Sustentabilidade Global Energética: Passado, Presente e Futuro


                                 

A Universidade da Flórida disponibiliza de graça, o curso on line Sustentabilidade Global Energética: Passado, Presente e Futuro com o professor Wendell A. Porter.

Entender o que já aconteceu – ver erros e acertos – perceber o que esta acontecendo – para onde podemos ir, quais as opções; o que temos de ambiente natural para usar; qual a situação do planeta e das sociedade – e planejar o futuro com sabedoria e levando em consideração as especificidades locais.

Essas são, ou deveriam ser ,alguns dos possíveis entendimentos de relacionamento homem x homem e homem x ambiente natural.

Nesse curso on line e gratuito você irá explorar os padrões de consumo de energia, incluindo os de indivíduos, de países e de todo o globo. Estes padrões incluem todos os setores da economia global e de países plenamente desenvolvidos para as nações em desenvolvimento. Novas fontes de energia serão investigadas e soluções internacionais para as necessidades futuras serão analisados​​.

O curso começa dia 6 de janeiro e tem duração de 15 semanas.

Mais informações: https://www.coursera.org/course/globalenergy

Fonte: Agenda Sustentabilidade

Container vira escola movida a energia solar e muda a realidade de jovens


Uma escola móvel ecológica, que recebe energia através de painéis fotovoltaicos colocados no teto, é a grande inovação da Samsung para proporcionar às crianças de comunidades rurais na África do Sul uma forma moderna de aprender.

A ideia é facilitar o acesso à educação, e de forma sustentável, a crianças nascidas em lugares remotos e com condições de vida difíceis. A escola é simples e a energia solar a torna autosuficiente: pode gerar eletricidade durante nove horas por dia, está equipada com notebooks com internet, tablets Galaxy, câmeras Wi-Fi ou ainda um sistema de refrigeração.

A Solar Powered Internet School consiste em um container de 12 metros de comprimento, que pode ser transportado por caminhões para qualquer ponto do país e onde cabem 21 alunos. Foi instalada em Phomolong, uma zona rural perto de Joanesburgo, capital do país.

O projeto só está no começo e a ideia da empresa é que ele se expanda bastante até 2015, chegando para cerca de 5 milhões de pessoas. No continente africano, menos de 25% das pessoas que vivem em áreas rurais têm acesso a eletricidade, o que dificulta a educação. Esse projeto inovador quer mudar esse cenário.

Veja, a seguir, as fotos do projeto.

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Fonte: Hypeness

Fortalecimento da mulher é caminho para sustentabilidade


Mulher tem papel decisivo no consumo dentro da família e no crescimento populacional. Projeto na comunidade da Cachoeirinha, Rio de Janeiro, quer levar sua contribuição ao debate sobre futuro do desenvolvimento.

                  

Foto – Reprodução

 

A favela da Cachoeirinha, no Rio de Janeiro, não tem uma realidade diferente de outras regiões pobres do Brasil. Seus 37 mil habitantes convivem com falta de infraestrutura, violência e baixo nível educacional. A área ainda é dominada pelo narcotráfico. Na entrada da comunidade, sofás velhos inibem a passagem de carros e pessoas desconhecidas dos moradores. A vigilância é feita do alto pelos traficantes.

 

Mas uma coisa mudou nos últimos dez anos. O índice de adolescentes grávidas na Cachoeirinha caiu de 25% para 16%.Há uma década, a ONG Bemfam, (Bem-estar Familiar no Brasil) iniciou um projeto com jovens entre 13 e 21 anos para ajudá-las a evitar uma gravidez indesejada. Além do atendimento médico, a entidade mantém oficinas com moradores para promover os direitos sexuais e reprodutivos.

 

Iasmin C, 17 anos, conta o que aprendeu desde que começou a frequentar as reuniões. "Antes, eu não sabia que eu podia tomar uma anticoncepção de emergência se a camisinha rompesse, não sabia sobre as doenças [sexualmente transmissíveis], não sabia como usar os métodos contraceptivos."

 

A informação, diz Iasmim, deu a ela poder para seguir uma trajetória diferente da que teve a sua mãe, que engravidou aos 16 anos e trabalha como doméstica. "Eu quero ingressar na Marinha”, revela a adolescente.

 

Uma questão de sustentabilidade

O fortalecimento da mulher tem tudo a ver com a busca pela sustentabilidade. "Os ambientalistas estão se convencendo que se a vida das mulheres não for sustentável, não haverá sustentabilidade”, diz Carmem Barroso, da IPPF, federação internacional que defende a maternidade planejada. A mulher tem poder de decisão sobre o aumento populacional, sobre o consumo da residência – é ela que faz as compras e cozinha para a família, na maioria dos casos.

 

Pesquisas internacionais mostram que 200 milhões de mulheres no mundo não querem ter filhos, são ativas sexualmente, mas não usam anticoncepcionais. "Quer dizer, elas vão acabar engravidando sem querer, e contribuir para aumentar a população. E quanto mais rápido o crescimento populacional, mas difícil é manter uma política sustentável”, defende Barroso, lembrando que o crescimento desordenado da população aumenta a pressão sobre os já ameaçados recursos naturais.

 

Mas, nem sempre, a mulher tem capacidade de impor os seus desejos sobre o planejamento familiar. E os direitos reprodutivos da mulher, que é a autonomia para decidir quando ter filhos, não são satisfatórios no Brasil, aponta Barroso. O aborto no país é proibido, a não ser em casos de estupro, risco para a mãe e feto anencéfalo.

