A Casa Sustentável


              

Vamos encarar a realidade: o planeta Terra está passando por uma rápida transição ambiental, seu clima torna-se cada dia mais imprevisível, a qualidade do solo, do  ar e da água se degradam e sua biodiversidade fica a cada ano mais medíocre, isso em resposta aos novos fatores ambientais, e a exploração desenfreada dos ambientes naturais. Mesmo assim o consumo inconsciente e exagerado e o despeito  e descaso das autoridades governamentais, que deveriam regulamentar e fiscalizar de forma correta o uso da terra e dos recursos naturais, dos grandes conglomerados de exploração mercantilistas, que são os principais consumidores  de energia e fornecedores de poluentes e descartáveis, e principalmente da população mundial, que é quem detém o poder de escolha por uma vida mais sustentável, tem sido e ainda é a principal causa desse quadro ambiental desastroso.             

Sabe-se muito bem, que grande parte do que foi feito pela humanidade ao ambiente natural não pode ser recuperado, e isso parece ser uma característica da humanidade, ainda somos uma força de mudança respeitável quando se pensa em clima global.  Quando somos omissos e aceitamos a situação, estamos simplesmente condenando a próxima geração humana, e assinando a aceleração do declínio da biodiversidade biológica. Com pequenas atitudes, podemos diminuir em muito nosso impacto nesse planeta, como reduzir o consumo de todos os materiais necessários à vida cotidiana, produzindo tudo o que for possível em casa, e assim pouparemos nossos lixões que se encontram em uma encruzilhada. 

                                 

O conceito de sustentabilidade é corretamente utilizado quando é possível "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas", então uma casa sustentável é aquela que contribui com esse pensamento, utilizando o mínimo dos recursos naturais finitos, usando de forma criativa as fontes renováveis de energia, e as tecnologias e materiais "limpos", que contribuam para que a próxima geração tenha um futuro mais saudável e menos deteriorado do que o que  vivenciamos.

Já o termo construção sustentável pode ser utilizado quando; desde o inicio do projeto, é levado em consideração o local da construção e seu impacto, sendo a moradia projetada de acordo com as características especificas do local, buscando assim aproveitar ao máximo os recursos disponíveis, usando-os de forma inteligente, tornando o conjunto, casa e ambiente o mais harmônico possível.

 A construção ecológica, também é sustentável, diferindo nos materiais que serão utilizados, já que é  primeiramente utilizado para a construção ecológica os materiais disponíveis no próprio local da construção, sem com isso causar impacto ao meio, buscando também a harmonia entre a construção e o ambiente. Assim a construção ecológica, é o primeiro passo para uma casa realmente sustentável, já que é de interesse que a nova moradia seja sustentável desde sua criação.

 Uma casa que aproveita a luz do sol, a água da chuva, recicla seu lixo orgânico e resíduo sólido e que não polui o meio ambiente com esgoto doméstico e outras coisas mais que tão freqüentemente encontramos nas grandes cidades pelo mundo a fora. Agora, imagine os benefícios advindos de se morar em casas sustentáveis e que gerem recursos para seus moradores através da venda do excesso de adubos, da redução das contas de água e de luz elétrica e que, ainda por cima, sejam extremamente confortáveis e aconchegantes; mesmo no calor ou no frio. Pois é, todos esses benefícios podem ser extraídos das casas sustentáveis.

 A primeira coisa que você precisa fazer para ter uma casa sustentável é se livrar da companhia elétrica. O modo mais comum de se fazer isso é usar o sol e o vento para produzir energia. Nenhum dos dois conceitos é novo, mas muitas pessoas estão usando essas fontes renováveis para ajudá-las a se desvincular da eletricidade gerada com a queima de carvão.  

Uma opção é a energia solar fotovoltaica que tem como característica básica a conversão da energia solar em energia elétrica, limpa, renovável e inesgotável. Com painéis solares fotovoltaicos (FV) no telhado ou próximos a casa. Esses painéis contêm células feitas de semicondutores de silício. Quando o sol atinge o painel, esses semicondutores coletam energia e liberam elétrons para circular livremente. A energia eólica funciona de maneira similar, uma turbina residencial normal, parecida com uma hélice de avião, é instalada no topo de uma torre com altura entre 15 m e 40 m. Quando o vento bate, as palhetas começam a se mexer e giram em um eixo que vai até um gerador, que assim capta a energia produzida da rotação e a transforma em eletricidade. Com as células solares, a energia criada pelas turbinas eólicas é convertida em corrente alternada com um inversor. A energia eólica é a tecnologia mais limpa e barata do mundo. Outro benefício é a não emissão de gases de efeito estufa.

