As estatísticas, é claro, não mencionam o que aconteceu exatamente com esses animais ou o quanto eles sofreram, só dizem que espécies foram utilizadas e qual a porcentagem de experimentos que foram “leves”, “moderados” ou “severos”. Testes envolvendo gatos subiram 26 por cento; porcos, 37 por cento; 14 por cento foi o caso das aves e quanto aos peixes, 15 por cento. Teste em ratos diminuíram 11 por cento; em camundongos, caíram 16 por cento, e em cães, 21 por cento. O número de experimentos em primatas também diminuiu.
Troy Seidle, Diretor de Pesquisa e Toxicologia para a ONG Humane Society International do Reino Unido, considera as estatísticas como “notícias profundamente deprimentes para a Ciência, para o progresso da medicina e para o bem-estar animal.”
De acordo com o Ministério, mais de 3,79 milhões de experimentos foram iniciados em 2011. Em 1987, 3,5 milhões de experiências foram relatadas. Os defensores dos animais constataram que o aumento está em desacordo com as promessas do governo de reduzir o número total de animais utilizados em pesquisas.
“Pode ter havido uma redução do número de animais em áreas específicas, mas o aumento global anula a redução. É algo que você não pode fazer em 12 meses “, disse Martin Walsh, chefe da Divisão de Procedimentos Científicos em Animais, do Ministério, que chama a meta de ” um projeto de longo prazo. ”
Os funcionários do Ministério continuam a afirmar que eles estão promovendo a do 3R’s (redução, refinamento e substituição/reposição), mas os números do relatório contam uma história diferente.
“As estatísticas mostram que no ano passado, 35% dos experimentos com animais foram para a pesquisa biológica fundamental – muito mais quiada pela curiosidade, e apenas 13% diretamente para a medicina humana e odontológica, e 43% da pesquisa com animais foi relacionada à criação de animais com mutação ou modificação genética. O uso de animais para a investigação fundamental em universidades continuou a aumentar (7%). Este aumento na pesquisa chamada abstrata ou fundamental, que não envolve testes de medicamentos, contrasta com a postura do setor que defende que as pesquisas com animais devem ser voltadas a testar curas para doenças “, de acordo com a União Britânica para a Abolição da Vivissecção (BUAV).
No entanto, pesquisadores e políticos continuam a afirmar que o uso de animais é vital para a saúde humana, e só o fazem por este motivo, e que pôr fim à vivissecção significaria o fim à exploração de curas para doenças atualmente incuráveis. Curiosamente, o número de experiências relacionadas ao câncer diminuiu em 10.200, enquanto experiências de toxicologia (olhos e irritação da pele e as conseqüências do desenvolvimento) subiu dois por cento, para 399.000. Aparentemente, colocar mais produtos químicos no mercado é mais importante, ou lucrativo, do que ajudar pacientes com câncer.
“O Governo até hoje não vem fazendo nada com relação ao seu compromisso pós-eleitoral de trabalhar para banir os experimentos com animais. Milhões de animais continuam a sofrer e morrer em nossos laboratórios. Esta falta de progresso é completamente inaceitável. Precisamos ver mudanças significativas e duradouras para os animais em laboratórios. O Reino Unido deveria liderar o processo de reduzir testes em animais. Infelizmente, estas últimas estatísticas mostram que a tendência está indo realmente na direção oposta “, disse o Chefe Executivo da BUAV, Michelle Thew.
“Além disso, não há nenhuma evidência de que todo esse sofrimento terrível está realmente produzindo algum benefício significativo para a humanidade, porque o governo e a indústria de pesquisas persistentemente recusam-se a submeter os testes em animais a uma análise rigorosa”.
Foi encontrado um relatório de 39 infrações de licença nos últimos cinco anos, incluindo um incidente que matou mais de 200 animais que se afogaram em gaiolas inundadas, e mais outro na mesma instalação, que resultou na morte de cerca de 200 ratos cujas evidências levam a crer que tenham sido contaminados por um líquido tóxico que vazou através do telhado.
Fonte: Eco Agência