Agrotóxicos perigosos


Agências da ONU apresentam plano para reduzir danos causados por agrotóxicos perigosos

 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram novas diretrizes com o objetivo de reduzir os danos causados pelos agrotóxicos, que representam um risco elevado para a saúde humana e o meio ambiente.

A reportagem foi publicada por ONU Brasil, 23-05-2016.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram novas diretrizes com o objetivo de reduzir os danos causados pelos agrotóxicos, que representam um risco elevado para a saúde humana e o meio ambiente.

Os produtos com toxicidade aguda são os responsáveis por um elevado número de casos de intoxicação imediata, sobretudo nos países em desenvolvimento, enquanto os produtos com efeitos tóxicos crônicos podem provocar câncer ou transtornos de desenvolvimento em crianças em fase de crescimento.

Nos países industrializados, não se permite o uso dos chamados “agrotóxicos muito perigosos” ou sua utilização é restrita. No entanto, estes continuam sendo fáceis de conseguir nos países em desenvolvimento. Além disso, mesmo os produtos perigosos que ainda são permitidos nos países industrializados podem causar graves problemas no mundo em desenvolvimento, onde as circunstâncias em que são utilizados podem ser muito diferentes.

Particularmente, os pequenos agricultores nos países em desenvolvimento não utilizam equipamento de proteção necessário, e frequentemente usam pulverizadores de mochila que representam um alto risco à saúde. Limitar a utilização desses produtos muito perigosos acaba sendo difícil, sendo empregados de forma generalizada por pessoas não qualificadas. Entre as possíveis consequências, estão numerosos casos de intoxicação, contaminação de alimentos e danos ambientais.

Localizar os responsáveis

Um grupo relativamente pequeno de praguicidas muito perigosos costuma ser a causa da maior parte das intoxicações. Em muitos casos, esses agrotóxicos podem ser substituídos por produtos menos perigosos ou pelo manejo integrado de pragas, que tem como objetivo reduzir a dependência de produtos químicos.

As diretrizes oferecem um caminho para ajudar os países a identificar e gerir os praguicidas mais perigosos. Também auxiliam na realização de inventários, avaliação dos riscos e das necessidades reais, e na adoção de medidas para mitigar riscos.

Em muitos casos, será necessário retirar o produto de forma gradual, mas quando não existem boas alternativas, poderão ser consideradas outras medidas para mitigar riscos. As condições locais de uso e a viabilidade das medidas de controle devem ser um fator importante na tomada de decisões.

FAO também lançou um conjunto de ferramentas para o Registro de Praguicidas para ajudar os governos a realizar avaliações de perigos e riscos, como parte de seu processo nacional de aprovação de praguicidas. Esse kit também pode ser utilizado para reavaliar produtos que foram aprovados no passado, mas que atualmente são considerados muito perigosos.

Ação global unificada

O impulso para melhorar a governança dos agrotóxicos intensificou-se no ano passado quando a Conferência Internacional sobre a Gestão de Produtos Químicos aprovou em nível internacional uma resolução pedindo uma ação unificada para fazer frente aos agrotóxicos muito perigosos. A FAO e a OMS deram assessoramento para avançar neste tema.

Foi feito um pedido para que governos utilizem as novas diretrizes e o conjunto de ferramentas para revisar suas atuais listas de agrotóxicos autorizados, com o objetivo de identificar aqueles que são muito perigosos e tomar as medidas necessárias para reduzir os riscos dos usuários, dos consumidores e do meio ambiente.

Fonte: IHU

Ban Ki-moon diz que modelo de prosperidade atual é insustentável


O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou esta quinta-feira que o modelo atual de prosperidade é insustentável.

                                        

Em discurso na abertura da reunião do Conselho Científico em Berlim, Alemanha, Ban disse que a atividade humana está tendo um impacto direto e mensurável nos sistemas de apoio à vida do planeta.

Ciência

O chefe da ONU declarou que o mundo precisa da ciência para compreender, proteger e usar os recursos do meio ambiente de forma inteligente.

O Secretário-Geral explicou que é necessário entender mais sobre as “forças demográficas e econômicas” em ação no mundo inteiro.

