Pensar a relação ser humano e meio ambiente para evitar tragédias


Filosofar se torna a primeira condição para o desenvolvimento de uma consciência para a proteção de direitos ambientais. (12019/Pixabay)

Por Marcos Vinicius Rodrigues*

A interação do homem com o meio ambiente é determinante na criação de saberes. E toda a base na construção de saberes está enraizada na formação de uma educação. Educação esta que constitui em elemento essencial para manter viva a memória de um povo e prover condições para a sua sobrevivência.

Assim, importa dizer que a educação é um método por meio do qual o homem adquire entendimento de importantes acepções, incluindo aí, valores culturais, sociais e também ambientais.

Indubitavelmente, para haver uma boa educação é fundamental além do domínio das técnicas e o convívio sustentável com a natureza, é mister o entendimento do porquê do respeito e da utilização do meio ambiente.

Assim sendo, a educação e a filosofia enquanto reflexão crítica sobre a base do conhecimento, andam sempre juntas, afinal, em que pese o ser humano não tenha percepção, o ato de educar, raciocinar e refletir a sua relação com o meio ambiente também é forma de filosofar.

Por isso, filosofar se torna a primeira condição para o desenvolvimento de uma consciência para a proteção de direitos ambientais, bem como, a criação e a defesa de direitos, pois a capacidade para pensar de forma crítica também desenvolve a cidadania.

O pensar filosófico como instrumento de diversos pensamentos e contribuições, envolve também o pensar ambiental, incluindo temas como o meio ambiente presente em nosso quintal, e ao nosso redor, incorporando o cenário rural e urbano e as novas práticas e categorias que emergem a partir dos estudos relativos ao meio ambiente.

Como exemplo de um pensamento sobre a nossa condição ambiental, pensar o próprio nome da nossa nação faz referência à uma espécie ambiental, daí pensar, a priori, “Brasil” remete à reflexão sobre a exploração e extinção do pau-brasil, árvore que deu nome ao Brasil.

Outro aspecto interessante sincrético da filosofia e do meio ambiente está no pensamento da responsabilidade ambiental, pois entender e captar o que se passa no meio ambiente perpassa o entendimento de eventos e situações como questões e implicações que merecem nossa atenção e resposta.

Dessa forma, a filosofia nos provoca a buscar respostas, com base nas percepções, problemas e questões levantadas, os quais somos motivados e às vezes forçados, na seara ambiental, a propor soluções.

Não obstante o necessário intento de explicitar a necessidade de uma mudança sobre o meio em que vivemos, asseverando também as novas mudanças criticando paradigmas incapazes de satisfazer as necessidades do nosso tempo, urge pensar sobre a problemática ambiental, com a necessidade premente de uma investigação filosófica, critica e reflexiva.

Portanto, a filosofia perfaz um instrumento potencial salutar na pesquisa, conhecimento do pensamento, o qual também incorpora elemento essencial na propagação de conhecimentos sobre temas variados ligados à formação de uma consciência para evitar tragédias, tais como, a ética, a política e diversos elementos que compões a complexidade ambiental.

Em suma, um elo de interligação da filosofia com o conhecimento para o meio ambiente, está na educação de cidadãos e na capacidade de pensar, questionar e fundamentar, pois conhecer com reflexão e critica também é uma ferramenta essencial para contribuirmos para o meio ambiente sustentável para as presentes e futuras gerações.

*Marcos Vinicius Rodrigues é Advogado e Analista de Sistemas. Mestre em Direito Ambiental e Sustentabilidade pela Escola Superior Dom Helder Câmara (ESDHC). Especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Membro do grupo de Pesquisa Responsabilidade Civil Ambiental no Brasil e no Direito Comparado (ESDHC). E-mail: marcos@lawyer.com

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