                                 

A Casa Sustentável deve ser um local de convivência em harmonia com o ambiente circundante, que promova o conforto e o bem estar de seus moradores, ao mesmo tempo em que existe de forma sustentável e eficiente, desde a fase de projeto, construção, até a habitação definitiva, a partir dai permanecendo ainda sustentável em seu funcionamento, devendo explorar para seu suprimento energético primeiramente as fontes de energia renováveis disponíveis, gerenciando os recursos finitos como a água com inteligência e criatividade, buscando sempre reduzir e reutilizar o que for possível, promovendo assim um menor impacto ambiental, contribuindo para a saúde física e mental de todos os seres.

Fonte: AcasasustentavelEcologiaUrbanaEcocasaAtitudessustentaveisCasaorganica, Ambiente HS

Laísa Mangelli

Em Londres, óleo de cozinha será transformado em energia elétrica


                   

No Brasil, jogar óleo na pia da cozinha é um hábito comum e que deveria acabar. Em primeiro lugar, porque ele pode chegar aos rios e lagos, causando a poluição desse tipo de ambiente. Em segundo, porque os restos de óleo que se acumulam nos canos da sua casa podem atrair insetos indesejáveis e causar graves entupimentos.

Além disso, o óleo pode ser reaproveitado ao invés de ser descartado, como, por exemplo, para fazer sabão de maneira simples (veja a receita aqui). Entretanto, caso prefira descartar o material, saiba como lidar e onde destinar corretamente esse tipo de material visitando esta página sobre postos de reciclagem..

Por outro lado, na Inglaterra, há mais um motivo para abandonar esse hábito nada amigável para o meio ambiente: a cidade de Londres está apostando em geradores de energia elétrica movidos por óleo de cozinha.

Trinta toneladas do material, fornecido por restaurantes e empresas alimentícias, serão recolhidas diariamente pela prefeitura que, misturada a gordura animal e óleo vegetal, gerarão 130 gigawatts por hora, o suficiente para abastecer 40 mil casas de médio porte.
O projeto terá seu início em 2015 e, além de colaborar com a geração de energia barata, ajudará a capital do Reino Unido a resolver um de seus principais problemas ambientais. Mensalmente, a cidade gasta um milhão de libras para limpar os 40 mil bloqueios no sistema de esgoto, causados pelo descarte inadequado de óleo.

 

Fonte: eCycle

 

Empresa cria notebook que recarrega bateria a partir de energia solar



A empresa canadense WeWi Telecommunications acaba de criar o SOL, um notebook que dispensa tomadas por ser equipado com placas de energia solar.

De acordo com a companhia, o dispositivo roda Ubuntu Linux, tem resolução HD, disco rígido de 250GB e 2GB de memória RAM. Para recarregar o notebook, o usuário deve liberar os painéis solares que ficam acoplados na tampa atrás da tela e desdobrá-los para a captura de energia.

A WeWi ainda afirma que se os painéis ficarem ativos por duas horas será o suficiente para obter uma autonomia de, aproximadamente, dez horas de uso seguidas. O SOL é recomendado para pesquisadores em locais como desertos, trabalhos militares em regiões isoladas ou ainda locais carentes de energia elétrica.

O notebook deve chegar primeiro em Gana, na África, por cerca de US$ 300. 

As informações são do Adnews.

 

Fonte: Ciclo Vivo

Linky – o medidor verde.


Em 2020, todas as casas francesas deverão ser equipadas com estes sensores inteligentes, os quais permitirão o controle de suas faturas. Um primeiro passo rumo a uma sociedade menos consumidora de energia.
 