Além disso, Ban alertou que é preciso lidar com grandes questões incluindo a fome, a prevenção de desastres, o saneamento básico e a energia sustentável para todos.

Pensar e Agir

Ele disse que saber dos problemas não é suficiente, é necessário por em prática novas formas de pensar e agir.

Ban deixou claro que o mundo enfrenta uma multiplicidade de crises, riscos e vulnerabilidades. Segundo ele, esses problemas estão tão interligados que é praticamente impossível serem resolvidos por um único país.

Para o chefe da ONU, é necessária uma visão holística dos desafios para a criação de respostas integradas.
Ban afirmou que o Conselho integra os cientistas mais competentes do mundo. Eles vão fornecer as sugestões indispensáveis para que se possa fazer a “ponte” entre a ciência e as políticas para um desenvolvimento sustentável.

O Conselho Científico foi criado no ano passado e é formado por 26 cientistas de todo o mundo indicados pelo Secretário-Geral. O grupo tem um integrante lusófono. O especialista em meio ambiente, Carlos Nobre, secretário nacional para Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento.

O Conselho tem como base a sede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, em Paris.

(Rádio ONU)

Fonte: Mercado Ético

Javier Bardem, um homem de causa e ação pelo meio ambiente


Javier Bardem, o homenageado do festival de Cinema Espanhol de Nantes (AFP)

Javier Bardem era um mero doador do Greenpeace quando foi convidado, por meio de seu irmão Carlos, a fazer uma viagem à Antártida no navio da organização para ajudar a aumentar a conscientização e a pressão pela criação de um santuário oceânico na região. Dali, surgiu a ideia de fazer o documentário Sanctuary (santuário, na tradução), que estreou no último Festival de Toronto.

O ator espanhol ficou tão espantado com o que descobriu sobre a velocidade da mudança climática e de como isso afeta os oceanos e a Antártida que participou de reuniões com políticos e na ONU. Durante o Festival de Zurique, onde também apresentou o documentário, Bardem falou à reportagem.

O que o levou a fazer o documentário?

Foi o interesse natural de um cidadão que é pai de uma criança de oito anos de idade e outra de seis. Que está sentindo na pele a mudança climática, porque onde ele mora, Madri, não existem mais estações do ano. Ou está muito quente ou muito frio. Eu tenho 50 anos. Quando eu tinha 10, morava perto de um parque e amava as estações do ano. Por isso eu me juntei à campanha no navio do Greenpeace. E disse que, como não entendia nada do assunto, então ia ser os olhos e os ouvidos do público.

Ficou surpreso com o que descobriu?

Fiquei alarmado. Porque fui lá e vi. Estava cercado por pessoas que são especialistas e estão fazendo isso há 20 ou 30 anos. O capitão do navio está nessa função há 30 anos. Foi preso na Rússia porque atacou refinarias. Ele esteve em todas as partes e está alarmado com a velocidade da mudança. E na Antártida, ele disse que era algo “imparável”. Minha resposta então foi: o que posso fazer para ajudar? A única coisa que sei fazer são filmes. Então sugeri fazer o documentário.

Está mais otimista?

Não. Agora tenho as informações – e há muitos dados. Mas esse também é um problema, a fadiga. Fora isso, há nossa incapacidade de imaginar um futuro de extinção. Nosso cérebro não é preparado para isso. Então, como podemos estar preparados para a morte do mundo como o conhecemos hoje? A questão é justamente essa, o que dizer e mostrar para alguém que não ouve? A analogia é como um trem indo em alta velocidade em direção a um muro. A questão não é afastar o muro, mas parar o trem. E a verdade é que podemos só diminuir a velocidade, de forma que o impacto seja mais leve. Essa é a imagem que mantenho na cabeça porque pensar em montanhas caindo ou ondas de 50 metros é algo impensável. Mesmo num filme não parece realista.

Quem decidiu o que mostrar?

Não houve exatamente uma decisão. Não sabíamos o que íamos filmar. A única coisa que pedi foi que não se transformasse num projeto de vaidade. Concordei que a câmera tinha de seguir alguém, e que esse alguém tinha de ser eu. Porque eu sou o espectador. E sou um ator, um homem de ação, então queria mostrar. Queríamos mostrar a beleza porque dá para perceber a fragilidade. E isso dá medo. Ouvíamos constantemente o barulho de icebergs se desprendendo. A bordo, às vezes nevava, às vezes estava de casaco, e outras, de camiseta. Era verão na Antártida, mas é a Antártida. Não era para ser assim.

