Por Fabíola Gomes
A área cultivada com transgênicos no Brasil, incluindo soja, milho e algodão, deverá atingir 37,1 milhões de hectares na atual temporada 2012/13, um incremento de 14 por cento em relação ao ciclo anterior, apontou relatório da consultoria Céleres desta segunda-feira.
"O avanço ocorreu principalmente pelos bons preços praticados no mercado, na safra 2012/13, além da melhor oferta e disponibilidade de sementes adaptadas às regiões produtoras", disse a consultoria.
Este é o segundo levantamento da Céleres com estimativas para o cultivo de transgênicos no Brasil, divulgado no momento em que 90 por cento da safra de soja, principal cultura de verão, já foi cultivada.
Segundo a consultoria, os produtores estão procurando investir mais em tecnologias que beneficiem a produtividade, como forma de potencializar os retornos da atividade, especialmente no cultivo do milho.
A soja é a cultura que conta com maior área cultivada com sementes transgênicas, com um total de 24,4 milhões de hectares, ou quase 89 por cento da área estimada na atual temporada de 27,5 milhões de hectares.
Em comparação com o ciclo 2011/12, houve um crescimento de 3 milhões de hectares na área de soja semeada com sementes geneticamente modificadas no Brasil, que poderá se converter no principal produtor da oleaginosa na temporada 2012/13.
Em relação à estimativa inicial da consultoria, houve um incremento de 1,4 por cento no plantio com variedades transgênicas de produtos agrícolas no país.
Milho
A Céleres aponta que a área total com milho transgênico deverá atingir 12,2 milhões de hectares, o que representa 76,1 por cento da área total com a primeira e segunda safras do cereal.
Na safra de verão de milho, a estimativa é de um cultivo de 5,3 milhões de hectares, ou 305 mil hectares a mais do que em 2011/12.
A consultoria pondera que o plantio de milho no verão, cujo cultivo já atingiu 93 por cento do previsto, deverá sofrer uma queda de 905 mil hectares, por conta da acirrada competição com a soja, uma vez que as duas culturas competem por área, sobretudo no Sul e Sudeste.
Há cinco anos, destacou a Céleres, o cultivo total com transgênicos era de apenas 1,2 milhão de hectares.
A consultoria pondera que o plantio de milho no verão, cujo cultivo já atingiu 93 por cento do previsto, deverá sofrer uma queda de 905 mil hectares, por conta da acirrada competição com a soja, uma vez que as duas culturas competem por área, sobretudo no Sul e Sudeste.
No cultivo da segunda safra de milho (de inverno), cuja área é prevista pela consultoria em 7,89 milhões de hectares, a semeadura de transgênicos deverá ocupar 88 por cento, com 6,93 milhões de hectares.
A semeadura da safra de inverno do milho tem início após a colheita da soja, especialmente nos Estados de Mato Grosso e Paraná, os maiores produtores de grãos do país.
Para o algodão, a área estimada com sementes transgênicas é de 550 mil hectares, praticamente metade da área total prevista no atual ciclo.
Segundo a consultoria, a análise mostra a disseminação da biotecnologia pelas a principais regiões produtoras do país.
O Mato Grosso lidera a lista com uma área de 9,9 milhões de hectares de transgênicos –inclui soja, milho e algodão–, seguido pelo Paraná, com 6,8 milhões de hectares, e o Rio Grande do Sul, com 5,4 milhões de hectares.
Fonte: Reuters