No dia 9 de julho, o primeiro ministro francês deu fim ao suspense em torno do Linky. O medidor inteligente de última geração equipará todos os lares franceses até 2020, um total de 35 milhões de aparelhos. O governo, assim como os operadores de energia, espera que o Linky abra caminho para as redes elétricas inteligentes- smart grids. 
Mas qual será o valor agregado aos medidores de consumo, além do controle em tempo real? Para responder o desafio é necessário pensar no planejamento para 2020, quando as energias verdes representarão 23% da energia consumida na França, já que o país está comprometido junto a Comissão Europeia em (13,1% desde2011). As energias renováveis como eólica e solar são, por essência, intermitentes e não estocáveis, desta forma, as smart grids, permitirão a rede elétrica um ganho de flexibilidade através dos contadores, os quais enviarão um sinal em tempo real aos aparelhos domésticos, evitando que apaguem em horários de pico. Desta forma, caso também surja um vento súbito favorável e que impulsione uma grande quantia de energia eólica nas redes, os consumidores também serão incentivados a aproveitar.

Modelo sustentável

Ainda que os franceses entrem no jogo, a revolução das smart grids não terá lugar sem massivas modificações no comportamento para atingir a flexibilidade proposta. Dentro de um contexto em que o preço da energia elétrica deverá subir para manter os velhos parques nucleares e financiar as energias verdes, o esperado é que todas as pessoas consumam menos energia e de uma forma melhor.
Porém, a sociedade terá que pagar uma taxa extra para instalação do Linky? Seja o aparelho usado para retardar o uso da máquina de lavar, ou do forno em função das necessidades da rede o único atrativo será a política de incentivo de preços?
São algumas questões que os líderes do mercado de energia enfrentam quanto à implantação do contador verde.
Stéphanie Balsollier, diretora regional da companhia elétrica francesa da metrópole de Lyon, afirma que: “o conhecimento em tempo real dos gastos de energia elétrica, podem mudar hábitos. Este é um tipo de serviço não habitual, não conhecido e nem previsto pelo grande público em geral.”
Gérard Bouvard, diretor do gabinete de Adage, diz: “o mercado não está maduro para receber essa inovação. A ideia de que os fornecedores podem restringir o consumo de energia elétrica ainda é um paradoxo”.
Para a socióloga Stéphane Hugon, do Centre D’étudesSurL’actuelet Le Quotidien, (Centro de Estudos Sobre Atualidades e Cotidiano), não é possível separar a questão da energia das questões políticas e culturais: “nosso sistema de energia reflete um sistema político herdado do século XIX, e um modelo de pirâmide patriarcal. Assim, para o "bem" dos franceses, o governo impõe o Linky, equipamentos da companhia de energia francesa ERDF desenvolvido in vitro, entretanto se esqueceram de provar como os franceses se beneficiariam com isso”. Alude Serge Subiron que “o cliente paga a conta de energia elétrica sem saber exatamente o que ela cobre. Mas a energia é o calor, a luz, a televisão… devemos reencontrar a energia por uma relação lúdica e não restritiva", diz o CEO da
IJENKO.

 

Brincadeira de criança

A aposta no Pluzzy, aparelho lançado em setembro pela Ijenko et Toshiba, se conectado ao medidor de energia (Linky), traz dados do consumo da casa e dos seus aparelhos eletrônicos em tempo real, determinando ainda aqueles que são os maiores consumidores.
A interface do aparelho Pluzzy, oferece aconselhamentos personalizados e melhorias para diminuir os gastos da casa.  O usuário poderá compartilhar os hábitos que o levaram a reduções de gastos e fazer comparações, em redes sociais, como o Facebook e o Twitter.  A técnica de compartilhamento das melhores práticas é conhecida como “eco-friendly”. Atualmente o PLuzzy tem o preço de €500, mas existem previsões para queda do valor após o lançamento. Contudo, resta saber se os consumidores entenderão a prática destes aparelhos e os deixarão ligados.

 

Fonte: http://www.liberation.fr/economie/2013/09/08/linky-le-compteur-au-vert_930272

Fotos: Reprodução
Matéria Publicada por Michèle Foin em 8 de Setembro de 2013.

Tradução e adaptação: Matheus Lima.