Mudou hábitos depois dessa viagem?

Sim, e estou tentando fazer mais. Mas não quero entrar em detalhes porque não sou exemplo de nada. Este é um dos joguinhos que gostam de jogar, colocando a culpa na gente. E não é nossa culpa. Somos consumidores. Sim, há quem não dê a mínima, mas a maioria de nós não vai jogar lixo na praia. Tudo conta, reciclagem é importante e tal. Mas nada vai mudar realmente a não ser que sejam implementadas políticas. Por isso, o movimento da Greta Thunberg é tão importante, porque esses jovens não estão brincando e sabem para quem direcionar seus questionamentos. Eles sabem que vão sofrer na pele e não acham isso justo. E estão dispostos a virar o mundo de ponta cabeça para que as coisas mudem, porque a forma como está não funciona. E eles dizem: nós somos seus futuros consumidores e eleitores e estamos de olho.

Você esteve numa mesma reunião que a Greta, e a sala estava vazia. Muita gente a desqualifica por ser uma menina…

Estamos falando de cabeças vazias como Bolsonaro, Trump, Salvini. E alguns da extrema direita do meu país. Mas essas pessoas vão passar. E nós ficaremos. Essa é a boa notícia. Essas pessoas que estão negando o que é evidente e estão apoiando uma política criminosa, como a de Bolsonaro, com a crise na Amazônia são também criminosas. E são essas mesmas pessoas que estão rindo de uma menina de 16 anos e insultando-a. Eles deveriam ter vergonha. Mas eles passarão, nós ficaremos. Greta ficará.

Mas podem causar muita destruição.

Claro. E estão causando. Veja a Amazônia, veja as outras políticas que não têm a ver com o clima, mas com a imigração.

As gerações mais novas precisam ser educadas, não?

Sim, mas eles têm muito mais consciência do que eu tinha aos 16. Tenho orgulho disso. E é neles que reside o meu otimismo, nos milhões que fazem greve todas as sextas. Temos de dizer aos governos: parem de me enrolar. Mudem as políticas. Não venham com palavras e promessas vazias. Mudem.

Tem esperança de que os políticos vão mudar?

Encontrei pessoas que pareciam proativas. Mas vejo os candidatos na Espanha, e ninguém está falando disso.

Engajamento

Javier Bardem não é o único ator a se preocupar com a destruição do meio ambiente. Leonardo DiCaprio, por exemplo, fez documentários sobre o assunto e tem uma fundação com seu nome para causas ambientais.

Edward Norton é embaixador das Nações Unidas para a biodiversidade. Jane Fonda tem protestado todas as sextas-feiras em Washington – o dia escolhido por Greta Thunberg e outros jovens para exigir medidas contra a destruição do planeta.

A atriz de 81 anos foi presa quatro vezes nos protestos, levando amigos como Ted Danson, Rosanna Arquette e Catherine Keener. O ator e cineasta Robert Redford tem militado desde os anos 1970 por causas ambientais. O cineasta James Cameron e sua mulher, Suzy Amis Cameron, também lutam por questões como essa há anos.

Avatar, claramente, é um filme de defesa do meio ambiente. O ator Matt Damon age em defesa da água limpa em países em desenvolvimento. A atriz Julia Louis-Dreyfus também briga por água limpa, pela criação de parques e pela pressão por legislação para financiar ações de conservação.

Don Cheadle e Mark Ruffalo, companheiros de Vingadores, apoiam soluções para energia limpa e antifraturamento hidráulico (método controverso de extração de petróleo e gás natural).

Arnold Schwarzenegger implementou medidas de defesa contra a mudança climática quando foi governador da Califórnia e continua sua defesa por causas ambientais. No Brasil, Rita Lee está escrevendo livros infantis sobre o meio ambiente, e a atriz Christiane Torloni dirigiu um documentário sobre a Amazônia.

