América Latina tem potencial maior de expansão da bioenergia, diz relatório


Resultado do trabalho de 137 especialistas de 24 países e coordenado por pesquisadores de programas FAPESP, estudo deverá subsidiar políticas do governo paulista.

 

Reprodução/Youtube

bioenergia pode chegar a prover um quarto da energia mundial até 2050, reduzindo poluentes e a emissão de gases do efeito estufa e promovendo desenvolvimento sustentável, entre outros benefícios econômicos e sociais.

O conhecimento científico e tecnológico pelo qual esses potenciais podem ser desenvolvidos foi compilado no relatório internacional Bioenergy & Sustainability: bridging the gaps, uma iniciativa da FAPESP com o Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Lançado na FAPESP na terça-feira, 14/04, durante mesa-redonda sobre Bioenergia e Sustentabilidade, o relatório deverá ser utilizado para subsidiar políticas do governo do Estado de São Paulo para o setor, disse Arnaldo Jardim, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento.

“Esse trabalho representa o estado da arte da bioenergia, uma fronteira muito cara a São Paulo. O governador Geraldo Alckmin tem tratado o tema como de extrema importância para o futuro da agricultura, setor fundamental para o desenvolvimento econômico do estado. Todo esse conhecimento compilado precisa ser incorporado a políticas públicas e utilizado para orientar iniciativas privadas de empreendedorismo, colocando-se como referência para a cidadania ambiental de que precisamos”, declarou Jardim à Agência FAPESP.

A publicação é resultado do trabalho de 137 especialistas de 24 países, recrutados em 82 instituições e coordenados por pesquisadores dos programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) e Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Para saber mais, leia a reportagem no site da Agência Fapesp.

 

Fonte: Planeta Sustentável 
 

Biogás pode tornar município paranaense autossuficiente em energia elétrica


Por Fabiula Wurmeister, do G1 PR, em Foz do Iguaçu

Entre Rios do Oeste, município do Paraná com 4 mil habitantes, poderá se tornar, em 2014, o primeiro do país a se tornar autossuficiente em energia elétrica, térmica e automotiva obtida com biogás. A bioenergia será produzida com dejetos de animais de criação e esgoto. Considerado um problema aos municípios de economia baseada na pecuária, os dejetos dos 130 mil suínos criados na cidade passarão a ser tratados como matéria prima e totalmente aproveitados. O assunto é um dos temas do 2º Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu e conta com a participação de representantes de 58 países.

A ideia de aproveitar os dejetos começou a ser testada com a implantação do Condomínio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, também no oeste. A experiência reúne 33 famílias de agricultores e aproveita o próprio potencial da região, comum a outras regiões do estado. Um levantamento feito por Itaipu mostra que, só no Paraná, “130 dos 395 municípios apresentam condições para usufruir desta riqueza”, aponta o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley.

O projeto de saneamento desenvolvido pela Plataforma de Energias Renováveis de Itaipu em Entre Rios do Oeste será financiado nesta primeira fase pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e desenvolvido em parceria com a prefeitura. Serão destinados R$ 14 milhões para a estruturação de 63 das 93 propriedades rurais onde são criados suínos e gado de leite. 

Os dejetos produzidos pelos animais criados nestas propriedades inicialmente selecionadas podem produzir 12 mil metros cúbicos de biogás por dia (m³/dia), volume suficiente para atender toda a demanda dos prédios públicos da cidade, incluindo as escolas, e suprir a iluminação pública. Com a sobra, de mais de 40%, será possível ainda abastecer com energia térmica a maior olaria do município, substituindo o uso de lenha. A segunda fase do projeto será destinada à implantação do serviço de coleta de esgoto.

O biogás produzido nas propriedades deverá ser transportado por um gasoduto até uma central de aproveitamento. Nessa central, ele poderá ser convertido em energia elétrica, térmica e em gás natural renovável (GNR) usado como combustível de veículos. O biogás também pode substituir o gás de cozinha e a lenha utilizada na secagem de grãos. A economia pode passar de R$ 385 mil por ano.

Sustentabilidade

“Além do mau cheiro, os dejetos dos animais produzem gases do efeito estufa e podem contaminar o solo e a água”, destacou Bley ao lembrar que o problema pode se transformar em uma solução ambientalmente correta e lucrativa. “A geração distribuída a partir de energias primárias, como biogás, garante sustentabilidade ao desenvolvimento local e ajuda na redução da poluição hídrica e atmosférica.”

Matéria originalmente publicada em: http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2013/10/com-biogas-cidade-consegue-autossuficiencia-em-energia-eletrica.html

Fonte: Cidades Sustentáveis