 

Futuro do mundo e controle de natalidade

O crescimento demográfico no Brasil caiu de 2,5% na década de1970 para menos de um por cento. Uma das razões principais, aponta Carmem Barroso, foi o "empoderamento" da mulher. "A fecundidade caiu porque as mulheres ficaram mais fortes de maneiras variadas: por leis que se modernizaram, por acesso ao mercado de trabalho e à educação.”

 

Carmen Barroso, da IPPF

Carmen Barroso, da IPPF

 

Dados oficiais mostram que entre 1975 e 1998 a força de trabalho feminina cresceu 175%. A média de anos de escolaridade entre mulheres, que era de 1,7 ano, em 1960, subiu para 7,7 anos e superou a média masculina, que é de 7,4 anos.

 

O trabalho na favela da Cachoeirinha poderia ser um exemplo entre os tantos caminhos que buscam a sustentabilidade do planeta. "E acreditamos muito que o fortalecimento da mulher é fundamental dentro dessa proposta de transformação, de mudar conceitos, de ter países mais comprometidos com a questão do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável”, afirma Ney Francisco Pinto Costa, presidente da Bemfam.

 

A entidade presidida por Costa atua em todos os estados brasileiros e mantém cooperação com organizações da América Latina e países africanos. Só em 2011, foram mais de 6 milhões de atendimentos no Brasil na área de contracepção, exames para diagnóstico do câncer cervical e da aids.

 

Autora: Nádia Pontes

Revisão: Augusto Valente

Fonte: DW

Projetos de extrativismo sustentável na Amazônia


Projetos de extrativismo sustentável na Amazônia podem ser inscritos até 4 de julho

FBB – Até o dia 4 de julho estão abertas as inscrições para o Edital Ecoforte Extrativismo, destinado a entidades sem fins lucrativos que reúnem produtores extrativistas em projetos em unidades conservação federais de uso sustentável no Bioma Amazônia.
A seleção vai apoiar empreendimentos coletivos nas fases de produção, beneficiamento ou comercialização de produtos extraídos por meio de práticas sustentáveis na floresta. São R$ 8 milhões de investimento social da Fundação Banco do Brasil e do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  A ação vai contribuir para a inclusão socioprodutiva das comunidades e a preservação do bioma em seis estados: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará e Rondônia.
Para participar, as entidades devem existir legalmente há dois anos, no mínimo, e apresentar uma proposta no valor de até R$ 600 mil. A execução do projeto deverá ser realizada em pelo menos uma e no máximo quatro unidades de conservação e não exceder o prazo de 24 meses.
Os recursos podem ser usados para as seguintes despesas: obras e instalações, máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional; móveis, utensílios, equipamentos de informática, comunicação e software nacional; veículos novos de tração humana ou animal, embarcações e utilitários; aquisição de matéria-prima, embalagens, rótulos e outros materiais utilizados nas etapas de beneficiamento e comercialização; equipamentos de proteção individual (EPI); contratação de profissionais para gestão e contabilidade e de serviços técnicos especializados relacionados à atividade produtiva.
Os documentos exigidos pelo edital devem ser reunidos em um único envelope e entregues pessoalmente na Fundação BB até as 18h do dia 4 de julho ou postados até esta data para o endereço SCN, Quadra 1, Bloco A, Edifício Number One, 10º andar, CEP 70.711-900, Asa Norte, Brasília – DF. As dúvidas enviadas por e-mail até o dia 27 de junho estão disponíveis para consulta na página do Edital Ecoforte Extrativismo, no portal da Fundação BB.
Ecoforte – O programa faz parte da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) – que buscam estimular e integrar políticas públicas de produção orgânica e de base agroecológica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis. Realizado via edital de seleção, o Ecoforte extrativismo se destina a oferecer investimento social para entidades sem fins lucrativos que atuam de forma sustentável em Unidades de Conservação da Amazônia. O objetivo é apoiar e qualificar a estruturação de empreendimentos econômicos coletivos para o beneficiamento e comercialização de produtos advindos do uso sustentável do Bioma Amazônia.
Fonte: Pauta Socioambiental

Industrialização e sustentabilidade podem conviver


Industrialização e sustentabilidade podem conviver, diz vencedora de concurso da Unido

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Na opinião de Telma, uma economia justa e sustentável é a base para a redução da pobreza e da desigualdade social, para a proteção do meio ambiente e para um progresso sólido e contínuo
Foto: Itamaraty

“Não precisamos mais escolher entre industrialização e sustentabilidade, é vital encontrar maneiras originais para fazer com que funcionem em conjunto. Nenhum progresso será real se não tivermos como prioridade o respeito ao meio ambiente”, disse Telma Giovana de Freitas, vencedora do concurso de redação proposto pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).

O Observatório de Energias Renováveis para América Latina e Caribe conversou com Telma sobre desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável na América Latina e Caribe. Estudante de Relações Internacionais na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ela é natural de Rondônia e, junto com colegas e professores, está criando um grupo de estudos sobre paradiplomacia — tendência de estados e cidades de assumir maior autonomia e independência nos contatos internacionais.

Na opinião de Telma, uma economia justa e sustentável é a base para a redução da pobreza e da desigualdade social, para a proteção do meio ambiente e para um progresso sólido e contínuo. E é justamente por isso que “construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação” é o nono objetivo da Agenda 2030 proposta pelas Nações Unidas.