Agência Estado

ONU abre conferência do clima em Madri


As negociações começaram sob um cenário de impactos cada vez mais visíveis do aumento das temperaturas no ano passado (AFP)

Madri – A Organização das Nações Unidas (ONU) abriu nesta segunda-feira (2) uma cúpula do clima de duas semanas em Madri, na qual líderes mundiais enfrentam crescente pressão para provar que podem demonstrar vontade política de evitar os impactos mais catastróficos do aquecimento global.

As negociações começaram sob um cenário de impactos cada vez mais visíveis do aumento das temperaturas no ano passado, com incêndios florestais se espalhando do Ártico e da Amazônia até a Austrália, e regiões tropicais atingidas por furacões devastadores.

Michael Kurtyka, ministro polonês do clima que liderou a rodada anterior de negociações climáticas da ONU na cidade polonesa de Katowice em dezembro do ano passado, disse que um aumento no ativismo climático entre jovens enfatizou a urgência da questão.

“Talvez o mundo ainda não esteja se movendo no ritmo que gostaríamos, mas minha esperança ainda está particularmente entre os jovens”, disse Kurtyka na cerimônia de abertura oficial das negociações em um centro de conferências em Madri.

“Eles têm a coragem de falar e nos lembrar que herdamos este planeta de nossos pais, e precisamos entregá-lo às gerações futuras”, disse Kurtyka.

A conferência tem como objetivo estabelecer as peças finais necessárias para apoiar o Acordo de Paris de 2015 para combater as mudanças climáticas, que entra em uma fase crucial de implementação no próximo ano.

As promessas existentes feitas sob o acordo estão aquém do tipo de ação necessária para evitar as consequências mais desastrosas do aquecimento global em termos de elevação do nível do mar, seca, tempestades e outros impactos, de acordo com os cientistas.

Matthew Green e Jake Spring/Reuters

Secretário-geral da ONU: ‘Guerra contra a natureza precisa terminar’


Guterres disse que promessas não são suficientes. (ONU/Jean-Marc Ferré)

O mundo precisa parar uma “guerra contra a natureza” e encontrar mais vontade política para combater as mudanças climáticas, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, neste domingo (1º), às vésperas da cúpula mundial de duas semanas sobre o clima em Madri.

Em todo o mundo, condições climáticas extremas, causando de incêndios florestais a inundações, estão relacionadas com o aquecimento global causado pelo homem, o que exerce pressão sobre a cúpula para reforçar a aplicação do Acordo de Paris de 2015 sobre a limitação do aumento das temperaturas.

“Nossa guerra contra a natureza deve terminar, e sabemos que é possível”, disse Guterres antes da cúpula, que vai de 2 a 13 de dezembro.

“Nós apenas temos que parar de cavar e perfurar e aproveitar as enormes possibilidades oferecidas pelas energias renováveis e as soluções baseadas na natureza”.

Reduções nas emissões de gases estufa que foram acordadas até o momento no Acordo de Paris não são suficientes para limitar o aumento da temperatura em uma meta entre 1,5 e 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Muitos países nem cumprem esses compromissos, e falta vontade política, disse Guterres.

O presidente Donald Trump começou a retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, enquanto o desmatamento da bacia amazônica está acelerando, e a China se inclinou para o construção de mais usinas a carvão.

Setenta países se comprometeram a atingir uma meta de “neutralidade de carbono” ou “neutralidade climática” até 2050.

Isso significa que eles equilibrariam as emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, usando tecnologia de sequestro de carbono ou plantio de árvores.

Mas Guterres disse que essas promessas não são suficientes.

“Também vemos claramente que os maiores emissores do mundo, eles não estão fazendo sua parte”, disse ele.

“E, sem eles, nosso objetivo é inatingível.”

Reuters

Assembleia Geral da ONU elege diplomata norueguês como chefe de programa ambiental


Após a nomeação pelo secretário-geral da ONU, a Assembleia Geral elegeu o norueguês Erik Solheim como diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com mandato de quatro anos.

Solheim é atualmente presidente do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cargo que ocupa desde 2013.

