Por Jean Rovys Dabany
Caçadores clandestinos mataram mais de 11.000 elefantes na floresta do Parque Nacional de Minkebe, no Gabão, desde 2004, informou o governo do país nesta quarta-feira, num massacre alimentado pela crescente demanda por marfim na Ásia.
O país com grande densidade de florestas no centro da África é lar de cerca de metade da população mundial dos quase 100.000 elefantes florestais remanescentes no mundo. A espécie de elefante de menor tamanho e cobiçada pelos traficantes de marfim por suas presas mais duras e retas.
Um estudo realizado pelo governo do Gabão, juntamente com os grupos de proteção ambiental World Wildlife Fund (WWF) e Wildlife Conservation Society, descobriu que dois terços dos elefantes de floresta no parque de Minkebe foram mortos desde 2004, ou cerca de 11.100.
"Se não revertermos essa situação rapidamente, o futuro dos elefantes na África estará comprometido", afirmou o secretário-executivo da agência de parques nacionais do Gabão, Lee White, em um comunicado emitido pela Presidência do Gabão.
A demanda por marfim para uso em joias e objetos ornamentais está crescendo rapidamente na Ásia. Os conservacionistas dizem que a crescente influência da China e investimentos na África abriram mais a porta para o comércio ilegal de presas de elefante.
Os caçadores clandestinos são muitas vezes armados com fuzis de alto calibre e motosserras para retirar as presas, relatou a declaração emitida pela Presidência. Eles têm campos secretos na floresta, fugindo de pequenos grupos de guardas florestais do parque, e deixando carcaças de elefantes apodrecendo em seu rastro.
Forças de segurança do Gabão prenderam na semana passada pelo menos um guarda que estava transportando presas em um veículo do governo, de acordo com o comunicado, destacando o risco da corrupção em um comércio cada vez mais lucrativo no mercado negro.
"Se não quisermos perder os últimos elefantes na África Central, o comércio ilícito de marfim precisa ser tratado como um crime grave, que corrompe os governos e prejudica gravemente o desenvolvimento econômico e a segurança", afirmou o chefe de campanha do WWF anti-caça ilegal na região, Bas Huijbregts.
Fonte: Reuters