O concurso de redações promovido pela Unido teve como tema “desafios da industrialização na região da América Latina e Caribe para alcançar o objetivo de desenvolvimento sustentável 9 e o desenvolvimento industrial Inclusivo e sustentável”. Entre as 140 redações enviadas, três foram escolhidas como vencedoras. Como prêmio, Telma viajou a Viena, sede da Unido, junto com o mexicano Jorge Luis Filio Flores e o peruano Mauricio Tong Wong. As redações dos vencedores podem ser lidas aqui.

O Observatório de Energias Renováveis conversou com Telma sobre o concurso, sua viagem a Viena e os desafios do desenvolvimento industrial sustentável na América Latina e no Caribe. Confira abaixo a entrevista:

Observatório de Energias Renováveis: por que você decidiu participar do concurso de redações promovido pela Unido?

Telma Giovana Freitas: Uma professora maravilhosa que tive, Elia, me marcou em uma publicação no Facebook com a notícia sobre a competição. Como eu já estudava este tema da industrialização, quando vi a competição da Unido, achei que teria alguma chance. Mas é claro que tive que ler e pesquisar muito mais para escrever aquele ensaio. Procurei dar o meu melhor, e no fim das contas valeu muito a pena.

Além disso, considero que a ONU traz muitos fatores importantes para discussão, como os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que, na minha opinião, deveriam fazer parte dos objetivos de Estado de qualquer país. E as agências trabalham como facilitadoras para colocar alguns objetivos em prática. A Unido, por exemplo, trabalha em diversos projetos para ajudar os países a se industrializarem, para superarem a pobreza através de atividades produtivas.

Espero que agora, com uma meta específica para a industrialização nos objetivos do milênio, a Unido possa ganhar cada vez mais força em seus projetos, para ajudar a diminuir a pobreza no mundo de maneira consistente e duradoura.

OER: Como o desenvolvimento industrial pode colaborar para atingir os demais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tais como erradicação da fome e da pobreza, reduzir a desigualdade e preservar o meio ambiente?

TF: Os países que conseguiram atingir altos níveis de desenvolvimento econômico e social, fizeram isso através da industrialização. Exemplos claros estão no Leste Asiático, como a Coreia do Sul, que é hoje considerada um país de primeiro mundo.

Um estudioso que defende muito isso é o chileno Gabriel Palma. Ele diz que não importa só o quanto um país produz, mas o que se está produzindo. O Brasil, por exemplo, produz muitíssimo, tanto que tem um dos maiores Produtos Internos Brutos do mundo. Mas quando vamos ver o que está produzindo, é basicamente soja e minério de ferro. Nada contra soja e minério de ferro, mas geralmente é a indústria que traz mudanças estruturais duradouras.

Pesquisas da própria Unido apontam como os países com uma indústria forte têm mais saúde, menos fome, menos pobreza, menos desigualdade social e até mesmo menos desigualdade de gênero. O que eu defendo é que a industrialização é um ponto chave para se atingir muitos dos outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, por causa da mudança estrutural trazida por ela.

A questão ambiental é ainda a mais polêmica. A China, por exemplo, tirou cerca de 200 milhões de pessoas da pobreza através da industrialização, mas é atualmente um dos países mais poluídos do mundo. O que eu defendo é que é difícil obter um desenvolvimento sustentável, mas não é impossível. Há quinze anos, eu não imaginava que pudesse existir algo como um smartphone, por exemplo. Então o meu ponto é: através de pesquisa e desenvolvimento (P&D), conseguimos desenvolver coisas incríveis! É claro que temos capacidade de desenvolver eficientemente “green technology” (tecnologia verde). E, de fato, já temos muitas maneiras inovadoras de nos desenvolvermos tecnologicamente sem agredir a natureza.

OER: Em linhas gerais, quais são os principais desafios que a região da América Latina e Caribe enfrenta em relação ao objetivo 9?

TF: Muitos! É toda uma infraestrutura que precisa ser construída, em alguns casos do zero. Tudo isso requer um tremendo esforço em muitos sentidos. Primeiramente, precisamos de planejamento estratégico, investimento pesado em P&D e em infraestrutura, atração de investimentos (requerendo a contrapartida, é claro), e por aí vai.

Mas eu considero que hoje o maior desafio é conseguir se desenvolver sem prejudicar o meio ambiente. Isso é algo que até hoje ninguém conseguiu realmente resolver, mas eu acredito que seja só uma questão de tempo. Seria muito vantajoso para a nossa região se conseguíssemos ser pioneiros no Desenvolvimento Sustentável.

telma-interna.jpgOER: E quais são os potenciais e os desafios da região rumo a uma economia verde?

TF: Na década de 1970, quando o debate sobre o meio ambiente começa a aparecer no cenário internacional, muitos países subdesenvolvidos viram aquilo como uma mera desculpa dos países ricos para impedi-los de se desenvolverem. E quem estava em processo de industrialização naquela época escolheu deixar de lado essa questão do meio ambiente.

Mas hoje, isso não é mais uma opção. A problemática ambiental já é realmente admitida pelos países, o tema da sustentabilidade tem ganhado muita força e hoje há um esforço grande para conseguir desenvolver tecnologias limpas.