Conhecido como político "verde", Erik Solheim tem se concentrado no desafio de integrar questões ambientais e de desenvolvimento. Foto: ONU

Conhecido como político “verde”, Erik Solheim tem se concentrado no desafio de integrar questões ambientais e de desenvolvimento. Foto: ONU

Após a nomeação pelo secretário-geral da ONU, a Assembleia Geral elegeu na sexta-feira (13) o norueguês Erik Solheim como diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com mandato de quatro anos.

De acordo com nota do gabinete do porta-voz do secretário-geral, Solheim é atualmente presidente do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cargo que ocupa desde 2013. Ele também serve como enviado especial do PNUMA para ambiente, conflitos e desastres.

Conhecido como político “verde”, Solheim tem se concentrado no desafio de integrar questões ambientais e de desenvolvimento. Ele também foi ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Internacional de 2007 a 2012 e ministro do Desenvolvimento Internacional de 2005 a 2007.

Solheim iniciou o processo que conduziu a uma coalizão global pela conservação e promoção do uso sustentável de florestas tropicais no mundo, conhecido como o Programa das Nações Unidas para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (UN REDD).

Erik Solheim sucede o alemão Achim Steiner, que chefiou o PNUMA nos últimos 10 anos.

Fonte: ONUBR

“Vou contar minha experiência em desenvolvimento sustentável”


   Logo antes da abertura da 68ª sessão da Assembleia Gera da ONU, o Presidente John W. Ashe deu uma entrevista especial à rede de notícias DESA News. Ele falou como que a sua experiência poderia ajudá-lo a construir os objetivos de desenvolvimento sustentável entre os estados membros. Ele também explicou porque é o primeiro Presidente da Assembléia Geral a usar massivamente as redes sociais e redes de comunicação online.

   Em 18 de setembro de 2013, John W. Ashe, que é da Antígua e Barbuda, foi o Presidente da 68ª Assembleia Geral, o principal órgão deliberativo, representativo e definidor de políticas da ONU, composto por todos os 193 Estados Membros, é o único fórum para discussões multilaterais sobre assuntos internacionais abrangidos pela Carta das Nações Unidas.

 

Preparando o Palco!

   Logo após sua eleição como Presidente da Assembleia em 14 de junho, John W. Ashe e sua equipe delimitaram suas prioridades para a sessão sob o tema: “A Agenda de Desenvolvimento Pós-2015:  Preparando o Palco!”. Sob este tema John encorajou os Estados Membros e outros interessados a promoverem o diálogo, a reflexão e o compromisso na formulação de uma nova e efetiva agenda para superar a pobreza, insegurança e garantir o desenvolvimento sustentável, e que será lançada durante a 69ª sessão da Assembléia, prazo final para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2015.

   Antes de sua ascensão à Presidência da Assembléia, John W. Ashe serviu seu país como representante permanente nas Nações Unidas e na Organização Mundial do Comércio, posições que ele detinha desde 2004.

   Ele foi líder em muitos órgãos, nos principais acordos ambientais da ONU, inclusive como Primeiro Presidente do Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MPL) do Protocolo de Kyoto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ele possui Doutorado em Bioengenharia.

 

Três Eventos e Três Debates Temáticos 

   Durante o ano como dirigente da Assembleia Geral, o Presidente promoverá três eventos e três debates temáticos. O primeiro evento irá discutir a participação da mulher, jovens e sociedade civil na agenda de desenvolvimento pós-2015. O objetivo do evento é aumentar o diálogo, e fortalecer as abordagens, de forma a melhorar as condições e perspectivas de desenvolvimento para mulheres e jovens, que foram ainda mais marginalizados pelas crises globais de alimento, combustível e finanças.

   O segundo evento discutirá as contribuições dos direitos humanos e do estado de direito para a agenda de desenvolvimento pós-2015, especificamente discutir o quadro apropriado para garantir que os direitos humanos, o Estado de Direito e políticas públicas que possam firmar as plataformas políticas em evolução de forma a capacitar as pessoas a contribuir para o desenvolvimento sustentável.

   O terceiro evento terá foco nas cooperações Sul-Sul, cooperação triangular e tecnologia da informação e comunicação para o desenvolvimento (TIC) na agenda de desenvolvimento pós-2015. Nas últimas duas décadas, as mudanças globais e as transformações nacionais e regionais levaram a ameaças socioeconômicas e ambientais sem precedentes, cada vez mais complexas, desafiadoras e preocupantes. Em resposta a essas novas ameaças, bem como aos desafios já existentes, se exigirá novas formas de colaboração, inovação e parceria, que por sua vez podem maximizar o potencial das TIC’s contribuindo para alcançar nossos objetivos de desenvolvimento.

