Brasil vai proibir os testes em animais para cosméticos?


União Europeia, Índia e Israel já baniram a realização de testes em animais para a confecção de cosméticos. No Brasil, a organização HSI se mobiliza para proibir a prática e entregou ao governo petição, com relatório técnico, que agora em outubro, o mês dos animais.

Você sabia que, todos os dias, em laboratórios espalhados por todo o Brasil, animais estão sofrendo e morrendo para testar cremes para pele, tinturas de cabelo, batons e uma série de outros produtos não-essenciais? O questionamento é feito pela campanha Liberte-se da Crueldade, da Humane Society International (HSI), que luta para acabar com a realização de testes em animais na indústria da beleza. 

A mais nova ação do movimento acontece neste mês de outubro, quando se comemora mundialmente o Dia dos Animais. A HSI acaba de entregar petição, acompanhada de relatório técnico, ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT) em que argumenta que esse tipo de crueldade animal não precisa mais acontecer nos dias de hoje. 

De acordo com a organização, os testes em bichos são antiéticos, uma vez que causam dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e podem ser substituídos por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria da beleza que se desassociaram desse tipo de prática. 

Acabar com os testes para cosméticos em animais é tão possível que, mundo afora, países como Israel e Índia e os 28 Estados-Membro da União Europeia já possuem leis para proibir a prática. No Brasil, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do MCT, prometeu debater o relatório da HSI em sua próxima reunião plenária, em 23 e 24/10. Será que teremos avanços?  

Enquanto o governo não bane a prática, as atitudes dos consumidores têm grande peso. Assista, abaixo, à animação em português que a HSI fez para conscientizar as pessoas a respeito das crueldades que podem estar por trás dos produtos de beleza que são levados para casa. A organização ainda possui campanhas parecidas em outros países, como Austrália, China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Rússia.

Assista, abaixo, à campanha "Liberte-se da Crueldade para acabar com testes em animais para cosméticos"

Foto: SocialGatas

Fonte:Planeta Sustentável

Laísa Mangelli

SP proíbe testes com animais para fabricação de cosméticos


Em caso de desobediência à lei, o infrator fica sujeito ao pagamento de multa
 
                               
 
Após uma série de protestos contra o uso de animais em testes de laboratórios para a fabricação de cosméticos, o governador Geraldo Alckmin sancionou hoje (23) o Projeto de Lei 777/2013, que proíbe essa prática. O veto inclui o desenvolvimento, experimentos e testes, no caso da produção de artigos para higiene pessoal, perfumes e seus componentes, e vale apenas para o estado.

A decisão foi anunciada após reunião do governador com ativistas que reivindicavam a proibição e representantes da indústria de cosméticos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Alckmin explicou ter sido convencido que essa era a melhor solução, tomando por base  o resultado de estudos e consultas à legislação internacional, além dos argumentos de defensores dos animais, de cientistas e demais segmentos envolvidos com a questão.

"Estudamos profundamente, inclusive a legislação internacional, ouvimos a entidade defensora dos animais, ouvimos a indústria, cientistas e pesquisadores da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], veterinários, médicos, biólogos, enfim, ouvimos todo o setor", justificou.

Em caso de desobediência à lei, o infrator fica sujeito ao pagamento de multa no valor equivalente à 50 mil unidades fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps) , por animal. Esse valor de referência, pelos cálculos do governo, alcança em torno de R$ 1 milhão. Se houver reincidência, será cobrado duas vezes esse valor, ou R$ 2 milhões. Além disso, o estabelecimento perderá, temporariamente, o alvará de funcionamento, podendo ocorrer a suspensão definitiva.

A punição deverá ser aplicada ainda aos profissionais que descumprirem a lei. Nesse caso, a multa é de 2 mil Ufesps, o equivalente a R$ 40 mil. Da mesma forma, na segunda desobediência, o valor da multa dobra.

 
Agência Brasil
Fonte: Dom Total

Conheça diferentes tipos de cosméticos e seus impactos ambientais


           

 

Você, como consumidor, saberia reconhecer a diferença entre cosméticos naturais, cosméticos a base de produtos naturais e cosméticos orgânicos na hora da compra? Se a resposta é não, então nós te explicamos.

