Greenpeace alerta para riscos da sobrepesca de tubarões no Atlântico Norte


Tubarão-anequim capturado durante um torneio de pesca em New Bedford, na costa americana do Atlântico Norte, em 14 de julho de 2017. (GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP)

Milhares de tubarões de espécies em risco de extinção morrem todos os anos no Atlântico Norte devido à falta de proteção da sobrepesca em águas internacionais, advertiu o Greenpeace.

Navios pesqueiros que se dedicam principalmente a capturar peixes-espada na região caçam em conjunto quatro vezes mais tubarões que a espécie cobiçada, levando-se em conta o peso, informou o grupo ambientalista em um relatório baseado nas investigações da embarcação Esperanza, do Greenpeace, que esteve na região no começo do ano.

“É totalmente imoral matar tubarões e outro tipo de fauna com essas terríveis práticas de pesca”, declarou em um comunicado Will McCallum, da campanha Proteja os Oceanos, lançada pela ONG, em alusão ao uso de longos espinhéis com milhares de anzóis.

“Agora, estamos apontando os culpados no mar, mas precisamos com urgência de um tratado forte e limites de pesca mais estritos para proteger nossos oceanos”, acrescentou.

O tubarão-anequim (Isurus oxyrinchus), o mais veloz dos mares, e o tubarão-anequim-preto (Isurus paucus) são duas das espécies mais pescadas do Atlântico Norte, segundo o Greenpeace. As duas são classificadas como “em risco” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os pesqueiros espanhóis e portugueses que exploram o Atlântico Norte capturam até 25 mil tubarões-anequim ao ano, segundo a investigação do Greenpeace.

Os ambientalistas alertam que perder os tubarões, que estão no topo da cadeia alimentar, pode resultar em uma superpopulação de peixes menores, que consumiriam uma quantidade maior de alimento, desequilibrando o ecossistema.

AFP