 

Aumentando o Foco Sobre as Parcerias

   Em complemento aos três eventos propostos, três debates temáticos vão promover a oportunidade de se estudar profundamente as questões chave da agenda de desenvolvimento pós-2015. Ashe pretende aumentar o foco sobre o assunto, explorando o papel da parceria e de sua contribuição para a agenda de desenvolvimento pós-2015. Tecnologia, Intercâmbio de conhecimentos, financiamentos e meios inovadores de implantação serão assuntos críticos no vindouro debate.

   O outro debate temático examinará como trabalhar para garantir sociedades pacíficas e estabilizadas no panorama da agenda de desenvolvimento pós-2015, incluindo a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento e progresso, diminuindo fatores externos que possam contribuir na geração de conflitos, assegurando o acesso a justiça, reduzindo a violência e melhorando as políticas públicas que procuram garantir a paz e desenvolvimento.

   O terceiro debate temático tratará dos papéis da água, saneamento e energia sustentável na agenda de desenvolvimento pós-2015. Com cerca de 1,4 bilhões de pessoas sem acesso à eletricidade, 2,5 bilhões que não têm acesso a combustíveis para uso na cozinha, 900 milhões sem acesso à água potável e 2,6 bilhões que não possuem saneamento básico são urgentes as ações para enfrentar estes problemas. Muitas iniciativas nestes campos já estão em andamento, mas há a necessidade de se aproveitar, compartilhar e ampliar tecnologias, além de melhorar as práticas na área da gestão integrada da água, energia sustentável e saneamento como parte da agenda de desenvolvimento pós-2015.

Traduzido por: Estevão Matos

Texto original: http://www.un.org/en/development/desa/newsletter/desanews/feature/2013/10/index.html#8414

ONU faz apelo por ação imediata para evitar catástrofe climática


Tráfego em estrada Nova Délhi sob uma nuvem de poluição em 6 de dezembro de 2018 (AFP/Arquivos)

A mensagem nunca foi tão alarmante: a ONU advertiu nesta terça-feira que o mundo não pode mais continuar adiando as ações radicais necessárias para reduzir as emissões de CO2 se deseja evitar uma catástrofe climática.

Para manter viva a esperança de limitar o aquecimento a +1,5 graus – o objetivo ideal do Acordo de Paris – seria necessário reduzir anualmente as emissões de gases do efeito estufa em 7,6%, entre 2020 e 2030, destaca o relatório anual do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA). Isto significa um corte 55% entre 2018 e 2030.

Qualquer adiamento além de 2020 deixaria rapidamente a meta de +1,5 graus “fora de alcance”. E inclusive para respeitar a meta mínima de +2 graus em comparação à era pré-industrial, o planeta precisaria reduzir as emissões em 2,7% por ano entre 2020 e 2030.

Mas estas emissões, geradas em particular pelas energias fósseis, aumentaram 1,5% em ritmo anual na última década e “não há nenhum sinal de que alcancem seu teto nos próximos anos”, afirma o PNUMA.

O ano de 2018 registrou um novo recorde, com a emissão de 55,3 gigatoneladas de CO2. A temperatura já aumentou 1 graus no planeta, o que provocou a multiplicação de catástrofes climáticas. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados.

E cada meio grau adicional agravará o impacto dos distúrbios climáticos. “Dez anos de procrastinação climática nos levaram a esta situação”, lamentou à AFP Inger Andersen, diretora do PNUMA.

O preço da inação

De acordo com a ONU, se as emissões continuarem ao ritmo atual, a temperatura do planeta pode aumentar de 3,4 a 3,9 graus até o fim do século. E mesmo que os Estados signatários do Acordo de Paris respeitem os compromissos de redução de emissões, o termômetro marcará 3,2 graus a mais.

O PNUMA afirma que, apesar da pressão, ainda é possível permanecer abaixo de +2 graus e inclusive +1,5 graus.