Temos algumas vantagens também por aqui, como a alta incidência solar na região, o grande número de hidrelétricas no Brasil. Além disso, a região é a casa da floresta mais rica do mundo, a Amazônia. Por que não investir pesadamente em seu potencial, procurando tornar a floresta altamente lucrativa em pé? A Amazônia tem um altíssimo potencial para as indústrias farmacêutica e cosmética, que são duas das mais lucrativas do mundo. Estamos perdendo muito tempo em não investir nisso!

OER: Na sua redação, você enfatiza a relação entre desenvolvimento industrial sustentável e investimentos em educação, ciência e tecnologia. Em quais aspectos os países da América Latina e Caribe podem avançar nesse sentido?

TF: Em muitos pontos há controvérsias, mas acredito que quanto ao investimento em P&D há unanimidade. Para se desenvolver para estágios mais avançados da produção, o investimento em educação, ciência e tecnologia é essencial. Não é à toa que o ITA e a sede da Embraer estão na mesma cidade! Na verdade, a construção de uma escola de pesquisa em engenharia aeronáutica foi o primeiro passo para o desenvolvimento da Embraer. P&D andam de mãos dadas com a industrialização. E na América Latina e Caribe, o investimento ainda é muito baixo. Temos que investir mais.

OER: Com respeito à Paraíba, existem iniciativas para avançar rumo a um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável?

TF: A Paraíba é um estado onde eu vejo que falta muita iniciativa: falta iniciativa privada, falta iniciativa do governo, existem pouquíssimas indústrias instaladas aqui.

Estamos fundando agora um grupo de estudos de paradiplomacia, e nosso intuito é justamente tentar melhorar isso. A Paraíba não pode esperar um investidor cair do céu, tem que ir atrás. E quando conseguir, precisa ter um planejamento, uma boa proposta. Com o Brasil em crise, sem dinheiro do governo federal pra continuar suas obras, vai fazer o quê? Esperar a crise passar? Não! Tem que ir para a China, para as Arábias, para a Europa, buscar investidores. Paradiplomacia é isso, atitude é isso, estratégia é isso, e nos falta muito aqui na Paraíba.

O nosso grupo ainda está em fase embrionária, mas espero que em um futuro próximo a gente possa ajudar a Paraíba no seu planejamento estratégico para atração de investimentos. Se conseguirmos contribuir para a instalação de pelo menos uma indústria aqui, eu já ficaria super orgulhosa!

OER: Como uma das três pessoas vencedoras do prêmio, você ganhou uma viagem a Viena, onde está a sede central da Unido. Quais foram os momentos mais marcantes da viagem?

TF: A gente se sentia importante! Nos coquetéis depois dos eventos, estávamos ao lado de diplomatas, embaixadores, CEOs e diretores da Unido, conversando sobre política, economia, industrialização. E o melhor era perceber que eles realmente queriam saber minha opinião.

No mais, Viena é uma cidade belíssima, tudo foi ótimo! Espero que eles realmente façam este tipo de concurso novamente, para mais pessoas poderem ter a oportunidade que nós três tivemos.

OER: Se você tivesse que reescrever sua redação depois dessa experiência, mudaria alguma coisa?

TF: Com certeza, mas acho que isso seja um processo natural para qualquer coisa que a gente escreve. Eu foquei muito na política industrial, que é realmente essencial. Mas acabei deixando de lado a importância do setor privado e dos investimentos externos. O Estado não é e nem deve ser o único ator.

OER: Você aprendeu algo novo durante a viagem?

TF: Sim. Eu sempre via a ONU como algo muito distante. E hoje vejo que não é assim, as pessoas que trabalham lá são pessoas normais. Isso é uma sensação que já tive antes na vida, essa história de pensar que “não é pra mim” é furada. E eu acho que a gente tem essa mesma sensação em relação à industrialização na América Latina e Caribe, de que não é pra gente, de que é muito difícil, de que é tarde demais, mas não é assim.

Eu sempre gosto de comparar com a Coreia do Sul: há 30 anos, a indústria do Brasil era bem melhor que a deles. E hoje eles têm indústrias sofisticadíssimas. E eu aposto que se alguém falasse para um sul-coreano há 40 anos que em 2016 eles teriam uma indústria tão forte que seriam os maiores concorrentes dos Estados Unidos no ramo dos smartphones, ele não acreditaria — para começar, ele nem acreditaria que algo como um smartphone existiria! Então, acho que o primeiro passo é mudar o pensamento de que não é pra gente, porque é sim!

OER: Fechando os olhos e pensando no mundo em 2030, como você imagina a região da América Latina e Caribe em relação ao Objetivo 9 da Agenda 2030?

TF: Falando especificadamente do Brasil e do objetivo número 9, por mais que eu acredite que nada seja impossível, eu também sei que nada cai do céu. No Brasil, desde 1975 com o II Plano Nacional para o Desenvolvimento, não houve mais nenhum plano realmente sólido para tentar ir adiante com a industrialização no país. Hoje temos novos desafios para atingir este objetivo, como o meio ambiente. Mas eu vou continuar defendendo: não é impossível, mas precisa de planejamento, investimento pesado em P&D e infraestrutura, atração de investimentos, sempre solicitando a transferência de tecnologias. Enfim, como disse Mauricio em seu ensaio, citando César Vallejo, “there is, brothers, very much to do” (existe, irmãos, muito a ser feito).

