Aumento de temperatura eleva risco de dengue no Rio


Se 2013 é um ano novo e cheio de promessas renovadas, em alguns aspectos continua sendo bem semelhante aos anteriores. Após as chuvas que deixaram centenas de desabrigadas no Rio de Janeiro, o estado fluminense se prepara para receber uma velha conhecida: a dengue. Logo na primeira semana do ano, foram registrados 26 casos suspeitos da doença. Em 2012, houve quase 185 mil casos de dengue no Rio, com 41 vítimas fatais.

Com o termômetro no estado registrando recordes de temperatura, a probabilidade é que o número de vítimas seja ainda maior neste verão, segundo um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz. De acordo com a análise, o risco de dengue na cidade do Rio de Janeiro tem relação direta com as variações climáticas no município.

Os pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) revelaram que, entre 2001 e 2009, o aumento de 1°C na temperatura mínima em um mês significou uma elevação de 45% nos casos de dengue logo no mês seguinte. Outro crescimento de 6% nos casos da doença pode ter sido resultado direto do aumento de 10 milímetros na precipitação de chuvas na época.

A associação entre mudanças climáticas e o crescimento de casos de dengue já era apontada por especialistas há alguns anos, mas somente agora um levantamento comprovou a relação entre os dois eventos.

 

Vetor

Embora existam muitos fatores relacionados a transmissão da dengue, o impacto do clima, mesmo sem ser bem compreendido, é considerado crítico no risco de uma epidemia, segundo os estudiosos. “O clima é um importante fator temporal e espacial para a distribuição do vetor de transmissão de doenças como a dengue. Estudos sobre as variáveis climáticas podem melhorar o conhecimento e a previsão de epidemias sazonais, pois a relação vetor e clima é tão importante quanto a interação vetor e ser humano”, declara o estudo.

O risco de dengue aumenta quando a temperatura é superior a 26°C, segundo os pesquisadores, uma vez que o vetor da doença se desenvolve melhor em temperaturas mais elevadas. A análise também indicou que o período entre 2003 e 2005 foi o único que não teve registro de epidemias da doença, sendo que o maior número de casos ocorreu um pouco antes, entre os anos de 2001 e 2002: foram quase 53 mil ocorrências em março de 2002.

Fonte: Eco Desenvolvimento