Um sistema global para controlar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da aviação não só é técnica e economicamente viável como poderia ajudar a combater as mudanças climáticas, informa um relatório (em inglês) recém-lançado pelo WWF.
O documento foi publicado esta semana, às vésperas de uma reunião crucial do Grupo de Alto Nível da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI, da sigla em inglês ICAO). O Brasil é um dos 36 países-membros da OACI e também integra o Grupo de Alto Nível da organização. No encontro, que começa hoje (30/01), em Montreal (Canadá), os governos vão tentar superar uma década de esforço sem avanços para combater as emissões da aviação.
Mark Lutes, especialista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, adianta que espera que o Brasil use sua influência na OACI para promover avanços nas negociações. “Esperamos chegar a um acordo sobre medidas de mercado que possam controlar as emissões globais e gerar recursos financeiros para ajudar na batalha contra as mudanças climáticas em países em desenvolvimento como o Brasil”, disse.
Aviação
A aviação é o meio de locomoção que mais gera emissões e, junto com o transporte marítimo, lidera a curva de crescimento de emissões de carbono, contribuindo para a instabilidade do clima e condições meteorológicas extremas.
O relatório Aviation Report: Market Based Mechanisms to Curb Greenhouse Gas emissions from International Aviation apresenta quatro opções para um sistema global de regulamentação das emissões de aeronaves, além de pesar os prós e os contras dessas alternativas.
A publicação conclui que três dos mecanismos sugeridos tanto podem reduzir a emissão de poluição a um menor custo para a indústria, como permitem a geração de recursos finançeiros para apoiar os esforços globais no combate à mudança do clima em paises em desenvolvimento, mantendo a igualdade de condições entre as companhias aéreas.
"Convidamos os governos a superar dez anos de atraso e chegar a um acordo global sobre a aviação. O acordo está ao nosso alcance. Ele permite limitar as emissões e assegurar que o setor áereo contribua com os esforços globais para enfrentar a mudança do clima e condições meteorológicas extremas", afirma Samantha Smith, líder da Iniciativa Global pelo Clima e Energia do WWF. “Na ausência de um acordo na OAIC, a poluição anual gerada pelo setor da aviação vai continuar a subir e contribuir para a instabilidade climática cada vez mais perigosa”, adverte Smith. Além disso, as companhias aéreas terão de enfrentar uma colcha de retalhos crescente de regulamentos internacionais, onde todos os voos dentro e fora da União Europeia devem ser incluídos este ano. Tal inclusão só foi suspensa por um ano para dar tempo a OACI de apresentar uma solução.
Fonte: Instituto Carbono Brasil