E quanto às outras metas, acredito que elas acabam sendo interligadas. Como eu já disse antes, a industrialização está ligada a menos pobreza, menos fome, menos desigualdade social, mais emprego, mais igualdade de gênero, mais saúde, mais educação. Eu gosto muito do objetivo número 9, porque ele é uma mudança realmente estrutural: não é caridade, não é medida paliativa, é infraestrutura, é emprego, é isso que traz qualidade de vida. E as outras medidas, como água limpa, energia renovável, consumo responsável, combate às mudanças climáticas, etc., a meu ver estão muito ligadas à P&D e também à conscientização.

(Via ONU Brasil)

Fonte: EcoD

 

Ano novo e as promessas (in)sustentáveis


Novo ano, velhas promessas. Quantos dos nossos “novos objetivos” já não fizeram parte da longa lista que elaboramos nos primeiros dias dos anos anteriores? Quanto tempo (ou mais especificamente, anos) precisamos para atingir esses objetivos?

                       

Muitas vezes damos um maior foco ao que queremos e nos esquecemos de todos os procedimentos necessários para atingirmos os nossos objetivos. Em outras palavras, pensamos sempre no “o quê” e nos esquecemos do “como” – além, principalmente, do “porquê”. Esse erro é cometido repetidamente por todos nós, ano após ano, e tem um impacto ainda maior (negativamente) quando levamos esse costume para o cotidiano das empresas. As empresas nada mais são do que um amplificador dos impactos das nossas ações. Isso acaba por delinear o grande desafio da sustentabilidade: mudar pessoas. Esse desafio significa mudar pensamentos, crenças e costumes. Uma empresa agir sustentavelmente significa envolver todos seus funcionários (aqueles que cumprem ordens e prestam um serviço remunerado) em ações éticas, responsáveis e estratégicas, transformando-os em colaboradores (aqueles que agem movidos por uma causa, independente de ordens ou remuneração, agregando valor à empresa).

Sustentabilidade pouco tem a ver com “o quê”, voltando-se mais especificamente para como as atividades são desenvolvidas e o real propósito delas. Notamos isso claramente quando analisamos a definição do tema no Relatório de Brundtland, gerado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, chefiada pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. O relatório, intitulado como “Nosso Futuro Comum”, descreve a sustentabilidade como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.

Portanto, independentemente de quais serão as suas ações dentro ou fora da empresa, para serem reconhecidas como sustentáveis elas devem contemplar simultaneamente uma preocupação com questões ambientais (respeitar o meio ambiente, no curto ou longo prazo), sociais (ter uma causa que beneficie as pessoas, e não somente o seu bolso) e econômicas (gerar lucros e desenvolver as atividades comerciais).

Um outro ponto tão importante quanto a tríade mencionada (ambiental, social e econômico) é a estratégia. Ações sustentáveis devem ser contínuas e enquadradas em uma estratégia, que delimite ações específicas, responsáveis, prazos, motivos e indicadores (para mensurar as conquistas ou falhas no processo). Caso não seja feita dessa forma, todos nós (pessoas físicas ou jurídicas) jamais conseguiremos atingir os nossos sonhados objetivos, de maneira concreta e contínua, e estaremos fadados a esperar sempre um próximo 1º de janeiro para fazermos mais uma nova lista de velhas promessas.

Rodrigo Tavares – Consultor da Dialogus e Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Ceará.

Fonte: Dialogus

Caminhada Ecológica EcoDom mobiliza 10 mil pessoas na região Centro-Sul de BH


Nesta sexta-feira, dia 22 de novembro, a partir das 8h30, para marcar o encerramento de mais um ano de muitas atividades, o Movimento EcoDom realiza a tradicional Caminhada Ecológica, com a participação de 200 escolas, sendo as 139 escolas que participaram do Projeto Socioambiental ao longo do ano e mais 61 escolas que participaram, exclusivamente, do Campeonato Estadual de Matemática (CEM). Gratuito e aberto ao público, a expectativa dos organizadores é que a caminhada receba aproximadamente 10 mil pessoas. O cortejo sairá da praça Raul Soares, no centro da capital, e seguirá pela avenida Olegário Maciel até a praça da Assembleia Legislativa no Santo Agostinho.

O evento contará com a premiação do projeto Pegada Ambiental, que avalia as escolas participantes em dez indicadores: consumo de água, consumo de energia, consumo de papel, geração de resíduos, coleta de recicláveis, áreas verdes, alimentação saudável, trânsito sustentável, infraestrutura e trabalho de temas transversais nas disciplinas. O projeto, que contou com a participação de 78 escolas, constatou uma redução de 35% no consumo de água em 2019, quando comparado com 2018. Esse ano esse índice chegou a 6,5L per capta por dia. Em 2018 essa média foi de 10L. Outro indicador levantado foi o consumo de energia, que em 2019 alcançou a média de 0,6 Kwh/mês por pessoa. As medições ocorreram entre outubro de 2018 e setembro de 2019, totalizando 12 meses.

Segundo Francisco Haas, coordenador-geral do Movimento EcoDom, a caminhada é um dos momentos mais emocionantes do projeto, uma vez que reúne todos os participantes, com cartazes, faixas, alegorias dos trabalhos, transformando o dia em uma grande festa. “As caminhadas são animadas por fanfarras, coreografias e apresentações artísticas de livre iniciativa de cada participante e a alegria e o entusiasmo dos alunos refletem o espírito de participação de cada escola”, garante.

