O sínodo de bispos é uma assembleia de religiosos escolhidos para debater um tema específico e é considerado uma das instâncias mais democráticas da Igreja, fruto do Concílio Vaticano II, que modernizou a milenar instituição na década de 1960.
A ideia é manter o espírito de “colegialidade”, poder expor livremente os assuntos com o sumo pontífice e, com seus conselhos, ajudar a governar melhor a Igreja. A instituição do sínodo foi criada pelo papa Paulo VI, em 15 de setembro de 1965. É o próprio pontífice que convoca o sínodo, escolhe os temas que serão tratados, designa seus membros e costuma presidir as reuniões.
No total, cerca de 250 pessoas, entre eles 113 “padres sinodais” procedentes da região pan-amazônica, bispos da região, especialistas, missionários e indígenas, participarão durante três semanas das reuniões no Vaticano sobre a Amazônia.
O evento começa nesta segunda-feira (7) e vai até 27 de outubro. O lema da reunião é: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Ao fim da reunião, os bispos entregarão um documento final com suas recomendações ao pontífice. Com base neste texto, aprovado por pelo menos dois terços dos religiosos participantes, ele vai preparar uma “exortação apostólica”.
Em seis anos de pontificado, o papa Francisco convocou quatro sínodos, dois deles dedicados às mudanças dentro da família e, outro, aos jovens.
Segundo os dados divulgados pelo Vaticano, deste sínodo também participam 28 cardeais, 29 arcebispos, 62 bispos, sete bispos auxiliares, 27 vigários apostólicos, dez bispos prelados e 21 membros não bispos. Destes, 57 são do Brasil; três, das Antilhas; seis, da Venezuela; 13, da Colômbia; sete, do Equador; 11, da Bolívia; e dez, do Peru.
Também participam 12 convidados especiais e 25 especialistas designados por suas competências específicas em vários campos. Cerca de 35 mulheres – religiosas em sua maioria – assistirão à reunião. Nenhuma delas poderá, contudo, votar na Assembleia, uma decisão que gerou protestos por parte de freiras e missionárias de diversos países que pedem para serem tratadas como iguais.
O relator-geral do Sínodo sobre a Amazônia, o cardeal brasileiro Claudio Hummes, explicou que o encontro é importante, devido à grave e urgente crise socioambiental. O tema já havia sido anunciado na encíclica Laudato si.
Entre os problemas apontados, estão o aquecimento global, o efeito estufa, a crise ecológica como consequência da degradação, poluição e devastação da Amazônia, a crescente pobreza e miséria que afeta grande parte dos indígenas dessa região, a população ribeirinha, os pequenos agricultores e os que vivem nas periferias das cidades amazônicas.
AFP