Movimento Ecos: a sustentabilidade no contexto da Covid-19


Por Willio Campos Anselmo

O primeiro caso da Covid-19 foi registrado em 1º de dezembro de 2019, em Wuhan, na Província de Hubei, na China. Rapidamente, a doença se espalhou pelo mundo em razão das suas características de transmissão e contaminação e, em 11 de março, foi declarada uma doença pandêmica, com casos registrados em grande parte do nosso planeta.

A evolução dos índices de contaminação deu partida à busca de técnicas imunológicas pela comunidade científica, enquanto as autoridades de saúde públicas determinaram diretrizes de isolamento social. A redução de atividades econômicas, de circulação de pessoas e de transportes públicos, fechamento de logradouros públicos e privados de uso coletivo destinados ao lazer, impuseram à população mundial o comportamento de quietude e de convivência restrita.

Um novo desequilíbrio sistêmico se inaugurou em razão de um agente infectado. Evidencia-se a sensibilidade das condições iniciais de existência das coisas, inclusive do homem, ao determinismo de ação e reação. O olhar sobre o mundo, no limite da janela de cada casa, impulsiona um estado de reflexão sobre a responsabilidade de cada pessoa no contexto global. Torna-se mais latente a máxima de que o ser humano não só existe, mas também coexiste. A condição humana se efetiva na existência recíproca do indivíduo em comunidade (biocenose) e de suas relações e interações com o meio ambiente.

O desequilíbrio causado pela ação humana somente pode ser superado pela ação humana com essa finalidade. Novamente causa e efeito. Como fiel da balança, a sustentabilidade, cuja ideia central é prover as necessidades presentes sem prejuízo das necessidades das gerações futuras, corresponde ao compromisso com própria condição humana, no contexto da pandemia da Covid-19.

Já se sabe que os efeitos da Covid-19 pelo mundo são variáveis de acordo com as políticas públicas e com a consciência social sobre o problema. E é nesse ponto que se insere a educação socioambiental em sustentabilidade, no sentido de tornar práticas ambientais de conservação uma realidade de saúde física, biológica e mental.

Como um conceito multidimensional, a sustentabilidade admite ações diversas para o equilíbrio do ecossistema que se sustenta sobre o princípio altruísta de cuidado recíproco com o outro. Higienizar as mãos, evitar aglomeração e usar máscaras são as ações necessárias para esse momento, mas não são as únicas formas de cuidar do outro.

Desde 2011, o Movimento Ecos preconiza o altruísmo e a solidariedade socioambiental, usando como ferramenta a educação em sustentabilidade. Entender o meio ambiente como valor humano, e não só como um conjunto fatores bióticos e abióticos, fundamenta-se na qualidade de vida humana no entorno da coexistência de cada um.

Mesmo em época de pandemia, de isolamento social, o sonho de uma educação socioambiental não pode parar. Foi pensando nisso que a Dom Helder e a EMGE, através do Movimento Ecos, adaptaram suas ações de modo descentralizado. Não mais dentro da escola, mas na capacidade de agir, pensar e grafar o conhecimento sobre o momento que se imperou. Os concursos de pesquisa e redação são a bola da vez, ambos podendo ser consultados no portal do Movimento.

Mesmo diante de tantas adversidades, a educação é um ato de amor, de doação e dedicação altruísta. A utopia que nos move para um objetivo comum. A transformação de pessoas e transformação do mundo. É um sonho, que como bem disse Raul Seixa, não é sonhado sozinho, pois “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto É REALIDADE”!

Juntos, podemos!