Exploração de madeira no interior da reserva. Desmatamento ilegal está acabando com o que sobrou da floresta amazônica no Maranhão. Foto: Nelson Feitosa/Ascom Ibama/PA.

Esta semana, mais uma pessoa dedicada a proteger a floresta foi assassinada no país. Raimundo Santos Rodrigues era conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, e foi morto a tiros quando chegava em casa na tarde desta terça-feira (26). Raimundo sofria ameaças de morte por denunciar madeireiras ilegais que atuam na região.

Maria da Conceição Chaves Lima, esposa de Raimundo, também estava presente na hora da emboscada e foi baleada, mas sobreviveu e está internada no Hospital Municipal de Imperatriz.

Nesta quarta (26), a Polícia Federal afirmou que vai pedir autorização do Ministério da Justiça para investigar o assassinato, já que ele ocorreu dentro da Reserva Biológica, área federal administrada peloInstituto Chico Mendes (ICMBio).

A Reserva Biológica do Gurupi protege parte do último remanescente de Amazônia no Maranhão, mas a riqueza da floresta está ameaçada pela ação de madeireiros ilegais. Em novembro de 2013, ((o))eco publicou uma reportagem de Karina Kiotto sobre a situação vulnerável da Reserva, que tem 271.197 hectares.

Mortes de ambientalistas

O assassinato de Raimundo, que deixa 6 filhos, não é um caso isolado. Uma das consequências do avanço do desmatamento e grilagem em terras públicas e áreas protegidas é a violência perpetrada pela ação de pistoleiros.

Desde 2002, a ONG Global Witness acompanha casos de assassinatos de ambientalistas no mundoO Brasil lidera este ranking. De acordo com a organização, entre 2002 e 2013 foram assassinados 448 defensores do meio ambiente no Brasil. A ONG documentou 908 casos em 35 países.

Fonte: (o) eco