Imerso numa grave crise econômica, Zimbábue quer vender sua reserva de marfim


Um guarda florestal dos Parques Nacionais do Zimbábue mostra uma das presas de elefante no estoque de marfim do país em 2 de junho de 2016 em Harare (AFP)

O Zimbábue cogita a retirada do acordo que proíbe o comércio de espécies animais ameaçadas para vender sua valiosa reserva de marfim, com a qual poderia manter seus parques nacionais – informaram fontes próximas ao governo na terça-feira (11).

Imerso em uma grave crise econômica, o país acumulou ao longo das últimas três décadas reservas de marfim por um valor estimado de 300 milhões de dólares. Por ser signatário da convenção internacional CITES desde 1989, o governo não pode vender essa matéria-prima.

“Dizemos que devemos ser autorizados a vender. Fizemos uma proposta conjunta ao CITES”, declarou à AFP Tinashe Farawo, porta-voz da autoridade zimbabuense de administração de parques nacionais e fauna.

Com Botsuana, Zâmbia e Namíbia, o Zimbábue propôs colocar os elefantes na lista 2 do CITES, o que autorizaria a venda de seu marfim sob certas condições.

“As populações que vivem perto das reservas devem aproveitar a presença de elefantes, graças à venda de seu marfim”, estimou Farawo.

A última avaliação da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) em 2016 dava uma cifra de menos de 415.000 elefantes africanos, uma queda de 110.000 em dez anos vinculada à caça ilegal motivada pelo marfim.

AFP