Presidente filipino ordena envio de toneladas de lixo ao Canadá


Ambientalistas filipinos da coalizão EcoWaste protestam no exterior da embaixada do Canadá em Manila no dia 21 de maio de 2019, para pressionar a Ottawa para que acelere o envio do lixo (AFP/Arquivos)

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ordenou que toneladas de lixo despejadas em território filipino anos atrás por uma empresa canadense sejam enviadas de volta ao Canadá, disse seu porta-voz na quarta-feira (22), embora Ottawa já tenha anunciado que iria recuperar a carga, motivo de disputa diplomática.

Se Ottawa não aceitar formalmente a remessa de lixo, ela será descarregada nas águas territoriais do Canadá, alertou Salvador Panelo, porta-voz do presidente.

O lixo está armazenado em dezenas de contêineres que uma empresa canadense enviou para as Filipinas em 2013 e 2014 – aparentemente para reciclar – e a questão sobre o que fazer com ele já é um problema há anos.

Na semana passada, Manila retirou seu embaixador em Ottawa porque o Canadá não cumpriu o prazo de 15 de maio para repatriar os dejetos.

“Se o Canadá não aceitar o lixo, vamos despejá-lo nas águas territoriais ou 12 milhas náuticas no mar a partir da linha de base de qualquer das costas do seu país”, disse o porta-voz do presidente filipino à imprensa.

“Se o Canadá não aceitar o lixo, vamos despejá-lo nas águas territoriais ou nas 12 milhas náuticas no mar a partir da linha de base de qualquer das costas do seu país.”

Panelo disse que a ordem será cumprida “imediatamente”.

Em comunicado na quarta-feira, a ministra canadense do Meio Ambiente, Catherine McKenna, disse que a Bollore Logistics recebeu um contrato para “devolver o lixo com segurança ao Canadá”.

O ministro disse que a empresa planeja retirá-los até o final de junho e depositá-los no Canadá no final do verão (boreal).

As relações diplomáticas dos dois países ficaram tensas desde que o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, pouco depois de assumir o cargo, criticou a violenta repressão de Duterte ao tráfico de drogas.

AFP