Reflorestamento e controle de pastagem recuperam aldeia chinesa


O desmatamento e a pastagem excessiva foram a devastação da pequena aldeia Qihetang, localizada na árida Chigeng, na China. O povoado de apenas 228 casas viu, em 1990, a migração excessiva, devido as condições de vida da região: cada família colhia 150 quilos de grãos em áreas de dois hectares.

A situação ficou tão crítica que as autoridades locais decidiram, dois anos depois, cercar as encostas, plantar árvores frutíferas e proibir a pastagem extensiva. Em 2000, o governo estadual forneceu apoio econômico e técnico para reflorestar a região. Em troca do verde, cada família recebeu subsídios equivalentes a US$ 8 e 200 quilos de cereais.

Atualmente, Qihentang possui cobertura verde em 80% de seus 2.154 hectares, com árvores frutíferas, pinheiros e pradarias recuperadas. A renda por habitante pulou de 300 para oito mil yuanes (US$ 1.260) pelo comércio de frutas e madeira. Qihentang só assiste a migração nos invernos duros e, mesmo assim, muitas pessoas permanecem para processar maçãs, peras e damascos, forragem para animais e painéis de madeira. O turismo também começou a se tornar uma alternativa viável para a região.

Recuperação
 


“Mais de dois bilhões de hectares de terras degradadas em todo o mundo são aptas para reflorestar e restaurar a cobertura vegetal, na maioria dos casos combinando atividades agroflorestais e pequenos cultivos”, afirmou Mansour N’Diaye, chefe de gabinete da Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (Cnuld), ao IPS.

A china possui nada menos do que 2,6 milhões de quilômetros quadrados de desertos e areais, quase um quarto de seu território, que se estendem por 18 províncias e abrigam 400 milhões de pessoas. O orçamento do programa nacional para controlar o avanço do deserto é de US$ 5 bilhões ao ano. O país pretende recuperar metade dos 530 mil quilômetros quadrados de terras restauráveis até 2020, e o restante até 2050.

A desertificação afeta mais de 40% da superfície total do planeta. A Ásia é o continente mais afetado, com 1,7 bilhão de hectares.

Fonte: Eco Desenvolvimento