 

Biogás pode tornar município paranaense autossuficiente em energia elétrica


Por Fabiula Wurmeister, do G1 PR, em Foz do Iguaçu

Entre Rios do Oeste, município do Paraná com 4 mil habitantes, poderá se tornar, em 2014, o primeiro do país a se tornar autossuficiente em energia elétrica, térmica e automotiva obtida com biogás. A bioenergia será produzida com dejetos de animais de criação e esgoto. Considerado um problema aos municípios de economia baseada na pecuária, os dejetos dos 130 mil suínos criados na cidade passarão a ser tratados como matéria prima e totalmente aproveitados. O assunto é um dos temas do 2º Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu e conta com a participação de representantes de 58 países.

A ideia de aproveitar os dejetos começou a ser testada com a implantação do Condomínio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, também no oeste. A experiência reúne 33 famílias de agricultores e aproveita o próprio potencial da região, comum a outras regiões do estado. Um levantamento feito por Itaipu mostra que, só no Paraná, “130 dos 395 municípios apresentam condições para usufruir desta riqueza”, aponta o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley.

O projeto de saneamento desenvolvido pela Plataforma de Energias Renováveis de Itaipu em Entre Rios do Oeste será financiado nesta primeira fase pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e desenvolvido em parceria com a prefeitura. Serão destinados R$ 14 milhões para a estruturação de 63 das 93 propriedades rurais onde são criados suínos e gado de leite. 

Os dejetos produzidos pelos animais criados nestas propriedades inicialmente selecionadas podem produzir 12 mil metros cúbicos de biogás por dia (m³/dia), volume suficiente para atender toda a demanda dos prédios públicos da cidade, incluindo as escolas, e suprir a iluminação pública. Com a sobra, de mais de 40%, será possível ainda abastecer com energia térmica a maior olaria do município, substituindo o uso de lenha. A segunda fase do projeto será destinada à implantação do serviço de coleta de esgoto.

O biogás produzido nas propriedades deverá ser transportado por um gasoduto até uma central de aproveitamento. Nessa central, ele poderá ser convertido em energia elétrica, térmica e em gás natural renovável (GNR) usado como combustível de veículos. O biogás também pode substituir o gás de cozinha e a lenha utilizada na secagem de grãos. A economia pode passar de R$ 385 mil por ano.

Sustentabilidade

“Além do mau cheiro, os dejetos dos animais produzem gases do efeito estufa e podem contaminar o solo e a água”, destacou Bley ao lembrar que o problema pode se transformar em uma solução ambientalmente correta e lucrativa. “A geração distribuída a partir de energias primárias, como biogás, garante sustentabilidade ao desenvolvimento local e ajuda na redução da poluição hídrica e atmosférica.”

Matéria originalmente publicada em: http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2013/10/com-biogas-cidade-consegue-autossuficiencia-em-energia-eletrica.html

Fonte: Cidades Sustentáveis

Subsídio a painéis solares chegará a R$ 1 bilhão em 2 anos


Os dois benefícios estão embutidos na conta de luz de todos os brasileiros (AFP)

O custo dos subsídios concedidos a usuários de painéis solares chegará a R$ 1 bilhão em 2021, mesmo valor destinado hoje ao programa para bancar tarifas mais baixas no Nordeste. Os cálculos são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que quer reduzir os subsídios para quem produz sua própria energia.

Os dois benefícios estão embutidos na conta de luz de todos os brasileiros. No ano que vem, os consumidores poderão ter que pagar o valor recorde de R$ 20,6 bilhões para bancar ações e subsídios relacionados ao setor elétrico.

O programa Tarifa Social concede descontos de até 65%, mas os consumidores precisam comprovar ter baixa renda para recebê-los. No Nordeste, 5 milhões de famílias são beneficiadas. Por ano, cada família recebe, em média, R$ 200 de subsídio.

Já para instalar painéis solares, é o contrário: é preciso ter dinheiro. Um sistema residencial tem custo inicial de cerca de R$ 15 mil. Hoje, há 180 mil unidades de consumo beneficiadas, e cada uma recebe, em média, R$ 2.222 de subsídio ao ano.

Atualmente, o subsídio dado a essa energia é de R$ 400 milhões, e esse custo é bancado justamente pelos consumidores que não têm painéis solares em suas casas. Com um crescimento exponencial nos últimos anos, a previsão da Aneel é que esse número chegue a R$ 4 bilhões em 2027.

Revisão

Enquanto a agência se prepara para revisar as regras de incentivo a essa energia, parlamentares trabalham para que eles se tornem definitivos. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já indicou que acompanha o debate de perto.

