A biodiversidade e as espécies endêmicas


Araras-vermelhas, tipicamente encontradas no Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia. (Foto: Pixabay)

Por Amanda Medeiros

A biodiversidade é conceituada pela Convenção de Diversidade Biológica (CDB), da Organização das Nações Unidas (ONU), como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. (ECO – 1992).

Biodiversidade é, assim, sinônimo de vida, de diversidade de seres, que com as suas diferenças e características fazem com que cada um seja único. Estima-se que existem 100 milhões de espécies vivas diferentes ao redor do mundo, englobando espécies da fauna, flora e micro-organismos.

Vê-se que a biodiversidade traz com ela uma farta abundância de espécies, dentre as quais estão as chamadas endêmicas, que são as espécies de animais ou vegetais que só existem em uma determinada área ou região geográfica.

O endemismo é ocasionado por diferenças climáticas, barreiras físicas ou mesmo biológicas, capazes de criarem limites geográficos a uma espécie ou de provocarem a separação desta espécie de seu grupo original.

A Amazônia é a região que possui o maior número de espécies endêmicas do planeta, em razão de suas características peculiares de clima, solo e água.  Dentre as espécies endêmicas da região amazônica pode-se citar a Anta, o Boto cor de rosa, a Arara Vermelha, a Onça Pintada, o Peixe Boi da Amazônia, a Ariranha, o Coró-Coró, o Gavião Real, a Jararaca-Cinza, dentre outras típicas desse rico bioma.

Mesmo que a Floresta sofra constantes destruições, ela ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, sendo mais de 8 mil dessas endêmicas. No que se refere à fauna, cerca de 40% dos mamíferos são endêmicos, além de existirem 183 tipos de anfíbios e 160 tipos de aves próprios da região.

A ação antrópica é a grande responsável pela extinção de espécies endêmicas. As atitudes humanas de caçar, poluir e desmatar, por exemplo, colocam em risco todas as espécies, mas em especial as endêmicas, visto que são próprias de uma determinada área. Alterando-se o clima ou solo da região, as condições se tornam desfavoráveis ou incompatíveis para o habitat da espécie, que acaba sendo dizimada.

Conservar a diversidade é priorizar a vida no planeta, afinal, não há diversidade sem vida e não há vida sem diversidade.