 

Existem, no mercado, tipos de cosméticos que diferem dos produtos convencionais. Os convencionais não são passíveis de certificação ambiental, porém necessitam de regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Outra questão que diferencia os cosméticos convencionais dos outros diz respeito à porcentagem de ingredientes sintéticos, derivados do petróleo, testados em animais e geneticamente modificados presentes no conteúdo do produto.

 

Cosméticos naturais

De acordo com Relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), os cosméticos naturais não devem conter aditivos químicos em sua composição. Para o Instituto Biodinâmico (IBD) e para a Ecocert os cosméticos naturais devem possuir matérias-primas naturais e não podem conter as matérias-primas proibidas:

                  

A Ecocert define que os cosméticos naturais podem ter, no mínimo 95%, do conteúdo total de matérias-primas naturais. Os outros 5% podem ser constituídos por substâncias sintéticas listadas pela certificadora, mas que não estão inseridas nas matérias-primas proibidas para cosméticos naturais.

 

Então para saber se o cosmético é natural, verifique a ausência dos ingredientes proibidos listados anteriormente. Se ele apresentar o selo IBD – Ingredientes Naturais ou o selo ECOCERT, é mais um fator de confiança de que ele é realmente um cosmético natural.

 

Além dos cosméticos naturais comercializados, existem também os caseiros, feitos por você ou por outra pessoa de maneira artesanal. Conheça receitas simples de como fazer pasta de dente e hidratante para a pele

 

Se o cosmético contiver alguma das matérias-primas proibidas listadas acima e ainda assim anunciar em sua embalagem que é um cosmético natural, então ele pode ser considerado um cosmético a base de produtos naturais. Vamos entender!

 

Cosméticos à base de produtos naturais

Esses cosméticos são amplamente difundidos no mercado porque são produtos fabricados de modo convencional, mas que possuem em sua formulação uma porcentagem de ingredientes naturais. Eles contêm as matérias-primas que são proibidas para os cosméticos naturais e uma ou outra matéria-prima permitida para produtos naturais.

 

O problema que envolve a comercialização destes cosméticos está no fato de que muitos são anunciados como 100% naturais. Alguns podem até conter selos do IBD ou da Ecocert porque estão utilizando na composição do cosmético um ingrediente que é certificado, ou por ser natural ou por ser orgânico. Mas isso não confere ao cosmético a propriedade de ser natural. Por falar nos orgânicos, o que são realmente os cosméticos orgânicos?

 

Cosméticos orgânicos

Segundo o IBD, existem os cosméticos orgânicos e os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas. Os cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. A Ecocert segue esses mesmos princípios de definição de um cosmético orgânico. Já os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas devem possuir, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% matérias-primas certificadas como orgânicas.

 

Essas matérias-primas certificadas orgânicas são naturais e baseadas nos métodos do sistema orgânico de produção, que procuram aperfeiçoar o uso de recursos naturais e socioeconômicos utilizando outros métodos alternativos ao uso de materiais sintéticos na cadeia produtiva (saiba mais sobre a diferença entre agricultura convencional e agricultura orgânica).

 

Portanto, quando um cosmético é natural, ele não necessariamente é orgânico, porém quando um produto é orgânico ele sempre será natural. E um cosmético a base de produtos naturais não pode ser considerado natural. O cosmético orgânico possui maior porcentagem de matéria-prima orgânica do que o cosmético feito com matéria-prima orgânica.

 

Reciclagem e descarte

Os cosméticos a base de produtos naturais, por serem quase iguais aos cosméticos convencionais, não podem ser descartados no lixo comum. Já os cosméticos naturais, orgânicos e feitos com matérias-primas orgânicas são considerados biodegradáveis, e, portanto, podem ser descartados no lixo comum. É importante sempre ler o rótulo para saber qual o melhor destino final do produto.

 

Fonte: http://www.ecycle.com.br/

Laísa Mangelli