Haas conta que outro fator emocionante é que a motivação de todos é direcionada para o mesmo objetivo, que é a preservação dos recursos naturais. “A Caminhada EcoDom, além de mostrar para a sociedade as atividades desenvolvidas pelas escolas participantes ao longo do ano em prol do meio ambiente, constitui-se como um grande momento de confraternização e mobilização estudantil.”

Premiações e Dia Mundial da Limpeza

Ao final da Caminhada, em um palco montado no anfiteatro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, localizado na praça Carlos Chagas, serão realizadas as finais do Concurso de Dança EcoDom e do Concurso de Fotografia Garota e Garoto EcoDom. Participam da final do Concurso de Dança a E. E. Caio Nelson de Sena, E. E. Carmo Giffoni, E. E. General Carneiro, E. E. Guimarães Rosa e E. E. Padre João Botelho. O ritmo escolhido para a competição deste ano foi o forró. Já na final do Concurso de Fotografia foram classificadas o Colégio Tiradentes PMMG – Unidade Argentino Madeira, o Colégio Tiradentes PMMG – Unidade Contagem, a E. E. Caio Nelson de Sena, a E. E. Doutor Lucas Monteiro Machado e E. E. Professor Clóvis Salgado.

Além das duas competições, o evento conta também com a premiação dos ganhadores do Projeto Socioambiental, onde as escolas escolhem três índices do Pegada Ambiental para desenvolverem projetos de sustentabilidade.

Outra novidade deste ano será a realização de uma ação especial do Dia Mundial da Limpeza. Celebrada no dia 21 de setembro, a ação busca mobilizar voluntários para a limpeza de ruas, praças e demais espaços públicos, chamando a atenção da sociedade para a questão do descarte de resíduos em vias urbanas. Durante a Caminhada Ecológica, uma equipe formada por alunos, professores e demais voluntários seguirá todo o percurso recolhendo o lixo que possa ser gerado no dia.

Os coordenadores do Movimento EcoDom convidam a todos para participarem desta grande festa de encerramento do projeto. Além disso, os alunos da Dom Helder que comparecerem à caminhada irão receber 6h de atividades complementares a área de extensão.

Equipe EcoDom

Pesquisa mostra que empresas estão dando mais valor à sustentabilidade


Levantamento com 3.344 executivos de diversos países destaca que 64% estão racionalizando o uso da energia em suas companhias, 63% trabalham para reduzir os resíduos e 59% se preocupam com sua reputação com relação à sustentabilidade.

 

A sustentabilidade já é um assunto abordado pelo setor empresarial há um bom tempo, e uma nova pesquisa realizada pela consultoria McKinsey & Company Global com líderes corporativos afirma que esse conceito está se tornando uma parte cada vez mais estratégica e integrada às companhias, apesar de algumas dificuldades em adotar plenamente práticas de sustentabilidade.

Intitulada Sustainability’s Strategic Worth (Valor Estratégico da Sustentabilidade), a pesquisa foi realizada com base nas respostas de 3.344 representantes do setor corporativo de diversas regiões, indústrias, empresas e especialidades, e revelou que a principal razão pela qual os executivos buscam a sustentabilidade, com 43% dos votos, é alinhar esse conceito com suas metas, missões e valores empresariais. Em 2012, última edição da pesquisa, esse índice era de 30%.

Segundo a consultoria, nas últimas versões do estudo, a maioria dos respondentes, quando questionados sobre as razões das companhias para buscar a sustentabilidade, citava o corte de custos e a gestão da reputação das firmas.

Já na última edição, a gestão de reputação ficou em segundo lugar como a razão mais popular, citada por 36% dos executivos (em 2012 foram 35%), e o corte de custos ficou com 26%, uma grande redução em comparação com os 36% de 2012.

“Uma razão para a mudança pode ser os próprios líderes das companhias acreditarem que a questão é mais importante. Os CEOs estão duas vezes mais propensos que eram em 2012 a dizer que a sustentabilidade é sua principal prioridade. Uma parte maior de outros executivos também colocam a sustentabilidade como um dos três principais itens da agenda de seus CEOs”, elucidaram Sheila Bonini and Anne-Titia Bové, que desenvolveram a análise da pesquisa.

O número de CEOs que citaram a sustentabilidade como principal prioridade quase triplicou para 13% em 2014 com relação aos 5% de 2012. Contudo, o número de executivos líderes que citaram a sustentabilidade como uma das três principais prioridades caiu de 37% para 36% no mesmo período. O número de outros executivos que veem a sustentabilidade como uma das três principais prioridades aumentou de 24% para 32%.

Desafios

Bonini e Bové afirmaram também que, com a sustentabilidade aumentando em significância, entender todo o seu valor se tornou mais desafiador – em parte pelo fato de que, quanto mais as companhias priorizam a sustentabilidade, mais o conceito precisa ser integrado aos negócios, o que pode levar a mudanças no sistema produtivo.

Por exemplo, das 13 principais atividades de sustentabilidade elencadas pela McKinsey, 64% dos executivos disseram estar reduzindo o uso da energia em suas operações, 63% afirmaram diminuir os resíduos e 59% declararam gerir sua reputação corporativa em sustentabilidade.

“Essas ações foram citadas mais frequentemente em 2011 e 2012, e uma parcela maior de executivos agora identifica a gestão da reputação como uma atividade essencial”, observaram as analistas.

Mas outros itens, contudo, apresentaram uma implementação mais problemática. O relatório cita como exemplo a extensão do ciclo de vida dos produtos, que ainda deixa a desejar na maioria das empresas.