Foi a própria Aneel que introduziu, em 2012, os benefícios ao setor. O intuito foi o de incentivar a instalação dos painéis solares – na época, muito caros. Com o ganho de escala, o custo do sistema caiu. Hoje, esses usuários conseguem obter uma redução de 80% a 90% em suas nas contas de luz.

“O modelo não é sustentável. Ele transfere custo para aqueles consumidores que não possuem a geração distribuída em suas residências”, disse o diretor Rodrigo Limp, relator do processo na Aneel. A proposta da agência está em consulta pública, e a intenção é que o novo modelo entre em vigor em 2020.

Para o setor, a revisão da forma como proposta pode inviabilizar sua produção. O receio em comum uniu várias empresas e associações num único movimento, cunhado de “Sou Mais Solar”, que tem a participação da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Entre os parlamentares, o slogan da campanha pegou: eles acusam a Aneel de querer “taxar o sol”. Em um mês, a agência já foi chamada a dar explicações no Congresso em pelo menos três ocasiões.

O deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) é um dos defensores do setor. “O Brasil é o país do sol. Temos de incentivar o uso dessa energia”, disse. Já o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) apresentou um projeto de lei que institui descontos expressivos na tarifa dos micro e minigeradores de energia.

Bolsonaro

Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro entrou na discussão. Em viagem a Pequim, ouviu reclamações sobre a proposta da Aneel do empresário Adalberto Maluf, diretor de marketing da BYD, empresa de tecnologia chinesa com fábrica no Brasil. Segundo Maluf, ele integrou a missão à convite da Apex, agência de promoção a exportações.

No Twitter, em três postagens publicadas em novembro, Bolsonaro disse que o governo está trabalhando com a Aneel para “estimular a geração de energia solar, sem taxar o usuário”. Bolsonaro frisou que a revisão das regras estava prevista pela agência desde 2015, “governo Dilma”. Para Maluf, o recado foi claro. “O que eu li: o presidente está dizendo que quer uma política pública para fomentar a energia solar”, disse.

Regra

Desde que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a geração própria de energia, o modelo vem crescendo no Brasil. Para o setor solar, esse movimento pode ser estrangulado, se a agência aprovar as novas regras. Especialistas, no entanto, argumentam que o subsídio dado onera os mais pobres e aumenta os custos das distribuidoras.

Para incentivar a geração própria, a agência criou em 2012 um sistema de compensação: quando a energia gerada for superior à consumida, o usuário fica com uma espécie de crédito a ser utilizado para diminuir a fatura em meses seguintes. Para que esse sistema funcione, eles precisam estar conectados à rede de distribuição.

O valor pago por esses consumidores às distribuidoras é a diferença entre o que foi gerado e o que foi consumido. Os que geram mais do que consomem apenas pagam uma taxa mensal de cerca de R$ 50.

Para a Aneel, esses produtores precisam começar a pagar pelo custo de uso da rede, assim como pelos encargos setoriais, como todos os outros consumidores no país.

O setor, no entanto, não concorda com a agência reguladora. Presidente da Faro Energy, Pedro Mateus diz que a empresa já investiu R$ 250 milhões no Brasil em energia solar e projetava injetar mais R$ 300 milhões em dois anos. Agora, o investimento entrou em compasso de espera, já que a proposta da Aneel, na avaliação dele, torna o modelo “inviável”.

Boletim publicado pela Consultoria Legislativa do Senado ressalta as distorções do modelo atual e afirma que ele se sustenta em um subsídio que onera a população mais pobre.

“O conceito moderno de sustentabilidade incorpora o aspecto social”, diz o documento, assinado pelo consultor Rutelly Marques da Silva. “A preservação ambiental não deve ser um mecanismo de transferência de renda dos mais pobres para aqueles de maior renda.”

O presidente da consultoria PSR, Luiz Barroso, avalia que os custos das distribuidoras devem ser cobrados dos donos dos painéis – já que eles dependem dos serviços dessas empresas. “Se esses usuários colocassem baterias e quisessem de desconectar da rede, eles não utilizariam a rede e, portanto, não haveria esta discussão”, disse.

Hoje, no entanto, o custo das baterias não compensa esse investimento.

Agência Estado