Projeto apoiado pelo Banco Mundial criará primeiro monitor brasileiro de secas


São Paulo vive pior seca em 80 anos. Foto: Marcelo Camargo/ABr.

 

Até pouco tempo atrás, no imaginário coletivo dos brasileiros, a seca ainda era um problema exclusivo da região nordeste, uma das mais pobres do país. Novelas, filmes, músicas e outras obras de arte imortalizaram as famílias que, definhando de fome e sede, deixavam seus pequenos sítios para trás. E rumavam para cidades como São Paulo, no sudeste, onde havia mais oportunidades.

Este ano, porém, o destino dos antigos migrantes passou a sofrer com secas e a possibilidade de falta d’água, a partir de novembro. Ironia do destino? Não. De fato, a maior cidade da América do Sul, São Paulo, com 11 milhões de habitantes, sofre desde o fim de 2013 com a pior seca em 80 anos.

Como consequência, o nível das represas que abastecem a cidade baixou a 22%. Como comparação, nessa mesma época em 2013, o sistema funcionava com 57%.

Esses problemas têm raízes claras: mudanças climáticas, inchaço urbano e infraestrutura insuficiente de abastecimento.

“A situação de São Paulo mostra o quanto as mudanças climáticas afetam a todas as partes do país e são inevitáveis”, avaliou recentemente o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira. De fato, as secas há muito tempo deixaram de ser exclusividade do campo e, mais ainda, do Nordeste.

Na última década, por exemplo, o sul do país sofreu com estiagens mais intensas e frequentes do que o normal para a região. Este ano, até a hidrelétrica de Itaipu foi afetada: o nível do lago que a abastece se aproximou do registrado em 2001, o mais baixo da história. Já em 2005 e 2010, foi a vez da Amazônia.

 

Para colaborar com a solução para este problema será criado o primeiro monitor brasileiro de secas, um projeto apoiado pelo Banco Mundial que envolve uma série de instituições federais e dos estados do Nordeste que avaliam a seca em suas múltiplas dimensões: meteorológica, hidrológica, assim como seus impactos sobre os vários setores da economia.

O monitor tem o objetivo de produzir um mapa (mensal ou quinzenal) que descreve o estado atual da seca em todo o Nordeste, integrando dados que hoje são coletados e analisados separadamente por essas mesmas instituições. A metodologia, facilmente replicável para outras partes do Brasil, está sendo desenvolvida e deverá ser posta em prática a partir de janeiro de 2015.

“O principal desafio que o Brasil enfrenta agora é aproveitar esse momento crucial e a oportunidade de agir de forma ousada, para avançar em direção a uma gestão e um planejamento com ações proativas, que minimizem os efeitos das secas no país”, diz Erwin De Nys, especialista sênior em recursos hídricos do Banco Mundial.

Saiba mais sobre esta iniciativa clicando aqui.

Fonte: ONU Brasil

Projeto apoiado pelo Banco Mundial criará primeiro monitor brasileiro de secas


São Paulo vive pior seca em 80 anos. Foto: Marcelo Camargo/ABr.

 

Até pouco tempo atrás, no imaginário coletivo dos brasileiros, a seca ainda era um problema exclusivo da região nordeste, uma das mais pobres do país. Novelas, filmes, músicas e outras obras de arte imortalizaram as famílias que, definhando de fome e sede, deixavam seus pequenos sítios para trás. E rumavam para cidades como São Paulo, no sudeste, onde havia mais oportunidades.

Este ano, porém, o destino dos antigos migrantes passou a sofrer com secas e a possibilidade de falta d’água, a partir de novembro. Ironia do destino? Não. De fato, a maior cidade da América do Sul, São Paulo, com 11 milhões de habitantes, sofre desde o fim de 2013 com a pior seca em 80 anos.

Como consequência, o nível das represas que abastecem a cidade baixou a 22%. Como comparação, nessa mesma época em 2013, o sistema funcionava com 57%.

Esses problemas têm raízes claras: mudanças climáticas, inchaço urbano e infraestrutura insuficiente de abastecimento.

“A situação de São Paulo mostra o quanto as mudanças climáticas afetam a todas as partes do país e são inevitáveis”, avaliou recentemente o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira. De fato, as secas há muito tempo deixaram de ser exclusividade do campo e, mais ainda, do Nordeste.

Na última década, por exemplo, o sul do país sofreu com estiagens mais intensas e frequentes do que o normal para a região. Este ano, até a hidrelétrica de Itaipu foi afetada: o nível do lago que a abastece se aproximou do registrado em 2001, o mais baixo da história. Já em 2005 e 2010, foi a vez da Amazônia.

 

Para colaborar com a solução para este problema será criado o primeiro monitor brasileiro de secas, um projeto apoiado pelo Banco Mundial que envolve uma série de instituições federais e dos estados do Nordeste que avaliam a seca em suas múltiplas dimensões: meteorológica, hidrológica, assim como seus impactos sobre os vários setores da economia.

O monitor tem o objetivo de produzir um mapa (mensal ou quinzenal) que descreve o estado atual da seca em todo o Nordeste, integrando dados que hoje são coletados e analisados separadamente por essas mesmas instituições. A metodologia, facilmente replicável para outras partes do Brasil, está sendo desenvolvida e deverá ser posta em prática a partir de janeiro de 2015.

“O principal desafio que o Brasil enfrenta agora é aproveitar esse momento crucial e a oportunidade de agir de forma ousada, para avançar em direção a uma gestão e um planejamento com ações proativas, que minimizem os efeitos das secas no país”, diz Erwin De Nys, especialista sênior em recursos hídricos do Banco Mundial.

Saiba mais sobre esta iniciativa clicando aqui.

Fonte: ONU Brasil