“Hoje, limitações de recursos estão criando preços e volatilidade sem precedentes nos mercados de recursos naturais. Ainda assim, os resultados indicam que a maioria das companhias sequer começaram a implementar estratégias que estendam a vida de seus produtos e consequentemente reduzam a dependência de recursos de uma forma significativa”, coloca o texto.

“De acordo com outra pesquisa nossa, há um enorme potencial de valor na melhor concepção e otimização de produtos para diversos ciclos de desmontagem e reutilização. Companhias visionárias deveriam começar a investir nesta integração desses produtos, para o benefício da sociedade e para seus resultados. Apenas com materiais, as companhias poderiam economizar possivelmente mais de US$ 1 trilhão por ano”, continua o documento.

Diferentes abordagens para práticas de sucesso

Para identificar práticas de sucesso na implementação da sustentabilidade como estratégia corporativa, Bonini e Bové apontaram quatro abordagens distintas para a organização das práticas sustentáveis: apoio dos líderes, foco em execução, orientação externa e integração profunda.

“A primeira abordagem é caracterizada por líderes ativamente engajados nas companhias, incentivos a funcionários e estratégias claras; a segunda, por uma abordagem clara, responsabilidade e compromisso dos gestores intermediários; a terceira, pelo uso de ideias externas, redes e relacionamentos, assim como o compromisso dos gestores intermediários; e a quarta, pelo incentivo a funcionários para um trabalho sustentável, foco em talentos e compromisso com a sustentabilidade de todos os níveis de gestão”, comentaram as analistas.

“Nossos líderes de sustentabilidade estão representados em cada uma dessas quatro abordagens, confirmando que não há uma única fórmula para o sucesso em sustentabilidade”, continuaram Bonini e Bové.

As autoras concluíram que, para ir em frente com a aplicação da sustentabilidade em toda a cadeia de produção, as empresas devem incluir em suas estratégias três ações: estender o ciclo de vida de seus produtos; buscar tecnologias que levem à melhoria dos índices de sustentabilidade; e focar nas estratégias de sustentabilidade que se quer adotar, como o desenvolvimento econômico ou mudanças de práticas de negócios, e depois dessa definição, desenvolver a estratégia com não mais de cinco prioridades claras e bem definidas.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

O que Cuba tem a nos ensinar sobre sustentabilidade


        
 
Uma das atividades mais impactantes para a sustentabilidade é a agricultura. Dados da Embrapa de 2011 apontam que do pouco da água existente no planeta que serve para consumo, aproximadamente 70% dela vai para a agricultura. Além da água, a agricultura também é a grande responsável pelo consumo de energia e produtos químicos que destroem o solo, como fertilizantes e inseticidas (sem contar que também contaminam cursos de água próximos à produção).
 
Mas o que Cuba tem a ver com tudo isso?
 
 
Todo mundo sabe que Cuba sempre foi forte em agricultura, principalmente na produção de açúcar, certo? Se não sabiam, ficaram sabendo agora. Pois bem, voltemos algumas décadas, quando o país recebia ajuda financeira da, então, URSS e a tinha como principal parceira comercial. Naquela época Cuba praticava uma agricultura convencional, tão impactante para o meio ambiente como a de qualquer outro país.
 
 
E aí que a reviravolta política que aconteceu no mundo no final dos anos 80 e início dos anos 90 obrigou a pequena ilha a mudar todo o seu processo agrícola. Para sobreviver. Enquanto era financiada pela URSS, Cuba era altamente dependente de petróleo importado, de pesticidas e, mesmo, de importação de alimentos, já que a produção de açúcar ocupava 2/3 das terras cultivadas.
 
 
Com o fim da União Soviética, e sem acesso a combustíveis fósseis e seus derivados, o governo cubano lançou uma revolução agrícola que acabou por duplicar a produção de alimentos, ao mesmo tempo em que produzia uma safra de exportação suficiente para manter flutuante o câmbio da moeda do país. E como isso foi possível?
 
 
Através do uso de tecnologia nativa, os agricultores mesclaram pesticidas e fertilizantes microbianos fabricados localmente com a cultura de minhocas, a reciclagem de resíduos, o controle biológico de pragas, a compostagem e outras práticas sustentáveis, gerando uma agricultura orgânica de massa. Somado a essas técnicas agrícolas locais, o modelo adotado ajudou a evitar o êxodo do campo para as cidades e propiciou segurança alimentar para o país. Além disso, o modelo privilegiou a venda direta do produtor para o consumidor, com preços de livre mercado.
 
 
 
O que Cuba foi obrigada a fazer por necessidade de sobrevivência, o mundo hoje se encontra na iminência de ter de fazer por necessidade ambiental e econômica, já que o fim do petróleo barato, as restrições de carbono e a escassez de recursos tornarão a transição para uma agricultura sustentável fundamental para o planeta.
 
 
E só para rechear com alguns números o impacto da agricultura sustentável no meio ambiente e na economia:
 
 
  • Fazendas orgânicas são de 20% a 56% mais eficientes em energia do que as de agricultura convencional;
  • Redução em 30% das emissões de carbono e 90% das emissões de óxido nitroso;
  • Os solos retêm cerca de 30% a mais de matéria orgânica (evitando, assim, a erosão);
  • Além de emitir menos CO2, a produção orgânica sequestra o carbono, numa ordem de, dependendo da técnica utilizada, 370kg por hectare/ano.
  • Produtos orgânicos alcançam preços premium que variam de 35% a 240% do preço de grãos comuns;
  • Está projetado para 2014 um mercado global de produtos orgânicos de 96,5 bilhões de dólares.

