Zimbábue.
No Zimbábue, o número de pessoas afetadas pelas inundações subsequentes ao ciclone aumentou para 200.000 e os maiores sinais de destruição estão na área perto da fronteira com Moçambique, afirmou a ONU nesta quinta-feira.
A estimativa inicial era de 15 mil pessoas, mas o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Herve Verhoosel, disse aos jornalistas em Genebra que o número é muito mais elevado, depois de novas avaliações.
“A situação no distrito de Chimanimani, no leste do Zimbábue, na fronteira com Moçambique, é muito ruim”, disse Verhoosel.
“Noventa por cento do distrito foi severamente danificado”, acrescentou.
O ciclone Idai devastou o sudeste da África deixando 300 mortos e causando graves inundações e centenas de mortes, além de deixar milhares de pessoas isoladas em telhados ou árvores seis dias depois de sua passagem.
Em Moçambique, por sua vez, cerca de 15.000 pessoas precisam ser resgatadas nas zonas inundadas, segundo anunciou nesta quinta-feira o ministro do Meio Ambiente, Celso Correia.
“Já perdemos 217 vidas”, afirmou Correia à imprensa, em uma revisão do balanço anterior de 202 mortes em Moçambique
“Ontem (quarta-feira) contamos 15.000 pessoas que tinham a necessidade de ser socorridas”, afirmou Correia à imprensa na cidade de Beira (centro), devastada pelo ciclone.
“Quase 15.000 pessoas que não estão bem. Estão vivas (…) mas devemos socorrê-las, retirá-las da região”, completou.
“É uma luta contra o tempo. Cada minuto conta”, advertiu.
As melhores condições climáticas permitiram que os serviços de resgate na quarta-feira ajudassem 3.000 pessoas bloqueadas em ilhotas cercadas por água, telhados ou árvores, disse ainda o ministro.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou nesta semana que os mortos podem chegar a mais de mil.
As equipes envolvidas nas operações de resgate enfrentam grandes dificuldades ante a magnitude da catástrofe causada pelo ciclone Idai no sudeste da África.
“É a pior crise humanitária na história recente de Moçambique”, o país mais afetado, declarou na quarta-feira a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).
As ONGs também alertaram sobre os riscos à saúde, principalmente malária e cólera.
Para ajudar as vítimas na região, a ONU anunciou uma ajuda de 20 milhões de dólares.
A chegada do ciclone foi precedida por fortes chuvas em Moçambique, e o fenômeno também ameaçou o Malauí, mas, por fim, não passou por este país.
AFP