Por este motivo, os signatários do Acordo de Paris devem triplicar suas ambições em comparação ao objetivo inicial e multiplicar por cinco em relação à segunda meta. E estes compromissos devem ser acompanhados por ações imediatas.

A constatação “sombria” envia uma mensagem clara poucos dias antes da conferência sobre o clima da ONU (COP25) em Madri, que começará em 2 de dezembro. “O relatório é um aviso contundente”, reagiu a ministra espanhola para a Transição Ecológica, Teresa Ribera.

“Afirma que as emissões devem atingir o teto em 2020, ou seja depois de amanhã, e começar a diminuir de maneira acelerada a partir desta data. Portanto, a COP25 em Madri tem que ser um marco decisivo”, disse Ribera

Enquanto o Acordo de Paris prevê uma revisão das ambições dos Estados na COP26 de Glasgow, no fim de 2020, até o momento apenas 68 países se comprometeram com a medida, mas nenhum dos maiores emissores de CO2 dentro do G20, bloco que aglutina 78% das emissões do planeta.

China, UE e Índia – membros do G20 – estão a caminho de cumprir seus compromissos iniciais de redução de CO2, mas pelo menos sete integrantes do bloco, incluindo Japão e Estados Unidos – país que oficializou a saída do Acordo –, não os respeitarão.

A ONU também apresentou suas recomendações aos membros do G20: proibir novas centrais de carvão na China, forte desenvolvimento da rede de transporte público na Índia, novos carros com “zero emissões” apé 2030 nos Estados Unidos, entre outras.

As transformações radicais da economia não poderão acontecer sem uma evolução profunda “dos valores, das normas e da cultura do consumo”, afirma o documento.

A transição em grande escala enfrentará “obstáculos e desafios econômicos, políticos e técnicos”, que devem ser acompanhados por medidas sociais para “evitar a exclusão e a resistência à mudança”.

Grandes investimentos

Os esforços também devem passar por grandes investimentos. Com um cenário de +1,5 graus, o PNUMA calcula a necessidade de investimentos de entre 1,6 trilhão e 3,8 trilhões de dólares anuais entre 2020 e 2050 apenas para o setor energético.

Os custos financeiros e sociais da transição podem parecer faraônicos, mas adiá-los será pior: “cada ano de atraso a partir de 2020 exigirá reduções de emissões mais rápidas, portanto cada vez será mais caro, improvável e difícil”.

Se o mundo tivesse começado a atuar seriamente em 2010, agora seria necessário reduzir as emissões em 0,7% ao ano para a meta +2 graus e em 3,3% para +1,5 graus.

John Ferguson, analista da Economist Intelligence Unit, considera que já é muito tarde. A diferença entre as promessas e a ação concreta dos Estados “explica meu pessimismo de que não podemos limitar o aquecimento a +1,5 graus”.

AFP

Concentração de gases do efeito estufa bate recorde em 2018, diz ONU


As emissões de CO2 são responsáveis por cerca de dois terços do aquecimento da Terra (AFP)

A ONU anunciou que os principais gases do efeito estufa, que provocam a mudança climática, registraram um recorde de concentração em 2018, com a advertência de que “não há indícios de desaceleração visíveis”. O alarme foi divulgado poucos dias antes do início da reunião anual da ONU sobre a luta contra a mudança climática, a COP25, de 2 a 13 de dezembro em Madri.

“Não há indícios de que vai acontecer uma desaceleração, e muito menos uma redução, da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre a mudança climática”, destacou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, por ocasião da publicação do boletim anual sobre concentrações de gases do efeito estufa.

O documento não leva em consideração as quantidades de gases do efeito estufa expelidas na atmosfera, e sim as que permanecem nela, já que os oceanos absorvem quase 25% das emissões totais, assim como a biosfera, a qual pertencem as florestas.

De acordo com os cientistas, o dióxido de carbono (CO2), que está associado às atividades humanas e que constitui o principal gás do efeito estufa que permanece na atmosfera, bateu um novo recorde de concentração em 2018, de 407,8 partes por milhão (ppm), ou seja, 147% a mais que o nível pré-industrial de 1750.