 

Texto escrito por: Julianna Antunes

Fonte: Sustentabilidade Corporativa

Veja 12 tendências de sustentabilidade e oportunidade de negócios para 2014


Originalmente publicado no blog do Sebrae-SC. -> O Centro Sebrae de Sustentabilidade, em parceria com o SIS – Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae, elaborou uma lista de 12 tendências de sustentabilidade e oportunidade de negócios para as micro e pequenas empresas aproveitarem em 2014.

Confira as dicas e saiba  como tornar sua empresa mais competitiva no mercado.

 

#1 Crescimento sustentável dos negócios

A lógica do crescimento aliado à conservação tem levado muitos empresários a adotar práticas sustentáveis, especialmente em setores com alta demanda por recursos naturais. Reaproveitamento da água, eficiência energética, gestão de resíduos sólidos são exemplos de como empresas podem reduzir desperdícios, preservar o meio ambiente e ampliar o seu potencial de crescimento.

 

#2 Sustentabilidade na cadeia produtiva

A procura das grandes empresas por fornecedores sustentáveis tem ampliado a criação de negócios que atendam estas expectativas. Alinhar os compromissos do pequeno negócio e adotar princípios de responsabilidade socioambiental são formas de ampliar o valor e alavancar parcerias no segmento atuante.

 

#3 Preocupação com o clima

A neutralização de carbono tem alavancado ideias de negócios e gerado vantagem competitiva também para os pequenos negócios. Dados do CDP (Carbon Disclosure Project) apontam que 29% dos pequenos negócios que diminuíram suas emissões de CO2 economizaram juntos cerca de R$ 13,7 bilhões em 2012.

 

#4 Ecoeficiência

O termo ecoeficiência diz respeito ao uso inteligente dos recursos. Empresas ecoeficientes reduzem impactos nos sistemas de produção através de redução e otimização. Isto envolve eficiência energética, como o aproveitamento da luz do sol nos ambientes e uso de fontes de energia renovável, gestão de água e também a reciclagem de resíduos sólidos, que atende, em alguns casos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

 

#5 Talentos verdes

Profissionais envolvidos com aumento de eficiência nos negócios por meio da redução de impactos estão cada vez mais valorizados. No Brasil existem 16,4 milhões de empregos potencialmente verdes e que compõem mais de 69% da mão de obra de 20 setores de atividade econômica. Urge a necessidade de capacitação e treinamento na área.

 

#6 A era do acesso

O tradicional produto comercializado em pontos de venda (físicos ou digitais) está passando por transformação. Nesta nova economia, surgem empresas que praticam leasing, alugam ou cobram taxas para utilização do bem. O “possuir” passa a ser substituído pelo “usufruir”. Por exemplo, empresas de compartilhamento de bicicletas em áreas públicas.

 

#7 Nem segundo, nem terceiro setor: Negócios 2.5

Empresas 2.5 são aquelas que atuam com fins lucrativos por meio do foco social. São formatos de negócio que buscam a gestão profissionalizada, bem-estar da população, assim como promovem aumento da fonte de renda e o acesso aos serviços essenciais para os setores de baixa renda. Por exemplo, comunidades de costureiras, artesanato e catadores de sucata. Distribuição no Brasil: 39% concentram-se na região Sudeste; 26% na região Sul; 24% na região Nordeste; 7% na região Norte e 4% na região Centro-Oeste.

 

#8 Licenciamento ambiental e relatórios de sustentabilidade

Adotar práticas de preservação ambiental e comunicá-las passa a ser condições do mercado também para pequenos negócios. A licença ambiental é uma das ferramentas que fundamenta a operação da empresa e permite tomar conhecimento das possíveis fontes de poluição e de riscos existentes. A apresentação de relatórios é uma oportunidade de comunicação com os consumidores, cada vez mais preocupados com a sustentabilidade.

 

#9 A feminização da economia

O número de mulheres empreendedoras no Brasil chega a 51% do contingente (Global Entrepreneurship Monitor). Mais mulheres nos empreendimentos, mais mulheres também no mercado consumidor, que se fortalece com as decisões de compra.

 

#10 Vantagem colaborativa

A ótica da competição é substituída pela colaboração. As novas tecnologias, os sistemas open-source, o fenômeno das redes sociais e das novas mídias, plataformas de inovação aberta, têm trazido fluidez e flexibilidade na administração das empresas, fazendo com que as parcerias tragam mais vantagens.

 

#11 Sustentabilidade interior

A correria da vida moderna tem levado cada vez mais consumidores a buscar bem-estar interior e saúde através de produtos e serviços. A sustentabilidade surge aliada à dimensão social, e novos negócios como clínicas, spas, academias e espaços voltados a atender esta demanda ganham visibilidade no mercado.

 

#12 Brasilidade

A afirmação da identidade brasileira, de acordo com especialistas, passa pela marca “Brasil Sustentável”.  Marcas brasileiras que expressam a brasilidade têm se tornado símbolos globais, e os pequenos negócios com sabor, aroma e tom do Brasil irão alavancar de forma significativa, principalmente frente aos grandes eventos da Copa, em 2014, e Olimpíadas, em 2016.

 

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Foto: Reprodução

Fonte: Agenda Sustentabilidade