“Cabe recordar que a última vez que a Terra registrou uma concentração de CO2 comparável foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás. Na época, a temperatura era de 2 a 3 graus mais quente e o nível do mar era entre 10 e 20 metros superior ao atual”, afirmou Taalas em um comunicado.

Crescimento mais rápido

Além disso, a OMM destacou que o aumento anual da concentração de CO2, que persiste durante séculos na atmosfera e ainda mais tempo nos oceanos, foi superior à taxa de crescimento média dos últimos 10 anos.

De acordo com as observações dos cientistas, as concentrações de metano (CH4), que aparece em segundo lugar entre os gases do efeito estufa com maior persistência, e de óxido nitroso (N2O) também aumentaram mais que a média anual da última década.

O metano, cujas emissões são provocadas em 60% pela atividade humana (gado, cultivo de arroz, exploração de combustíveis fósseis, aterros etc.), e o óxido nitroso, com 40% das emissões de origem humano (fertilizantes, processos industriais…), também alcançaram níveis máximos de concentração. O óxido nitroso, além disso, tem um forte impacto na destruição da camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta.

Diante da emergência climática, os países se comprometeram, em 2015 em Paris, a adotar planos de redução das emissões de gases do efeito estufa, mas as emissões mundiais não param de crescer.

Petteri Taalas pediu aos países a “cumprir os compromissos em ação e aumentar o nível de ambição em nome do bem-estar futuro da humanidade”. No início de novembro, no entanto, o governo dos Estados Unidos oficializou a saída do acordo de Paris.

Os quatro maiores emissores de gases do efeito estufa – China, Estados Unidos, União Europeia e Índia – representam 56% das emissões globais. Apenas a UE (9% do total) está a caminho de cumprir, ou até superar, seus objetivos, de acordo com um estudo recente da ONG americana Fundação Ecológica Universal (FEU-US).

AFP

Mudança climática é considerada culpada por desastres pelo mundo


Fogo atinge propriedade a cerca de 350km de Sydney, na Austrália (Peter Parks/AFP)

Inundações violentas em Veneza, incêndios na Austrália e até um surto de peste na China foram atribuídos à mudança climática nesta semana. Pesquisadores alertaram que o aquecimento global pode sujeitar as futuras gerações a doenças de longa duração.

Veneza declarou um estado de emergência na quarta-feira depois que inundações “apocalípticas” varreram a cidade, alagando sua basílica histórica, praças e edifícios de centenas de anos. “Este é o resultado da mudança climática”, disse o prefeito Luigi Brugnaro no Twitter.

As vias de circulação da cidade se transformaram em correntezas furiosas, balaústres de pedra foram derrubados, barcos foram lançados nas margens e gôndolas foram esmagadas em seus ancoradouros quando a elevação das águas atingiu o pico de 187 centímetros.

Essa foi a maior inundação desde o recorde de 194 centímetros de 1966, mas o nível da elevação das águas está se tornando uma ameaça frequente para a joia turística. “Veneza está de joelhos”, disse Brugnaro. “Os danos chegarão às centenas de milhões de euros”.

Do outro lado do mundo, partes da Austrália vêm sendo devastadas por incêndios florestais nesta semana. Quatro pessoas morreram, e comunidades inteiras foram forçadas a fugir das chamas.

Desde 2016, setores do norte e do interior de Nova Gales do Sul, assim como o sul de Queensland, estão sujeitos a uma seca que a Agência de Meteorologia disse estar sendo provocada, em parte, pelas temperaturas mais elevadas na superfície do mar, que afetam os padrões de chuva.

As temperaturas atmosféricas também aumentaram ao longo do século passado, intensificando a ferocidade de secas e incêndios. Mas as ligações entre a mudança climática e eventos climáticos extremos criou uma desavença política na Austrália.

O governo, que apoia a indústria carvoeira, aceita a necessidade de cortar emissões, mas argumenta que ações ambientais mais severas prejudicariam sua economia.

Já na China, autoridades de saúde relataram um surto raro de peste pneumônica depois que dois casos foram confirmados nesta semana em Pequim.

As duas vítimas foram infectadas na província da Mongólia Interior, onde as populações de roedores aumentaram dramaticamente depois de secas persistentes agravadas pela mudança climática, disse a mídia estatal.

Reuters